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Boletim bibliográfico 6/2021

O sexto deste ano tem em principal destaque os 120 anos do nascimento de José Régio, mas também ainda um «cheirinho» ao centenário da Seara Nova, à antiguidade grega, à História de Inglaterra, ao Porto e a Lisboa e a Almada (Negreiros), etc.

Pode ser consultado

Câmara Reis e Rodrigues Lapa — La Douce France

La Douce France, par Rodrigues Lapa (Professeur des lycées) et Câmara Reys (Professeur à l'École Normale Supérieure de Lisbonne) / illustrations de M.me Raquel Gameiro Ottolini // II

Lisbonne: Éditions des Auteurs. (Composto e impresso na Tipografia da SEARA NOVA / Calçada do Tejolo, 37 – Lisboa). (Achevé d'imprimer le 10 Septembre 1930 par «Seara Nova» a Lisbonne). In-8º de 187, [VII] págs. Cart.

As ilustrações de Raquel Roque Gameiro a esta espécie de selecta de história, literatura e gramática francesa foram a p/b, inseridas no texto, no estilo habitual; tendo o volume sido cartonado com a lombada em espessa percalina.

A edição parece numerada e carimbada (ou pelo menos na série a que pertence este exemplar) com a assinatura de Câmara Reis.

[P.S.: Nunca esta casa viu outro volume que não este II, pelo que não sabe dizer de que ano seria o I]

15€

Rodrigues Lapa — Froissart e Fernão Lopes

Lisboa, Imprensa Beleza, 1930. In-4º de 38, [2] págs. Br.

Primeira (e única?) edição deste estudo de confronto entre dois cronistas medievais habitualmente relacionados, o francês Froissart e o português Fernão Lopes, pretendendo demonstrar a superioridade deste último (tido por mais rigoroso, menos fantasista e crédulo) e invocando para o efeito o testemunho de autoridades várias – Ferdinand Denis, Herculano, Aubrey Bell, etc.
Segundo indicação de uma antiga aluna num depoimento de homenagem ao seu ex-professor, Rodrigues Lapa distribuiu exemplares deste opúsculo pelos estudantes, o que deixa supor que, entre ofertas a alunos e colegas, mal terá entrado, ou nem terá de todo, no mercado.

Exemplar valorizado por dedicatória de oferta manuscrita por Rodrigues Lapa a um escritor hoje quase esquecido mas com bastante «cartaz» à época: “Ao Ex.mo Sr. Dr. Manuel de Sousa Pinto, homenagem de alta consideração/ Lisboa, 2/7/930”; embora com pequenos rasgões e manchas na capa.

20

Rodrigues Lapa — A cultura moral e o Ensino da língua francêsa

Lisboa, na Tipografia da Biblioteca Nacional, 1921. In-4º de 61, [3] págs. Br.

Primeira edição de um dos primeiros trabalhos do autor, por ele mesmo publicada e das mais invulgares de toda a sua bibliografia, devendo seguramente a tiragem ter sido restrita. O texto, um longo ensaio em defesa genérica da cultura francesa, apresenta inúmeros apontamentos de relevo para a história das teorias e práticas pedagógicas em Portugal.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita de Rodrigues Lapa “Ao colega Fonseca com amizade”. Estado quase impecável, descontando algumas marcas nas duas folhas preliminares e, sobretudo, na capa.


18€

Rodrigues Lapa — Estilística da Língua Portuguesa

1945 / Seara Nova, Lisboa. (Acabou de se imprimir em Lisboa, na «Gráfica Lisbonense», Rua da Rosa, duzentos e trinta e cinco). In-8º de 302, [II] págs. Br.

Foi a edição original de muitas que já teve este importante trabalho, ainda hoje de consulta imprescindível; dividido nas secções principais de capítulos «O vocabulário português.» (IV), «Fraseologia. O cliché.», «A formação das palavras.», «O artigo e os nomes.» (II), «Os pronomes.», «O verbo.» (II), «A concordância.» e «Palavras invariáveis.».

Exemplar com algum desgaste exterior.

22€

Rodrigues Lapa — Estilística da Língua Portuguesa (8.ª edição)

Estilística da Língua Portuguesa (8.ª edição, revista e acrescentada)

Coimbra Editora, Limitada / 1975. In-8º de 300, [II] págs. Br.

Edição numerada e rubricada pelo autor (embora a rubrica seja sob a forma de carimbo).

Exemplar em geral bem conservado, mas com ligeiras marcas na capa e pequenos vincos nas folhas preliminares.

14€

Colectânea de Estudos em Homenagem a Rodrigues Lapa

11 a 18 de Novembro de 1984, Anadia. (Edição da Câmara Municipal de Anadia // Desenhos do dibuxante galego Siro / Execução Gráfica: Lito Anadia / Tiragem: 1500 exemplares). In-8º de 93, [III] págs. Br.

Para a homenagem promovida pelo município ainda em vida do seu tão ilustre homenageado concorreram aqui, entre outros, Maria do Carmo Henriquez Salido («O Reintegracionismo Cultural e Linguístico Galego-Português»), Alexandre Miranda Delgado («Rodrigues Lapa: Suas Atividades no Brasil»), Isaac Alonso Estravís («Breves aportações para uma Ortografia Galega»), Raul Rêgo («Da Seara Nova ao Partido Socialista») e Montero Santalha («Rodrigues Lapa e a Galiza»).


10€

António Sérgio — Sôbre Educação Primária e Infantil

Editorial «Inquérito», L.da / Lisboa. (Este caderno foi composto nas oficinas da Editorial «Inquérito», Ltd.ª, e acabou de imprimir-se, aos 27 de Junho de 1939, na Sociedade Editorial «A B C», Limitada» – Rua da Luta, I-C – Lisboa). In-8º de 89, [VII] págs. Br.

"Permitam-me notar, antes de mais, que a incompetência da escola não seria tão grande se o objectivo do ensino fôsse encher, digamos assim, os estudantes, com o abstracto conhecimento das afirmações da ciência. Mas o objectivo não é, não deve ser êsse: é fazer a cultura de cada espírito, emancipar os indivíduos, servir o progresso social; é treinar as inteligências, a fim de as tornar cada vez mais plásticas, universalistas e libertas de limitações, como exige a moderna democracia (...) preparando os Portugueses para uma vida mais humana, mais progressiva, mais fecunda, dentro de uma forma social mais justa", era o início do exórdio.

Exemplar com algum desgaste exterior.


10€

António Sérgio — Sobre Educação Primária e Infantil

Editorial Inquérito Limitada, Lisboa. (Composto e impresso na Grafitécnica de José Faria Miranda). In-8º de 88, [8] págs. Br.

Não estando datada, pode supor-se que esta nova edição saísse dos prelos já uns bons anos depois da primeira, dadas as cinco dezenas de títulos então constantes desta série dos Cadernos Culturais da editora de Eduardo Salgueiro.

Exemplar por estrear, conservando os cadernos inteiramente por abrir.


10€

Campos Matos — Diálogo com António Sérgio

Arquê (1983). In-8º de 183, [1] págs. Br.

Levaram-nos os trabalhos preparativos de nova edição da Bibliografia de António Sérgio, que havíamos publicado pela primeira vez na Vértice, em 1971, ao manuseamento de uma enorme quantidade de escritos sergianos, sobretudo de publicações periódicas sepultadas nos arquivos, de suma importância para o conhecimento da sua personalidade de escritor. / Assim surgiu a ideia de publicação deste «diálogo», que foi surgindo em paralelo com a Bibliografia e pretende proporcionar uma imagem tão completa quanto possível do pensamento do autor dos Ensaios, neste ano comemorativo do centenário do seu nascimento. / Aqui se transcrevem depoimentos feitos pelo escritor à rádio, a jornais, a revistas literárias e musicais; alguns documentos inéditos e desconhecidos e, naturalmente, textos extraídos dos seus livros”.

10€

Catálogo - «Seara Nova»

Nos 100 anos da Seara Nova, um pequeno catálogo inteiramente dedicado às publicações da revista editora no acervo desta casa, incluindo algumas recentes entradas.
Em principal destaque o «Presidente-Escritor» Teixeira-Gomes e o Imperador Escritor Raul Brandão, mas não só.

Disponível para consulta
 

Neves Águas — Bibliografia de Jaime Cortesão

Bibliografia de Jaime Cortesão (Edição comemorativa do Primeiro Centenário do Nascimento de Jaime Cortesão)

Biblioteca Nacional / Lisboa, 1985. In-4º de 221, [5] págs. Br.

Importante trabalho de referência, destes que em Portugal infelizmente pouco se fazem, da mão de um amigo e admirador dilecto, principal conhecedor da opera de Jaime Cortesão – bastante exaustivo, embora como de costume não completamente (logo em 1987 o sempre competente Daniel Pires acrescentaria mais algumas dezenas de entradas na Revista da Biblioteca Nacional).
Capa ilustrada, assim todas nesta série, por um retrato de Cortesão desenhado por Tagarro.

15€

Óscar Lopes — Jaime Cortesão (coordenação de...)

Editora Arcádia / a Obra e o Homem. [S/d]. In-8º peq. de 339, [3] págs. Br.

Foi bastante extenso este nono título da colecção, não tanto pela prosa de Óscar Lopes mas sobretudo pela abundância de elementos que recolhe, podendo destacar-se a amplitude de «Depoimentos Biográficos» pedidos a gente como Álvaro Pinto («A Renascença Portuguesa e o movimentos das Universidades Populares»), Augusto Casimiro, Carolina Michaelis, Carlos Malheiro Dias, Sarmento Pimentel, Henrique de Barros, Urbano Tavares Rodrigues, etc.; e «Apreciações e Homenagens» de toda a nossa fina flor coeva (Gomes Leal, Pascoaes, Pessoa, Ferreira de Castro, Aquilino, Torga, Nemésio, por aí fora), além dos brasileiros Murilo Mendes, Manuel Bandeira e João Neves Fontoura. Do próprio Cortesão se apresentam textos, alguns inéditos, como um que reporta a experiência na guerra civil espanhola – além da habitual antologia própria da série. Igualmente habitual a documentação iconográfica, apresentando por exemplo o louvor redigido pelo comandante do batalhão, André Brun, na Flandres.

Exemplar muito valorizado pela dedicatória de oferta manuscrita pelo autor ao também biógrafo de Cortesão, e principal estudioso da sua obra: “A Neves Águas, mais competente do que eu nesta matéria, pelo menos, agradece o Óscar Lopes” (uma fotografia de Cortesão com Neves Águas faz aliás parte das ilustrações do livro).
 
20€  

Jacinto Baptista — Jaime Cortesão, Raul Proença: Idealistas no mundo real

Biblioteca Nacional / Lisboa, 1990. In-8º gr. de 125, [3] págs. Br.

“Reúnem-se dois textos neste opúsculo [sic; é um livro, propriamente]: intervenção na sessão de homenagem a Jaime Cortesão por ocasião do centenário do seu nascimento promovida pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Biblioteca Nacional (24 de Janeiro de 1985), trabalho posteriormente distinguido com o Prémio Jaime Cortesão da APE (...); e conferência integrada no ciclo coincidente com a Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário de Jaime Cortesão e Raul Proença”. Respectivamente: «O «sócio número um»: Jaime Cortesão, herói cívico» e o que deu título ao volume. Segue-se um longo apêndice documental que dele ocupa quase metade, incluindo textos de ambos e cartas variadas.

Exemplar novo, mas com ligeiras marcas na capa por deficiência de armazenamento.

8€  

Raul Proença — Polémicas

Polémicas (Organização, Prefácio e Cronologia de Daniel Pires)

Publicações Dom Quixote / Lisboa, 1988. In-8º gr. de 995, [1] págs. Br.

Igualmente publicada na colecção Memória Portuguesa, esta monumental recolha de um milhar de páginas apresenta, antes e depois, uma «Apresentação», uma extensíssima «Cronologia da vida e da obra de Raul Proença» que é quase uma biografia (cerca de cem páginas) e uma também longa q.b. tábua bibliográfica final. Entre os interlocutores e opositores contam-se nomes como Ribera y Rovira, Alfrado Pimenta, Trindade Coelho, Alberto de Monsaraz, Jaime Brasil, António Ferro, Fidelino de Figueiredo, Júlio de Matos, Agostinho da Silva, Sant’Ana Dionísio, Ana de Castro Osório, etc. Há ainda textos de Pascoaes, Cortesão, Sérgio, David Ferreira e José Rodrigues Miguéis, intervenientes ao lado de Proença em polémicas «colectivas».

25€

António Sérgio — Correspondência para Raul Proença

Correspondência para Raul Proença (Organização e Introdução de José Carlos González/Com um Estudo de Fernando Piteira Santos)

Publicações Dom Quixote e Biblioteca Nacional. Lisboa. 1987. In-4º de 276, [2] págs. Br.

Publicada na série «Memória Portuguesa», a recolha integra a maior parte da correspondência de Sérgio no espólio de Raul Proença na BN – juntando-lhe no fim a longa carta de Londres a Pascoaes e várias a Cortesão, entre algumas outras – e é um documento do maior relevo para o estudo do teatro político na 1ª República. O prefácio de Piteira Santos tem como título «Um tema polémico na correspondência de António Sérgio e de Raul Proença: a Monarquia e a República».

17€

«Seara Nova»: 100 anos

Passa hoje um século sobre o número inaugural da histórica Seara Nova, revista e editora em que colaboraram, mais ou menos, quase todos os escritores mais ou menos progressistas do nosso séc.XX.
Devida em primeira mão à iniciativa dos republicanos «ex-Águia» e então colegas na Biblioteca Nacional Jaime Cortesão e Raul Proença, que tinham acabado de trocar o Porto por Lisboa e no seu afã político e socialmente interventor considerariam já a revista republicana portuense demasiado «artística», logo se lhes juntaram, entre outros nomes secundários, o republicano radical Aquilino Ribeiro e o nem republicano nem monárquico, mas primeiro escritor português a introduzir preocupação social na literatura (e que literatura!), Raul Brandão. Mais tarde teria também lugar de destaque outro «ex-Águia», oponente de Pascoaes na mais célebre polémica da revista, António Sérgio.
[É curioso notar como a Águia perdeu as asas e se extinguiu pouco após o encerramento da republicaníssima Faculdade de Letras do Porto por decreto do governo na ditadura militar, sendo grande parte do seu famoso corpo docente colaborador da revista e publicador na «Renascença Portuguesa»: Leonardo Coimbra, Hernâni Cidade, Damião Peres, Santana Dionísio, Teixeira Rego, José Marinho, Ângelo Ribeiro, Luís Cardim, etc.; enquanto a Seara continuou sempre, apesar da censura e das prisões, não hesitando aliás o regime em meter na cadeia um já septuagenário e cidadão-mais-cívico-e-impoluto-que-pode-haver Jaime Cortesão. Atrás das grades, a primeira coisa que se lembrou de fazer foi dar logo aulas de tudo, mas sobretudo de História de Portugal, aos surpreendidos presidiários que ouviam deleitados aquela lição viva de pedagogia cívica. Saiu da prisão pouco tempo passado, após insistente pressão da imprensa brasileira, reconhecida por todo o monumental trabalho desenvolvido pelo historiador durante o exílio no Brasil. O ano? 1958. Primeira opção para a candidatura da Oposição à Presidência da República, recusou modestamente, talvez por entender que era preferível alguém mais novo, não deixando de dar depois apoio público a esse mais novo Delgado. Enfim, é por estas e por tantas outras que quem diz que a República foi apenas uma balbúrdia e o Estado Novo uma benção, não fala a mesma língua que nós.]

Estão já a ter lugar várias exposições comemorativas, entre as quais merece naturalmente destaque a que tem lugar na Biblioteca Nacional onde tudo começou e ainda não acabou.

Os Melhores Quadros do Museu Municipal do Pôrto

Os Melhores Quadros do Museu Municipal do Pôrto (primeira série) / álbuns organizados por Júlio Brandão, director do museu

Edições Ilustradas Marques Abreu, (Avenida Rodrigues de Freitas, 310) Porto. (Imprensa das Oficinas de Fotogravura de Marques Abreu / Porto – 1927). In-8º gr. de [24] págs. + [10] ff. de estampa. Br.

Edição graficamente apuradíssima, como habitualmente na casa que a imprimiu; impressa sobre bom papel; tendo a capa em cartolina perfurada e rematada por um atilho, com um cliché à frente reproduzindo o quadro «Anunciação», do Grão-Vasco.

Bom exemplar, apesar de algumas marcas superficiais de manuseio.


17€

Enciclopédia Ilustrada de Antiguidades

Enciclopédia Ilustrada de Antiguidades (consultores: Paul Atterbury ● Lars Tharp)

Círculo de Leitores / Editorial Estampa (1995). In-4º de 332 págs. Enc.

"Quer o leitor seja um coleccionador dedicado ou um entusiasta recente, os seus conhecimentos de antiguidades e o prazer que delas tira serão largamente aumentados com esta enciclopédia soberbamente ilustrada. Mais de mil fotografias de peças individuais, agrupadas em páginas a cores, são apoiadas por informações especializadas sobre artigos clássicos de todo o mundo.

Seis secções principais, escritas sob a orientação dos consultores Paul Atterbury e Lars Tharp, fornecem informações essenciais sobre cerâmica, vidro, prata, mobiliário, relógios e artigos orientais. Cada assunto é apresentado com um resumo histórico, ao qual se segue um conjunto de exemplos ilustrados que descrevem o desenvolvimento dos estilos através de eras sucessivas.
Os termos técnicos são claramente explicados, em todo o livro e no glossário final, e todas as mudanças significativas devidamente colocadas no seu contexto histórico e tecnológico.
Cada antiguidade ilustrada é descrita em pormenor, além de que o texto contém valiosas indicações quanto a marcas de fabrico e à autenticidade das antiguidades."

O álbum foi encadernado em tela, depois revestida de sobrecapa de papel.

25€

Pedro Fazenda ― A Ourivesaria Portuguesa Contemporânea

A Ourivesaria Portuguesa Contemporânea e os Metais e Pedras Preciosas

Lisboa, 1927. (Êste livro foi composto e impresso na Tipografia da Emprêsa do Anuário Comercial, Praça dos Restauradores, 4, e as gravuras foram feitas na fotogravura da casa Bertrand, Irmãos, Travessa da Condessa do Rio, 27, sendo as fotografias da autoria de A. Gambeta. E aqui deixamos consignado o nosso sincero aprêço e reconhecimento a estes nossos colaboradores, bem como à classe de ourivesaria, que foi, como sempre, gentil e solícita). In-4º de 222, [2] págs. + LXXII ff. de estampa. Enc.

Com capa alusiva de António Lima desenhada sobre bom papel encorpado e abundantemente ilustrado ao longo do volume, o estudo dividiu-se em duas partes: na primeira, «Os Metais Preciosos» (ouro, prata e platina) e «As Pedras Preciosas» (treze capítulos, um para cada); e na segunda capítulos variados como «Factores Genéricos da Economia Nacional», os dois primeiros congressos dos ourives e «A Nossa Ourivesaria Contemporânea», com sub-capítulos para Lisboa, Porto e Gondomar.

Exemplar extraordinário, conservado quase impecável, revestido de muito boa encadernação com cantos e lombada em pele naturalmente gravados a ouro, que na lombada foi aplicado em profusão com motivos ornamentais; tendo o corte das folhas carminado à cabeça e um marcador de cetim.


50€

Laurindo Costa — A Ourivesaria Antiga

A Ourivesaria Antiga (evolução) / (Memória apresentada ao 1.º Congresso da Ourivesaria Portuguesa. - 1925.)

1925 ——— Imprensa Nacional ——— Porto. In-8º de 32 págs. Br.

Edição impressa em bom papel, ornada de uma letra capital e ilustrada sobre várias folhas destacadas com gravuras e fotogravuras de peças de ourivesaria portuguesa desde a Idade Média à Idade Moderna.

Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir; mas apresentando manchas de humidade nas referidas folhas hors-texte, de papel mais frágil.


14€

É «Nobel», não é «Novel»

Até por razões familiares, além das humanitárias elementares, esta casa tem simpatia pela causa dos refugiados. E também não lhe é antipática, dentro de incertos limites, a ideia de alguma compensação - não apenas simbólica - aos africanos após séculos de exploração colonial europeia. E precisamente para isso é que existe o Nobel... da Paz. Porque o da Literatura, assim de repente, deveria era premiar, bruxos, a dita cuja.

Das duas, uma: ou se entende que o prémio serve para glorificar o maior escritor vivo, e nesse caso Pascal Quignard já o devia ter ganhado há muitos anos; ou se prefere entender que, assegurado um módico de qualidade, ele deve laurear o mais célebre - e aí vai sendo difícil de perceber, ano após ano, o desdém por uma cada vez mais favorita Margaret Atwood, a título de exemplo.
Esta mania de optar ano sim ano não pelo politicamente correcto ou pelas causas «nobres», olhando o escritor como pouco mais do que um pretexto para uma elaboração melhorada de discurso de Miss Mundo, e para a academia se poder divertir a causar surpresa, é que se torna cada vez mais absurda: e talvez bastante irresponsável, na medida em que contribui para a banalização (no sentido qualitativo) da literatura, mal cada vez mais evidente e porventura sem remédio, por este andar. Banaliza o prémio, o que não é grave, mas banaliza igualmente a literatura, o que é. Um escritor: neste nosso tão pobre séc.XXI, parece coisa cada vez mais rara. E era aí que o Nobel, se se desse ao respeito, isto independentemente da posição que tenhamos sobre a utilidade ou inutilidade dos prémios literários, devia entrar. Mas uma academia que fez sempre questão, como se fizesse disso (mais uma) gala, de desdenhar de «monstros» como Tolstoi, Virginia Woolf, Garcia Lorca, Kafka, Jorge Luis Borges, o nosso magnífico primeiro candidato (Pessoa nunca o chegou a ser, por razões óbvias) Pascoaes, e agora Quignard... A história do Nobel é a de uma instituição que raramente se dá ao respeito.

Prémio Nobel

Prémio Nobel (3 Actos de Fernando Santos, Almeida Amaral e Leitão de Barros)

Lisboa, 1955. (Composto e impresso na Tipografia da Empresa Nacional de Publicidade (secção Anuário Comercial de Portugal), Travessa do Poço da Cidade, 26 - Lisboa). In-8º de 117, [7] págs. Br.

Leitão de Barros assinava um «Post-Scriptum» de várias páginas referindo ter sido a peça composta na redacção do Diário de Notícias (era num tempo em que os jornalistas não tinham muito que fazer...), traduzida para francês, castelhano e italiano, e conhecido entretanto representações a perder de conta - logo na estreia, por Mariana Rei Colaço, Raul de Carvalho e Robles Monteiro, entre outros. Segundo o cineasta, o enredo, aparentemente algo maçador e muitíssimo palavroso, "gira em torno do testamento de Alfred Nobel e da sua exaltação".


12€

Jose Régio — Em Tôrno da Expressão Artística, por (...)

Editorial "Inquérito", L.da / Lisboa (1940). In-8º peq. de 72, [VII] págs. Br.

Queixava-se o autor, na sua nota preliminar composta em Portalegre, de que "O sectarismo voluntarioso, o dogmatismo sufocante, o propagandismo brutal, o simplismo sistematizado - são hoje inculcados aos novos como virtudes indispensáveis e modernas". E isto, que subscreveríamos de olhos fechados oito décadas passadas, deverá talvez ler-se no rescaldo da polémica que sobre a sujeição ou não-sujeição social da arte (e da literatura) Régio travara com Cunhal nas páginas da agora centenária Seara Nova alguns meses antes...

Um dos títulos iniciais da vasta bibliografia regiana, inaugural da série «Arte» dos famosos «Cadernos Culturais» da Inquérito.

12€

Jose Régio — Três Ensaios sobre Arte

Três Ensaios sobre Arte (Em Torno da Expressão Artística, A Expressão e o Expresso, Vistas sobre o Teatro)

Portugália Editora (1967). In-8º de 170, [8] págs. Br.

O primeiro dos textos aqui agrupados tivera pelo menos duas edições prévias na Inquérito (apresentamos a primitiva acima); sendo os outros dois inéditos e o último o mais extenso de todos três.

Exemplar com vestígios marginais de acidez na frente da capa.

10€ 

Pe. Moreira das Neves ― Inquietação e Presença

Inquietação e Presença: Miguel de Sá e Melo e o movimento modernista

Edições Juventude, 1942. In-8º de 274, [6] págs. Br.

Primeira edição, apreciada pelo longo – de 24 páginas – prefácio de José Régio, um (o) estudo/ensaio sobre a sua própria actividade literária, que se segue a um primeiro, mais curto, de Trindade Salgueiro. Inclui ainda, a abrir e em folha destacada, um retrato de Sá e Melo acompanhado de um louvor de Alberto de Serpa. 

Exemplar em muito bom estado, sem qualquer defeito de relevo.

15€

Depoimento contra Depoimento

Depoimento contra Depoimento: António Sérgio, José de Magalhães, João de Barros, Mário de Azevedo Gomes e José Régio / (primeira série)

Edição dos Serviços Centrais da Candidatura, Lisboa — 1949. (Gráfica Lisbonense). In-8º peq. de 63, [I] págs. Enc.


O longo texto inicial de Sérgio ocupa por si só a maioria do volume; mas cabe destacar o último e melhor de José Régio, «O Recurso ao Medo», corajoso texto que terminava sugerindo que se fizesse a Salazar e ao Estado Novo o que se fez aos reis e à monarquia: 
"Serão, na verdade, sinceros estes nossos antagonistas? Nada poderão, na verdade, conceber, admitir, ver, supor, crer, senão aquilo que dizem? Ou antes será que se servem do medo - esse medo que torna a alma pequenina, embaraçada, inerme, encolhida - para continuarem manietando um povo que já ousou dizer «não» aos seus reis, quando lhe parecia que os seus reis exorbitavam?"
A candidatura em causa era obviamente a do general Norton de Matos.

Exemplar encadernado em pele; sem nenhuma das faces da capa de publicação.

30€

Teatro de José Régio

(Editoras várias. 1953-1957). 5 vols. in-8º. Br.

É a colecção completa da produção teatral do autor, tendo todos os volumes a mesma composição gráfica mas em casas diferentes: Edições SER, Portugália (segundo e quinto), Atlântida e Editorial Inquérito. Jacob e o Anjo (primeiro volume) e Três Máscaras (uma das peças do quinto e último, o mais invulgar) haviam saído previamente em Primeiro Volume de Teatro; de resto, tudo estava inédito nestas edições originais.

Títulos: Jacob e o Anjo: Mistério em três actos, um prólogo e um epílogo; Benilde ou a Virgem Mãe: Drama em três actos; El Rei Sebastião: Poema espectacular em três actos; A Salvação do Mundo: Tragicomédia em três actos; Três Peças em um acto: Três Máscaras, O Meu Caso, Mário ou Eu-Próprio-o Outro.
 
100€

Seconda Delfiade (Festival Internazionale dei Teatri Universitari)

Teatro Romano/28 Agosto – 7 Settembre 1952. (Comitato Veronese per gli Spettacoli di Prosa. Stampato nel mese di Agosto MCMLII dalla Linotipia Veronese Ghidini e Fiorini – Verona). In-8º gr. de 45, [3] págs. Br.

Por cada uma das representações expôs-se dois textos, um de sinopse da própria peça e um outro de apresentação do grupo teatral que a encenava – foram 12 os participantes, correspondentes a 8 países: Grécia, Bélgica, França, Portugal (o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, dirigido por Paulo Quintela, levou ao palco os autos da Barca do Inferno e do Purgatório e da Alma, de Gil Vicente), E.U.A., Suíça, Itália e Alemanha. O volume integra duas fotogravuras com vistas, parcial e panorâmica, do Teatro Romano de Verona (o cenário do certame).

Pertenceu o exemplar a um dos actores da jovem comitiva da academia coimbrã, Florêncio de Carvalho, de quem tem a nota de propriedade logo datada de "Agosto-Setembro 1952, em Verona"; tendo ainda vários comentários, dedicatórias e apontamentos, em inglês e em alemão, sobre a página da comitiva germânica, de rapazes e raparigas alemãs com quem lá travara amizade. 

[Conhecido primeiro nesta altura enquanto estudante nas lides académicas de Coimbra, e mais tarde como arquitecto no Porto, Florêncio de Carvalho é hoje o nome de um prémio de arquitectura da prestigiada «escola» portuense]

14€

A Criança e o Teatro

A Criança e o Teatro (colecção educativa LXXX / série O número 5/ 1.ª edição 1964, 2.ª edição 1974).

Ministério da Educação e Cultura / Direcção-Geral da Educação Permanente (composto e impresso na Empresa Gráfica Feirense, Lda. - Vila da Feira em Novembro de 1974). In-8º peq. de 288, [XXII] págs. Br.

"Neste livro (...) mostra-se como o teatro pode desempenhar uma função eminentemente educativa, favorecendo o desenvolvimento da personalidade da criança, a sua expressão autêntica (...) ensina-se ainda como organizar concretamente espectáculos teatrais ao serviço da educação da criança".


Exemplar quase perfeito; com o selo da Imprensa Nacional - Casa da Moeda e assinatura de anterior propriedade.

10€