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Barata da Rocha — Névoa da Flandres (Versos)

Porto, Edição de «A Renascença Portuguesa», 1924. In-8º de 134, [4] págs. Enc.
 
Livro de versos compostos durante a 1ª Guerra Mundial “(…) à beira de soldados – que foram os melhores, os mais leais companheiros da minha vida” por Alfredo Barata da Rocha, médico e fundador da Liga dos Combatentes no Porto. Primeira edição, com a capa ilustrada por António Carneiro e um prefácio do autor, de quem reproduz o ex-libris.

Exemplar encadernado com cantos e lombada em pele gravada a ouro, conservando a capa de brochura.

20€

Xavier de Carvalho — Cantos Epicos da Guerra

(Na capa: Cantos Epicos da Guerra (Á memoria gloriosa de meu filho Rafael, soldado da Legião Estrangeira morto na batalha de Champagne em 28 de Setembro de 1915).
 
(1918, L’Édition d’Art / Gaudio). In-8º de 29, [3] págs. Br.
 
Edição impressa nos ateliers gráficos de Eugène Morieu sobre papel de linho. Introduzido pelos dois textos – ou para o efeito ou anteriores – de Guerra Junqueiro e de Gomes Leal cujos manuscritos reproduz e que a seguir transcreve, o opúsculo integra as composições «Os eleitos», «O heroe morto», «Cães de guerra», «Sangue de Portugal», «Aeroplanos em plena noite», «Os campos de batalha», «Paris», «Kultur», «Portugal á Verdun», «A todos os mortos», «Alberto Iº» e «Miss Cavell». Sendo raros os exemplares que dele aparecem, este, de resto em bom estado, está um tanto desvalorizado por uma mancha antiga (talvez de exposição solar) que cobre o pé da frente da capa.
 
14€

António Granjo — A Grande Aventura (Scenas da Guerra)

Lisboa: Portugal-Brasil Limitada, sociedade editora. [S/d]. In-8º de 193, [3] págs. Br.
 
O livro recolhe impressões e memórias da Flandres deste que foi o principal republicano de Chaves – algumas, curiosas, como quando alude aos costumes fáceis das mulheres francesas (sabemos que naquela época até os nossos primeiros republicanos eram moralmente conservadores...), numa carta publicada na imprensa que mereceu resposta de uma senhora gaulesa residente em Portugal. Capítulos: «De Lisboa a Brest», «De Brest a Etaples», «Um dia fóra do acampamento», «Para a frente», «Na catedral de Aire-sûr-la-Lys», etc.
 
20€

João Grave — Os Sacrificados (Contos da Guerra)

Os Sacrificados

Livraria Chardron, de Lélo & Irmão, editores. R. das Carmelitas, 144. Porto. [S/d – 1917?]. In-8º peq. de [4], 197, [5] págs. Enc.
 
Saída dos prelos da Imprensa Moderna para integrar a conhecida «Colecção Lusitânia», da Lello, foi esta a primeira edição do livro, escrito (ou, pelo menos, acabado) em Miramar, praia que não terá contribuído assim tantas vezes para a literatura portuguesa: ao contrário, nesse tempo, da experimentadíssima Leça e até da quase já vizinha Espinho. Engloba os contos «Um sonho de epopeia», «Um drama na noite», «A maior dôr», «O amputado», «A morte da catedral», «Do terror ao heroísmo», «O cego», «Carta de longe», «Um drama da invasão», «A cidade assassinada», «Conciliados na morte», «Ressurreição duma alma», «Revelação», «O perdão», «A igualdade na dôr», «A carga de baioneta» e «O diálogo das estátuas».

O exemplar conserva a sobrecapa de papel que frequentemente falta aos volumes que até hoje chegaram desta «Colecção Lusitânia».
 
10€

Aquilino Ribeiro — É a Guerra

Livraria Bertrand * Lisboa (3.º milhar). [S/d – pref. 1934]. In-8º de 302, [2] págs. Br.
 
Vinte anos depois, estacionando uma vez mais na Alemanha que começara a habitar por via da primeira mulher (Grete Tillman – conhecida precisamente em Paris), publicava Aquilino o diário que compusera em França pelo início da primeira Grande Guerra – de 1 de Agosto a 26 de Setembro de 1914. Na carta-prefácio ao correligionário republicano, também exilado em Paris, Gomes Mota, Aquilino começava por justificar talvez demasiado o crescimento da águia nacional-socialista dada a humilhação germânica em Versalhes para depois prever com apurada intuição praticamente o que iria acontecer: “Apesar de tudo era [a de Bismarck] bem mais simpática que a Alemanha dos nossos dias, que ferve na mística mais descabelada, acende autos de fé dos livros que divergem do credo estreitamente nazi, provoca o êxodo dos judeus e encurrala em campos de concentração, até se renderem à mercê, os que não comungam na religião nascente. (...) Acabou-se; são chegados os tempos mais trágicos e fecundos na história do género humano; cinco anos para a Alemanha se armar; um até dois de hecatombe; dois de diabo à solta, e o dies irae. Para a treva, para a claridade?”

Exemplar da edição original; geralmente bem conservado no miolo, mas com ligeiros defeitos na capa.
 
20€

André Brun — Sumário de Várias Crónicas / Sem pés nem cabeça

Sumário de Várias Crónicas (A Menina dos Meus Olhos / Factos e Momentos / Homens de Letras e Aves de Pêna / Alfaciadas)
 
1923 / Livraria Editora Guimarães & C.ª, Lisboa. In-8º de 240 págs.

Muitas destas crónicas, quase todas com publicação prévia na imprensa, tiveram por assunto a Primeira Guerra; e muitas outras personagens da vida portuguesa do início do século passado, desde escritores a vultos da República.

Encadernado em conjunto com:

Sem pés nem cabeça (Prosas originaes e adaptadas)

1913 / Guimarães & C.ª, Lisboa. In-8º de 226, [2], IV págs.

Dos primeiros publicados pelo autor, o volume agrega textos humorísticos dados primitivamente a lume em periódicos lisboetas vários, todos com a verve típica de Brun, à qual nem a nota tipográfica escapa: “Este livro se concluiu a vinte de janeiro de mil novecentos e trêse *** André Brun o escreveu com a graça de Deus e a que tem *** Guimarães & C.ª o editaram *** A imprensa de Manuel Lucas Torres, sita na Rua do Diario de Noticias-93, o compôz e imprimiu. *** O público o comprará.”

A encadernação foi em material sintético com lombada em pele e conserva, em ambos os casos, ambas as faces da capa de publicação.
 
20€

André Brun — Soldados de Portugal

Soldados de Portugal (A legião portugueza – A guerra peninsular)

1931. Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa. In-8º de 173, [3] págs. Br.
 
Primeira edição de um livro composto para, “sem a menor pretensão de revelar factos novos, porventura escapados á investigação dos que já tratáram o assunto, resumir, sob a forma, mais acessivel á leitura do povo, trabalhos existentes acerca dos feitos duma epoca quasi recente” [sic]. Posta em forma de diálogo de camaradagem entre soldados portugueses durante a Grande Guerra, vai também disso deixando apontamentos, sobretudo na primeira parte do volume (que descreve a mobilização em Lisboa).

Exemplar com algum desgaste na capa e as duas folhas preliminares marcadas; de resto, em bom estado no miolo.
 
14€

Jaime Cortesão — Memórias da Grande Guerra

Portugália Editora | Lisboa. (1969). In-8º de 267, [7] págs. Br.

“Direi apenas o que vi e ouvi. Sofri demais para poder mentir. O sentido da verdade e a coragem de a dizer são as maiores conquistas que esta guerra deu aos que nela mergulharam a fundo. Por isso me rio tristemente tanto dos que, sem terem posto o pé numa trincheira, querem contar a guerra, como daqueles que tendo lá estado venham para público, penteados e lustrosos, na sua fatiota de heróis, poisar para a galeria. / O que todos, todos puderam sentir nesta guerra foi a sua infinita capacidade de misérias”

Segunda edição, publicada nas «obras completas».

12€

Os Reis da Belgica

Edição do «Annuario do Brasil» (Almanach Laemmert) – MCMXX. In-4º de 120, [2] págs. Br.
 
Edição graficamente esmerada, impressa a duas cores sobre bom papel e bastante ilustrada extra-texto por estampas em folhas couché; dada a lume na série «Anthologia Universal» que cá conhecemos sobretudo pelas cartas de Soror Mariana apresentadas por Cortesão. Quase metade do volume se reporta à Grande Guerra, elencando os acontecimentos desde o Ultimatum germânico, e quase metade à transcrição de depoimentos sobre o rei Alberto da pena de gente como Anatole France, Palacio Valdés, Saint-Saëns, Rostand, Verhaeren, Bergson, Paul Bourget, René Bazin, Romain Rolland, Salomon Reinach e Blasco Ibanez.

Exemplar marcado por alguma acidez e, pior, defeitos exteriores, tendo a capa vincos, rasgões e pequenas falhas de papel. O quarto final do volume conserva os cadernos por abrir.
 
22€

Romain Rolland — Clerambault

Clerambault: Histoire d’une Conscience libre pendant la Guerre

Paris: Société d’Éditions Litteraires et Artistiques Librairie Paul Ollendorff (1920). In-8º de 377, [3] págs. Cart.
 
Por cá hoje pouco conhecido, cremos porém que este romance do Nobel de 1915 chegou a ter edições em português de Portugal e do Brasil.
 
Exemplar revestido de cartonagem artesanal que aproveitou nas pastas e na lombada todas as faces da capa de brochura.
 
8€

William Le Queux — Les Secrets de Potsdam

Les Secrets de Potsdam (Révélés par le Comte Ernst von Heltzendorf (...) / traduction d’Armand Le Gay)

Paris: L’Édition Française Illustrée (1920). In-8º de 285, [3] págs. Cart.

Na capa: “La Vie privée du Kaiser et du Kronprinz”. Edição original.

Exemplar do oitavo milhar impresso, revestido de cartonagem de tipo semelhante.
 
12€

Champs de Bataille de La Marne

Champs de Bataille de La Marne (I. L’Ourcq: Meaux – Senlis – Chantilly  II. Les Marais de Saint-Gond: Coulommiers – Provins – Sézanne  III. La Trouée de Revigny: Chalons – Vitry-le-François – Bar-le-Duc) 

Copyright, by Michelin & Co 1917. 3 vols. in-8º de 118, [4]; 118, [4]; e 109, [5] págs. Cart. 
 
Dedicados “A la mémoire des ouvriers et employés des usines Michelin morts glorieusement pour la Patrie”, estes velhos guias Michelin, impressos sobre papel couché e abundantemente ilustrados ao longo de cada volume (monumentos e panorâmicas de lugares, mapas de batalha, retratos dos generais em confronto, etc.), depois várias vezes reeditados em França e no estrangeiro, tiveram nesta a sua edição original; anunciando como propósito, numa altura em que a guerra ainda não terminara mas os campos em causa estavam já do lado francês e dos respectivos Aliados: “Nous avons essayé de réaliser, pour les touristes qui voudront parcourir nos champs de bataille et nos villes meurtries, un ouvrage qui soit à la fois un guide pratique et une histoire”.
 
Todos os volumes em bom estado no miolo (bom papel) mas padecendo de defeitos e falhas nas capas editoriais – que parecem cartonadas e revestidas de percalina.
 
40

11 Novembro 1918 - 2018

A derrota alemã, depois da entrada da América na guerra, já nem sequer se discutia, isto para aqueles, evidentemente, cujo olhar não estava embaciado, cujos ouvidos não estavam ensurdecidos pela fraseologia oca dos pertinazes chauvinistas. Assim, no dia em que o imperador da Alemanha fez a súbita declaração de que começaria a governar o país segundo uma orientação «democrática», logo adivinhámos o que havia por detrás dessa novidade. Havia já muito tempo que austríacos e alemães, colocados no mesmo plano, ansiavam ardentemente por que o inevitável se produzisse. Quando o imperador Guilherme, que outrora jurara lutar até ao último sopro do último homem e do último cavalo, tomou o caminho da fronteira, e quando Ludendorff, o homem cujo obstinado lema da «paz pela vitória» tantos milhões de vidas sacrificou, fugiu para a Suécia, disfarçado com umas lunetas azuladas, nesse dia, todos nós rejubilámos. Então acreditámos - e a humanidade acreditou connosco - que, com o fim daquele conflito mundial, soara a última hora do monstro abominável da guerra, não apenas daquela, mas de todas.
[Stefan Zweig, O Mundo de Ontem]

O armistício da primeira Grande Guerra foi há cem anos.

José Cardoso Pires — histórias de amor

histórias de amor (quatro contos e uma novela)

os livros das três abelhas / colecção dirigida por Victor Palla e Aurélio Cruz (1952). In-8º peq. de 150, [6] págs. Cart.

Edição original do segundo livro do autor, apontada por muita gente como a mais rara – o que parece um erro; a do inaugural Os Caminheiros e outros contos terá sido, salvo erro, bastante mais exígua. Integra os contos «Week-end», «Uma simples flor nos teus cabelos claros», «Ritual dos pequenos vampiros» e «Romance com data», e a novela «Dom Quixote, as velhas viúvas e a rapariga dos fósforos». Capa sobre cartão leve ilustrada pelo então director da colecção Victor Palla.

Exemplar valorizado por dedicatória bastante mais tardia (Porto, Junho 1983) manuscrita e assinada pelo próprio Cardoso Pires ao ensaísta Ramiro Teixeira; em contrapartida, algo prejudicado por uma ligeira marca de incisão sobre a capa, junto ao encaixe.
 
45€ 

José Cardoso Pires — Estrada 43

Editorial Organizações, Lda. – Lisboa. [S/d]. In12º de 45, [3] págs. Br.

A crer na nota dos editores, este livrinho, publicado na «colecção ‘novela’» com capa de Paulo Guilherme, terá sido o terceiro publicado pelo autor – que apenas publicara «Caminheiros e outros contos» (dos quais aproveita todos os aqui recenseados: o do título, «Amanhã, se Deus quiser» e «Salão de vintém») e «Histórias de Amor».

Exemplar valorizado por dedicatória de oferta sem indicação de destinatário manuscrita na folha de rosto pelo autor, que curiosamente aponta “muito cordialmente, esta edição pirata da (impresso) Estrada 43”, antes de assinar e depois de acrescentar “José –” a Cardoso Pires.
 
20€

José Cardoso Pires — O Anjo Ancorado (romance)

Editora Ulisseia Lisboa (1958). In-8º de 126, [6] págs. Br.

Primeiro e ainda titubeante romance do autor e terceiro entre os livros (originais) que publicou; primeiro português nesta colecção «Sucessos Literários» da editora lisboeta dirigida por Vítor Silva Tavares. Capa de Sena da Silva com arranjo gráfico de Sebastião Rodrigues, uma senhora dupla.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita e assinada de Cardoso Pires.

35€

José Cardoso Pires — Cartilha do Marialva

Cartilha do Marialva ou das Negações Libertinas, redigida a propósito de alguns provincianismos comuns e ilustrada com exemplos reais

Ulisseia (1966). In-8º de 191, [3] págs. Enc.

“Marialva é o antilibertino português, privilegiado em nome da razão de Casa e Sangue, cuja configuração social e intelectual se define, nas suas tonalidades mais vincadas, no deccorer do século XVIII”, assim apresentava o autor em resumo preliminar a sua interessante tese – porém insuficientemente explorada e desenvolvida, e padecendo entretanto de superficialidades e deficiências (na melhor das hipóteses; na pior, desonestidades) de leitura flagrantes, como o trecho em que se trataria depois a peça A Traição, de Camilo (exactamente o contrário do que se lhe argui, para o bem e para o mal); ou a ligeireza de apreciação do «caso amoroso» de Pascoaes, cuja filiação aqui forçada no conservadorismo rural lusitano até mete dó.
Segunda edição, publicada seis anos após a original, que constara de apenas 350 exemplares; encadernada em tela com sobrecapa de papel.

15€

José Cardoso Pires — Dinossauro Excelentíssimo

Dinossauro Excelentíssimo (ilustrado por João Abel Manta)

Arcádia (1972). In-4º de 93, [3] págs. Enc.

“Esta obra foi publicada simultâneamente em Portugal e no Brasil pela Editora Arcádia, de Lisboa, e pela Editora Civilização Brasileira S.A.R.L., do Rio de Janeiro.”
As ilustrações de Abel Manta, reproduzidas extra-texto, foram impressas nos ateliers Novotipo na mesma espécie encorpada de papel. Nas badanas aparece um texto de «apresentação» de Vítor Silva Tavares.

Exemplar da série corrente, marcado por ligeiro desgaste na sobrecapa; valorizado por dedicatória manuscrita do próprio Cardoso Pires aposta sobre a folha de anterrosto.
 
40€

José Cardoso Pires — Dinossauro Excelentíssimo

Dinossauro Excelentíssimo (ilustrado por João Abel Manta)

Arcádia (1972). In-4º de 93, [3] págs. Enc.
 
Outro exemplar da tiragem corrente da edição original, conservando igualmente a sobrecapa; este em branco, por estrear, sem qualquer dedicatória ou sinal de uso, padecendo apenas de ligeiros defeitos de armazenamento.
 
30€

José Cardoso Pires — Balada da Praia dos Cães

Balada da Praia dos Cães (Dissertação sobre um crime)

o jornal (1982). In-8º de 256, [2] págs. Br.

Edição original daquele que hoje talvez seja, muito por via da adaptação cinematográfica que José Fonseca e Costa ensaiou, o título mais famoso do autor – mais ainda que o mais lido O Delfim. Capa de João Segurado sobre fotografia de Manuel Costa e Silva, na frente, e atrás reproduzindo o conhecido retrato de Cardoso Pires caminhando sobre a linha de caminho-de-ferro, tirado por Inácio Ludgero.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita pelo escritor ao crítico literário – com actividade sobretudo precisamente nas bordas do neo-realismo português – Ramiro Teixeira.
 
28€