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Jean-Pierre Ryngaert ― O Jogo Dramático no Meio Escolar

centelha / Coimbra, 1981. In-8º de 230, [II] págs. Br.

"Neste livro, depois de uma panorâmica do quadro institucional, define-se o jogo dramático em função daquilo que ele não é - nem teatro nem psicodrama - e que, no entanto, aflora a todo o momento. Em que condições o jogo dramático facilita o aparecimento de um discurso autónomo sustentado por uma linguagem artística original? Recusando ser livro de receitas ou reflexão desligada da realidade é um livro de grande utilidade para professores, animadores e todos os que trabalham com crianças".
Em breve nota preliminar, o autor explicava dever-se esta tradução portuguesa a um estágio em que participara organizado pelo Centro Cultural de Évora, juntamente com pessoal da Escola de Teatro de Évora e um grupo de professores e animadores culturais.
Volume publicado na colecção «Teatro Transformação».

10€

teatro na escola: A Nostalgia do Inefável

(Quinta Parede. Impressão e acabamento: Rainho & Neves, Lda. Outubro de 1999). In-8º gr. de 104, [II] págs. Br.

O volume, organizado principalmente por José Caldas e Natércia Pacheco, reporta experiências em grupos de teatro do Porto e de Matosinhos, ao mesmo tempo que apresenta alguns ensaios mais em abstracto: «A intervenção do artista na escola», de Caldas, e «Os teatros e a escola. Considerações breves sobre algumas experiências de teatro nas escolas», de Natércia Pacheco.

Exemplar por estrear.


8€

Manuel Ivo Cruz ― O Teatro Nacional de S. Carlos

Lello & Irmão – Editores (Artes Gráficas - Porto - 1992). In-4º de 80, [II] págs. Cart.

Monografia do velho teatro lisboeta, num álbum impresso sobre papel couché e abundantemente ilustrado de uma ponta à outra, acompanhando a história e as histórias das inúmeras personagens a ela associadas; capa cartonada com sobrecapa de papel, que o exemplar conserva.

15€

Varela Silva ― Camarim com Janela para a Rua: Histórias de Teatro

Camarim com Janela para a Rua: Histórias de Teatro (ilustrações de Lima de Freitas)

Editorial Estampa, 1992. In-8º de 118, [II] págs. Br.

Além das ilustrações na capa e ao longo de todo o volume, é também de Lima de Freitas o prefácio a este livro de um autor que "tem um dom pessoal de contador de histórias, tem uma graça natural e um humor por vezes simultaneamente popular e requintado - as duas coisas podem andar juntas - ao qual é difícil resistir". Passam por estas páginas, em historietas e anedotas, Ângela Pinto, Laura Alves, João Villaret, Emília das Neves, Vasco Santana, Palmira Bastos, Luz Veloso, Taborda, Armando Cortez, Chaby Pinheiro, Robles Monteiro, Rui de Carvalho, António Silva, Amália, Leitão de Barros, Rui Mendes, Manuela Porto, Raul Solnado, etc; e episódios variados do meio lisboeta em geral e do teatral em particular.

10€ (reservado)

Eduardo Scarlatti ― A Religião do Teatro

(Composto e impresso na “Ottosgráfica” – L. do Conde Barão, 50 – Lisboa). (Na capa: A Peninsular Lda. Editores. R. da Vitória, 55. Lisboa). [S/d]. In-4º de 164, [6] págs. Br.

O texto de Scarlatti divide-se pelas três grandes secções de capítulos «A Sinfonia das Imagens», «A Sinfonia das Idéias» e «A Revolta do Génio» (alguns deles: «A revelação de Nietzsche sôbre o espírito da tragédia grega», «A musicalidade das obras de Shakespeare», «Wagner e o problema da fusão das artes», «O instrumento da tragédia, o actor. – Eleonora Duse», «Os limites do horizonte plástico», etc.); todas ilustradas por gravuras com reproduções de modelos de museus de Londres, Petersburgo, Viena, Nápoles, entre outros, recortadas em graciosos clichés sobre o texto.

Esta edição original constou de apenas trezentos exemplares numerados e rubricados pelo autor, tendo a este – valorizado ainda por cima por uma dedicatória de oferta manuscrita pelo próprio Scarlatti a Cunha Freitas, que lhe apôs o respectivo ex-libris, sobre o qual está outro que sinceramente desconhecemos se é também dele ou não – cabido o n.º 42 ou 92 (o primeiro algarismo ficou pouco nítido). Algum desgaste exterior, miolo em bom estado.

35€

Eduardo Scarlatti ― A Religião do Teatro

Editorial Ática « MCMXLV. In-4º de 130, [106] págs. Br.

Segunda edição, muito aumentada e preferível à primeira, com direcção gráfica de Luís de Montalvor e impressão nas infalíveis Oficinas Bertrand, cujas dezenas e dezenas de gravuras e fotogravuras, a cores e p/b, intra e extra-texto, lhe fazem – acrescidas dos bons desenhos a tinta em vinheta – o encanto: entre cenários e esboços, figurinos, retratos de dramaturgos e actores desde a Antiguidade Grega até à época, peças artísticas e gravuras antigas alusivas ao teatro. O texto de Scarlatti divide-se pelas três secções de capítulos «A Sinfonia das Imagens», «A Sinfonia das Idéias» e «A Revolta do Génio».

Exemplar ainda geralmente bem conservado, sem  defeitos significativos.  
 
25€

The Lumiere Project

(Edited by Catherine A. Surowiec) The Lumiere Project: the European Film Archives at the Crossroads

(Associação Projecto LUMIERE / Printed in PORTUGAL (Guide – Artes Gráficas, Lisboa) February 1996). In-4º de 261, [III] págs. Cart.


"As cinema celebrates its first hundred years, we ourselves also stand at the brink of a new millenium. The preservation of film history is at a crossroads. (...) Lavishly illustrated in glorious colour, this book helps to bring alive the common concerns facing the future of our cinema heritage".
Devido em parte a esforço de portugueses como António-Pedro Vasconcelos, e presidido por José Manuel Costa, que aqui assina um longo texto introdutório, este Projecto Lumiere, entre outras coisas, dedicou-se à restauração de um corpus de cem clássicos do cinema europeu (incluindo o nosso Oliveira, por exemplo); neste álbum apresentados com algum detalhe e informação útil (sabiam que o «Aniki-Bobó» deve o argumento a um texto do republicano Rodrigues de Freitas?) e abundantemente ilustrados por fotogramas directamente retirados dos filmes a restauro.

Cartonado e revestido de uma sobrecapa em papel, o volume teve design gráfico de Manuel Rosa.

Exemplar com o selo da livraria portuguesa do Instituto Português do Oriente e ex-libris aposto.

35€

ricardo malheiro: um sibarita no cinema

Câmara Municipal de V. N. Famalicão, 2001. In-8º de 434, [II] págs. Br.

Era enfim a biografia deste nome incontornável do Cinema Novo e dos primórdios da curta-metragem em Portugal, bastante investigada e desenvolvida e acrescentada no final de um extenso dossier fotográfico, a p/b sobre fundo negro, com imagens do actor, realizador e sobretudo produtor na Famalicão natal, na Espinho onde viveu e dirigiu o Casino, na Lisboa onde viria a desembocar, no estrangeiro, etc., da mulher, da família, dos amigos, do métier, do meio político, etc.etc. A este último propósito, sublinhe-se como sendo Malheiro um homem muito bem relacionado nos círculos do antigo regime, no seu ano de despedida (1969) apenas se dedicou a figuras da resistência: Lopes Graça, Namora e Sophia, no célebre documentário que foi o trabalho de estreia de um jovem João César Monteiro, depois o enfant terrible da nossa Sétima Arte.

15€

quarteto - um quarto do século XX

Contemporânea (2000). (fotolitos impressão e acabamento: Rocha Artes Gráficas). In-8º quadrado de 142, [II] págs. Br.

Volume de homanegam à casa de Pedro Bandeira Freire, que por então cumpria 25 anos de actividade; recolhendo depoimentos mais ou menos longos de, só por exemplo, João Soares, Almeida Faria, Baptista-Bastos, Dinis Machado, Eduardo Prado Coelho, Fernando Fernandes, Fernando Lopes, João Lopes, Joaquim Leitão, Jorge Leitão Ramos, José Fonseca e Costa, José Manuel Castelo Lopes, Lauro António, Luís Filipe Costa, Luís Francisco Rebelo, Luís Galvão Teles, Maria João Seixas, Maria Teresa Horta, Mário Dorminsky, Nuno Artur Silva, Paulo Branco, Nuno Bragança, Francisco Bélard e João Bénard da Costa. Depois, um dossier de ilustrações e, no final, a lista de todos os filmes que estiveram em exibição ao longo desse quartel.

Exemplar por estrear.


15€

F. Scott Fitzgerald ― Crónicas de Hollywood

teorema. [S/d - DL1991]. In-8º de 175, [IX] págs. Br.

Foi a edição portuguesa da colectânea de contos Pat Hobby Stories, cuja edição original saíra apenas na década de 60, já bastante após a morte do escritor; também com tradução de Telma Costa.

Vários exemplares disponíveis.

8€

F. Scott Fitzgerald ― A Viagem da Velha Sucata

(Editorial Teorema). [S/d - D.L. 1992]. In-8º de 109, [III] págs. Br.

"Numa manhã de julho de 1920, um homem, Fitzgerald, a sua mulher, Zelda, e uma velha sucata, um Marmon de 1917, que vai ser o verdadeiro protagonista da história, partem de Westport para uma longa viagem até ao Alabama.

O relato desta viagem, originalmente publicado na revista americana Motor e praticamente desconhecido até hoje, é um feliz e divertido achado em que estão presentes todas as qualidades da escrita do autor de Terna é a Noite."
Assim é, de facto, e o resultado foi esta delícia de livro, pelo qual a fina ironia de Fitzgerald perpassa da primeira à última página - dificilmente havendo alguma em que o leitor não ria ou sorria, salvo quando a meio se sai com várias tiradas racistas que hoje nos soam bastante mal.

Tradução de Telma Costa.

Vários exemplares ainda disponíveis entre os nossos fundos da «velha», e propriamente dita, Teorema.

8€

F. Scott Fitzgerald ― O Grande Gatsby

O Grande Gatsby
(Romance) / Tradução e Prefácio de José Rodrigues Miguéis

Portugália Editora, Lisboa. [S/d]. In-8º de 263, [5] págs. Br.


"A notável introdução crítica e biográfica que José Rodrigues Miguéis especialmente escreveu para acompanhar a sua tradução de O Grande Gatsby vem revelar ao público português a estranha personalidade de um dos maiores escritores americanos deste século. Pràticamente desconhecido entre nós (apenas um filme, A Amada Infiel, nos veio lembrar a sua existência e por forma que nada testemunhava o seu génio literário), só agora dele se traduz um romance", assim começava o editor a sua nota de apresentação que terminava dando conta da intenção de traduzir em seguida Tender is the Night e This side of Paradise, conforme efectivamente veio a suceder .
Ninguém se querendo entretanto arriscar a fazer melhor do que um escritor português residente nos Estados-Unidos, tem sido esta tradução, aqui em primeira edição, a ser aproveitada até hoje mesmo noutras editoras.

12€

F. Scott Fitzgerald ― Belos e Malditos (romance)

Portugália Editora. [S/d]. In-8º de 483, [VII] págs. Br.

"O menino prodígio da sua geração, já foi considerado apenas como «porta-voz da Era do Jazz»: mas excede muito esta craveira, e nenhum dos seus coevos pintou com tintas tão humanamente amargas e sedutoras o drama do homem arrastado pela sede de viver e vencer, e a desilusão e o fracasso dela decorrentes."
(José Rodrigues Miguéis)

Exemplar com ligeiros vincos superficiais na capa.

12€

Liv Ullmann ― Mutações

Nova Nordica (1984). In-8º de 220, [VI] págs. Br.

Na face inferior da capa reproduziam-se apreciações da imprensa anglo-americana a este interessante livro, por exemplo do Washington Post (“Este livro pertence a uma classe à parte. Uma das coisas mais extraordinárias a respeito da autobiografia de Liv Ullmann é o pouquíssimo que a obra depende da celebridade da autora para demonstrar a sua força”) e da Harper’s Magazine (“Se Truman Capote pudesse actuar no palco tão bem como Liv Ullmann sabe escrever, ele estaria em condições de representar Hamlet diante de plateias apinhadas para o resto da vida”). Não é indicado o nome do tradutor para português, parecendo provável que se trate do aproveitamento – não indicado também – de uma qualquer edição brasileira a partir da tradução para inglês assegurada pela própria actriz.

10€

Ingmar Bergman ― Cenas da Vida Conjugal

editorial O Século (1975). In-8º de 190, [2] págs. Br.

Ao prefácio do próprio realizador sueco, datado de 1972 (a edição original é de 1973, ano em que o filme estreou nas salas), seguem-se os capítulos «Pureza e Pânico», «A arte de varrer para baixo do tapete», «Paula», «Vale de lágrimas», «Os analfabetos» e «A meio da noite numa casa escura em algum lugar do mundo». 
Primeira edição portuguesa, baseada na brasileira cuja tradução fôra de Jaime Bernardes da Silva. Salvo erro, este livro – do qual Bergman diria “Levei três meses a escrever estas cenas, mas levei uma vida inteira a vivê-las” (citado de memória) – não chegaria a integrar os títulos do realizador sueco publicados mais tarde pela Assírio & Alvim, apenas voltando a ser publicado no nosso país numa pequena edição do Teatro D. Maria II, já em 2012.
10€

Charles Chaplin ― Minha Vida

Minha Vida
/ Edição Comemorativa do Centenário de Nascimento (1889-1989) // Introdução: Sérgio Augusto, Prefácio: Octavio de Faria, Poesia: Carlos Drummond de Andrade // 7.ª edição

José Olympio Editora (1989). In-8º de 510, [2] págs. Br.

Edição comemorativa de um livro originalmente publicado em 1964, sendo a versão brasileira assegurada por uma equipa de tradutores de respeito: a escritora Rachel de Queirós (capítulos iniciais), Magalhães Júnior (segundo quartel de capítulos) e Genolino Amado (metade do livro, terceiro e quarto quartéis). O volume é ilustrado por vários conjuntos de folhas couché à parte com fotogravuras variadas de diversas épocas – o actor, a família, colegas, filmes, etc.

14€

Henri Agel ― O Cinema (Tradução de António Couto Soares)

Livraria Civilização – Editora (Rua Alberto Aires de Gouveia, 27 – ) Porto. (1983). In-8º de 406 págs. Br.

Acerca deste seu ainda hoje trabalho de referência, dizia o autor no início do prefácio: "Não nos pareceu necessário, neste livro, tratar das origens, história e técnica do cinema, uma vez que já há muitas e excelentes obras sobre estes aspectos (...) procurámos antes fazer um estudo analítico dos meios de expressão característicos do cinema durante este meio século".

Capítulos: «Cinema e Sociedade», «A Linguagem do Filme: a Imagem», «A Linguagem do Filme: o Som», «A Linguagem do Filme: a Cor», «A Linguagem do Filme: Luz e Cenário», «A Linguagem do Filme: os Intérpretes», «A Linguagem do Filme: os Efeitos Especiais», «O Significado do Filme», «Quadro Esquemático da História do Cinema», «Iniciação ao Cinema», seguidos da conclusão «Cinema e Verdade».

Abundantemente ilustrado em dezenas de folhas à parte, não numeradas, de papel couché.


14€

Georges Sadoul ― Dictionnaire des Films

Microcosme / Éditions du Seuil. (1965). In-8º de 279, [VII] págs. Br.

Quinto volume publicado numa bem conhecida colecção que imediatamente antes dera a lume o complementar deste - Dictionnaire des Cinéastes. Abundantes ilustrações no texto, em pequeno ou quando muito médio formato, reproduzindo fotogramas de grande parte dos filmes recenseados por este famoso especialista em História do Cinema.


10€

Jorge Leitão Ramos ― Dicionário do Cinema Português 1962-1988

Caminho (1989). In-4º de 420, [6] págs. Enc

“Quando, adolescente, me comecei a interessar por cinema, o passo seguinte ao acto de ver muitos filmes foi o de querer saber mais coisas sobre eles e a gente que os faz. Das revistas à aquisição de obras de referência (dicionários, monografias sobre realizadores, actores, géneros histórias do cinema...) se fez um trajecto, aliás comum, vulgar e normal em qualquer pessoa que se interesse por qualquer assunto. Foi então que descobri que, sobre cinema português, não havia qualquer obra de referência, parcelar ou global”.

Tiragem de 3000 exemplares encadernados em tela com sobrecapa de papel, pertencendo este a uma série com defeito de impressão: um caderno saiu mal dobrado, havendo prejuízo da normal leitura entre as págs. 366 e 370 e da 375 à 378.


25€

Baptista Bastos ― O Filme e o Realismo

Lisboa, Editora Arcádia. 1962. In-8º de 204, [4] págs. Br.

Primeira edição, integrada na «Biblioteca Arcádia de Bolso», de um dos livros iniciais do autor, reunindo uma série de textos aparentemente inéditos – que entrecruzam os temas propriamente cinéfilos com referências filosóficas e literárias e, sobretudo, com permanentes remissões para a literatura portuguesa (em particular, contemporânea), desde Eça a Ferreira de Castro, passando pelo «núcleo duro» neo-realista (Soeiro, Namora, Redol, Manuel da Fonseca, o primeiro Carlos de Oliveira) e abarcando, entre outros, «compagnons de route» como Cardoso Pires e Vergílio Ferreira.


14€

Baptista Bastos ― O Secreto Adeus

Lisboa, Portugália Editora, 1963. In-8º de 160, [4] págs. Br.

Primeira edição do romance de estreia de Baptista-Bastos, publicada na série «Novos Romancistas», com capa de Câmara Leme.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita do autor “e a lembrança de um bom diálogo/Porto, Nov.º 63”, sem indicação de destinatário. Em bom estado, sem defeitos de relevo – uma ou outra pequena marca, apenas.


22€


Baptista Bastos ― As Palavras dos Outros

Publicações Europa-América, 1968 (aliás, 1969). In-8º de 186, [6] págs. Br.

Primeira edição de um livro de reportagens e entrevistas a gente tão vária como Amália, Matateu, Paul McCartney, Aquilino, etc. Com uma nota preliminar, do próprio Baptista-Bastos, em que se lê “que o remorso de qualquer autor sério talvez consista em não ter sabido ir mais longe quando na posse de um material tão rico e tão vivo como este”.

14€

Baptista Bastos ― As Palavras dos Outros

Editorial Futura / Carlos & Reis, Lda. (Av. 5 de Outubro, 317 – 1.º) Lisboa, 1975. In-8º de 212, [4] págs. Br.

Segunda edição do livro, que na face inferior da capa reproduzia a hiperbólica apreciação crítica de Urbano Tavares Rodrigues acerca dele: “Uma violenta, fogosa e sibilina originalidade. Um livro fascinante pelo que encerra de vivo, irónico, dramático e terrivelmente humano. A riqueza de um prosador de primeira linha: em cada frase está presente a vocação da palavra, que faz os escritores de raça”.

10€

Baptista Bastos ― Viagem de um Pai e de um Filho pelas Ruas da Amargura

forja (1981). In-8º de 150, [2] págs. Br.

Primeira edição de um livro já várias vezes reeditado (pelo menos por 4 editoras diferentes), com tiragem de 3000 exemplares; reproduzindo na capa um óleo de Elfriede Schade. Dele dizia Óscar Lopes, porventura usando de algum exagero, “Com este livro, Baptista-Bastos produziu o livro dos livros novelísticos da sua geração, senão de toda a literatura portuguesa de aquém 1950”.

12€

Baptista Bastos ― A Colina de Cristal

o jornal (1987). In-8º de 212 págs. Br.

Edição original d'"esse belíssimo romance que é Colina de Cristal, dorido, nostálgico percurso pelo espaço de Lisboa que o viu (ao autor] nascer" (crónica do director Domingos Lobo in A Voz do Operário).

Exemplar por estrear, com o selo da portuense o oiro do dia.

12€

José Cardoso Pires ― O Burro-em-pé (ilustrações de Júlio Pomar)

Moraes editores (1979). In-8º gr. de 175, [I] págs. Br.

Primeira edição, na variante propriamente princeps, com capa de Sebastião Rodrigues a partir de trabalho também de Pomar. O livro integra «Os Reis-Mandados», «O Conto dos Chineses», «Nós, aqui por entre o fumo», «Dinossauro Excelentíssimo» e «Por cima de toda a folha»; sendo as ilustrações reproduzidas sobre folhas destacadas.

Exemplar de resto bem conservado, mas com ligeira descoloração marginal da capa e ainda mais ligeiro amarelecimento, também marginal, das folhas no miolo.

20€

Fernando Assis Pacheco ― Walt ou o frio e o quente (noveleta)

Livraria Bertrand
(Acabou de imprimir-se [sic] em Outubro de 1978). In-8º de 120, [4] págs. Br.

"Eu queria apenas dizer «Gare Marítima de Alcântara», «Lisboa», num ano qualquer entre 1961 e 1974. Meto na prosa soldados, civis, incivis, chulos e putas, eu próprio estou lá, disfarçado de narrador-alferes, choro à bruta, gozo como um cabinda, narro, minto, finto o leitor, apetecia-me mandar o país Portugal ao tota, mas em segunda leitura sou um tipo basto moral e paro a meio palmo do traço proibido - ternuras!"

Primeira edição, publicada na colecção «Autores da Língua Portuguesa».

15€

Mário-Henrique Leiria ― Depoimentos Escritos

Depoimentos Escritos (contos, poemas e cartas de amor)

Editorial Estampa, Ficções 26. (1997). In-8º de 340, [IV] págs. Br.

O prefácio à edição ficou a cargo de Leonor Correia de Matos, amiga de MHL e da destinatária das cartas que ocupam a grande maioria do volume, Isabel Alves da Silva - advogada da mulher do escritor no processo de divórcio. Antes das cartas há duas dezenas de páginas de contos e pouco mais que isso de poemas.

Exemplar novo.


12€
Faria alguma vez algum sentido, fosse a que propósito fosse (e aqui não há nenhum: há apenas um infantil e gratuito despropósito), desfazer o Museu Romântico da cidade portuguesa do Romantismo? 
Muito em resumo: a cidade-natal, de infância e de juventude do nosso primeiro e romântico-mor, o grande Garrett, que morreu em Lisboa doente de uma mal resolvida paixão fatal; a cidade do genial Camilo e do seu «Amor de Perdição» descendo da Cadeia da Relação onde foi escrito à Calçada de Monchique onde termina o enredo; a cidade até do lisboeta Herculano, que nela viveu muitos anos, que a adorava e respeitava mais do que à sua, e a quem se devem os numerosos códices e manuscritos medievais do acervo da Biblioteca Municipal, «roubados» a variadíssimos mosteiros do norte do país durante os «saques» liberais; a cidade de ultra-românticos como Soares de Passos, autor do célebre «Noivado do Sepulcro» do então fundado cemitério do Prado (do Repouso), antiga quinta do Prado; a cidade do naturalista ainda romântico Júlio Dinis, este ano fingidamente celebrado pelo mesmo novel «Museu da Cidade» que parece apenas existir para fazer fitas; a cidade do neo-romântico António Nobre, que dizia mal dela mas no último passeio antes da morte, numa caleche "da Ribeira até à Foz", só dizia ao irmão "Augusto, isto é muito lindo, não é?"; a cidade do ultra-ultra-romântico tardio Pascoaes, que também fingia não gostar dela (era uma relação amor-ódio, como a de Nobre, como a de Camilo), mas que nela passou uma década e se apaixonou perdidamente por uma inglesa numa viagem de eléctrico ao sair da Foz que só terminou já em Londres, barco apanhado no Porto de Leixões...; a cidade dos salões e dos serões, de Fanny Owen, de Maria Felicidade do Couto Browne, de tantas outras portuguesas-inglesas e portuguesas só; a cidade dos estouvados e da boémia, incluindo Camilo e o filho da «Ferreirinha», António Bernardo Ferreira; a cidade onde os moços iam para debaixo das janelas dos casarões da rua de Santa Catarina, de onde às vezes raptavam as donzelas ou semi-donzelas descendo por uma corda directamente para as selas dos cavalos; a cidade onde outros moços assaltavam os muros do convento de São Bento, actual estação de caminhos de ferro, para namorarem as freiras e lhes comerem os doces (e outras coisas) em cenas que não estão nos azulejos...; etc. etc. etc. E, claro, a cidade que o complexo príncipe romântico Carlos Alberto escolheu para morrer, altamente enamorado dela. 

Sendo portuense, é preciso ser ignorante q.b. para nunca ter ouvido falar de nada disto. Parece portanto uma pena que a autarquia e este pseudo-«Museu da Cidade», aparentemente forjado apenas para conceder um cargo, estejam entregues a. Desfazer a memória do romantismo no Porto não é só um atentado de arte: é sobretudo um atentado à História da Literatura Portuguesa; e sobre-sobretudo um atentado à cidade. Mais um. Mas mais grave, porque deliberadamente cometido por um executivo municipal que já não tem desculpa. Isto só tem um nome, e chama-se ou deveria chamar-se «crime contra o património», perpetrado por quem mais obrigação tem de o proteger.

O Porto: de romântico, já nem o museu...

Quando há mais de um século Marcel Duchamp inverteu um urinol e resolveu chamar-lhe «Fonte», assim dessacralizando a prática artística e inaugurando oficialmente a arte contemporânea, não estava a impor nada a ninguém: estava pelo contrário a sugerir que tudo depende do contexto e que se pode e deve tentar sempre olhar as coisas de uma perspectiva diferente, na arte como na vida. [Foi a teoria da relatividade a chegar à arte logo após Einstein a ter apresentado à física; e talvez haja também nisto uma dinâmica «gravitacional» relativa.]
Ele e tantos outros dadaístas e modernistas afins, como depois os surrealistas, entre muita gente altissimamente recomendável, entretiveram-se a partir daí a «épater le bourgeois» - incitar ao escândalo, fazer terrorismo sobre o meio artístico tradicional e académico, provocar pateadas e pancadaria em espectáculos culturais, deitar a língua de fora à senhora vizinha, pintar um bigode à Mona Lisa, pôr tudo em causa, em suma.
Isto, que foi importante, que foi aliás fundamental para toda a arte e toda a cultura do séc.XX, foi uma coisa.
Outra coisa é o enxame de pseudo-artistas contemporâneos e «agentes» culturais diversos que mais de um século atrasados, e sem pingo de génio ou graça, fazem de conta que descobriram a pólvora, imitando à exaustão um modelo já mais do que exaurido, monotonamente, repetitivamente, usando e abusando das mesmas fórmulas hoje canónicas e guindadas a posição de poder - tal qual a arte antes dita «académica», porque agora a mais académica das artes é esta contemporânea. Hoje, se um «artista» quiser pendurar um presunto num cabide e assim ocupar um salão, temos «instalação» e temos logo um «curador» disponibilizando um museu com imenso palavreado de discurso «meta-artístico», questionando-se metafisicamente sobre aquilo que o presunto estará ali a fazer, decerto algo de muito diferente do que faria no talho, e o profundo significado transcendente e respectivas implicações de estar mais encostado à parede ou à porta. 
Parece difícil estabelecer o que seja mais espantoso: se este engodo em si, se tão pouca gente parar para dar conta dos flagrantes paradoxos que ele ainda por cima encerra. 

Max Jacob ― O Copo dos Dados

Editorial Estampa (1974). In-8º de 223, [V] págs. Br.

Impresso sobre papel encorpado, o volume, 22.º título da muito recomendável colecção «novas direcções», teve a habitual tradução da francófila e muitíssimo recomendável Luísa Neto Jorge e capa de Soares Rocha; reunindo os dois volumes da edição francesa, o segundo de publicação já póstuma. A terminar há uma página resumindo a «Vida de Max Jacob», esse curioso e interessantíssimo picto-poeta companheiro de Apollinaire e Picasso, levado em 1944 (quase com setenta anos) pela Gestapo para um campo de extermínio e quase inteiramente por traduzir em Portugal até hoje: este livro sendo a primeira excepção.

12€

Julien Gracq ― A Literatura no Estômago

A Literatura no Estômago
(apresentação e tradução de Ernesto Sampaio)

Assírio & Alvim. 1987. In-8º peq. de 53, [3] págs. Br.

Segunda edição portuguesa do ensaio, acrescentada por Ernesto Sampaio da introdução «Uma rajada mais forte», que dele dizia “condenação sem apelo não só do exibicionismo e vedetariato do escritor, como dos costumes vigentes na república das letras (prémios literários!) e da incapacidade da crítica”.

Exemplar em bom estado, descontando pequenos vestígios de acidez.


8€ (reservado)

Julien Gracq ― A Costa das Sirtes (Tradução de Pedro Tamen)

Edições António Ramos, Lisboa (1979). In-8º de 325, [I] págs. Br.

"Julien Gracq, um grande romancista quase desconhecido em Portugal, revela-se agora ao público português com uma das suas obras essenciais, em que (...) o leitor é enfeitiçado e transportado «para um outro mundo, de horror e maravilhas, onde o herói experimenta a sua incapacidade de conduzir a sua própria vida»", anunciava o editor, que sublinhava a ironia de o autor de La Littérature à l'estomac (1950) ter no ano seguinte sido premiado pelo Goncourt com este livro - prémio que, muito naturalmente, recusou.


12€ (reserva)do)

Georges Darien ― O Ladrão

Livraria Editora Sotavento. [S/d]. In-8º gr. de 436, [4] págs. Br.

Apresenta, no final, um extenso – mas nada brilhante – texto de Júlio Carrapato sobre o escritor: «Georges Darien, breve esboço da sua vida e da sua obra».

Exemplar por estrear.

15€

Georges Darien ― Le Voleur (Préface d'André Breton)

collection littérature / Julliard, Paris. (1964). In-8º peq. de 470, [II] págs. Br.

Uma breve nota editorial explicava que quando este livro foi redescoberto e reeditado pelo editor-escritor Jean-Jacques Pauvert, quase dez anos antes, muitos artigos críticos saíram na imprensa - optando-se aqui por seleccionar o de André Breton («Darien le Maudit») para o prefácio que enriquece esta nova edição.

14€

André Breton ― O Amor Louco

Editorial Estampa (1971). In-8º de 158, [II] págs. Br.

Primeira e atrasadíssima edição portuguesa, com tradução de Luísa Neto Jorge e capa (a melhor que o livro entre nós até agora teve) de Carlos Ferreiro; nono título publicado na série «novas direcções».

14€