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Carlos de Oliveira ― Alcateia

Coimbra Editora, Limitada – 1944. In-8º de 254, [2] págs. Br.

Primeira edição do segundo romance do autor, integrada na colecção «Novos Prosadores» e ilustrada na capa por Victor Palla.
 
Exemplar em razoável condição geral, com algum gasto da capa.
 
40€

Feira do Livro de Coimbra


Começa na próxima sexta-feira a Feira Cultural de Coimbra, que integra, em programação mais ampla, a tradicional Feira do Livro e estará no Parque Manuel Braga (margem do Mondego, face a Santa Clara) até 1 de Junho. O período de abertura ao público será das 14 às 24h durante a semana, alargado de manhã aos sábados e domingos. Haverá expositor de bibliographias
 

Camilo e Vieira de Castro ― Correspondencia Epistolar

Correspondencia Epistolar entre José Cardoso Vieira de Castro e Camillo Castello Branco (escripta durante os dous ultimos annos da vida do illustre orador)

Lisboa: Parceria Antonio Maria Pereira – Livraria Editora, 1903. 2 vols. in-8º de 231, [1] e  232, [2] págs. Enc.

Anunciada como a segunda, trata-se já, salvo erro, da terceira edição publicada, na série popular inaugural (mais apurada do que as seguintes, a maioria a partir da década de 1920) editada pela Parceria, que frequentemente se esquecia (ou não...) de contabilizar, por exemplo, as edições de Pedro Correia durante a década de 1890. O longo texto de apresentação pelo próprio Camilo, espraiando-se por essa funesta história conjugal que culminou, como se saberá, no uxoricídio executado pelo amigo  durante o sono da mulher, por a suspeitar infiel (com um sobrinho de Garrett), e na sequente condenação ao degredo africano, em que, como era corrente, morreria de doença pouco tempo depois, vem reproduzido até págs.114. 

Ambos os volumes revestidos de uma boa encadernação em estilo meio-amador com a lombada em pele (apesar de um tanto puída em toda a extensão central) e as pastas em marmoreado, não conservando as capas primitivas; no miolo, em estado praticamente impoluto, salvo o ligeiro e habitual escurecimento das margens do papel.

20€

Eckermann ― Conversações com Goethe

Conversações de Goethe com Eckermann (Traduzidas do alemão, prefaciadas e escolhidas por Luís Silveira)

1947 / Livraria Tavares Martins – Porto. In-8º de XVI, 330, [6] págs. Br.

Primeira, posto que tardia, edição portuguesa, com capa de Manuel Lapa, de quem são ainda os dois desenhos em retrato de Goethe (aos 25 e 40 anos, a partir de representações da própria época bastante conhecidas) impressos sobre uma folha preliminar. Outras folhas também extra-texto de papel couché  foram destinadas à reprodução de gravuras antigas, com, por exemplo, retratos de Goethe e gente relacionada, alguns desenhos dele e várias figurações artísticas de personagens da sua literatura compostas para edições ilustradas. O prefácio de Luís Silveira concluía sublinhando o entusiasmo do director (António Ferro) desta colecção «Contemporâneos» no sentido de “dar a conhecer ao público português as páginas que Nietzsche considerava como as do melhor livro escrito em língua alemã”.

Exemplar com pequenos rasgões e falhas marginais de papel na capa. De resto, em boa condição, sem defeitos a relevar.
 
15€ 

Ricordo di Pompei

(Na capa: Ricordo di Pompei: 32 Vedute). [S.l.n.d.].
Depois de ontem aqui trazido Raul Brandão, em quem a visita às ruínas deixara funda impressão (fala delas, pelo menos, noutro dos prefácios às Memórias e de passagem nesse estonteante período inicial do Húmus: "Na verdade, isto é como Pompeia um vasto sepulcro", cito de cor), não virá totalmente a despropósito este pequeno álbum de belas fotogravuras em formato postal, apresentando  panoramas de Pompeia e aspectos das suas edificações, com destaque para conhecidas Villas como a dos Mistérios. Cada uma das «vistas» tem no verso um breve texto descritivo em italiano, francês, inglês e alemão. A capa, cartonada e ilustrada a cores pela reprodução de frescos, foi aproveitada no reverso para a aposição de uma planta da cidade, destruída, como várias outras próximas, em pleno apogeu do Império Romano durante uma erupção do Vesúvio e descoberta só no séc.XVIII.
10€   




Scriptorium (VII)

Nas caladas noites de inverno, quando despego o olhar dos papéis, encontro sempre os teus olhos que me envolvem de ternura. Isto é quási nada - e revolve o mundo. 
 
(in O Silêncio e o Lume - Memórias, Vol. II)

Barroco Brasileiro

Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 1973. In-4º quadrado de [104] págs. Br.

Catálogo da exposição organizada pela Secretaria da Cultura, Esportes e Turismo e pelo Museu de Arte Sacra de S. Paulo, apresentada na Gulbenkian, sob o patrocínio da Embaixada do Brasil. Com um prefácio escrito pelo director do museu paulista e um extenso e muito interessante artigo («Arte religiosa colonial no Brasil»), cheio de notas e apontamentos históricos de relevo sobre a presença e a colonização portuguesa no país, da autoria de Ribeiro Neto. Edição impressa em papel couché, ilustrada por dezenas de boas reproduções, a cores e p/b, das peças expostas, e dividida nas secções «ourivesaria», «escultura», «mobiliário» e «vária».

Exemplar em bom estado (salvo ligeiríssimo desgaste da capa). Tem, em anexo, o folheto – aparentemente, da mesma série – «Aspectos da arte barroca brasileira: Exposição de documentação fotográfica».
 
10€

Aquilino Ribeiro ― Quando os Lobos Uivam

Lisboa, Livraria Bertrand. 1958. In-8º gr. de 411, [1] págs. Br.

Primeira edição do decerto mais célebre romance de Aquilino, proibido pelo lápis azul do Estado Novo pouco após a publicação, iniciando o processo que haveria mesmo de levar o escritor à barra dos tribunais; parecendo hoje relativamente invulgar (mais do que seria de esperar, até pelo confronto com os outros volumes desta série, «Obras de Aquilino Ribeiro»), supõe-se que boa parte dos exemplares tenham sido logo retirados do mercado. Com uma extensa dedicatória ao médico – opositor também da ditadura – Francisco Pulido Valente, em que se lia, a propósito da vida de escritor exilado, “Numa fauna exaustiva tive de desatender à vida de relações, não cultivar como devia a amizade, remeter os meus à vis própria quando poderia com um pouco de arte, salamaleque, e o quantum satis da desvergonha cívica nacional, consagrada e triunfante, guindá-los a ministros ou banqueiros.” (uma nota curiosa, a respeito disto, é que o filho mais velho viria a ser eleito o primeiro presidente da Câmara de Lisboa sobrevindo o 25 de Abril, mais de uma década depois da morte do pai). Transcreve, nas abas, um conjunto de apreciações feitas por personalidades várias – o próprio Salazar (como ele beirão, e que nele reconhecia o grande escritor), Cecília Meireles, Cortesão, Régio, Nemésio, Júlio Dantas, Raul Rego, etc. – acerca do romancista.

Exemplar em bom estado geral, salvo ligeiras marcas de acidez. 
 
25€ 

Aquilino Ribeiro ― Jardim das Tormentas

Jardim das Tormentas: Contos, por Aquilino Ribeiro
 
Livraria Bertrand * Lisboa. [S/d]. In-8º de 327, [1] págs. Br.
 
Não a datando, indicava a editora tratar-se da quarta edição - talvez publicada entre a década de 30 e a de 40 -, que reproduz o longo e conhecido prefácio de Carlos Malheiro Dias para a primitiva (começava por louvar que um empedernido republicano se tivesse lembrado de um empedernido monárquico, adversário político, para a coisa, e terminava dizendo não duvidar, após a leitura deste livro de estreia de Aquilino, que "As letras portuguesas possuem hoje mais um admirável artista, que se incorpora na dinastia dos grandes escritores").
 
O exemplar, bem conservado no miolo, acusa porém  desvalor por algum desgaste da capa, ligeiramente manchada e com marcas de corrosão que chegam a prejudicar nela a parte impressa.
 
10€

Afonso Ribeiro e o Neo-Realismo em Portugal


Parece discutível, e vai aqui tentar-se brevemente demonstrá-lo, um velho apontamento que confere a Afonso Ribeiro lugar destacado, ainda que de rodapé, na história da literatura portuguesa, enquanto precursor do nosso neo-realismo (do qual o autor destas linhas está, em todo o caso, longe de ser especialista).
Do ponto de vista geracional, nem há debate: o escritor nasceu em 1911, ano de nascimento de Redol e Manuel da Fonseca; Soeiro Pereira Gomes, antes, em 1909; para não chamar agora José Gomes Ferreira. E a actividade de editor e colaborador da revista portuense Sol Nascente, durante os anos das polémicas com os presencistas que serviram de incubação ao movimento, não se pode dizer antecessora (nessa, n'O Diabo e em Altitude, como em muitas outras revistas literárias não tão vinculadas, escreviam pela mesma altura Álvaro Cunhal, Álvaro Salema, Alves Redol, Joaquim Namorado, José Rodrigues Miguéis, Mário Dionísio, exemplos). Pelo que o mote só poderia ser a data de edição - 1938 - de Ilusão na Morte, seu primeiro livro, de pequenas novelas e contos, publicado.

Afonso Ribeiro ― Plano Inclinado (romance)

Depositária: Livraria Progredior (158, Rua de Passos Manuel, 162) - Pôrto. (1941). In-8º de 235, [1] págs. Br.

Foi o romance de estreia de Afonso Ribeiro, por ele publicado ainda em restrita edição de autor; até então, apenas dera a lume o livro de pequenas novelas e contos Ilusão na Morte, que será hoje o mais raro de toda a sua bibliografia (pelo menos, a saída cá).  

Exemplar em muito bom estado, sem qualquer falha a salientar, tendo só leve desgaste da capa.
 
20€

Afonso Ribeiro ― (Maria I) Escada de Serviço

Editorial Ibérica Porto. (1946). In-8º gr. de 479, [1] págs. Br.
 
Primeira edição do livro, mais do que simples "nova versão", tamanhas as alterações e a extensão (em dobro), de Plano Inclinado, o romance de estreia do autor – que apenas assim escrevia na sua nota introdutória "ao público e à crítica - pelo menos àquela parte da crítica que tem por hábito ler os livros sobre que se pronuncia". Como a de Povo, saído no ano seguinte, teve também a capa ilustrada por um então novíssimo Júlio Pomar em início de actividade. E muitos anos passaram até que a série, Maria, "Para todas as que na vida, à semelhança da personagem deste romance, trilham o caminho áspero e negro da servidão", conhecesse sequência, já durante a época moçambicana de Ribeiro.
Precisamente a propósito de Povo, que ontem apresentava no «Público» no que talvez tenha sido, até agora, o melhor dos textos introdutórios (fraquinhos quase sempre, aliás) da colecção «Livros Proibidos», Luís Andrade realçava o facto de a Censura ter permitido esta um ano antes e só interditar a segunda, ainda aumentada, que viria a sair nos anos 60; salientando esse aspecto que, por regra, se deixa passar em claro, camuflado pelas ideias  generalizadas (em grande parte, justíssimas) sobre a indigência intelectual dos censores: o de o Lápis Azul  ter amiúde funcionado com base num juízo  eminentemente político de oportunidade, a que a questão, chamemos-lhe, 'moral' não serviria senão de disfarce.  
 
Exemplar em bom estado, descontando alguns vestígios de acidez ao longo do volume e de traça no pé das folhas finais. Conserva todo o corte das folhas por aparar e foi valorizado por um autógrafo do próprio Afonso Ribeiro na folha de guarda.
 
28€