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31 de Janeiro

A República republicana teve aqui a sua universidade. Os mestres davam lição como no liceu, peripatetizando. Quem do meu tempo e do Norte não ouviu e viu Guerra Junqueiro, altas horas, com as pontas do seu cache-call a flutuar, e a dizer ao vento da inspiração?
Já tive ensejo de declarar que foram eles os meus mestres de verdade, e me varreram do espírito os miasmas da política ancestral e das ideias fuliginosas professadas através de três dinastias.
Uma fatalidade bio-educacional levou-me para o Sul, mas a doutrina que me aquecia a alma partiu daqui, desses que vingaram a batalha perdida em 31 de Janeiro.

(Aquilino Ribeiro)

Aquilino Ribeiro — Jardim das Tormentas

Livrarias Aillaud e Bertrand. 1923. In-8º de 326, [2]. Enc.

Edição revista do primeiro livro de Aquilino, por ele “corrigido em S.to Amaro de Oeiras, Dezembro de 1922”. Reproduz, da primeira edição (1913), o longo prefácio de Carlos Malheiro Dias – que, nas palavras do próprio, teria como melhor mérito “o facto de demonstrarmos ser possível a dois adversários políticos o darem-se cordialmente as mãos” – e a dedicatória impressa à mulher, a alemã Grete.

Exemplar da série encadernada pelos editores em percalina com relevos e gravações a ouro. Em muito bom estado, com as folhas bastante limpas e sem qualquer defeito de monta.
 
20€  

Aquilino Ribeiro — Estrada de Santiago

Estrada de Santiago (contos)

Livraria Bertrand * Lisboa (6.ª ed.). In-8º de 398, [2] págs. Br.

Exemplar bem conservado, com o papel quase impoluto; apenas na capa apresentando algumas manchas de acidez.
 
10€

Aquilino Ribeiro — Terras do Demo

Lisboa – Livrarias Aillaud e Bertrand (73, Rua Garrett, 75), 1919. In-8º de 316, [2] págs. Br.

Foi a edição original, hoje já consideravelmente invulgar, de um dos mais célebres romances de Aquilino (terceiro livro que publicou) e de dois séculos de ficção portuguesa, no qual, segundo as palavras do próprio autor, “os campónios, vítimas do anátema divino ou da injustiça social, cândidos ou apenas dionisíacos nas horas vagas, a estalar de felícia e lirismo, entraram na história consagrados como quem são: escravos da terra ou dos terra-tenentes, minados de preconceitos e taras, mais propensos ao mal que ao bem”.
O exemplar, do primeiro milhar impresso, está parcialmente desconjuntado, tendo por isso sobre o encaixe um reforço e parecendo aconselhável mais tarde ou mais cedo encaderná-lo.
 
24€ 

Aquilino Ribeiro — Terras do Demo

Terras do Demo: Romance por Aquilino Ribeiro (quarta edição)

Livraria Bertrand ― Livraria Francisco Alves. [S/d]. In-8º de 318, [2] págs. Br.

Na dedicatória a Carlos Malheiro Dias, apresentava-lhe Aquilino o livro dizendo pretender com ele “pintar dessas aldeias montesinhas que moram nos pícotos da Beira, olham a Estrêla, o Caramulo, a cernelha do Douro e, a norte, lhes parece gamela emborcada o Monte-Marão. O vale, que as explora, trata-as despicientemente por Terras do Demo.” 
Exemplar com marcas de acidez na capa e nas folhas preliminares e uma assinatura de propriedade na folha de rosto; de resto, sem defeitos significativos a salientar.

12€

Aquilino Ribeiro — Terras do Demo (romance)

Livraria Bertrand, Amadora. (1963). In-8º de 352, [4] págs. Br.

Edição publicada nas «Obras Completas».
O exemplar conserva a sobrecapa e mantém-se em boa condição, mas prejudicado por uma assinatura na folha de guarda.
 
7€

Aquilino Ribeiro — Andam Faunos pelos Bosques

Andam Faunos pelos Bosques: romance por (...)

Livrarias Aillaud e Bertrand (Paris, Lisboa). (1926). In-8º de XV, [I], 329, [3] págs. Br.

Primeira edição de um dos mais apreciados títulos do autor, com capa de João Abel Manta.
Vale a pena transcrever algumas passagens do prefácio no qual Aquilino dedicava o romance ao igualmente republicano e escritor Brito Camacho (de quem escreveria, recorde-se, uma biografia):
“Ao refundir a minha obra, sinto a tenacidade teimosa, um pouco absurda, talvez indefensàvelmente idealista, dos camponeses da Beira, meus avós, que viviam e morriam no sonho de converter chavascais em floridos vergéis. Êsse meu empenho – seja questão de probidade, seja atavismo da rija e obsessa alma beiroa – é superior ao meu raciocínio, aos raciocínios mais robustos dêste mundo”
[Dizendo aqui terminar o seu primeiro ciclo literário] “Vou descer à urbs, depondo a pena que a crítica suficiente qualificou de regionalista. Em verdade, se regionalista é ter descrito outra coisa que não Lisboa, não reclamo melhor diploma (...)
Quero ainda dizer ao pio leitor – só a êsse – que, melhor que romance, êste livro é uma fábula. Fábula em onze jornadas, tragicómica, sorte de rapsódia pagã em bemol. Sinto que passa nela um sôpro da loucura que vai dobrando a canavial secular das ideas e dos bons costumes. Por aí perde, ou por aí ganha.”
 
O exemplar (do quinto milhar impresso) pertenceu ao tenente Pina Cabral, de quem tem a assinatura carimbada na folha de guarda; em boa condição no miolo, mas exteriormente pouco cuidado, com alguns defeitos.
 
15€

Aquilino Ribeiro — Andam Faunos pelos Bosques

Andam Faunos pelos Bosques: romance por (...)

Livraria Bertrand / (3.ª Ed.) Lisboa. (MCMXXI). In-8º de XV, [I], 339, [1] págs. Br.

Foi a terceira edição (sendo este, no total, o décimo milhar que se imprimiu do livro, já com alterações tipográficas em relação às tiragens iniciais). 
O exemplar ostenta o ex-libris de Adalberto Simões de Carvalho – que não lhe deixou quaisquer outros sinais de uso.
 
15€

Aquilino Ribeiro — Filhas de Babilónia

Livrarias Aillaud e Bertrand. (MCMXXV). In-8º de 299, [5] págs. Enc.

Exemplar do sétimo milhar impresso (corresponde à 3.ª edição), na série especial encadernada pelos editores em percalina conservando a frente da bela capa de publicação – composta por Stuart Carvalhais. Ou por defeito da própria tiragem, ou por ter sido entretanto suprimida (mas não há sinais nítidos disso), não apresenta folha de rosto. 

10€

Aquilino Ribeiro — Maria Benigna/Antecipação

Livraria Bertrand. Lisboa. (1958). In-8º gr. de 349, [3] págs. Br.

O romance «Maria Benigna» foi aqui publicado em segunda edição, sendo a novela «Antecipação» inédita; de ambos falando Aquilino no texto de apresentação ao “Leitor Pio ou Ímpio” que se reproduz nas abas do volume.

Exemplar manchado na capa mas em aceitável estado no miolo, que só acusa alguns vestígios de acidez e o habitual – nesta série – escurecimento das folhas nas margens.
 
8€

Aquilino Ribeiro — Maria Benigna/Antecipação

Livraria Bertrand. Lisboa. (1958). In-8º gr. de 349, [3] págs. + [7] ff. de estampa. Br.
 
Exemplar n.º 16 da série especial de 300 assinados por Aquilino e impressos em melhor papel (incluindo a capa); especialmente valorizados pelas sete estampas  sobre folhas destacadas reproduzindo trabalhos compostos para o efeito pelo pintor e ilustrador setubalense Lima de Freitas. 

38€

Aquilino Ribeiro — Maria Benigna

Lisboa, Livraria Bertrand. (MCMXXXIII). In-8º de 285, [3] págs. Br.

Pimeira edição, com dedicatória impressa a Joaquim Manso, de um livro composto quando o escritor começava o exílio galego.
Exemplar do 5º milhar impresso, na série encadernada pela editora em percalina conservando a face superior da capa de brochura. Dedicatória espúria no anterrosto.
 
20€

Aquilino Ribeiro — S. Banaboião anacoreta e mártir

S. Banaboião anacoreta e mártir. Romance por . Aquilino Ribeiro . / Capa de Clementina C. de Moura.

Livraria Bertrand * Lisboa. (1.ª Edição). [S/d – 1937?]. In-8º de 330 págs. Enc.

No pórtico de dedicatória, escrevia Aquilino “A minha preocupação foi dar o conflito do espiritual e do humano de modo concreto, qual dêles por baixo, qual dêles por cima. (...) S. Banaboião é imaginária pura, velha de oitocentos anos para melhor abstracção, sem menoscabo do factor divino, respeitável por excelência, mas também sem esquecer que os viventes, seja a sua vida real ou pedida à arte, têm raízes na terra”.

Exemplar da série encadernada pelos editores em percalina gravada a dourado na pasta superior e na lombada (aqui, já esbatido, com algum desgaste); conservando a frente da capa de brochura.
 
25€

Aquilino Ribeiro — Um Escritor Confessa-se

Um Escritor Confessa-se (memórias / introdução de José Gomes Ferreira)

Livraria Bertrand – Amadora. (1974). In-8º de 406, [2] págs. Br.

Espécie de auto-biografia juvenil de Aquilino, cujas memórias aqui elaboradas contemplam apenas o período de vida até à implantação da República (ou seja, o tempo de «acção»): que é bem capaz de ter sido, para ele, o episódio capital. Como habitualmente, bastante longo o prefácio do também mui republicano José Gomes Ferreira – todavia menos interessante do que costume – que gabava “a perfeição de escrita alcançada nos últimos livros em que o seu barroquismo visceral se tornara num fio de luz de simplicidade riquíssima”.
Segundo o filho Aquilino Ribeiro Machado, o pai ponderara já a publicação deste livro ainda na década de 60, mas acabou por decidir esperar até tempos mais propícios, aos quais não pôde chegar a assistir - sendo assim esta a sua principal peça póstuma, originalmente saída em 72. Na versão mais recente, foi Mário Soares quem assegurou o prefácio. 
O exemplar conserva a sobrecapa original.
 
12€

Aquilino Ribeiro — Oeiras

Oeiras (Coligiu estas notas para ser agradável aos seus amigos de Oeiras, Tenente Coentro, Dr. Sílvio Pélico, Leonino Simões, e seu vizinho Agostinho de Macedo, em Homenagem ainda à terra em que viveu de 1918 a 1927 – Aquilino Ribeiro. Cruz Quebrada, Novembro de 1940.)

(1980. Edição da Câmara Municipal de Oeiras – Assistência Técnica de Alfredo Theodoro / Impressão de Heska Portuguesa – Venda Nova – Amadora). In-8º de 99, [9] págs. Br.

“Com a presente edição da monografia «Oeiras» pretendeu a Câmara Municipal responder às muitas solicitações que lhe vinham sendo feitas e preencher a lacuna deixada pelo esgotamento da 1.ª edição. / Se a intenção imediata foi a de pôr à disposição das crianças e adultos do concelho material para melhor o conhecerem, à decisão da Câmara não foi estranha a excelente qualidade e a notável beleza do texto, que se deve à mão insigne de Aquilino Ribeiro, constituindo certamente a sua obra até hoje menos conhecida e menos divulgada”, rezava a nota preliminar da vereação, bem-intencionada mas equivocada quanto a este último ponto; e que fez tirar do volume 10.000 exemplares, mesmo assim já hoje com mais procura do que oferta; conservando-se este em muito boa condição, salvo uma pequena marca de desgaste na capa, ao alto do encaixe.
Capítulos: «De Lisboa até ao mar», «Oeiras e o seu têrmo», «S. Julião da Barra, Bugio e a Breve História», «A acção progressiva do Marquês», «A quinta e palácio do Marquês de Pombal e outras propriedades do Concelho», «Efemérides e homens notáveis», «Foral da Vila de Oeiras» e «A obra notável duma vereação», que muito se estranhará a um feroz opositor do Estado Novo, mas que talvez se compreenda por este perído em que o município o acolheu durante a II Guerra.
 
10€

Aquilino Ribeiro — Romance da Raposa (ilustrações de Benjamim Rabier)

Livraria Bertrand « Lisboa. (1961). In-8º de 175, [V] págs. Br.

Dedicadas por Aquilino ao primogénito Aníbal, “As aventuras maravilhosas da Salta-Pocinhas — raposeta pintalegreta, senhora de muita treta — contei-tas, sentado tu nos meus joelhos. Contando-tas, veio-me idéia de as escrever. Além de inspirador, colaboraste com teus silêncios, perguntas e interrupções na frágil meada. Que mais não fosse, só por este título o livrinho teria de levar o teu nome. (...) Aí fica, meu homem, no teu sapatinho de Natal esta pequena prenda. Aceita-a com os meus beijos de pai, que ao Menino Jesus vou pedir perdão do pecado, pois que a raposa é matreira, embusteira, ratoneira, e ele apenas costumava brincar com pombas brancas e um branco e inocente cordeirinho.”
Em «Marginália», «Teorias do autor acerca de literatura infantil e dos seus dois livros neste género», reproduzem-se duas curtas entrevistas. Edição publicada na série das «Obras Completas».
 
8€

Aquilino Ribeiro — História do macaco trocista

História do macaco trocista e do elefante que não era para graças (Ilustrações de Luís Filipe de Abreu)

Livraria Bertrand (1962). In-8º de págs. nums. de 27 a 50 + [8] págs. inums. Cart.

Deste livro, da série «Arca de Noé», fôra a edição original publicada pela Sá da Costa ainda na década de 30, com ilustrações de Matos Chaves; sendo esta a segunda, e tendo já várias mais saído entretanto. Ao contrário do que muitas vezes se indica, não é portanto a primeira edição – é apenas a primeira da Bertrand.
Capa cartonada, sofrendo já de algum desgaste. 

10€

Aquilino Ribeiro — Portugueses das Sete Partidas

Portugueses das Sete Partidas (viajantes, aventureiros, trocatintas)

Livraria Bertrand * Lisboa (2.ª edição). [S/d]. In-8º de 362, [2] págs. Br.

O livro compõe-se dos textos – todos naquele típico registo de recriação histórica tomando-se todas as liberdades... – «João Bermudes, mestre-barbeiro e patriarca de Alexandria», «Um príncipe português da pele do Diabo» [o infante Fernando, filho de Sancho I], «Pyrrhus Lusitanus, judeu errante e pinga-amor», «A máscara de pirata de Fernão Mendes Pinto», «António de Andrade, escalador do Himalaia e descobridor do Tibete» e «Jeremelo, expedicionário daquém e dalém-África». Dedicado a João Abel Manta, que com Aquilino coincidira em Paris, o prefácio é dos mais extensos que alguma vez o escritor apresentou.
 
7€

Cavaleiro de Oliveira — O Galante Século XVIII

O Galante Século XVIII (compilou e verteu Aquilino Ribeiro)

Livraria Bertrand * Lisboa (3.ª edição). [S/d]. In-8º de XXIV, 302, [2] págs. Br.

Os textos foram agrupados em secções intituladas por Aquilino «Amor e Amores», «Fidalgos e Fidalguias», «Tradições, Crenças, Fanatismo», «A Mulher do Século XVIII. Belezas e Beldades» e «Médicos, Charlatãis, Mezinheiros».

Exemplar com defeitos vários na capa.
 
7€

Aquilino Ribeiro — Abóboras no Telhado (polémica e crítica)

Livraria Bertrand * Lisboa (3.ª edição). [S/d]. In-8º de 359, [1] págs. Br.

Um dos livros propriamente autobiográficos de Aquilino – certamente o mais auto-bibliográfico, sendo todos os capítulos consagrados às estórias, circunstâncias de publicação e celeumas dos seus trabalhos anteriores, a que ele mesmo faz crítica. Com uma dedicatória impressa a Jaime Cortesão que assim começa: “Dê-me licença, querido amigo, que lhe ofereça esta carrada de abóboras. Dou o que tenho. Faça de conta que lhe trago…os pomos de oiro das Hespérides”.
Inteiramente decalcada da primeira, não é em bom rigor uma nova edição e sim uma nova tiragem, pouco depois publicada.
 
Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir.
 
10€

Gonçalves Rodrigues — O Cavaleiro de Oliveira, o sr. Aquilino Ribeiro e Eu

Coimbra, 1956. (Composição e impressão das oficinas da «Coimbra Editora, Limitada»). In-8º de 121, [3], CXXX, [IV] págs. Br.

Publicado em edição de autor, este livro foi a defesa do mesmo ao ataque que Aquilino lhe desferira in Abóboras no Telhado (Cap.IV), acusando-o de plágio na sua tese de doutoramento sobre o Cavaleiro de Oliveira – e a que Rodrigues responderia aqui acusando-o a ele do plágio arguido. Metade do volume é ocupado com essa longa e palavrosa (mas às vezes engraçada) resposta; e a outra com um trabalho de Jordão de Freitas e o artigo, do próprio autor, também sobre Xavier de Oliveira, saído na década de 30 na Biblos.
 
Belo exemplar.
 
15€