livraria on-line

Livraria / Editora / Alfarrabista } { Porto bibliographias@gmail.com / 934476529

.

.

Teixeira de Pascoaes ― Senhora da Noite

Porto: Magalhães & Moniz, L.da – Editores. 1909. In-8º de 54, [2] págs. Br.

Edição original, já consideravelmente rara.

Bom exemplar, sem defeitos significativos.

35€

Teixeira de Pascoaes ― Regresso ao Paraiso

Edição de A Renascença Portuguesa / Pôrto-1912. In-8º de [4], 218, [2] págs. Br.

Primeira edição de um dos mais procurados – e por isso relativamente raro – livros do poeta, o décimo da sua bibliografia.

Exemplar com alguma fragilidade exterior e esparsos vestígios de acidez ao longo do volume. Deverá ter pertencido a Augusto Cortês, de quem parece ter a assinatura no rosto.
 
60€ (reservado) 

Teixeira de Pascoaes ― Cantos Indecisos

Cantos Indecisos (Cantos Indecisos / A Elegia da Solidão / Elegia do Amor / Senhora da Noite / Doido e a Morte / Elegias)

1921 — Lumen, Empreza Internacional Editora. In-8º peq. de 184, [4] págs. Br.

Primeira edição, invulgar; acoplando a Cantos Indecisos títulos que conheciam já edição independente e outros que viriam a tê-la poucos anos depois.

Exemplar muito bem conservado no miolo, mas com algumas falhas na capa – onde Guilherme Allen apôs, à cabeça, a própria assinatura.
 
36€

Pascoaes, «the man of the eyes»


A senhora que não está na fotografia, porque dela nem  se conhece nenhuma, é Leonor Dagge, a inglesa que foi a musa de Pascoaes. Pouco dado a estas coisas, mais habituado às almas do outro mundo do que propriamente às deste, viu-a o poeta num mundaníssimo eléctrico (o famoso «americano») que saía da Foz para o Porto, então ainda povoações distintas. Viu-a e não teve senão ficar fulminado. "Foi numa tarde de outubro, numa dessas tardes de sobrenatural melancolia (...) Era Ela, em presença humana, aquele sonho que enevoou de luz a minha infância, e paira ainda nos longes do meu ser (...) É certo que o meu espanto a impressionou; e mal conteve, nos lábios, um sorriso. Tornou-se visível, para ela, como num súbito espelho idealizado, a sua imagem projectada nos meus olhos. A si mesma se viu como eu a via, e ficou naturalmente lisonjeada. Assim é que eu devia interpretar o seu sorriso, se o bom senso reinasse na cabeça de um poeta, como um rei de gelo num país tropical".
Não reina, e muito menos nestas alturas. O pouco que se sabe é que ainda se viram várias vezes nesse mesmo eléctrico, ela "branca e fina, de olhos pretos pousados num romance", ele fascinado e depois alheado "dos clientes, do meu sócio, de todas as coisas deste mundo. Quebrara-se-me o ritmo monótono em que vivia". Sabe-se também que, descoberta a morada da moça em Inglaterra, começou uma correspondência que chegou a meter a mãe dela e a irmã dele (!) e em que já se falava de casamentos (!), sem grandes modas. E sabe-se ainda que o lobo do Marão deixou as serranias e o Porto, onde por esse tempo advogava, para se meter num navio e ir a Londres atrás da criatura: "eu, que fugia dela para os pinhais de Nevogilde, resolvi persegui-la através do mar".
Do que lá se tenha passado ao certo, ninguém tem nem ideia, a não ser do desenlace: o regresso solteiríssimo de "the man of the eyes" (palavras da filha, segundo a mãe). Durante muitos anos deixou o dr.Joaquim o assunto na penumbra, «limitando-se» a escrever-lhe logo um livro, o Marânus, em que Leonor, sob a forma acrescentada Eleonor (melhor, ó poeta, teria sido Eleanor(e), nessas exactas 7/8 letras o mais belo nome jamais inventado), assume o demasiado ideal protagonismo: "Quem é não é a Leonor: é o Amor" (O Pobre Tolo). Só várias décadas passadas o abordaria ao de leve, embora sempre com muita (e boa) literatura, no livro O advogado e o poeta, livro de memórias mais tardio, (ainda) mais interessante e em todo o caso mais sinceramente memorial do que o literal Livro de Memórias. São dele as passagens citadas. O capítulo em questão, dedicado a Leonor, é o sexto e último, pormenor nada despiciendo.

Teixeira de Pascoaes ― O Empecido

O Empecido (novela)

Edição da «Gazeta do Bibliófilo» / Porto – 1950.

“Este livrinho inicia uma nova fase da minha obra literária. A novela é terreno que eu trilho pela primeira vez.” [Primeira e única...]
Primeira também esta edição, de tiragem limitada a 1000 exemplares com a chancela do autor; conservando-se este  por estrear, tendo os cadernos integralmente por abrir.
 
35€

Eis o poeta.

Eis o poeta. Phantasmas, sombras, vultos do Alem, espectros do Passado, toda a sua alma evoca-nos vividos silencios da sua aldeia, e o que era sombra torna-se realidade, o que era phantasma corporisa-se, e até as vagas chimeras que deambulam nas tristezas outoniças do Tamega, criam formas e são realisações.

(João Paulo Freire, «Terra Prohibida e Regresso ao Paraiso»)

António Nobre ― Primeiros Versos

Primeiros Versos / 1882-1889 (edição posthuma)

comp. e imp. na Tipografia A Tribuna (108, R. Duque de Loulé, 124-Porto), 1921. In-8º de 154, [2] págs. Br.

Edição preparada e organizada por Augusto Nobre, irmão do poeta, que dela fez tirar 1500 exemplares em papel de linho e lhe enfaixou da própria pena as notas que encerram o volume.

Capa com algum desgaste e pequenas falhas de papel no encaixe; miolo marcado por alguma acidez, mais pronunciada em duas das folhas.

35€

António Nobre ― Só

Pôrto, 1931. (Araujo & Sobrinho, Suc.res). In-8º de 235, [5] págs. Enc.

Quinta edição, ainda das mais apreciadas do poema, com boas ilustrações a partir de clichés da época e anteriores ao longo das folhas finais, de notas. Foi a tiragem de 3000 exemplares, estando este encadernado conservando ambas as faces da capa primitiva e aparado por todo.

30€

Do Prefácio

Sampaio Bruno, que morreu faz hoje cem anos, apresentava assim um livro: «Advertencia preambular, prefacio, prolegomeno, introito, ou como queiram chamar-lhe, manda a technica que aqui o escrevunhe» (Notas do Exilio, 1893). Da técnica sabia ele, bibliógrafo aturado que era - e que mais foi quando director da nossa cara Biblioteca Municipal do Porto, em São Lázaro, da qual quase só saía para recolher à Rua do Bonjardim. Aliás, por aqueles finais de dezanove, iniciar um livro com um prefácio, próprio ou alheio, parecia quase inevitável, muito mais ainda do que agora. O que nos leva a pensar. Por que razão, afinal, decide um autor (palavra incerta, mas "manda a technica que aqui a escrevunhe") dar as próprias palavras a público envoltas num embrulho em vez de nuas.

Como se determina o valor do livro antigo?


"Não sei. Fico-me com esta resposta que me deu ha um nadinha um ilustre livreiro: «isto não tem preço. Foi uma pechincha. Estes livros agora tanto valem dez como cem. E' conforme a cara do freguez».
Leitor: já sabes. Vê te ao espelho antes de entrares nos alfarrabistas..."
(João Paulo Freire, Curiosidades Bibliograficas, acabado de catalogar.)

João Paulo Freire ― Curiosidades Bibliográficas

1925, Livraria Editora Guimarães & C.ª (68, Rua do Mundo, 70), Lisboa. In-8º de 157, [3] págs. Br.

“O anno passado iniciei no jornal A Patria uma serie de chronicas sujeitas ao titulo geral Curiosidades Bibliographicas. Era uma secção muito a meu contento e que eu levaria longe se m’o tivessem deixado. (...) Muitas foram então as cartas que recebi pedindo me que continuasse ou que reunisse em volume os artigos já publicados”, por exemplo: «O retrato de Ricardina», «Terra Prohibida e Regresso ao Paraiso», «A queda d’um anjo», «Amor de Perdição», «Guerra Junqueiro», «Folhetos camilianos», etc. (estando neste etc. mais algumas camilianas coisas).

Exemplar com alguns defeitos superficiais, na capa, sobretudo. De resto, bem conservado.

15€

Júlio Dinis ― Obras

Lisboa. (Composição e impressão na Typographia «A Editora».) [S/d]. 9 vols. em 7 tomos in-8º. Enc.
 
Colecção publicada por inícios do século passado, aqui na série encadernada em pele maleável com gravações a ouro sobre pasta superior e lombada de cada um dos tomos, todos também dourados à cabeça das folhas. Recolhe «As Pupillas do Senhor Reitor», «Uma Familia Ingleza», «Os Fidalgos da Casa Mourisca», «A Morgadinha dos Cannaviaes», «Serões da Provincia», «Ineditos» e «Poesias».
 
Boa condição geral.
 
75€

Júlio Dinis ― Obras

Porto, Lello & Irmão – Editores. [S/d]. 2 vols. In-8º de XXVII-1232 e 1388 págs. Enc.

Edição monumental da «opera omnia» de Júlio Dinis, em papel da índia e com finas ilustrações a cores em folhas destacadas. Reproduz, também hors-texte em papel mais encorpado e a abrir o primeiro volume, um conhecido retrato do escritor.
Encadernação dos editores inteira em pele, azul, com gravações a ouro.

Vol.1
- As Pupilas do Senhor Reitor ; - A Morgadinha dos Canaviais; - Uma Família Inglesa; - Os Fidalgos da Casa Mourisca

Vol.2
- Serões da Província; - Poesias; - Inéditos e Esparsos; - Teatro.

Ambos os volumes em bom estado, praticamente sem defeitos.
 
50€

Augusto Gomes: Exposição Retrospectiva (Janeiro/Fevereiro de 1978)

Centro de Arte Contemporânea/Porto. In-4º quadrado de [72] págs. Br.

Apresenta de entrada «Imagem e Louvor de Augusto Gomes», por Eugénio de Andrade, e um texto preliminar de Fernando Pernes, o comissário da exposição; sendo depois reproduzidas algumas dezenas de trabalhos do matosinhense, entre óleos (principalmente), desenhos e figurinos.
 
Exemplar com algum ligeiro desgaste da capa e pontuais vestígios de acidez no final do volume.
 
10€

M. R. Conceição ― Antiguidades Lusitanas (Igreja de Cedofeita)

Antiguidades Lusitanas ou O desabar dum Êrro Histórico (Origem e fundação da velha Igreja de Cedofeita e seu Mosteiro antiquíssimo) / Edição do Autor (1.º Milhar) 
 
1931 – Oficinas de “O Comercio do Porto” (Avenida das Nações Aliadas, 107), Porto. In-8º peq. de 98, [2] págs. Br.
 
Exemplar valorizado por longa dedicatória de oferta manuscrita pelo autor ao abade Alberto Cid, sob a qual apôs uma nota referindo que com ele se esgotava a edição.
 
25€