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Manuel Laranjeira — Cartas (com prefácio e cartas de Miguel de Unamuno)

Interiores (Relógio d'Água, 1990). In-8º de 153, [7] págs. Br.

"Foi Laranjeira quem me ensinou a ver a alma trágica de Portugal, não direi de todo o Portugal, mas do mais profundo, do maior. E foi ele quem me ensinou a ver não poucos recantos dos tenebrosos abismos da alma humana. (...) O seu livro «Comigo (Versos de Um Solitário)» dá-nos toda a sua alma. O seu pensamento está aí demasiado concentrado. Era preciso ouvi-lo falar. (...) Iluminou a cabeça, que era poderosíssima a pensar, com a chama do seu próprio coração ardente. Poucos homens conheci que tenham juntado a uma inteligência tão clara e penetrante um sentimento tão profundo. Nele, como em Antero, a cabeça e o coração travaram renhida batalha" (do prefácio de Unamuno, que esta reedição reproduz).

Exemplar novo; de uma plausível tiragem inicial que supomos ter sido replicada.

8€

Manuel Laranjeira — Cartas (com prefácio e cartas de Miguel de Unamuno)

Portugália Editora, Lisboa. (1943). In-8º de 183, [5] págs. Br.

O volume, inaugural da colecção «Documentos Humanos», foi preparado por Ramiro Mourão e Alberto de Serpa e apresenta, nas folhas preliminares, uma curta nota biográfica acerca do autor de Commigo e a reprodução de um conhecido retrato seu executado por António Carneiro. Das cartas, interessarão maiormente, em extensão e conteúdo, as várias aqui transcritas em conjunto que foram enviadas a Pascoaes, Amadeo e ao próprio António Carneiro (contando-se ainda entre os restantes destinatários, por exemplo, o próprio Unamuno, João de Barros e António Patrício). Constou a edição de 2.230 exemplares numerados - a este coube o nº1188, da série corrente - e rubricados pelo filho de Manuel Laranjeira, Flávio.

Primeira edição, replicada pela Relógio d'Água décadas mais tarde.

23€

Manuel Laranjeira — Diário Íntimo

Diário Íntimo (introdução e notas de Alberto de Serpa)

Portugália Editora, Lisboa. (1957). In-8º de 210, [6] págs. Br.

No seu texto inicial, apontava Alberto de Serpa este diário e as cartas como o mais apreciável de tudo o que Laranjeira deixara escrito – um, pelo “abandono confidencial que só se há consigo mesmo”, e outras pela “improvisação transcendente à conversa «dum grande pensador que foi acaso um sentidor maior ainda»”. Publicada na série «Documentos Humanos», a edição reproduz, em folhas couché destacadas, um retrato do espinhense e três caricaturas dele compostas, duas por um então novíssimo Amadeo de Souza Cardoso e uma outra por Diogo de Macedo.


20€

Manuel Laranjeira — Prosas Perdidas

Prosas Perdidas (Selecção, Introdução e Notas de Alberto de Serpa)

Portugália Editora, Lisboa (1958). In-8º de 264, [4] págs. Br.

Terceiro e último dos volumes preparados por Alberto de Serpa a coberto da Portugália, recolhendo alguns dos muitos textos de Laranjeira dispersos pela imprensa da época e ainda não publicados em livro: sobre literatura (Camilo, Junqueiro, João de Deus, etc.), artes plásticas, religião, medicina, etc. etc.

O exemplar apresenta uma dedicatória de oferta daquelas que quase valem mais – ou valem mesmo... – do que a peça; manuscrita e assinada pelo próprio Alberto de Serpa a Cupertino de Miranda, que porém não o chegou a ler, conservando-se ainda com os cadernos por abrir: “Ao belo e largo espírito de Arthur Cupertino de Miranda, com muita estima e admiração, estes papéis que lhe lembrarão saudosos tempos”. Capa e folhas iniciais e finais com ligeiras marcas marginais de escurecimento.


35€

Manuel Laranjeira — Commigo (versos d’um solitario)

Composto e Impresso Na Tipografia de A Intermediária, Limitada. Porto. (1929). In-8º de 138, [6] págs. Br.

Edição póstuma, publicada pela família do escritor; a abrir o volume, integra uma reprodução (em folha destacada de papel couché) de um retrato a sanguínea de Laranjeira pelo amigo António Carneiro desenhado em 1912, retrato de que, salvo lapso de memória, o espinhense falava longamente numa das cartas que se conhece enviadas a Amadeo de Souza-Cardoso.

Exemplar com alguns defeitos exteriores.

12€


Mário Sá Carneiro — Juvenília Dramática

Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda. 1995. In-8º peq. quadrado de 100, [4] págs. Br.

Primeira edição de três peças inéditas do poeta, escritas entre 1907 e 1908 e só em 1992 descobertas num envelope perdido na famosa «arca» de Pessoa. Inclui uma «Introdução» da sobrinha deste último, Manuela Nogueira, que encontrou os manuscritos, e uma «Nota à Juvenília Dramática de Mário de Sá-Carneiro» da autoria de Maria Aliete Galhoz. 

Tiragem de 1300 exemplares, encadernados pelos editores em tela com sobrecapa ilustrada.


10€

Mário Sá Carneiro — Poemas Juvenis (1903-1908): inéditos

Porto, Centro de Estudos Pessoanos, 1986. In-8º de 129, [7] págs. Br.

Primeira edição de um conjunto de inéditos do poeta, a partir de um caderno manuscrito, tardiamente descoberto, com tentativas poéticas da juventude e versões do alemão (Goethe, Schiller, Heine, etc.) e do francês. Preparada pelo investigador François Castex, que na sua longa – estende-se até à pág.40 – introdução, e após contar da descoberta e aquisição do caderno ao alfarrabista lisboeta Óscar Rodrigues, trata do aparato crítico a cada um dos textos que, segundo diz, fornecerão “a todos os que se interessam por Sá-Carneiro elementos novos e inéditos que permitirão melhor apreciar a sua caminhada para o génio.” Inclui, ainda a abrir, uma extensa tábua de bibliografia passiva sobre o «Esfinge-Gorda».


12€

Paul Celan: centenário do nascimento

23 de Novembro: dá-se esta curiosa circunstância de o poeta maior do século XX e o maior poeta português da mesma centúria terem nascido no mesmo dia. Paul Celan faria hoje 100 anos e Herberto Helder 90. A curiosidade aumenta se tivermos em conta que o segundo era leitor devotado do primeiro, e que o conhecimento de Celan em Portugal é em boa medida a Herberto que se deve (podemos falar por nós). 
Uma dupla homenagem, com prioridade ao senhor de quem hoje se comemora o centenário, e de quem acaba de sair na Antígona a correspondência trocada com a alemã Ingeborg Bachman. Se se despacharem, talvez ainda consigam obter da Cotovia - que neste mesmo Novembro encerrará actividade - algum exemplar de «Sete Rosas Mais Tarde: antologia poética», «A Morte é uma Flor» e «Meridiano», os três fundamentais volumes que editou em Portugal com versões de João Barrento e Yvette K. Centeno.
De Celan vamos aqui deixar um dos seus primeiros e ainda não tão interessantes poemas (deu título ao primeiro livro: Papoila e Memória), o agora apropriadíssimo «Corona» (outra coisa curiosa: reparem como começa e como termina a composição...). A rápida tradução é nossa, ontem, domingo.

"O Outono vem comer a sua folha à minha mão: somos amigos.
Descascamos das nozes o Tempo e ensinamo-lo a andar:
o Tempo regressa à sua casca.

No espelho é domingo, 
no sonho adormecemos,
a boca diz a verdade.

Meu olhar desce ao sexo dos amantes:
olhamo-nos, 
dizemo-nos a escuridão,
amamo-nos como papoila e memória,
dormimos como vinho nas conchas,
como o mar no brilho-sangue do luar.

Ficamos abraçados à janela, as pessoas vêem-nos da rua:
é bem tempo de saberem!
É tempo de a pedra se resolver a dar flor,
de o desassossego palpitar num coração.
É tempo de o tempo ser.

É tempo."

Fernando Pessoa — Obra Poética e em Prosa

Obra Poética e em Prosa (Introduções, organização, biobibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa)

1986 / Lello & Irmão – Editores, Porto. 3 vols. in-8º de 1212; 1352; e 1502 págs. Enc.

Edição monumental, daquelas típicas da Lello em papel-bíblia (a.k.a. papel-da-índia), com encadernação em pele profusamente gravada a ouro na lombada e na pasta superior – complementando, por via da prosa, as que no mesmo género Maria Aliete Galhoz preparara para a brasileira Aguilar na década de 60. A introdução de António Quadros, «Introdução Cronológico-Biográfica», espécie de biografia (demasiado psicologizante mas rica de apontamentos com interesse) do poeta, é extensíssima, espraiando-se pela primeira centena de páginas; seguindo-se a da escritora portuense, «Uma Demanda», com três dezenas. O resto do primeiro volume foi ocupado pela antologia poética, sendo o segundo e o terceiro dedicados à prosaica: «Páginas Íntimas», «Cartas», «Ficção», «Textos de Intervenção na Vida Cultural e Literária Portuguesa» (vol.II); «Estética, Teoria e História da Literatura», «Páginas de Reflexão Filosófica», «A Realidade Transcendente», «Sobre Portugal e o homem português», «Pensamento Político (Páginas Polémicas e Doutrinárias)», «Teoria Económica», «Poemas Traduzidos do Inglês», «Biobibliografia», «Apêndice» (vol.III).

Bom conjunto, globalmente por estrear, apesar de ligeiros vestígios de manuseio no início do vol.I.


75€

Fernando Pessoa — Obra Poética

Círculo de Leitores (1986). 3 vols. in-4º. Enc.

Encadernados pelo editor com gravações a dourado, impressos sobre bom papel canelado e ilustrados por Ilda David e Manuel Rosa, com organização e prefácio, cronologia e bibliografia de João Gaspar Simões no primeiro, os volumes recolhem respectivamente: Mensagem, À Memória do Presidente-Rei Sidónio Pais, Quinto Império e Cancioneiro; Poemas de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis, Poesias de Álvaro de Campos e Para Além Doutro Oceano de Coelho Pacheco; Poemas Dramáticos (O Marinheiro / Primeiro Fausto), Poesias Inéditas, Novas Poesias Inéditas, Poemas Ingleses, Poemas Franceses, Poemas Traduzidos e Quadras ao Gosto Popular.


40€

Cartas de Amor de Ofélia a Fernando Pessoa

Cartas de Amor de Ofélia a Fernando Pessoa (organização de Manuela Nogueira / Maria da Conceição Azevedo)

Assírio & Alvim (1996). In-8º gr. de 334, [2] págs. Br. 

Textos introdutórios da sobrinha do poeta e da académica, aquela explicando que apenas ultrapassou os pruridos em publicar estas cartas pela insistência da segunda; pruridos que dizia herdados da mãe (irmã de Fernando Pessoa), que desde sempre se opusera à publicação e já não terá achado graça nenhuma à edição das inversas cartas do fingidor à pobre «namorada», pela Ática, em 1978. 16 anos passados sai este volume igualmente fundamental para qualquer pessoana, bastante ilustrado num conjunto de folhas destacadas com fotografias de ambos (algumas aparentemente inéditas) e de cartas e castiços postais e bilhetes postais usados, incluindo o repetido que serviu para a capa do livro. “Ao ler estas cartas ingénuas, patéticas, apaixonadas e um pouco obsessivas sentimos os meandros dolorosos das disparidades humanas”, assim bem resumia Manuela Nogueira, porventura com alguma deselegância, a coisa; indicando depois que estas mesmo assim três centenas de páginas correspondem apenas a uma selecção dentre um total de “230 cartas, 46 postais, vários pequenos bilhetes e 2 telegramas”. 

Edição original, entretanto reeditada no ano passado. 

Exemplar muito bem conservado, talvez por estrear; com o selo da livraria cooperativa portuense Unicepe. 

 23€

Cartas de amor de Fernando Pessoa

Cartas de amor de Fernando Pessoa (Organização, prefácio e notas de David Mourão-Ferreira / Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz)

Edições Ática, Lisboa. (1978). In-8º de 222, [6] págs. Br.

São bastante extensos os textos da própria destinatária Ofélia Queirós e sobretudo o de David Mourão-Ferreira que, respectivamente, abrem e encerram o volume: «O Fernando e Eu» (estruturado pela sobrinha-neta Maria da Graça) e «Estas «Cartas de Amor» de Fernando Pessoa»; um e outro já não reproduzidos na edição posterior dada a lume pela Assírio & Alvim que também apresentamos.

16€

António Quadros — Fernando Pessoa: Vida, Personalidade e Génio

Fernando Pessoa: a obra e o homem / Nova versão // I Volume: Vida, Personalidade e Génio

arcádia (1981). In-8º de 316, [IV] págs. Br.

Volume publicado na conhecida colecção de biografias da Arcádia, embora neste caso menos biográfico e mais exegético, como seria de esperar tratando-se do esotérico-compulsivo Quadros – que após uma «Introdução cronológica à vida e à obra» dividiu o seu estudo principal, «Personalidade, génio e destino», em nove secções de capítulos, uma delas «O Poeta visto pelos seus contemporâneos (Um retrato-robot), entre os quais Almada, Ofélia e Carlos Queirós, Pierre Hourcade, etc.). Como de costume, há um conjunto de folhas centrais ilustradas, impressas sobre papel couché.

Em complemento a este primeiro volume, independente por si só, sairia depois um ainda mais exegético Iniciação Global à Obra ; salvo erro, um caso único na série.

14€

Fernando Pessoa — Odes de Ricardo Reis

Lisboa: Editorial Ática, 1946. In-8º de 170, [3] págs. Br.

Primeira edição, impressa em bom papel e incluindo no final uma lista das variantes apostas por Pessoa nos manuscritos, até então inéditos.

Exemplar ainda em muito bom estado, salvo pontuais e pouco pronunciados vestígios de acidez.

30€


O Livro de Cesário Verde

Edições Ática, Lisboa (1959). In-8º de 211, [9] págs. Br.

Primeira das várias edições que a Ática publicou, reproduzindo como habitualmente o prefácio de Silva Pinto para a edição original.

Exemplar com alguns defeitos na capa e discreta assinatura sobre o frontispício.

12€


Obra Completa de Cesário Verde

Obra Completa de Cesário Verde (Organizada, prefaciada e anotada por Joel Serrão)

Portugália Editora, Lisboa. (1964). In-8º de 264, [VI] págs. Br.

Além de «O Livro de Cesário Verde», engloba «Poesias não incluídas em «O Livro de Cesário Verde»», «Cartas» e um «Apêndice» com a composição «O Desastre», uma tábua biobiliográfica e bibliografia propriamente dita. É importante o texto preliminar de Serrão, «Fundamentos e critérios da edição da Obra Completa de Cesário Verde», perorando sobre o velho problema da efectiva intervenção de Silva Pinto na preparação do livro original.


12€

Rainer Maria Rilke — As Elegias de Duíno e Sonetos a Orfeu

Porto, Editorial Inova Limitada. [S/d - 1968?]. In-8º de 188, [4] págs. Br.

Primeira, salvo erro, edição portuguesa das elegias e dos sonetos – apenas algumas e alguns haviam sido antes publicados, de forma esparsa, pelo mesmo Paulo Quintela em revistas várias, tendo a publicação conjunta sido sucessivamente adiada (já antes prevista no Instituto de Alemão da UC e na Portugália, pelo menos). Reproduz, também do tradutor, o texto introdutório “Este «erro de distinguir»” que saíra em 1939 na «Revista de Portugal» a acompanhar a primeira elegia, única publicada na primeira metade do século; e inclui, a concluir, um apêndice com esboços, fragmentos e primeiras versões. Ilustrada por gravuras diversas (o castelo de Duíno, um retrato de Rilke, etc.).

Exemplar duplamente valorizado por uma assinatura manuscrita de Quintela e por uma dedicatória, também manuscrita, do editor José da Cruz Santos num cartão de oferta igualmente aposto no anterrosto. Por estrear, com as folhas ainda por abrir e em bom estado.

25€ (reservado)

Rainer Maria Rilke — Os Cadernos de Malte Laurids Brigge

Os Cadernos de Malte Laurids Brigge (prefácio e versão portuguesa de Paulo Quintela)

MCMLV _____ Coimbra (publicação do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra; composto e impresso nas oficinas da «Atlântida»). In-8º de 277, [3] págs. Br.

Esta primeira edição portuguesa foi apresentada pelo tradutor num longo prefácio em que, de passagem (e com demasiado afã...), abria a polémica, depois rapidamente abafada, com Jorge de Sena pelas críticas que este - por fácil sentença, mesmo quando não sabia, como era aqui e quase sempre o caso, do que estava a falar - lhe fizera a propósito de traduções pouco anteriores; e reproduz, no final, uma também extensa carta de Rilke ao tradutor polaco, Witold Hulewicz, em que, a pedido dele, eram explicados com detalhe vários passos do livro. Contém três gravuras em folhas extra-texto de papel couché, uma delas de um retrato a óleo do escritor.

A capa do exemplar apresenta manchas de acidez.

15€

Rainer Maria Rilke — Poésie (Traduction de Maurice Betz)

Paris: Éditions Émile-Paul Frères. (1938). In-4º de págs. Br.

Esta grande recolha abrange composições de «Premières Poesies», «Chants de l’Aube», «Livre d’Images», «Livre d’Heures», «Nouvelles Poesies», «Elégies de Duino», «Sonnets a Orphée», «Poèmes Français» e «Dernières Poesies».

Exemplar com algum desgaste exterior.

15€

Paul Verlaine — Poésies (présentation par Maurice Fombeure)

Le livre club du libraire, Paris. (1959). In-8º de XII, [XXVI], 273, [7] + XVI págs. ilust. Enc.

Edição esmerada, impressa em bom papel tendo composição gráfica da casa Firmin-Didot e encadernada em tela fina gravada a ouro nos ateliers Bonnet-Madin; com tiragem de 4000 exemplares numerados (este, o 1514) na série corrente, a que acresceu uma especial de 150 fora do comércio. Recolhe «Poèmes Saturniens», «Fêtes Galantes», «La Bonne Chanson», «Romances sans Paroles» e «Sagesse» (deste último e do segundo reproduz em fac-simile os manuscritos de alguns textos, como reproduzidos são também, a ilustrar e terminar o volume, retratos variados, artísticos e fotográficos, do autor). 

25€

Cruzeiro Seixas [1920-2020]


Morreu ontem Artur do Cruzeiro Seixas, último sobrevivente do grupo/anti-grupo surrealista que deu ao século XX português um dos seus principais artistas e dois dos seus melhores poetas (António Maria Lisboa e Cesariny), além por exemplo do corrosivo contista Mário-Henrique Leiria; e a cujas mesas de café se sentou depois aquele que viria a ser o seu poeta maior, Herberto Helder. Quer nas letras e nas artes, quer na ética e na estética, esse conjunto de rapazes lisboetas, essa quase mítica «geração» (com actividade ir-regular até 1953, ano da morte temporã de A. M. Lisboa), foi a que mais influenciou e mais importância teve para um ror de lusa gente das várias gerações seguintes, o livreiro incluído. Acabou ontem? Não acabou ontem. Não é para acabar, é para transmitir de geração em geração. Lá fora, em França, foi a de Artaud, Breton, Char, Desnos, etc. (ordem alfabética). Nós tivemos esta duas décadas depois, e para tão tacanho meio pode considerar-se milagre.

Além de pintor (ou "homem que pinta"), desenhador e compulsivo variadíssimo artista gráfico, Cruzeiro Seixas foi também um bastante produtivo poeta - cujos poemas muitas vezes parecem a tradução lírica da sua própria plástica. 
Fique o que segue para demonstração, com a nossa homenagem.

"Era um pássaro alto como um mapa
e que devorava o azul
como nós devoramos o nosso amor.

Era a sombra de uma mão sozinha
num espaço impossivelmente vasto
perdido na sua própria extensão.

Era a chegada de uma muito longa viagem
diante de uma porta de sal
dentro de um pequeno diamante.

Era um arranha-céus
regressado do fundo do mar.

Era um mar em forma de serpente
dentro da sombra de um lírio.

Era a areia e o vento
como escravos
atados por dentro ao azul do luar."

Antologia da Novíssima Poesia Catalã

Antologia da Novíssima Poesia Catalã (Tradução directa do catalão, selecção prefácio e notas de Manuel de Seabra)

Editorial Futura/Carlos & Reis, Lda. – Lisboa, 1974. In-8º quadrado de 297, [23] págs. Br.

A literatura catalã é bastante conhecida em Portugal, através de uma grande antologia de contos e de diversas obras, principalmente de Felix Cucurull e Pere Calders. Mas a poesia catalã não tem sido suficientemente divulgada entre nós”, lacuna que este volume relativamente pioneiro tentava compensar recolhendo poemas de, entre muitos outros, Joan Vergés, Núria Albó, Joan Manfresa, Francesc Parcerisas, Anton Carrera, Josep Maria Fulquet, Maria Angels Anglada e Antoni Tapies-Barba.

Bom exemplar, salvo algum desgaste da capa.

14€

poetas catalães de hoje

Coimbra, 1972. (Edição da Autora da Tradução / Composto e Impresso na Tipografia Agueda, Alta Vila – Agueda). In-8º peq. de 79, [1] págs. Br.

Após O Canto e as Armas e Um Barco para Ítaca, de Manuel Alegre, foi este o terceiro título publicado na colecção Poesia – Nosso Tempo, da Centelha (que o distribuiu), apesar da indicação de se tratar de uma edição da própria tradutora e responsável pela antologia, Manuela Rocha. Na sua introdução, depois de uma breve panorâmica sobre a história política e linguística, explicava ela ter optado pela poesia de protesto, por isso deixando de fora nomes como Foix, Ferrater, Alpera Leiva, Bartra ou Carner – e antologiando nesta colectânea Pere Quart, Salvador Espriu, Felix Cucurull, Joan Colomines, Xavier Amorós, Francesc Vallverdú, Isidre Molas, Miquel Bauçà, Maria del Carme Oller i Giralt, Francesc Parcerisas e Carles-Jordi Guardiola; de todos sendo apresentada uma breve notícia biográfica.

8€

Mario Vargas Llosa — Como Peixe na Água: Memórias

Como Peixe na Água: Memórias (Tradução: Miguel Serras Pereira)

Publicações Dom Quixote / Lisboa, 1994. In-8º de 563, [1] págs. Br.

Como Peixe na Água contém, em capítulos alternados, as memórias de duas épocas decisivas da vida de Mario Vargas Llosa: a primeira, que vai dos finais de 1946 (período da sua infância em que soube que o pai não tinha morrido e lhe foi apresentado) a 1958, quando, ainda jovem escritor, abandonou o Peru para vir residir na Europa; a segunda, a da campanha presidencial que termina – após derrota eleitoral à segunda volta perante Fujimori, a 13 de Junho de 1990 – com outra viagem à Europa que iniciará uma fase da vida do autor em que a literatura “passa a ocupar o lugar central””. Edição portuguesa há muito esgotada.

Exemplar com defeitos exteriores; apesar disso, o miolo aparentemente por estrear.

10€

Pablo Neruda — Confesso que Vivi (Memórias)

Confesso que Vivi (Memórias) / 2.ª edição

Publicações Europa-América (1979). In-8º de 339, [9] págs. Br.

“As memórias do memorialista não são as memórias do poeta. Aquele viveu talvez menos, mas fotografou muito mais, recreando-nos com a perfeição dos pormenores. Este entrega-nos uma galeria de fantasmas sacudidos pelo fogo e pela sombra da sua época”: entre os quais Garcia Lorca, Rafael Alberti, Miguel Hernández, Paul Éluard, Pierre Reverdy, Cesar Vallejo, Gabriela Mistral, Vicente Huidobro; e falando também de políticos como Videla, Estaline, Fidel Castro e Salvador Allende, cuja campanha presidencial aborda brevemente (recorde-se que Neruda fôra ele próprio «pré-candidato» em 1969 e que seria assassinado após o golpe de Estado em que as forças armadas chilenas, lideradas por Pinochet e apoiadas pelos EUA, também num 11 de Setembro também terrorista, depuseram o democrático vencedor de 1973).  

Uma primeira edição saíra em 1975, e uma segunda, na tiragem anterior a esta, em 1976.

12€

Pablo Neruda — Uma Casa na Areia

Uma Casa na Areia (Tradução de Fernando Assis Pacheco)

Publicações Dom Quixote / Lisboa, 1998. In-8º de 99, [5] págs. Br.

Escrito em prosas interligadas e entremeadas por um único poema em verso («O dente de cachalote»), o livro é dedicado à povoação costeira chilena de Isla Negra e à casa que o poeta nela tinha.

Exemplar por estrear, mas com ligeiro desgaste do cliché sobre a capa típico da colecção.

10€

Pablo Neruda — Antologia

Antologia de Pablo Neruda (Tradução de José Bento)

Editorial Inova Sarl. [1973]. In-8º de 219, [15] págs. Br.

Volume publicado na colecção «As Mãos e os Frutos», graficamente dirigida por Armando Alves com um desenho de Ribeiro de Pavia ilustrando as capas. A antologia recolhe composições dos livros «Crepusculario», «Residencia en la Tierra», «Tercera Residencia», «Canto General», «Versos del Capitán», «Odas Elementales», «Nuevas Odas Elementales», «Estravagario», «Cien Sonetos de Amor», «Plenos Poderes», «Memorial de la Isla Negra» e «La Barcarola».


14€

Vicente Aleixandre — Antologia

Antologia de (…) / (Selecção, tradução e prólogo de José Bento)

Editorial Inova / Porto (1977). In-8º de 204, [20] págs. Br.

É bastante extenso (duas dezenas e meia de páginas) o prólogo do hispanista há pouco falecido, ensaiando uma panorâmica sobre a bibliografia do poeta espanhol da qual seleccionou e traduziu as composições aqui apresentadas. O volume apresenta, como habitualmente na série, algumas gravuras sobre folhas destacadas – uma delas um retrato do antologiado com um jovem Eugénio de Andrade.

Exemplar com algumas marcas na capa; miolo sem defeitos dignos de nota.

14€