livraria on-line

Livraria / Editora / Alfarrabista } { Porto bibliographias@gmail.com / 934476529

.

.

Emanuel Ribeiro — Algumas Palavras

Onde se leem Algumas Palavras de conselho, censura e estímulo aos nossos trabalhadores dos metais nobres e muito principalmente àqueles que ora se iniciam na arte... / por Emanuel Ribeiro (Prof. na Escola Normal para o Ensino de Desenho de Lisboa)

1926. (Tipografia Sequeira, limitada – Porto). In-8º peq. de 30, [II] págs. Br.

Edição impressa, como várias outras do autor, num pequeno caderno recoberto de cartolina a fazer de capa, sobre cujo reverso foi colado o seu sinete; e, como todas essas, já francamente invulgar. 

Mais um exemplar valorizado por uma dedicatória manuscrita de oferta de Emanuel Ribeiro ao escultor José dos Santos.

14€

Emanuel Ribeiro — Da Tarde de Ontem à Manhã de Hoje (bosquejo de arte)

Da Tarde de Ontem à Manhã de Hoje (bosquejo de arte) / Gravuras em madeira do autor

(Tip. Sequeira, Limitada / 114, Rua José Falcão, 122 – Porto). In-8º peq. de 31, [I] págs. Br.

Outro volumezinho mais com as elocubrações do autor, ostentando o seu ex-libris ("Depois das flores os frutos") em folha preliminar; outro exemplar mais com a habitual dedicatória de "homenagem" ao escultor José dos Santos.

10€

Emanuel Ribeiro — O homem e a arte

(1929 / Tipografia Sequeira, Limitada – Porto). In-4º de 31, [1] págs. Br.

Edição do autor, com o seu ex-libris em destacável sobre uma das folhas preliminares; de tiragem provavelmente restrita.

Exemplar valorizado por uma dedicatória manuscrita de oferta de Emanuel Ribeiro ao escultor José dos Santos.

14€

Emanuel Ribeiro — Como os Nossos Avós Aprenderam uma Profissão

Gaia, Edições Apolino. MCMXXX. In-8º gr. de 37, [3] págs. Br.

Primeira (e, salvo erro, única) edição deste curioso trabalho de Emanuel Ribeiro, com uma sua curta nota introdutória “Ao leitor”, integrada na série «Estudos Nacionais» do Instituto de Coimbra. Apresenta na capa uma gravura com a representação de um traje de gala dos ourives da Confraria de Santo Elói, do Porto, e ao longo do volume outras várias em folhas destacadas. A terminar tem ainda, além de bibliografia, uma extensa lista das «Profissões e seus oragos», indicando o santo protector de cada uma (Lisboa e Porto).

15€

As Profissões na Literatura Portuguesa

As Profissões na Literatura Portuguesa: Antologia organizada por Nuno de Sampayo

(Este livro foi composto, gravado e impresso nas oficinas da Neogravura, Limitada, sob a orientação gráfica de Manuel Lapa). In-8º de [VIII], 161, [V] págs. Br.

"Um trabalho deste género é curioso como experiência e extremamente interessante pelas revelações que oferece. Na pesquisa que o obrigou a folhear ou a ler algumas pilhas de livros, o antologista entrou em contacto com todos os elementos de uma nação, os geológicos e os históricos, ou de uma etnografia rica completando os de uma geografia física e humana igualmente variada: fez uma sondagem ao país, não apenas em extensão, mas em profundidade, e um inquérito ao homem que labuta no dorso fecundo da terra ou canta na face variada das paisagens", assinalava Nuno Sampaio na sua boa introdução a este volume de textos em verso e em prosa, habilmente ilustrado em fotogravura pela Neogravura lisboeta. Embora não datada, a edição, da Junta de Acção Social, não será posterior a 1972.

15€

António do Prado Coelho — Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco (Introdução e selecção de textos por (...) Vice-reitor do Liceu de Camões e vogal da Junta Nacional de Educação

Sociedade Editorial e Livreira, L.da Livraria Rodrigues – Lisboa. (1943 / Gráfica Santelmo). In-8º peq. de 180, [IV] págs. Br.

Volume publicado na série «As Melhores Páginas da Literatura Portuguesa», de que conhecemos mais três, todos neste formato.

Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir.

20€

António do Prado Coelho ― Espiritualidade e Arte de Camilo

Espiritualidade e Arte de Camilo (estudo crítico)

1950, Livraria Simões Lopes de Manuel Barreira – Editor. (119, Rua do Almada –) Porto. In-8º de 187, [5] págs. Br.

A introdução divide-se nas partições «A evolução do artista, relacionada com o seu conceito de heroísmo», «O motivo como agente de inspiração», «Uma concepção do homem e da vida» e «Fundamentos da designação de «criador» aplicada a Camilo»; seguindo-se os capítulos principais, sobre «O processo de criação»: «as figuras», «as situações» e «a expressão». Reproduz em folha destacada couché o conhecido retrato de Camilo da autoria de Roque Gameiro.

O exemplar conserva quase todos os cadernos por abrir, à excepção dos iniciais e do final; apenas o desdourando um pequeno rasgão na capa (pé do encaixe).

15€

Jacinto Prado Coelho — A Poesia de Teixeira de Pascoaes (ensaio e antologia)

Coimbra, 1945. (Comp. e Imp. na Gráfica Santelmo – Lisboa para a Atlântida Livraria Editora, Lda. – Coimbra). In-8º de 206, [II] págs. Br.

É como sempre importantíssimo, e neste caso extensíssimo - cerca de nove dezenas de páginas, quase metade do volume - o estudo de Prado Coelho acerca deste seu poeta de estimação, inequívoca prova de bom gosto; e se contarmos com o texto final «Nota sôbre o movimento saüdosista», é mesmo de metade que se trata.

Exemplar com a capa já um quanto manchada de acidez.  

22€     

Jacinto Prado Coelho — Ao Contrário de Penélope

Livraria Bertrand – Amadora. (1976). In-8º de 304, [4] págs. Br.

“Conhecer um objecto que está em frente, fixo, estruturado: o texto, conjunto orgânico de sinais, o preto no branco, a mancha da página. Uma pretensa, desafiante exterioridade. Ler, para isso, de-vagar, voltar atrás, reler. Em seguida, fechado o livro, refazer de memória a leitura”. Textos/capítulos em regra mais curtos sobre Tomás António Gonzaga, Garrett (2), Maria Browne, Rosalía de Castro, Cesário, Trindade Coelho, Gomes Leal, Fernando Pessoa (3), Raul Brandão, Casais Monteiro, Torga, Maria Judite de Carvalho, António Gedeão, Vergílio Ferreira, Namora, Armindo Rodrigues, etc.; e uns poucos mais longos acerca de Camilo («Um conto de Camilo: «História duma Porta»» e «Uma Novela de Camilo: Vingança»), Eça («Para a compreensão d’Os Maias como um todo orgânico») e Pascoaes («Pascoaes: do verso à prosa», o excelente prefácio à edição das «Obras» publicada na Bertrand que ficara a seu cargo). 

12€

Eduardo Prado Coelho — A palavra sobre a palavra

Porto, Portucalense Editora. 1972. In-8º  de 312, [4] págs. Br.

Primeira edição do segundo livro do autor, conjunto de ensaios escritos entre 1968 e 1971 – alguns inéditos, outros antes publicados na imprensa e em volumes colectivos – que têm, quase todos, como tema  a literatura portuguesa contemporânea (a «Presença» e o neo-realismo, Almada, Nemésio, José Gomes Ferreira, Carlos de Oliveira, Sophia, O’Neill, etc.), exceptuando meia-dúzia de que se destaca o hoje tão citado «Sobre o conceito de modernidade». Com um prefácio do próprio Prado Coelho e integrada na «Colecção Códigos».

14€

Eduardo Prado Coelho — A Letra Litoral

A Letra Litoral (ensaios sobre a literatura e seu ensino)

Moraes editores (1979). In-8º gr. de 276, [4] págs. Br.

Colectânea de textos vários antes publicados na imprensa, conferências, prefácios e posfácios, recensões críticas e até uma entrevista; acerca de Pessoa, Casais Monteiro, Carlos de Oliveira, Mourão-Ferreira, Ramos Rosa, Pedro Tamen, Roland Barthes, Marguerite Duras, etc.

12€

A Beira na Rota dos Escritores do Século XX

(2004). In-8º gr. quadrado de 179, [1] págs. Br.

Álbum de interesse principalmente fotográfico, agrupando fotografias de arquivos particulares e oficiais vários, publicado pela CCDR da Zona Centro sob a coordenação do Prof. José Carlos Seabra Pereira. O texto principal (bastante descuidado, mas com alguns apontamentos históricos de interesse), integrando também passagens de Aquilino Ribeiro, Eugénio de Andrade, Carlos de Oliveira, Miguel Torga, Afonso Lopes Vieira, Vergílio Ferreira e Fernando Namora, cujas assinaturas compõem a capa, foi repartido nas secções temático/geográficas que lhes aproveitam os motes: «Serra da Estrela: “Substância da eternidade”», «“À roda das Serras” (Beira Alta)», «“Sentir o tempo, fibra a fibra” (Raia e Aldeias Históricas)», «Coimbra “como não podia deixar de ser”» e «“...a longa voz do mar” (Litoral)».

Exemplar por estrear.

18€

Escritores Modernos da Beira Baixa: Antologia

Escritores Modernos da Beira Baixa: Antologia (Selecção, prefácio e notas de Arnaldo Saraiva)

Junho  1998. (Edição da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Europeias). In-8º de 303, [1] págs. Br.

O antologiador começava por esclarecer no seu prefácio que modernos eram os escritores nascidos no séc.XX e da Beira Baixa os nascidos nessa província, terminando a notar a relativa profusão de nomes significativos com que contribuíra para a literatura do país, aos quais ainda acrescenta - com critério porventura demasiado largo - quase outros tantos pouco significativos: Marmelo e Silva, António Paulouro, Augusto Abranches, Manuel Antunes, Leal do Zêzere, Eugénio de Andrade, João Maia, José Cardoso Pires, Alçada Baptista, Albano Martins, E. M. de Melo e Castro, António Salvado, Correia Tavares, o próprio Arnaldo Saraiva, Maria Melo Giraldes, Maria de Lourdes Hortas, João Camilo, Carlos Correia, Manuel da Silva Ramos, José Oliveira Barata, José Freire Antunes e Jorge Fazenda Lourenço. 
Há uma breve ficha biográfica, com a respectiva bibliografia, apresentando cada um dos antologiados. Capa e arranjo gráfico de Rogério Petinga.

14€

Eugénio de Andrade [1923-2005]

Passou um quanto despercebido o centenário de nascimento de Eugénio de Andrade que ontem se assinalou; sobretudo se tivermos em conta que será, naturalmente depois de Camilo e quando muito a par de Agustina, o mais célebre dos escritores portuenses que não nasceram nesta cidade que lhe deve bastante.
Algo sobrevalorizado como poeta, mas pelo contrário sub-valorizado enquanto perfeitíssimo prosador, Eugénio dedicou ao nosso burgo algumas das mais belas prosas entre as imensas que lhe foram consagradas - grande parte delas por ele mesmo recolhidas na antologia Daqui Houve Nome Portugal, título «pescado» num verso d'«Os Lusíadas». 
Também a cidade de Coimbra, na qual tal como Camilo fugazmente ainda residiu algum tempo, lhe deve o empreendimento semelhante Memórias da Alegria.
É claro que tudo isso, e muito mais, está disponível no sítio do costume: a página desta vossa portuense livraria que também se foi habituando, ao longo dos seus já dez anos de actividade, a temporadas debruçadas borda-Mondego durante a Feira do Livro. Incluindo, claro, o muito apropriado e resumido Duas Cidades, do qual há vários exemplares disponíveis.

As bibliographias de Eugénio de Andrade:

Robert Graves — The Greek Myths

The Greek Myths (introduced by Kenneth Mc Leish, illustrations by Grahame Baker)

London MCMXCVI / The Folio Society. 2 vols. in-8º de 700, [IV] págs. nums. em conjunto. Enc.

Uma das graciosas e graficamente ricas edições da chancela britânica, com as encadernações gravadas a dourado e revestidas de tela mais espessa (na lombada) e mais fina (nas pastas, ilustradas com a graça visível na imagem); sendo os volumes acoplados num estojo de cartão também ele dourado. O trabalho do escritor inglês, ainda hoje de referência, tinha sido originalmente publicado durante os anos 50.

35€

Robert Graves — I, Claudius

I, Claudius (From the Autobiography of Tiberius Claudius, Emperor of the Romans, born 10 BC murdered and deified AD 54) / Introduction by Allan Massie, illustrations by Neil Packer

London: The Folio Society, 1994. In-8º de xviii, 349, [i] págs. Enc.

Biografia ficcionada q.b. do uxoricida dessa imensa série/linhagem  de psicopatas que começara em Tibério (logo após o inaugural Octávio, único de mente ainda minimamente equilibrada, embora não muito...), prosseguiria com Calígula, passaria por este pobre coitado e desembocaria em Nero, antes de várias outras igualmente brilhantes vergônteas: quem, depois disto, ainda consegue defender o princípio dinástico...
Tipicamente luxuosa edição da Folio Society, encadernada em tela com gravações douradas e revestida de um estojo em cartolina verde, cor com que foi tintado o corte das folhas à cabeça; algumas das ilustrações sendo a cores em folhas destacadas inteiras, impressas sobre papel couché

18€ 

John Burgess Wilson – English Literature: a survey for students

Longmans, Green and Co / London, New York, Toronto. (1958). In-8º de 340 págs. Enc.

Edição original deste interessante trabalho de panorâmica desde os tempos da velha literatura anglo-saxónica até à data de composição, «To the present day»; todo num tom very british, subtil e irónico, além da abordagem propriamente literária oferece também competentes apontamentos de contextualização histórica e cultural dos períodos em causa. Já agora: John Anthony Burgess Wilson era nem mais nem menos que o escritor e crítico literário Anthony Burgess, o autor do famoso Laranja Mecânica filmado por Stanley Kubrick. 

Encadernação própria, em tela, com um pequeno recorte para a replicação dos dizeres na pasta superior.

24€

A History of England, by C. R. L. Fletcher and Rudyard Kipling

A History of England, by C. R. L. Fletcher and Rudyard Kipling / Pictures by Henry Ford / New edition, revised and corrected

Oxford: at the Clarendon Press / London: Henry Frowde and Hodder & Stoughton, 1911. In-4º de 250, [2] págs. Enc.

Um livreiro português fica na dúvida que aqui expõe: seria a segunda saída de um livro cuja tiragem original é desse mesmo ano, ou tão-só a primeira edição inglesa, dada a existência de uma norte-americana (com capa diversa) nesse mesmíssimo 1911? Seja como for, até esta «new edition» deste belo álbum parece ser vendida em Inglaterra de 100€ para cima... E as ilustrações em folhas destacadas de Henry Ford, embora tenham muito que se lhe diga na reconstituição histórica, são graficamente um primor.

O curto prefácio: "This book is written for all boys and girls who are interested in the Story of Great Britain and her Empire / March, 1911".

Exemplar com ligeiro desgaste exterior e marcas de acidez em algumas folhas.

40€

A School History of England, by C. R. L. Fletcher and Rudyard Kipling

A School History of England / by C. R. L. Fletcher and Rudyard Kipling / Pictures by Henry Ford

Oxford: at the Clarendon Press, 1911. In-8º de 250, [2] págs. Enc.

Primeira edição de um livro que integra mapas vários, poemas em alusão a matérias tratadas e as competentíssimas ilustrações de Ford, no texto (desenhos) e sobre folhas destacadas (aparentemente, aguarelas e gouaches, aqui reproduzidos a cor em pranchas à extensão da página). Deverá ter sido a variante, com naturais adaptações, destinada à gente nova, de A History of England, mandada publicar pelos autores no mesmo ano pela mesma editora, que igualmente a encadernou em percalina (cfr. supra).
 
30€

Trevelyan — Illustrated English Social History

Illustrated English Social History (...), by G. M. Trevelyan, O. M. (Member of Trinity College, 1940-1951 / Formerly Regius Professor of Modern History in the University of Cambridge) // illustrations selected by Ruth C. Wright

Longmans, Green and Co (London · New York · Toronto).  (1951-1952). 2 vols. in-8º de xvi, 175, [i] e xi, [i], 206, [ii] págs. Enc. 

Já há algum tempo aqui apresentámos a versão portuguesa, da mão de Vitorino Magalhães Godinho, da propriamente dita e bem mais extensa História da Inglaterra, trabalho de referência da historiografia inglesa a ponto de ser abundantemente citado, em jeito de autoridade indiscutível, por Virginia Woolf no magistral A Room of One's Own (para perorar sobre a condição feminina em sucessivas épocas). E fica agora esta, reimpressa também em dezenas de edições, que salvo erro nunca chegou a conhecer nenhuma portuguesa. 
Ambos os volumes encadernados pelo editor em tela fina gravada a dourado e revestida de sobrecapa ilustrada de papel.

28€

Leonard Woolf — After the Deluge (a study of communal psychology)

Published by Penguin Books Limited (Harmondsworth Middlesex England). (1937). In-8º peq. de 278, [10] págs. Enc.

Este interessante tratado de história e teoria política foi o principal título do marido de Virginia Woolf, sucessivamente reescrito e significativamente alterado de edição para edição – a original é de 1931.

Exemplar encadernado com lombada em pele gravada a ouro e pastas em papel marmoreado fantasia; não conservando a capa de publicação.

12€

Virginia Woolf (selecção, tradução e prefácio de Manuela Porto)

atlântida – livraria editora, limitada / coimbra – 1951. In-8º gr. de 178, [4] págs. Br.

No prefácio datado de 1947 (a publicação tardia em 1951 talvez fosse uma insistente homenagem post-mortem), Manuela Porto introduzia o volume anunciando-o como a apresentação ao público português da grande escritora inglesa, e é bem possível que estivesse certa: salvo erro, terá mesmo sido esta a primeira edição portuguesa da senhora, integrada na colecção «antologia do conto moderno»; explicando depois, com argúcia, que aquilo que “mais a preocupou, como artista, foi respeitar, manter intacto, trazendo-o imaculado até ao leitor, esse como que halo luminoso, esse invólucro translúcido que, em sua opinião, envolve os seres do nascimento à morte. Uma das suas mais árduas lutas, consigo mesma, foi conseguir que idêntico halo – símbolo da vida – envolvesse as suas personagens”; e entretanto advertindo para as dificuldades formais de lhe traduzir a prosa e, mais ainda, de o fazer para um público especialmente impreparado para a compreender (o português, segundo ela).
Foram escolhidos sete contos e novelas de The Haunted House e de Monday or Tuesday, acrescentados no final de «A História de Septimus Warren Smith», repescado a Mrs.Dalloway.
Capa ilustrada por um desenho de Victor Palla, figurando habitualmente nas antológicas das melhores composições gráficas do designer.

Exemplar por estrear.

20€ (reservado)

Victor Palla — história do conto Policial: Uma Antologia

história do conto Policial: Uma Antologia (organizada, traduzida e anotada por Victor Palla)
(Coimbra Editora). In-8º de 282, [2] págs. Br.

Na sua introdução, apresentava Palla o volume dizendo logo a abrir que "O género policial, hoje vulgarizado em todo o mundo, deixou de pertencer à duvidosa literatura sensacionalista para constituir um verdadeiro género literário, indubitàvelmente dignificado e que já não faz encolher desdenhosamente os ombros senão a uma meia dúzia de senhores muito sérios e «superiores a essas coisas», entendendo-se por «essas coisas» tudo o que seja realmente vivo e do nosso tempo", propondo depois que trocássemos o termo «policial», de matriz francesa, pelo «detectivesco», de matriz inglesa - sem grande sucesso até hoje, como é natural.
O volume recolhe contos de Poe («O Milagre de Rattleborough»), Conan Doyle («A Aventura da Faixa Pintalgada»), Chesterton («O Punhal Alado»), Agatha Christie («O Desaparecimento do Sr. Davenheim»), Margery Allingham («O Caso da Linha Divisória»), Dashiell Hammett («Só podem enforcá-lo uma vez»), Ellery Queen («A Aventura do Dragão Oco») e Harold & Jerome Prince («O Ajudante de Deus»), assim deixando de fora alguns nomes que julgaríamos imprescindíveis numa «História do Conto Policial»; a todos os autores sendo dedicado também um texto de apresentação pelo organizador do volume.

16€

Ezra Pound — Camões

Fenda (esta obra foi impressa por Manuel A. Pacheco, para a editora Fenda, em Outubro de Dois Mil e Cinco). In-8º de 50, [6] págs. Br.

A edição (de 1980) aqui de novo impressa baseia-se na curiosidade de Pound ter escrito um pequeno artigo académico sobre Camões, publicado em 1910 no livro The Spirit of Romance. Mas não passa disso: a edição (ou tradução, ou revisão), ao contrário do costume na casa, foi fraca, com gralhas de bradar aos céus como «fluida» em vez de «Ilíada» e «pedir demência» em vez de «pedir clemência»; e o texto fraco foi, com os abundantes e superficiais disparates típicos de Pound, quer sobre o Épico (nem sequer terá lido o Lírico...), quer até sobre o seu (e nosso) querido tema inesiano - Inês de Castro, segundo ele, era castelhana... Enfim, valha-nos Camões.

10€

Lawrence Durrell — Baltasar

Baltasar (tradução de Daniel Gonçalves)

Editora Ulisseia (1976). In-8º de 274, [VI] págs. Br.

Segundo dos quatro títulos independentes que compuseram a série «Quarteto de Alexandria», aqui em primeira e atrasada edição portuguesa, publicada na colecção «Clássicos do Romance Contemporâneo» com capa de Luís Duran. Um trabalho de exegese acerca deste livro nesta edição em concreto, da autoria de Delfina Rodrigues, é apresentado abaixo.

10€

Balthazar de Durrel traduzido em tempos de censura

Balthazar de Durrel traduzido em tempos de censura (Contribuição para um estudo do fenómeno tradutológico em Portugal num contexto ditatorial)

tartaruga (2006). In-8º de 171, [1] págs. Br.

Delfina Rodrigues, especializada em estudos anglo-americanos, explicava logo na introdução como havia chegado, através da leitura de uma «Carta de Inglaterra» de Luís de Sousa Rebelo, a este segundo título do «Quarteto de Alexandria», e depois à sua (primeira) tradução portuguesa, deixando de imediato alguns apontamentos sobre a Censura do Estado Novo; dedicando a segunda parte do volume a temas gerais de Estudos Culturais e Estudos de Tradução; e a terceira e mais longa à análise do livro e da referida tradução de Daniel Gonçalves (aproveitámos para a apresentar acima), a quem vai deixando algumas críticas.
A edição, com tiragem de mil exemplares, teve a capa ilustrada pelo pintor Espiga Pinto – de quem é apresentado um quadro biográfico na badana; estando o exemplar, por seu lado, também algo valorizado por uma expressiva dedicatória de oferta manuscrita pela autora.

10€

Lawrence Durrell — Monsieur ou O Príncipe das Trevas

Monsieur ou O Príncipe das Trevas (Tradução de Daniel Gonçalves)

Difel, Difusão Editorial. [S/d – DL 1984]. In-8º de 226, [VI] págs. Br.

“Depois do «Quarteto de Alexandria», Monsieur ou o Príncipe das Trevas, que inicia uma nova série de cinco romances, conta a história de um estranho triângulo amoroso (...)” com acção entre França e Veneza. Edição portuguesa com tradução de Rogério Petinga.

10€

Henry James — La leçon du maître et autres nouvelles

La leçon du maître et autres nouvelles (traduit de l'anglais par Michel Gauthier, John Lee et Benoît Peeters)

Éditions de l'Équinoxe (1984). In-8º peq. de 304, [16] págs. Br.

Versões francesas da série de novelas, agregadas pelo próprio autor, que dizia terem todas nascido de um mote literário, «La leçon du maître», «Greville Fane», «La prochaine fois» e «L'image dans le tapis».
Extenso estudo preliminar da dupla francesa da tríade de tradutores. 

8€

Henry James — The Europeans

Penguin Books (1978). In-8º peq. de 172, [IV] págs. Br.

"This small book, written so early in James's career, is a masterpiece of major quality", que o editor apresentava como resultado da influência de Jane Austen no temporão ficcionista - sendo esta a sua quarta novela.

5€


James Joyce — Exilados

Edição «Livros do Brasil» Lisboa (1987). In-8º de 334, [II] págs. Br.

Algumas palavras do extenso prefácio do próprio tradutor, João da Palma-Ferreira:
"Poucos autores contemporâneos comentaram, criticaram ou se detiveram sobre este texto, apesar do entusiasmo de Stefan Zweig, ou do interesse de Italo Svevo. (...) Os temas identificados em Exiles relacionam-se quase directamente com os problemas e crises que, em 1914, atingiam James Joyce. O escritor terminara O Retrato do Artista Quando Jovem, o primeiro grande expurgo dele-próprio; no entanto, não tão profundo, radical ou definitivo que não deixasse semente para a tarefa interminável da autognose". 

12€

James Joyce — Retrato do Artista quando Jovem

Retrato do Artista quando Jovem (Tradução e prefácio de Alfredo Margarido / 3.ª edição)

Difel (2009). In-8º de 269, [III] págs. Br.

Bastante extenso o prefácio a dois tempos de Margarido, começando por equiparar Joyce e Proust como fundadores do romance contemporâneo (isto tem muito que se lhe diga...), traçando um paralelo bio-bibliográfico entre Joyce e Pessoa e acabando a dedicar este trabalho a Mário-Henrique Leiria, com quem dizia ter discutido nos anos 50/60 os problemas que a prosa de Joyce punha aos tradutores portugueses - e sublinhando que "Deve haver no espólio de Mário Henrique algumas curtas tentativas de traduzir este romance".

Exemplares por estrear.

10€

Mário-Henrique Leiria [1923-1990]

2 de Janeiro de 2023: comemora-se hoje o centenário de nascimento de Mário-Henrique Leiria, um dos mais curiosos espécimes entre «Os Surrealistas» lisboetas de meados do século passado, que dizia ter nascido a 2 de Janeiro de 1923 e morrido em 3 de Fevereiro de 1759, "como todos sabem". Em 1759 ou em 1990, o que há a dizer é que morreu doente e miserável, velha sina de poetas cá do rectângulo à beira-mar plantado desde Camões e passando por Gomes Leal, só por genial e igualmente lisboeta exemplo.  
No próximo dia 9 a também lisboeta Galeria 111 inaugura uma já aguardada exposição comemorativa que se baseia, em boa parte, na correspondência do poeta, artista e corrosivo contista com Isabel Alves da Silva, advogada da sua ex-mulher alemã no processo de divórcio, que viria depois ela própria a «contracenar» com o irreverente homem, embora casando entretanto com um irlandês - mas continuando ambos, mesmo assim, a escrever-se durante muitos anos, a despeito do internacionalismo conjugal. E onde estão essas cartas? Aqui, é claro, nesta vossa livraria. 

Um exemplar restante