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João Paulo Freire (Mário) — Mafra: Historia, Bibliographia e Notas

Edição da Renascença Grafica, S.A.R.L. / (Rua Luz Soriano, 48) Lisboa. [S/d – 1925?]. In-8º gr. de 288 págs. Enc.

Nascido bem perto da povoação, dizia o autor no seu texto
preliminar – preparado para o Guia de Portugal de Raul Proença – da sua devoção por ela: “Aos nove annos vim para Mafra. E como quere que por esse tempo viesse a Lisboa, nunca mais, para a minha aspiração e para o meu espirito, outra terra me ofereceu eguaes encantos e tão profunda e tão sentida admiração”. Será certamente o mais completo repositório bibliográfico de tudo quanto até à data se escrevera, em Portugal e lá fora, sobre a terra cujo convento a prosa de Saramago viria a imortalizar.

Ilustrações por fotogravura em folhas à parte de papel couché, uma delas com o penúltimo rei português, Carlos, posando enquanto caçador na Tapada onde costumava repetir o passatempo – facto curioso sendo esta monografia da autoria de um destacado jornalista republicano. 

Exemplar revestido de boa encadernação com cantos e lombada em pele (carneira), esta última gravada a ouro sobre o encaixe. Conserva visível a face superior da capa, valorizada por um desenho de Stuart Carvalhais.

38€

João Paulo Freire (Mário) — Lôas e Cirios no Conselho de Mafra

Lôas e Cirios no Conselho de Mafra (O cirio de todos os Santos e o cirio da Senhora da Nazareth)

1926 / Companhia Portuguesa Editora, L.da / Porto. In-4º de 34 págs. Br.

Estudo composto para “matar o vício” da bibliografia durante uma gripe de que se queixava o autor como uma “trapalhada que me enerva grandemente e que me tira o meu unico consolo na vida – trabalhar. O trabalho é-me tão necessario como o monoculo ao sr. Julio Dantas. Eu, sem trabalho, sinto nos meus nervos umas contrações de cavalo refreado. Não como, não durmo, quási não falo, irritado com tudo e com todos. O sr. Dantas sem monoculo, não conquista, não tem aplomb, não escreve livros, não adopta maravilhas, não sobe o Chiado, não faz discursos, não é o sr. Dantas !  Eu sem o trabalho sou uma féra enjaulada”. Ilustrado por uns poucos clichés em fotogravura das procissões que descreve.

Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir.   

15€ 

Boletim bibliográfico 2/2023

O segundo deste ano «herda» os assuntos do primeiro (literatura e ensaio, poesia e teatro) e acrescenta-lhes, entre outras coisas, alguma arte, alguma história e alguma - bastante - filosofia, sobretudo política: o Manifesto Comunista cumpriu há pouco mais de um mês o seu 175º aniversário, pelo que se foi buscar Marx e Engels, bem como vários outros teóricos políticos mais ou menos afins do séc.XIX, todos assim se juntando aos iluministas que já lá (cá) estavam. 
Fica pois um boletim com autores mais velhos e edições mais antigas do que costume, várias das quais anteriores a 1848, e uma até anterior à própria Revolução Francesa: uma igualmente francesa de Dialogues sur La Religion, do famoso racionalista escocês David Hume.
Estão em destaque os dois amigos alemães e outro compatriota curiosamente apreciado por Marx, Goethe, os enciclopedistas Diderot e Voltaire e outros franceses aparentados como Rousseau e Laclos, os russos Berdiaeff e Dostoievski, mais estrangeiros e portugueses vários - estes já entrados pelo habitual séc.XX dentro.

Disponível para consulta

Ramada Curto — Do «Diário de José Maria»

Do «Diário de José Maria» (Ilustrações de Batista Rudy)

Vida Mundial Editora  Lisboa 1941. In-8º de 261, [III] págs. Br.

É este livro "uma série de trechos, uns já publicados, outros inéditos, que eu suponho e quero que o leitor suponha, serem páginas do «Diário» do senhor José Maria, professor de ensino livre de matemáticas e ciências naturais - um isolado, um modesto, floricultor e filósofo, melómano nas horas vagas, que vive num rez-do-chão da Rua da Palmeira com uma criada velha, a Angélica, e um cão fox-terrier, o Bob, de mistura com as suas recordações e as suas melancolias (...).

10€ (reservado)

Fidelino de Figueiredo ― Menoridade da Inteligência

Coimbra: Imprensa da Universidade, 1933. In-8º de 162, [2] págs. Br.

Publicado na «Biblioteca de Ensaios», agrega este «Política e Inteligência», ««Uma interrogação vital»», «Noção de cultura», «A passividade da escola», «A assimilação da turba» e «Memorialismo e voluntarismo»; juntando-se-lhe, em apêndice, «De regresso de Hollywood…(reflexões sobre o cinema)».

17€

Fidelino de Figueiredo ― Cultura Intervalar

Coimbra, Editorial Nobel, 1944. In-8º de 145, [3] págs. Br.

Primeira edição de um dos principais livros do autor, escrito já no exílio (brasileiro) do Estado Novo, via monárquica - o que não deixa de ser curioso, tendo em conta que ocupara na BN o lugar de anteriores exilados republicanos, propriamente em cultura intervalar. Com vários capítulos de interesse, podendo destacar-se os dois centrais «A Melancolia da História» e «Tragédia de um Poeta». Tem ainda, a terminar, um apêndice que reúne «Sete anedotas exemplares».

12€

Fidelino de Figueiredo ― Motivos de Novo Estilo

Coimbra, Editorial Nobel, 1944. In-8º de 96, [8] págs. Br.

Segunda edição, acrescentada de um prólogo do autor. Inclui o ainda hoje frequentemente repescado «Do conceito de geração».

Exemplar por estrear, em muito bom estado.

10€

Fidelino de Figueiredo ― Interpretações

Coimbra, Editorial Nobel, 1944. In-8º de 88, [8] págs. Br.

Segunda edição de um livro que reúne os ensaios «Imagem-Fôrça: Um conceito para a filosofia da educação» e «America the Beautiful».

Exemplar em bom estado, sem defeitos de relevo (apenas uma pequena marca na folha preliminar).

8€

Fidelino de Figueiredo ― Diálogo ao Espelho

Guimarães Editores, Lisboa. (1957). In-8º de 177, [7] págs. Br.

O volume – constante de 3 longas cartas de resposta a Michele de Filippis, às quais se seguem um igualmente longo («Sobre criteriologia literária») e um breve («Mensagem à Universidade de São Paulo») apêndices – reúne textos em que, num modo habitual no autor, se mesclam ensaios e memórias pessoais de vária sorte.

14€

Fidelino de Figueiredo ― Entre Dois Universos

Guimarães Editores, Lisboa. (1959). In-8º de 278, [10] págs. Br.

Um dos trabalhos tardios do autor, o volume, publicado na colecção «Filosofia e Ensaios», reúne textos que, como habitualmente, se estendem pela literatura, pela história e pela filosofia, com predominância aqui para temas da história e da filosofia da história; contendo as secções de capítulos «Velhice e Literatura», «História: Aparência e realidade», «Histeria ou Estruturação?», «Grandes manchas da história», «O anti-eslavismo e a filosofia da história» (sobre Spengler, Keyserling, Weber, Berdiaeff, etc.), «Vida – Palavra sem antonimo» e «Viagem à volta do Homem».

14€


Fidelino de Figueiredo — Paixão e Ressurreição do Homem

Portugália Editora. (1967). In-8º de [II], 171, [13] págs. Br.

“Ao editar agora Paixão e Ressurreição do Homem, a Portugália deseja homenagear a memória do mestre da História e da Literatura, cuja acção nas cátedras universitárias de Espanha, do Brasil, da Argentina, do México, dos Estados Unidos, enobreceu o pensamento português e contribuiu decisivamente para a difusão dos momentos mais relevantes da cultura nacional”. O volume, publicado na colecção «Problemas», inclui uma «Carta-dedicatória» de Fidelino ao filho e um interessante (e ainda invulgarmente lúcido) «Prólogo antimemorialista», a que se seguem os ensaios tardios «A duplicidade humana – uma evidência», «O cerco das limitações humanas – outra evidência», «Antiguidade e nobreza da Filosofia da História», «Concentração plutocastrense», «O último reduto» e «Problemas & mistérios». É ainda apresentada, a terminar, a longa bibliografia completa do professor. 

Exemplar um quanto desgastado na capa. 

12€

Fidelino de Figueiredo — A Épica Portuguesa no Século XVI

A Épica Portuguesa no Século XVI // apêndices: Ainda a épica portuguesa (Nótulas de autocrítica) / Variações sobre o espírito épico / Os séculos XV e XVI (Ideias para uma introdução) / Apêndices bibliográficos (I, II e III) // Edição fac-similada com apresentação de Antônio Soares Amora

Descoberta do Mundo ———— ciclo de edições comemorativas dos centenários das grandes navegações portuguesas, de Bartolomeu Dias a Pedro Álvares Cabral (1487-1500) / Imprensa Nacional - Casa da Moeda. (Acabou de imprimir-se em Março de 1987 com uma tiragem de três mil exemplares). In-8º de [II], 585, [IX] págs. Br.

Fac-simile da edição publicada no Brasil, em 1950, em separata do boletim da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

Exemplar por estrear.

18€ 

Raul Proença — O Eterno Retorno

O Eterno Retorno (Volume I) / Introdução, fixação do texto e notas de António Reis

Biblioteca Nacional / Lisboa, 1987. In-8º gr. de 342, [II] págs. Br.

É bastante extenso - ocupa umas três dezenas de páginas - o texto introdutório em que António Reis, que já antes trabalhara o espólio de Proença, perora sobre este seu longo estudo acerca de um dos temas filosóficos de excelência; do qual apenas o primeiro capítulo havia chegado a sair ainda durante a vida do autor. Só sete anos mais tarde viria a ser publicado um segundo volume, em edição conjunta do Instituto da Biblioteca Nacional e da INCM. 
Título dado a lume na série «Autores dos Séculos XIX e XX», com a capa ilustrada pelo manuscrito desse capítulo inaugural «O Eterno Retorno em Nietzsche».

Exemplar igualmente novo.

15€

Raul Proença — O Caso da Biblioteca

O Caso da Biblioteca (Organização, estudos e notas de Daniel Pires e José Carlos González)

Biblioteca Nacional / Lisboa, 1988. In-8º gr. de 188, [II] págs. Br.

"Pretende-se com este livro reconstituir a sindicância à actividade de Raul Proença e de Jaime Cortesão, responsáveis máximos da Biblioteca Nacional, de 1919 a 1927, instaurada na sequência da primeira revolução contra a Ditadura, que deflagrou no Porto e em Lisboa, em Fevereiro de 1927", melhor dizendo: que deflagrou no Porto, chegando a Lisboa vários dias depois...; e na sequência da qual ambos seriam demitidos e logo exilados para fugir à prisão, Cortesão, director, e Proença, originalmente convidado para o cargo, que recusou, indicando o nome do amigo. Além de vários relatórios e peças de imprensa, o volume reproduz a peça que lhe deu título, praticamente inédita, na qual Proença se atira a tudo e todos - incluindo o novo director indigitado pela ditadura, Fidelino de Figueiredo, que a serem verdade algumas das coisas aqui arguidas não sai dela nada bem tratado. 
Ao contrário deste exemplar, novo.

10€

Boavida Portugal — Inquérito Literário

Inquérito Literário (I. Depoimentos dos senhores: Dr. Julio de Matos – H. Lopes de Mendonça – Teixeira de Pascoais – Dr. Augusto de Castro – Gomes Leal – João Grave – Gonçalves Viana – Dr. F. Adolfo Coelho – Dr. Veiga Simões – Julio Brandão – Visc. de Vila Moura – Malheiro Dias – etc. II. Réplicas de outros escritores. III. Comentários da imprensa.

Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1915. In-8º de 368 págs. Br.

Primeira edição em volume, impressa em bom papel de linho, dada a lume três anos depois da publicação faseada no «República» e acrescentada de depoimentos posteriores e de uma resenha dos comentários e críticas antretanto saídos na imprensa. Reproduz a espécie de prefácio «Sinfonia de Abertura», do próprio Boavida Portugal, em que se começava por ler que “Apesar de nos jornais não ser muito habitual tratarem-se largamente assuntos literários, com muita fé, muita tolerancia e muito trabalho, podemos agora dar ao publico este repasto intelectual, que imaginamos da sua utilidade. Não que esses assuntos não sejam simpaticos; mas porque os intelectuais são pessoas mais de apreciar quando precisam dos jornais do que quando estes precisam dêles.”
Celebrizado, de início, pelas várias polémicas a que deu azo – desde as já pouco mansas entre saudosistas e detractores como Júlio de Matos e Adolfo Coelho, até à ferocíssima que estalou entre Júlio Brandão e Pascoaes (à deselegância insultuosa e aparentemente gratuita do primeiro respondeu o segundo com uma violência que lhe nunca tinha sido vista); todas aqui apresentadas através da transcrição das muitas cartas enviadas aos jornais e por eles publicadas –, o «Inquérito» viria mais tarde a ser destacado pela longa (neste volume com 13 páginas) réplica, também a Adolfo Coelho, de Fernando Pessoa (à época, ainda um obscuro colaborador da «Águia»), em que faz a defesa da «Renascença Portuguesa» e, de passagem, da sua auto-centrada teoria/profecia do Super-Camões, considerando Camões como “verdadeiramente grande, mas longe de ser um Dante ou um Shakespeare”.
Exemplar de uma plausível série não declarada encadernada pelo editor em percalina com gravações a dourado e a seco, incluindo o símbolo da sua casa na pasta superior (um pequeno selo do conhecido encadernador A. David, Lisboa, não desmente mas põe dúvidas a esta hipótese); não conservando a capa da série em brochura. Carimbo da brasileira Livraria Académica, em Manaus, na folha de guarda. Na de anterrosto, o sinete de Henrique Perdigão, fundador da portuense Livraria Latina que viria a publicar precisamente de Pascoaes precisamente O Penitente que em breve reeditaremos.

40€

Gomes Leal — Patria e Deus e A Morte do Máo Ladrão (1.º milhar)

1914 / Livraria de João Carneiro & C.ª (T. de S. Domingos, 58), Lisboa. In-8º de 64 págs. Br.

O prefácio do poeta, dedicado a António Cabral, é curioso em pelo menos dois aspectos: por vituperar à larga as gralhas tipográficas que lhe perseguiam os livros, e curiosamente haver só neste prefácio várias; e pela quase monárquica severidade («graxa» ao dedicando?) com que julga os anos republicanos iniciais, “toda esta vil e actual tragi-comedia: toda esta debochada e criminosa decadencia actual: toda esta bambochata ensanguentada, porcalhona, enigmatica, apóz o cinco de Outubro, e até hoje”.

15€

Fialho de Almeida — Os Gatos

Os Gatos (publicação mensal d’inquérito à vida portuguesa)

Lisboa: Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & C.ª (Filhos). 6 vols. in-8º. Enc. em 3.

Dispensará apresentações o mais famoso dos títulos de Fialho (com licença de O Paiz das Uvas abaixo apresentado na edição original), publicação sugerida ao escritor alentejano pelo editor portuense Alcino Aranha, que lhe terá proposto a composição de uma peça mensal ao estilo d'As Farpas de Ramalho e Eça – e que, dado o sucesso de vendas, rapidamente passou a semanal.

Todos os volumes aqui acoplados são os da sexta edição, à excepção do terceiro, que é da quinta; estando os seis encadernados em três tomos, numa encadernação relativamente modesta que não conservou as capas respectivas.

55€

Fialho de Almeida — O Paiz das Uvas

O Paiz das Uvas (com 49 desenhos de Julião Machado / reproducções de Guillaume Frères & C.ª, de Paris)

Lisboa: M. Gomes, Editor, livreiro de suas magestades e altezas | Porto, Magalhães & Moniz, editores – Livraria Universal. M DCCC XCIII. In-8º gr. de 248, [2] págs. Enc.

Foi a edição inaugural do apreciado livro de Fialho, dedicada a Maria Amália Vaz de Carvalho e bastante enriquecida pelas ilustrações de Julião Machado, que propositadamente as preparou para o efeito. A recolha abarca contos como «As vindimas», «Os pobres», «Amores de sevilhano», «A taça do rei de Thule», «Conto de natal», «A princesinha das rosas», «Idyllio triste», «O menino Jesus do paraizo» e «Conto do almocreve e do diabo»; tendo vários deles sido aproveitados, até hoje, em recensões e antologias de todo o tipo.

Exemplar desvalorizado q.b. por algumas pequenas marcas de corrosão na capa, embora o miolo se conserve em bom estado. 

40€  

Raul Brandão — O Avejão (episódio dramático)

Edição da Seara Nova (Praça de Luís de Camões, 46, 2.º) / Lisboa, 1929. (Composto na Tip. da «Seara Nova» / Impresso nas Oficinas Gráficas do «Jornal da Europa» – Rua do Século, 150 –). In-8º de 32 págs. Br.

Expressionista q.b. como todo o teatro do autor, esta peça, aqui em edição original, foi recentemente (2017) levada à cena pela companhia lisboeta Artistas Unidos.

Exemplar por ler, conservando todos os cadernos de texto por abrir (apenas foi aberto o inicial). Discreta assinatura de propriedade sobre o início do texto. Selo da também lisboeta Livraria Ecléctica na folha de guarda.

25€

Raul Brandão — Cartas a Maria Angelina

(Edição: Sociedade Martins Sarmento. Impressão: Diário do Minho. 2019). In-8º de 191, [1] págs. Br.

Preparado por Maria João Reynaud e Célia Oliveira, o volume recolhe as missivas do escritor à então namorada acabada de conhecer em Guimarães – cujos herdeiros lhe legaram o espólio à Sociedade Martins Sarmento. 
Literariamente de menor interesse em relação ao corpus principal do genial portuense e vimaranense adoptivo (são o que são, são cartas de namoro...), nem por isso deixa esta de se constituir peça importante em qualquer colecção brandoniana.

Tiragem limitada a 250 exemplares, dos quais nos vão chegar agora os últimos cinco - não estando prevista, pelo menos por enquanto, a reedição.

16€ (P.V.P.)