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Gomes Leal — O Anti-Cristo

O Anti-Cristo: Segunda edição do poema refundido e completo, e acrescentado com As Téses Selvagens

Aillaud & C.ª, Casa Editora e de Commissão (96: Boulevard Montparnasse – Paris / Filial, 247, Rua Aurea, 1.º – Lisboa) – 1907. In-8º de XVIII, 497, [1] págs. Enc.

Edição impressa a duas cores em bom papel couché cortado esguio – semelhante à 2.ª edição do , de António Nobre, publicada pela mesma casa, mas neste caso sem ilustrações. Bastante alterada e «amaciada» em relação à primeira, como que prenunciando a reconversão católica, integra também uma longa «Carta Aberta» do poeta à própria mãe, cuja morte três anos depois seria o mote imediato dessa pública reconversão.

Exemplar muito bem encadernado com cantos e lombada em boa pele, nesta última gravada a ouro. Conserva por inteiro a capa primitiva e foi carminado à cabeça.
 
40€

Gomes Leal — O Anti-Cristo

O Anti-Cristo: terceira edição do poema refundido e completo, e acrescentado com As Teses Selvagens

Livraria Popular de Francisco Franco (14, Rua Barros Queiroz, 18), Lisboa. [S/d]. In-8º de XIX, [1], 443, [1] págs. Br.

Edição já consideravelmente mais frequente; não datada, deverá ter saído no início da década de 30.

O exemplar conserva-se como saiu dos prelos, em brochura, com o corte por aparar; mas acusando algum desgaste da capa, sobretudo no encaixe e nas extremidades.
 
20€ 

Gomes Leal — Serenadas de Hylario no Ceo: Phantasia Mystica em Um Acto

Imprensa Economica (Rua do Caes, 56 a 58) –=– Villa Franca de Xira. [S/d - 1900?]. In-8º de 56, VIII págs. Enc.

Primeira edição, já bastante rara, desta engraçadíssima peça em que Gomes Leal consegue transpor para humor, em forma de teatro, o seu indiscutível génio – de rir, de uma ponta à outra. Alternando trechos em prosa e em verso, alguns destes últimos com publicação adiantada, salvo erro, em periódicos da imprensa, e depois musicados várias vezes ao longo do séc.XX (Paulo de Carvalho, por exemplo), a «Phantasia» é a entrada no Paraíso do célebre boémio, fadista e guitarrista, coimbrão Hilário; sob o protesto de São Pedro mas deliciando à passagem toda a gente, desde Santa Cecília e São Jerónimo até às Marias, a Madalena e a Virgem. Uma pérola.

Exemplar bem encadernado com cantos e lombada em pele gravada a ouro; conservando a capa de brochura, carminado à cabeça e mantendo as restantes margens intactas.
 
33€

Gomes Leal — O Senhor dos Passos da Graça

O Senhor dos Passos da Graça: Memorias de um Revoltado, por (...)

Lisboa: Empreza da Historia de Portugal, Sociedade editora / 1904. In-8º de 338, [2] págs. Br.

Após um prefácio de apresentação do livro, «Preludios de Orgão», divide-se este atípico e algo desajeitado «romance» (um génio do verso já pede demais em querer sê-lo da prosa...) na «Introdução: Em que se encontra um personagem nada vulgar» e nas quatro partes «O Sofá de velúdo preto», «A Guerra das Procissões», «O Senhor dos Passos no Tribunal» e «O caso da alucinação mistica. O Inesperádo».


Exemplar médio/bom, sem defeitos a destacar.
 
33€ 

Gomes Leal — A Mulher de Luto

A Mulher de Luto: Processo ruidoso e singular

Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor. 1902. In-8º de 202, [6] págs. Enc.

O volume apresenta, a terminar, uma «Nota Ortográfica» em que o poeta bradava pela simplificação da língua e clamava contra os académicos, que dizia deverem remeter-se ao seu papel subalterno (só registar a influência, essa, sim, decisiva, de povo, poetas e escritores) em vez de sobre ela legislarem; defendendo várias das medidas que se viriam a impor durante a década de 1920, como a supressão dos «y» e dos «ph». Primeira edição.

Exemplar da série encadernada pela Lello em percalina com gravações a ouro na lombada e na pasta superior; em muito bom estado.
 
35€ (indisponível)

Gomes Leal — A Mulher de Luto

A Mulher de Luto: processo ruidoso e singular/Polyanthéa/Prefacios de Boavida Portugal, Fernando Reis e Luis Cebola//2.ª edição, ilustrada
 
Lisboa: Livraria Central, Editora, de H. E. G. de Carvalho. 1924. In-4º de XXXII, 192 págs. Br.

Edição de homenagem ao poeta, impressa em maior formato e bastante aumentada em relação à original, a que acrescentou os textos da introdução («Duas palavras», com vários apontamentos biográficos, «Analise psicologica da obra de Gomes Leal» e «Gomes Leal e a sua obra», respectivamente), a longa série de dispersos aqui reunidos sob o título de Polyanthéa (quase todos publicados na imprensa, mas alguns também em volume, como O Tributo de Sangue, que tivera mesmo já edições independentes – pelo menos, duas – no séc.XIX) e as ilustrações, em folhas destacadas de papel couché, com retratos, desenhos, caricaturas e fotografias de Gomes Leal no leito de morte e do funeral. No fim, o volume expõe ainda uma nota justificativa do editor.
 
25€

Gomes Leal — A Senhora da Melancolia: Avatares de um Ateu

Livraria Moderna, Editora. Lisboa – 1910. In-8º de 23, [1] págs. Br.

Primeira edição, ilustrada por desenhos alusivos na capa e ao longo do volume (que tem também frontões decorativos); apresenta, no final, uma «Nota ácerca dos Avatares de um Ateu» em que o reconvertido – ao cristianismo – autor defende a teoria, como de costume algo heterodoxa, das sucessivas encarnações de Jesus.

Exemplar recoberto por uma sobrecapa de papel transparente para protecção. Pertenceu a Ribeiro dos Santos, de quem está aposto o ex-libris, composto por Abel Salazar.

22€

Gomes Leal — A Duqueza de Brabante

A Duqueza de Brabante / versos / traducção franceza de Henry Faure

1902. Livraria Editora Guimaraes, Libanio & C.ª. Lisboa. In-8º peq. de 9, [3] págs. Br.

Primeira e rara edição independente do poema originalmente publicado pelo autor nas «Claridades do Sul». O texto é reproduzido em português e em francês, segundo a versão aqui acompanhante.

Exemplar com algum desgaste exterior (pequenos rasgões marginais na capa e no miolo), ainda que conservando o papel quase limpo - salvo uma discreta assinatura antiga de propriedade.
 
17€

Gomes Leal — A Senhora Duquesa de Brabante

Plaquette comemorativa da inauguração do mausoléu do poeta Gomes Leal / XVII de Dezembro de MCMXXV. (Tipografia Torres – Lisboa). In-8º gr. de 19, [1] págs. Br.

“Desta edição, que se destina a socorrer a publicação da Antologia de Gomes Leal, fez-se uma tiragem de mil exemplares, dos quais o presente é o N.º 176, rubricados pela Comissão Organizadora do mausoléu” – mais precisamente, pelo seu impulsionador, Humberto Pelágio, que também manuscreveu esse número atribuído ao exemplar. O volume começa por uma nota de apresentação («Algumas Palavras») do próprio Pelágio, transcreve depois uma longa passagem das Memórias de Raul Brandão relativas ao poeta e, por fim, este conhecido excerto d’As Claridades do Sul, que mesmo antes conhecera já edição independente.
 
O exemplar, em bom estado (salvo uma pequena mancha na capa), conserva ainda os cadernos por abrir; ostentando na folha inicial de anterrosto o carimbo da lisboeta Livraria Profissional (Rua Anchieta, 5 a 7).
 
15€

Homenagem Poética a Gomes Leal

Homenagem Poética a Gomes Leal no primeiro centenário do seu nascimento (…)

Coimbra, 1948. (Composto e impresso na Casa Minerva). In-8º de 126, [2] págs. Br.

O volume, organizado por João José Cochofel e Armindo Rodrigues, integra composições de, entre outros, Carlos de Oliveira («A Gomes Leal», que viria depois a ser recolhido em Trabalho Poético), Edmundo de Bettencourt, Eugénio de Andrade, João de Barros, o próprio Cochofel, Joaquim Namorado, Jorge de Sena, José Gomes Ferreira, Torga e Raul de Carvalho; por suponível falha tipográfica, onde deveriam estar as de Afonso Duarte, Alfredo Guisado e António de Navarro foram outras repetidas.
 
22€

Gomes Leal — Poesias Escolhidas

Poesias Escolhidas (Introdução: destino de Gomes Leal por Vitorino Nemésio)
 
Depositária: Livraria Bertrand. (Composto e impresso na Imprensa Portugal-Brasil). Lisboa. [S/d]. In-8º de CXVI, 199, [5] págs. Br.
 
A edição, inteiramente preparada e organizada por Nemésio – cujo longo aparato crítico se espraia pelas mais de cem páginas preliminares, integrando os estudos «Destino de Gomes Leal» e «Nota sôbre a Poesia de Gomes Leal» (a que se seguem uma «Advertência», uma «Cronologia de Gomes Leal» e as «Bibliografia de Gomes Leal» e «Bibliografia sôbre Gomes Leal») – é ainda hoje tida por muita gente como a mais importante alguma vez consagrada ao poeta das Claridades do Sul; de que são naturalmente recolhidas composições, tal como de «A Fome de Camões», «Fim de um Mundo», «O Anti-Cristo», «A Mulher de Luto», «História de Jesus» e «Senhora da Melancolia», além de alguns folhetos secundários e de uma selecção de dispersos.
 
19€

Cesário Verde — Obra Completa

Obra Completa de Cesário Verde (Organizada, prefaciada e anotada por Joel Serrão)

Portugália Editora, Lisboa. (1964). In-8º de 264, [VI] págs. Br.

Além de «O Livro de Cesário Verde», engloba «Poesias não incluídas em «O Livro de Cesário Verde»», «Cartas» e um «Apêndice» com a composição «O Desastre», uma tábua biobiliográfica e bibliografia propriamente dita. É importante o texto preliminar de Serrão, «Fundamentos e critérios da edição da Obra Completa de Cesário Verde», perorando sobre o velho problema da efectiva intervenção de Silva Pinto na preparação do livro original.
Primeira das várias edições entretanto publicadas.

Exemplar impecável no miolo, apenas a capa acusando ligeiros desgaste e distensão.

23€  

João Pinto Figueiredo — A Vida de Cesário Verde

A Vida de Cesário Verde (Prefácio e Selecção de Poemas De David Mourão-Ferreira)

Editorial Presença (1986). In-8º de 251, [5] págs. Br.

Segunda edição, publicada na colecção Poetas, de um estudo originalmente publicado na colecção A Obra e o Homem, da Arcádia. No prefácio («Algumas Palavras sobre João Pinto de Figueiredo») que para ela compôs, Mourão-Ferreira louvava o homem e falava das três unicas peças que chegou a publicar: este livro, uma plaquette anterior também relativa a Cesário e a biografia de Sá-Carneiro, dada a lume pela Dom Quixote, que já se recenseou aqui.

O exemplar, ainda por estrear, conserva a etiqueta editorial.
 
10€ 

António Nobre — Cartas Inéditas

Cartas Inéditas de António Nobre (Editadas com uma introdução e notas por Adolfo Casais Monteiro)

Edições “Presença” / Coimbra   MCMXXXIV. In-8º de XXXIX, [3], 191, [9] págs. Br.

A edição constou de mil exemplares numerados e rubricados pelo editor (Gaspar Simões), tendo a este, inteiramente por estrear – como saiu dos prelos, com os cadernos por abrir –, cabido o n.º 530. Na sua longa introdução, Casais Monteiro opinava que “As cartas à família valem pelo seu interêsse biográfico, as cartas aos amigos principalmente como índices de estados de alma.
 
25€

Camilo Pessanha — China (estudos e traduções)

Agência Geral das Colónias / Lisboa MCMXLIV. In-8º de XII, 131, [V] págs. Br.

“Reúnem-se nesta edição tôdas as obras de Camilo Pessanha que, seja como narração de um meio visto e vivido, seja como estudo crítico, seja como tradução, revelam e definem a China observada e conhecida por uma superior sensibilidade de ocidental e de português do nosso tempo”: em grande parte, trabalhos publicados na imprensa periódica de Macau.

Exemplar com pequenos rasgões e falhas de papel na capa. O miolo, de bom papel avergoado, conserva-se quase impecável.
 
35€ (reservado)

Moledo do Minho e do Modernismo

Curiosa a quantidade de gente dos nossos vários «modernismos» que assentou arraiais em Moledo do Minho Alto: começando em Almada (relembre-se que Sara Afonso, sortuda, passara a juventude em Viana) e nos Delaunay, por exemplo; e continuando em António Pedro (que lá teria casa) e no fugaz compagnon-de-route Cesariny, rapidamente desavindo em feroz profissão de fé surrealista-mesmo, que deixou a pequena povoação balnear gravada em poema.
E já agora, sobre o nosso modernismo stricto sensu, estas palavras de Almada, escritas justamente em Moledo:


"Mário de Sá-Carneiro suicidou-se em Paris ao peso de todas as suas razões pessoais. Guilherme de Santa-Rita, o espírito mais brilhante que conheci, alma veemente de iluminado traído por uma natureza ingrata que o acabou por fim antes de quase começar a sua vida. Pintor em essência mais do que de oficina, alguém seu íntimo cumpriu com a sua última disposição de aniquilar as suas produções. Amadeu de Sousa-Cardoso, o pintor por excelência, o autêntico génio do grupo, o exemplo mais formidável de artista português de hoje em qualquer parte do mundo, é levado em plena vida em meia dúzia de horas por uma epidemia, no instante mesmo em que o seu espírito exuberante produzia inúmeras das suas telas mais vigorosas. Vive ainda Fernando Pessoa na serenidade da sua imaginação literária, e sempre pronto para tudo o que seja elevado, superior, de élite, isto é, tudo o que não sejam actualidades forçadas e sem longo efeito perene.
Pelo grupo passaram uma infinidade de flutuantes, o mais díspares possível, mas não era dos seus destinos elevarem em Arte os seus nomes à altura destes."


(1934. Pessoa morreria em 35. Almada por cá ficaria até 70. A fotografia, com Sara grávida, é desse 1934 nessa praia de Moledo).   

Joaquim Manso — Primavera da Lenda

Lisboa: Editorial Ática, 1938. In-8º de 224, [12] págs. Br.

Primeira edição, dedicada pelo autor “A José de Almada Negreiros, Artista e Escritor: pelo que já fêz, pelo que fará e pelo que nunca há-de fazer em corpo visível, mas só em alma-adivinhando, sonhando e irrealizando”; sendo de Almada a ilustração da capa e as dezenas que abrem cada capítulo, sobre folhas destacadas ainda mais encorpadas, que hoje muito a valorizam. Quanto ao livro propriamente dito, é um conjunto de pequenas e às vezes curiosas variações que o fundador e por tanto tempo director do Diário de Lisboa ensaiou acerca de temas da literatura, da mitologia e da Bíblia.
 
Exemplar francamente bom, só marcado por ligeiros picos de acidez.
 
35€

Armando Côrtes-Rodrigues — Em Louvor da Humildade

Em Louvor da Humildade (poemas da terra e dos pobres)

Artes Gráficas – Editora / Ponta Delgada / Ilha de S. Miguel – Açores/ 1924. In-8º de 194, [2] págs. Br.

Um dos três primeiros livros publicados pelo autor (se descontarmos a pequena e quase desconhecida opereta de 1910 Em Férias), já muito depois da aventura de Orpheu – os outros foram Ode a Minerva e As Festas do Espírito Santo na Ilha de S. Miguel (estudo folclórico), ambos em 1923, data que também aparece neste, cujo frontispício indica porém 1924; em edição de tiragem restrita que reproduz extra-texto um seu retrato; sendo este exemplar valorizado por uma dedicatória manuscrita de oferta, quatro anos mais tarde, “Ao grande actor Joaquim d’Oliveira / Com muita admiração e muita amizade”.

25€

Eduardo Lourenço — Fernando Pessoa Revisitado

Fernando Pessoa Revisitado: leitura estruturante do drama em gente

Moraes editores (1981). In-4º peq. de 196, [4] págs. Br.

Segunda edição (a original saíra na Inova), com capa de Vitorino Martins a partir de um trabalho do pintor Costa Pinheiro. Capítulos: «Considerações pouco ou nada intempestivas», «A curiosa singularidade de «Mestre Caeiro», «Ricardo Reis ou o inacessível paganismo», «O Mistério-Caeiro na luz de Campos e vice-versa», «Álvaro de Campos I ou as audácias fictícias de Eros», «Dois interlúdios sem muita ficção», «Álvaro de Campos II ou a agonia eróstrato-Pessoa», «A existência mítica ou a porta aberta». 

12€

Fernando Pessoa — Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação (Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho)

Edições Ática, Lisboa. [S/d – 1966?]. In-8º de XL, 445, [VII] págs. Br.

Cada um dos dois organizadores apresenta um texto introdutório: «O relativismo criador de Fernando Pessoa» o do professor alemão e «Fernando Pessoa, pensador múltiplo» o do português, que assim começava – “Este livro de inéditos (quase todos desencantados pelo Dr. Georg Rudolf Lind na arca inexaurível) vai deliciar os apreciadores de Fernando Pessoa. Compõem-no documentos, uns escritos pelo autor para si próprio, para sua autognose, outros em função de projectos literários que não viriam a realizar-se ou que se apresentariam depois sob outra forma. De qualquer modo, documentos reveladores da sua intimidade, do que pensava de si próprio, de como se geravam no seu espírito, por vezes obsessivamente, motivos poéticos, ideias, ensaios. E textos que, não raro, patenteiam a grandeza e o sentido das suas ambições culturais, a par da espantosa argúcia da sua inteligência crítica”.
O volume integra seis extratextos, quase todos de horóscopos feitos pelo lisboeta.
Primeira edição.
  
24€

Fernando Pessoa — Obra Poética e em Prosa

Obra Poética e em Prosa (Introduções, organização, biobibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa)
1986 / Lello & Irmão – Editores, Porto. 3 vols. in-8º de 1212; 1352; e 1502 págs. Enc.

Edição monumental, daquelas típicas da Lello em papel-bíblia (a.k.a. papel-da-índia), com encadernação em pele profusamente gravada a ouro na lombada e na pasta superior – complementando, por via da prosa, as que no mesmo género Maria Aliete Galhoz preparara para a brasileira Aguilar na década de 60. A introdução de António Quadros, «Introdução Cronológico-Biográfica», uma espécie de biografia (demasiado psicologizante mas rica de apontamentos com interesse) do poeta, é extensíssima, espraiando-se pela primeira centena de páginas; seguindo-se a da escritora portuense, «Uma Demanda», com três dezenas. O resto do primeiro volume foi ocupado pela antologia poética, sendo o segundo e o terceiro dedicados à prosaica: «Páginas Íntimas», «Cartas», «Ficção», «Textos de Intervenção na Vida Cultural e Literária Portuguesa» (vol.II); «Estética, Teoria e História da Literatura», «Páginas de Reflexão Filosófica», «A Realidade Transcendente», «Sobre Portugal e o homem português», «Pensamento Político (Páginas Polémicas e Doutrinárias)», «Teoria Económica», «Poemas Traduzidos do Inglês», «Biobibliografia», «Apêndice» (vol.III). 

Bom conjunto, globalmente por estrear, apesar de ligeiros vestígios de manuseio no início do vol.I.     
 
75€

Almada Negreiros — Desenhos Animados: Realidade Imaginada

Desenhos Animados: Realidade Imaginada (escrito expressamente a convite da emprêsa do Cinema Tivoli para a apresentação do film de Walt Disney «Branca de Neve e os Sete Anões»)

Editorial Ática, ltd. 1938. In-8º gr. de 12 págs. Br.

O texto é basicamente um panegírico do realizador norte-americano, entremeado de considerações sobre a arte cinematográfica que o próprio Almada seguramente reviria se soubesse o que sabemos hoje...

Exemplar com uma mancha marginal de humidade (já antiga) e algumas marcas de acidez no início e no fim do volume; mas valorizadíssimo pela expressiva dedicatória de oferta, “Lx 10 Dez 38”, “A Roberto de Araújo, ao velho companheiro a quem estimo e admiro, esta lembrança” [hoje menos conhecido, Roberto de Araújo foi um pintor e ilustrador do círculo modernista afagado por António Ferro, tendo por isso vasta actividade nas publicações do SPN/SNI, e era de facto especialmente próximo de Almada; sendo de relevar a sua ligação precisamente ao cinema, dado que compôs vários cenários para filmes, como por exemplo O Pai Tirano].
 
48€ (reservado)

A leitura: máscaras e abismos

Dizem que é a única figura leitora de um quadro de Amadeu de Sousa Cardoso; e foi justamente a tela que abriu no Porto a famosa exposição de 1916, no Jardim de Passos Manuel, agora dentro do possível recriada no Museu Soares dos Reis. Quem a quiser visitar, tem até ao final de 2016. É melhor começar a pensar nisso, que vale bem a pena.
 
Duas notas:

- O público portuense sempre cultivou, nos jardins e fora deles, o hábito de dizer alto e bom som o que pensa (e às vezes o que não pensa). De vez em quando, engana-se. Foi o caso. Cuspiu-se, vociferou-se, insultou-se a arte do homem e o próprio homem, «só» o maior clarão de génio - goste-se mais ou menos - da pintura portuguesa. Columbano e Helena Vieira da Silva que perdoem isto, porque não parece sequer discutível, mesmo que os prefiramos.

- Chama-se a este quadro «Máscara de Aço». «Máscara de Aço contra Abismo Azul» foi como o realizador portuense Paulo Rocha chamou ao seu filme sobre Amadeo e o modernismo português. Está ainda por cá um livro-manuscrito em que o realizador esboçou planos do filme: https://bibliographias.blogspot.pt/2016/04/correspondance-de-quatre-artistes.html

Diogo de Macedo — 14 Cité Falguière

14 Cité Falguière: nova edição acrescentada com uma nota de abertura pelo autor e um desenho inédito de Modigliani

Jornal do Foro, 1960. In-8º peq. de 86, [2] págs. Br.

Publicada 30 anos após a primitiva, uma restrita separata da Seara Nova, constou esta edição de 880 exemplares, compostos na Gráfica Santelmo com arranjo gráfico de Fernando Ferrão e a gravura impressa pela casa Arméis & Moreno – das boas (mas infelizmente poucas) publicações do Jornal do Foro quando saía do domínio jurídico e se metia pela literatura e pela arte. O livro dá conta dos tempos passados por Diogo de Macedo na residência em questão e do convívio que lá, e em Paris no geral, manteve com os principais vultos daquela época, mas reporta-se em particular à convivência com Amedeo Modigliani, um dos habitantes da peculiar villa – de quem acaba por ser uma interessante mini-biografia.

Exemplar n.º 274, da série corrente de 800.
 
20€

J. L. da Conceição Silva — Os Painéis do Museu das Janelas Verdes

1981 / Guimarães & C.ª Editores, Lisboa. In-8º de 190, [2] págs. + [1] desd. Br.

Destacava Álvaro Ribeiro na sua «Carta Prefacial» “um opúsculo valioso e nobre (...) para decifrar uma obra-prima de estilização do ritual de cavalaria e de cleresia”, constante de dez capítulos principais acrescidos de seis em apêndice que tratam, como amiúde nos trabalhos sobre o tema, mais de matérias históricas genéricas do que especificamente artísticas.

O exemplar tem aposto o ex-libris de Ribeiro dos Santos, composto por Abel Salazar.

15€ 

Situação da Arte (inquérito junto de artistas e intelectuais portugueses)

Situação da Arte (Volume organizado por Eduarda Dionísio, Almeida Faria e Luís Salgado de Matos).

Publicações Europa-América. (1968). In-8º de 422, [10] págs. Br.

Às quase duas dezenas de perguntas responderam inquiridos como Álvaro Lapa, António Gedeão, António Ramos Rosa, Bernardo Santareno, Carlos Botelho, Dórdio Gomes, Eduardo Batarda, Eduardo Lourenço, Eduardo Prado Coelho, Ernesto de Sousa, Espiga Pinto, Eugénio de Andrade, Eunice Muñoz, Fernando Lopes Graça, Fernando Namora, Ferreira de Castro, Hein Semke, Ilse Losa, Jacinto do Prado Coelho, João César Monteiro, João de Freitas Branco, Joel Serrão, Jorge Barradas, Jorge de Sena, José-Augusto França, José Gomes Ferreira, José Palla e Carmo, José Régio, Júlio Resende, Luís Francisco Rebelo, Manoel de Oliveira, Maria Barroso, Maria Keil, Maria Teresa Horta, Mário Dionísio, Nelson de Matos, Nikias Skapinakis, Ruben A., Sophia, Urbano Tavares Rodrigues, Vergílio Ferreira, etc.
Volume publicado na série «Estudos e Documentos».

Exemplar por estrear.

25€

Pierre du Colombier — Poussin

Les Éditions G. Crès & Cie – Paris VI. (1931). In-8º de 23, [3], págs. + [32] ff. ilust. Br.

No seu estudo sobre o pintor, começava Colombier, sempre dado a boutades, por dizer que ele não era, em regra, apreciado pelos mais jovens nem pelas mulheres, por a “voluptuosidade grave” da sua pintura não se comunicar senão aos “que sabem o que custa a vida”; e terminava sublinhando nele um génio novo, inassemelhável aos que o precederam.

O volume inclui a reprodução, por heliogravura, de vários trabalhos de Poussin.
Primeira edição, publicada na colecção «Le Musée Ancien».
 
14€

Pierre du Colombier — História da Arte

Livraria Tavares Martins, Porto / 1958 (na Tipografia Sequeira, em fins de Maio de mil novecentos e cinquenta e nove). In-4º de 524, [4] págs. Br.

Terceira edição desta primeira versão portuguesa, com tradução de Fernando de Pamplona a partir do original francês – ainda hoje um dos genéricos tratados artísticos de principal referência. Além das ilustrações no texto, apresenta diversas estampas e alguns desdobráveis em folhas destacadas.

Exemplar provavelmente por estrear.
 
25€

Dicionário da Pintura Universal

Dicionário da Pintura Universal (planeado e organizado por Mário Tavares Chicó, Artur Nobre de Gusmão, José-Augusto França)

Editorial Estúdios Cor, Lisboa. (1963, 1965 e 1973). 3 vols. in-4º gr. de 447, [III]; 425, [I]; e 435, [XIII] págs. Enc.

Foi a edição conjunta, em três volumes encadernados pelo editor inteiramente em pele com gravações a ouro, dos fascículos impressos em separado nos anos anteriores (1959 a 1962), de que algumas capas são conservadas no final; sendo o terceiro volume dedicado só à arte portuguesa. Edição impressa em bom papel encorpado, com ilustrações a p/b e a cor (algumas de página inteira), num esmerado trabalho colectivo de várias tipografias e litografias nacionais. 

Todos os volumes bem cuidados – embora o terceiro apresente ligeiríssimo desgaste exterior.
 
85€

Quelques Images de L’Art Populaire Portugais

Edition du Secretariat de la Propagande Nationale, 1937. (Achevé d’imprimer le trente décembre mil neuf cent trente sept sur les presses de la Litografia Nacional à Porto. Composition typographique de l’Imprensa Portuguesa à Porto). In-folio inum. Br.

Edição de esmeradíssima composição gráfica, com tiragem de 1500 exemplares impressos sobre papel Abelheira (à parte a série especial de 50 em papel Hollande), tendo as folhas presas por um cordel acetinado: a «coqueluche» de quantas se prepararam para a participação portuguesa na Exposição Internacional de Paris. As belas ilustrações de Paulo Ferreira são reproduzidas ora no texto, ora em vinhetas e capitais, ora em clichés, ora em folhas destacadas; sempre com a maior graça. O volume reproduz o discurso de António Ferro – que, podendo não ter outros especiais méritos, lá tinha este de promover finas edições pelo SPN/SNI que dirigia – aquando da inauguração da Exposição de Arte Popular Portuguesa em Lisboa, 1936; e o mais longo texto expositivo de Augusto Pinto.
 
A bibliographias dispõe de dois exemplares: um, praticamente impecável (60€); e outro com acentuado desgaste da capa, sobretudo nas extremidades, além de marcas várias de acidez e má conservação em diversas folhas - a pedir futura encadernação  (35€).

Emanuel Ribeiro — Anatomia da Cerâmica Portuguesa

Anatomia da Cerâmica Portuguesa (Desenhos do autor)

Coimbra: Imprensa da Universidade, 1927. In-8º gr. de 53, [3] págs. Br.

Saído na colecção «Subsídios para a História da Arte Portuguesa», o volume tem como ilustrações as gravuras de desenhos a tinta, do próprio Emanuel Ribeiro, reproduzindo muitos dos tipos de peças recenseados no texto.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita de oferta “Ao escultor J. Santos” (José Pereira dos Santos).
 
20€

Emanuel Ribeiro — Colectânea de Notas sôbre Arte

Colectânea de Notas sôbre Arte, de Muito Interêsse para os Estudiosos que a ela se Dedicam

1930, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & C.ª (Filhos) - Lisboa. In-8º de 48 págs. Br.

Conjunto de cem aforismos acerca de temas artísticos, acompanhados ao longo do volume por algumas gravuras com ilustrações. Primeira (e, salvo erro, única) edição, já invulgar.
 
Bom exemplar, parecendo ainda por estrear.
 
15€

Manuel Mendes — Considerações sôbre as Artes Plásticas

Lisboa: «Seara Nova», 1944. In-8º de 163, [5] págs. Br.

“As páginas dêste volume, escritas em épocas diferentes, no decorrer dos últimos quinze anos, juntei-as agora num molho, a que não fiz mais do que dar um arranjo leve, como quem ageita e compõe sem pretensões de maior”. Com dedicatória a Diogo de Macedo, Abel Manta e Dórdio Gomes, foi este um dos primeiros títulos publicados pelo escritor, tendo capítulos como «Breves palavras sôbre o valor das artes plásticas e a razão dos seus estilos», «Sôbre o desenho e alguns desenhadores», «Os arquitectos no 1.º Salão dos Independentes», «À margem do Salão dos Modernistas», «Sôbre a natureza das artes», «A crítica de arte», etc. Vários desenhos e estudos pouco conhecidos de artistas portugueses são reproduzidos a plena página, pelo meio do volume.

Exemplar por estrear.  

10€

«Rei-Saüdade»: Até ao fim do mundo

É «só» uma lenda, mas daquelas que logo metem num bolso a própria História, e bastante plausível dado o indivíduo em questão: a coroação da Rainha Morta. Nunca se deixou de contar que Pedro, quando da transladação dos restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça, obrigou a côrte inteira a desfilar no cortejo, em plena noite, madrugada dentro; e a beijar depois no Mosteiro os ossos do esqueleto daquela que com intrigas condenara, ou ajudara a condenar, na que terá sido a mais tétrica cerimónia da História de Portugal. Documentos, crónicas, afirmações históricas disto? Nada. E mesmo assim nisto apostaria o autor destas linhas, sem pestanejar entretanto, todos os seus reais. Euros, perdão.
De qualquer maneira, o cortejo é que não terá sido tão tétrico como esta gravura alusiva de João Carlos, que padece de um erro grave: Pedro não ia apoiado em ninguém. Iria lutuoso, mas altivo e feroz na perseguição da sua ideia. Intocável.
Percebe-se a intenção, mas é absurda.
 

Afonso Duarte — Ossadas

Seara Nova / Lisboa – 1947. In-8º de 98, [10] págs. Br.

Edição original, com capa de Maria Keil. O livro recolhe composições primeiro publicadas nas revistas Contemporânea, Tríptico, Presença, Manifesto, Sinal, Síntese, Revista de Portugal, Cadernos de Poesia, Atlântico, Litoral, Vértice, Portucale e Seara Nova – panóplia que diz bem do apreço gozado pelo autor entre os pares de letras.
 
Exemplar razoavelmente conservado, apesar de ligeiro desgaste da capa, vincos de manuseio e algumas marcas de acidez.

23€ 

Afonso Duarte — Post-Scriptum de um Combatente (poesia)

Coimbra, 1949. (composta e impressa na Casa Minerva). In-8º de 62, [2] págs. Br.

Volume publicado na chamada «Colecção do Galo», como de costume em edição de autor.

Exemplar bem conservado, mas com uma pequena escoriação e uma mancha de escurecimento no pé da face inferior da capa.
 
15€