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Visconde de Gouveia ― O Douro

O Douro / Poesia (com uma carta preambular e annotações ao texto por Alberto Pimentel)

Livraria Magalhães & Moniz – Editora / (12, Largo dos Loyos, 12) / Porto – 1906. In-8º gr. de XXVIII, 19, [I] págs. Br.

Edição da responsabilidade de Alberto Pimentel, de quem o livro é aqui bastante mais do que do próprio autor (José Serpa Pimentel)  – tendo em conta que o seu texto introdutório, panorâmica sobre o romantismo português, sobre o Porto e sobre o Douro, ocupa no volume mais espaço do que o dedicado à composição do conhecido vate do nosso segundo romantismo, governador-civil do Porto e senhor de casa na Régua, respectivamente; e que mesmo nesse as suas notas ao texto ocupam mais do que os versos propriamente ditos.

Quanto ao poemeto, também ele bem engraçado, tinha sido composto já em 1850 e publicado apenas um periódico da época, sendo esta a sua primeira e mesmo assim já nada vulgar edição em volume – interessante às bibliotecas do Douro, do Porto e até às colecções de livros do Pimentel mais novo (também ele como se sabe muito ligado ao Douro) onde costumam faltar.

18€

Felisberto Teixeira Pinto – As Margens do Douro

As Margens do Douro (Novas Poesias: pelo auctor das Horas d’Ocio (...))

Editor: João dos Santos Ferreira – 1903. (Typ. Peninsular de Monteiro & Gonçalves, em Com.ta). In-8º de 63, [1] págs. Br.

Natural de Resende, o autor começava por dedicar este volume de versos à Associação dos Jornalistas e Homens do Porto, reproduzindo depois várias apreciações críticas ao seu livro anterior a que alude o subtítulo.

Exemplar com algum desgaste exterior, tendo sofrido já um reforço no encaixe; pertenceu a Ernesto da Câmara, de quem tem a assinatura no frontispício.

8€

Manuel Mendes ― Douro: Roteiro Sentimental

Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa. (1964). In-8º de 184, [8] págs. Enc.

Das mais interessantes homenagens literárias à mais sonâmbula – e se calhar mais bela, descontando o Alto-Minho – das nossas regiões, e um dos mais interessantes entre os poucos livros de viagens que a nossa literatura conta, mesmo assim dizia modestamente o autor no seu prefácio que “O Douro merece mais – merece tudo. Rincão admirável da fragueira terra portuguesa, é ao mesmo tempo um vivo frémito da sua alma. As proporções da montanha e a estatura do homem dessas bandas não se contemplam a frio, obrigam por força a cismar. Pouco tenho conhecido de tanta e tão impressionante grandeza”. O roteiro regional propriamente dito, desde a Foz a Barca d’Alva, é pontuado por referências e apontamentos acerca dos principais escritores lusos que alguma relação tiveram com o maior (em bacia hidrográfica) rio ibérico: Camilo, Eça, Junqueiro, Raul Brandão, Araújo Correia, Aquilino (salvo distracção de rápida leitura, só Torga terá ficado de fora).

Exemplar revestido de boa encadernação recente com lombada em pele gravada a ouro (sobre o encaixe e nos dois filetes de demarcação); conservando a face superior da capa de brochura.

30€ (reservado)

João de Araújo Correia ― Palavras Fora da Boca

Imprensa do Douro Editora. (Peso da Régua. 1972). In-8º de 231, [9] págs. Br.

Primeira edição conjunta (e, em grande parte dos caos, tout-court) desta série de conferências, discursos e depoimentos, ilustrada na capa por um perfil do autor desenhado por Tòssan. Com um prefácio em que dizia Araújo Correia “Lidos ou falados, cabem neste livro os meus discursos inéditos ou livres de peias editoriais. Nele cabem também respostas que tenho dado, quer por escrito, quer de viva voz, a quem me pergunta quantos anos tenho ou o que penso disto ou daquilo”. Começando o volume a célebre conferência «Depoimento de João Semana sobre a vida clínica de aldeia» pronunciada nos Fenianos Portuenses, seguem-se capítulos de vária espécie, sendo alguns consagrados a Camilo («Camilo em Vila Real», reunindo alguns apontamentos biográficos – uns mais, outros menos conhecidos – sobre a infância e a juventude transmontanas do romancista), Júlio Dinis (dois), Ricardo Jorge e Domingos Monteiro – todos, como o autor, gente com um pé na literatura e outro na medicina, salvo o de Seide que deste último pé teve apenasum dedo, e mínimo.

Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita do autor – na sua quase incompreensível letra – sobre a folha de anterrosto.


30€ (reservado)

João de Araújo Correia ― Pátria Pequena

Imprensa do Douro, Editora (1977). In-8º de 262, [VIII] págs. Br.

Colectânea de crónicas publicadas pelo autor no boletim Vida por Vida, dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - por exemplo, «A Casa de Forrester na Régua», «A Estação da Régua», «Águas de Poiares», «Diário da Régua», «Reguenses Ilustres», «Caldas do Moledo» (conhecem, meus caros, esta bela povoação?, à qual o autor ainda dedica e aqui recolhe várias crónicas mais), «Urbanização», «Nomes de Ruas», «Rampas e Socalcos», «Barcos Rabelos», «Peso da Régua», «Marão à Vista», «Antologia Duriense», «Da Régua ao Pinhão», «A Régua e o Barão», «Turismo Duriense» (se ele visse hoje...), «Senhora das candeias», «Artistas da Nossa Terra», etc.

Exemplar por inaugurar, conservando os cadernos integralmente por abrir.


20€

João de Araújo Correia ― Uma Sombra Picada das Bexigas

Editorial Inova sarl. (1973). In-8º de 148, [12] págs. Br. 
 
Devido à iniciativa do editor Cruz Santos, como se sabe fervoroso camilianista, o volume recolhe os artigos de temática camiliana que Araújo Correia fôra publicando na imprensa ao longo de décadas, dos que se indica por exemplo «Camilo na Tradição Popular», «Camilo Fabuloso», «Em Ribeira de Pena», «O Culto de Camilo», «Camilo em Trás-os-Montes», «Fanny Owen em Baião», «Em Viana do Castelo», etc.

Exemplar da série corrente, sem defeitos significativos a assinalar.
 
20€

João de Araújo Correia ― perfil trasmontano de Trindade Coelho

Portugália Editora, Lisboa. (1961). In-8º de 31, [5] págs. Br.

Volume publicado (em Outubro) a pretexto da comemoração do centenário do nascimento do escritor de Mogadouro, transcrevendo o texto da conferência de Araújo Correia, alguns meses antes, na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Lisboa.

12€

Francisco Brines [1932-2017]

Morreu o poeta Francisco Brines, último Prémio Cervantes (em 2020). Há dele uma antologia poética, já fora de circulação, publicada pela «velha» Assírio & Alvim em 1987 com tradução do também recentemente falecido José Bento - «Ensaio de uma Despedida» .
Aqui fica a nossa única tradução de um poema do homem, acerca dos pais de quem herdou a casa de família aonde voltou após longa vida itinerante e onde deixa uma fundação/biblioteca com dezenas de milhares de volumes; e aos quais no discurso de agradecimento dedicou o prémio:


                    I

      O campo, escuro; longe, ao mar,
as luzes. E um pássaro nocturno.

      Sentado está meu pai, 
com odor de laranjeira entre os dedos
e o rosto prateado. Espera.
E num passeio longo,
de rezas e vigilância do jasmim,
minha mãe está esperando.

      Baforadas de tempo
sobem à varanda, desde lá observo
a sua saudade, as suas sombras. Nesta casa todos
estamos esperando quem nos nega.


                    II

      O campo, escuro; longe, ao mar,
as luzes. E um pássaro nocturno.

      Com rosto prateado, e fundo odor
de laranjeira, espera um homem.
E uma mulher espera, vigiando 
o jasmim. São dois estranhos.

      Olhei desde a varanda,
e na varanda não havia ninguém.

Domingos Monteiro — O Dia Marcado

Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa. (1963). In-8º de 172, [IV] págs. Br.

Um mais dos muitos livros de contos e novelas deste escritor hoje bastante esquecido mas ainda cultivado por um pequeno núcleo duro de fiéis, agregando «O Dia Marcado», «Confissão», «A Vingança», «A Mão Fechada» e «Paixão». Capa ilustrada por Paulo Guilherme.

12€

Domingos Monteiro — Histórias Castelhanas

Distribuidores Gerais: Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa. (1955). In-8º de 179, [9] págs. Enc.

Edição original de um dos principais livros do autor, por ele consagrada a Unamuno e Antonio Machado e ilustrada na capa por um desenho de Pavia. Consta das pequenas novelas «Um prefácio que é também uma história», «Terra Imortal», «A mais linda mulher de Espanha», «Tentação», «Uma história a contento de todos» e «As terras de Alvargonzalez».

Exemplar revestido de encadernação coeva com cantos e lombada em percalina e as pastas em bonito papel marmoreado.

15€

Domingos Monteiro — O Livro de Todos os Tempos: História da Civilização

Distribuidores Gerais: Sociedade de Expansão Cultural, Limitada / Lisboa. [S/d]. 3 vols. in-4º. Enc. 

“Poderá parecer estranho que não seja, justamente, um historiador quem meta ombros à tarefa de escrever uma História da Civilização que tão necessária se estava tornando para preencher a lacuna existente na bibliografia portuguesa. (...) O historiador sofre, necessariamente, da tendência de se preocupar com o pormenor. O estabelecimento rigoroso de um facto, de uma data, de um nome, é, para ele, a medida da sua capacidade de investigação e constitui a sua maior glória. Entretanto, este rigorismo e esta meticulosa exactidão, têm, relativamente, pouca importância para essa visão de conjunto que é a substância viva de uma História da Civilização” – eis como o escritor duriense justificava de modo assaz simplista o seu voluntarismo no início do prefácio. 
O trabalho foi dividido nas grandes secções de capítulos «Da Formação da Terra ao Advento da Idade Histórica», «A Idade Histórica», «A Formação do Mundo Moderno» (Grécia, Roma, judeus e judaísmo), «Integração Psicológica e Moral dos Elementos de Formação do Mundo Moderno» (cristianismo, islamismo), «Integração Histórica, Política e Social dos Elementos de Formação do Mundo Moderno» (Renascimento, Reforma e Contra-Reforma).
Todos os volumes encadernados em bom tecido sintético, conservando por inteiro ambas as faces da capa primitiva (de cor diferente em cada um). 

50€

António Mattoso — História da Civilização

Livraria Sá da Costa – Editora / (24–L. do Poço Novo) Lisboa, 1940 [e 1938]. 2 vols. in-8º gr. de 544 e  581, [1] págs. Cart.

O primeiro volume, dedicado à Antiguidade, foi dividido nas duas partições «Antiguidade Oriental» (Civilização Egípcia, Civilização Caldaico-Assíria, Civilização Hebraica, Civilização Fenícia, Civilização Persa) e «Antiguidade Clássica» (as mais longamente abordadas Civilização Grega e, mais ainda, Civilização Romana). O segundo, em plano que curiosamente privilegia o antigo face ao novo, cobre de um trago os vinte séculos da nossa era: Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. 
Trabalho mais amplo do que era habitual em António Mattoso (pai de José Mattoso, que lhe herdou o gosto pela História mas bastante à esquerda), principalmente dedicado aos pequenos manuais escolares, padece ainda assim das mesmas insuficiências e generalizações precipitadas - para nos ficarmos pelo índice do primeiro volume, os celtas é quase como se não existissem e os povos germânicos só ganham verdadeiro direito à existência após a queda do Império; antes disso, ambos meros pormenores no percurso de Júlio César... Em todo o caso, um trabalho interessante e ricamente ilustrado ao longo de ambos os volumes, praticamente em todas as folhas.
Capas cartonadas pela editora, no primeiro volume de tipo canelado e no segundo (de tiragem anterior) tendo o cartão revestido de tela fina; quer num quer noutro apresentando alguma folga face à lombada.

25€

Engels — A Origem da Família, da Propriedade e do Estado

A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (Trabalho relacionado com as investigações de L. H. Morgan)

Editorial Presença. [S/d]. In-8º gr. de 236, [4] págs. Br.

Este estudo de Engels - ainda hoje de bem interessante leitura, apesar de alguma incipiência científica e de viciado, como de costume, por uma tese prévia que se quer à força provar - contém os capítulos «Estágios pré-históricos de cultura», «A gens iroquesa», «A gens grega», «Génese do Estado ateniense», «A gens e o Estado em Roma», «A gens entre os celtas e entre os germanos», «A formação do Estado entre os germanos» e «Barbárie e civilização»; pretendendo, ao aproveitar as referidas investigações do americano Lewis Morgan (cuja importância compara à de Darwin para a biologia e à do amigo Marx para a economia política, e de quem o livro principal foi Ancient Society, or Researches in the lines of Human Progress from Savagery through Barbarism to Civilization, de 1877), erigir como ideias fundamentais na Pré-História, entre outras, a existência de um (impropriamente chamado) «direito» materno a preceder o direito de matriz paterna afirmado na Grécia e na Roma antigas e de uma generalizada poligamia a anteceder o matrimónio monogâmico. A edição, publicada na «Colecção Síntese», transcreve os prefácios do autor à edição original (1884) e, mais longo este, à quarta, de 1891.

14€

Engels — El origen de la familia, la propiedad privada y el Estado

El origen de la familia, la propiedad privada y el Estado (En relación con las investigaciones de L. H. Morgan)

Editorial Ayuso (1972). In-8º peq. de 217, [V] págs. Br.

"Engels escribió esta obra en 1884, tomando como base el material del libro de Morgan La Sociedad Primitiva, así como otros datos más modernos de la Prehistoria. Engels estudia minuciosamente los rasgos históricos fundamentales del régimen social de las primeiras etapas de la Humanidad, los períodos llamados salvajismo y barbarie. Señala también cómo se habían transformado las formas del matrimonio y de la familia en relación con el progreso económico de la sociedad y como consequencia del crecimiento de la producción; a continuación analiza el proceso de desintegración del régimen gentilicio primitivo tomanco como base tres pueblos bien conocidos: los griegos, los romanos y los germanos, poniendo de manifiesto las causas económicas que provocaran la desintegración".

6€

Mendes Correia — Homo (os modernos estudos sobre a origem do homem)

Lumen. Empresa Internacional Editora. 1921. In-8º de 317, [3] págs. Enc.

Primeira edição, já invulgar, de um dos típicos trabalhos do autor – hoje mais que datados, e eivados frequentemente de preconceitos cuja validade científica é, claro, nula, mas com muitos dados e estudos de interesse (aqui sobre, e só no que a Portugal diz respeito, a estatura média nos vários distritos do país, a densidade populacional, a cor de cabelo, olhos e pele dos portugueses, etc.). Inclui numerosas gravuras no texto e os seguintes capítulos: «A origem animal do Homem», «A evolução», «Os Símios fósseis», «O Pithecanthropus», «O Homem fóssil», «A genealogia humana e a antropogénese», «O «neo-monogenismo» e a unidade específica do Homo sapiens», «Os factores da formação das raças», «Conclusões». 

Encadernação da época com a lombada em percalina gravada a ouro e as pastas em pele; conservando a capa de brochura por inteiro.

22€ 

A. de Montgon — L’Égypte

L’Égypte (Illustrations en couleurs de Marilac / ouvrage orné de 148 photographies)

Fernand Nathan, Éditeur – Paris, 1936. In-8º de 159, [1] págs. Cart.

Para além do texto – com capítulos como «Les Dieux de Memphis», «Thèbes, La Cité d’Amon», «Les Tribulations des Morts», «Les Derniers Pharaons», «La Conquête de Bonaparte» e da final «Chronologie de l’Egypte Antique –, o grande interesse do volume é de facto a qualidade das ilustrações por fotogravura, grande parte delas dos Arquivos Fotográficos de Paris (capital que à época tutelava não só o museu do Louvre como também o do Cairo) e muitas outras a partir de clichés de fotógrafos como Alinari, a dupla Lehnert e Landrock e o próprio Fernand Nathan.

O exemplar apresenta algum desgaste na lombada, nas margens e nas extremidades da capa (cartonada e ilustrada a cores, em cliché, na pasta superior); miolo sem defeitos a assinalar.


15€

Jacques de Morgan — La Humanidad Prehistórica

La Humanidad Prehistórica (con 1300 figuras, mapas y láminas en el texto) / Traducción, de la segunda edición francesa, anotada y puesta al día por el Dr. Luis Pericot García (Catedrático de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Barcelona, Subdirector del Servicio de Investigación Prehistórica de la Diputación de Valencia) y el Dr. Julián San Valerio Aparisi (Profesor ayudante de la Universidad de Madrid)

Editorial Cervantes / Barcelona, Año MCMXLVII. In-8º de XXXVII, [I], 421, [3] págs. Enc.


O francês, antigo director das Antiguidades do Egipto, dividiu este seu conhecido estudo nas secções de capítulos «La Evolución de las Industrias», «La Vida del Hombre Prehistórico» e «El Desarrollo Intelectual y las Relaciones de los Pueblos entre sí».

Exemplar guarnecido de encadernação em pele com a lombada – marcada por uma pequena fissura numa das casas – gravada a ouro.

20€

E. P. Cleator — O Romance da Arqueologia

Ibrasa – Instituição Brasileira de Difusão Cultural S. A. / São Paulo. (1963). In-8º de 196, [2] págs. Br.

Anunciado como “um apanhado altamente informativo da cena arqueológica ao mesmo tempo que descerra uma fascinante história de ocultos tesouros e perdidas cidades, de câmaras reais sob o pó e templos arruinados, de monumentos e de povos desaparecidos”, foi este pequeno tratado de divulgação dividido numa primeira parte mais genérica («Homens, Métodos e Materiais») e noutras três dedicadas às «Origens Orientais», aos «Restos Greco-Romanos» e a «Os Antigos das Américas».
O exemplar pertenceu à biblioteca de Neves Águas, de quem tem o ex-libris (cujo motivo egípcio vem neste caso muito a propósito...) e um vinco de quebra à cabeça das folhas em grande parte do volume.

7€

V. Gordon Childe — a aurora da civilização europeia

Portugália Editora (1969). In-8º de 623, [5] págs. Br.

Publicada doze anos após a original, foi esta a primeira edição portuguesa de um dos tratados mais importantes da história da arqueologia, que talvez dispense apresentações. Bastante ilustrado ao longo do volume por desenhos reproduzidos in-texte, consta de XIX capítulos, dos quais o décimo-quinto é dedicado à Península Ibérica («Estabelecimentos neolíticos marítimos» / «A cultura de Almeria» / «O nascimento de uma indústria de metais» / «A Idade do Bronze»).

14€ (reservado)

Leslie A. White — The Evolution of Culture

The Evolution of Culture: The Development of Civilization to the Fall of Rome

McGraw-Hill Book Company, Inc. / New York Toronto London. (1959). In-8º de 378, [2] págs. Br.

Foi a primeira edição de um dos mais importantes tratados não só da antropologia cultural como de toda a (ainda curta) história da antropologia, em geral. O antropólogo norte-americano dividiu o volume nas duas partições principais «Primitive Culture» e «The Agricultural Revolution and Its Consequences».

Exemplar com algum desgaste da capa; no miolo, apenas de destacar pequenos vincos nas folhas inciais e finais, à cabeça.

15€

H. G. Wells — História Universal

História Universal (Gravuras e Mapas de J. P. Horrabin / / Tradução de Anísio Teixeira / Texto revisto, anotado e prefaciado para a edição portuguesa por Óscar Lopes)

Edição «Livros do Brasil» Lisboa. [S/d]. 3 vols. in-8º gr. Br. 

Menos conhecido do público português, este ensaio histórico do ficcionista de A Guerra dos Mundos deveu-se, conforme Óscar Lopes salientava no prefácio, à mudança de rumo da sua opera depois da primeira Grande Guerra: dedicar-se-ia a partir daí sobretudo a trabalhos mais ou menos didácticos e de divulgação, entre os quais se destaca justamente este (o título foi traduzido com bastante liberdade...) The Outline of History: Being a Plain History of Life and Mankind
O primeiro volume estende-se «Dos começos da vida na Terra até ao fim do Império de Alexandre Magno», prosseguindo o segundo «Da ascensão e queda do Império Romano até o Renascimento da civilização ocidental», contemplando o terceiro o meio milénio decorrido desde então.

35€

George Orwell — Mil Novecentos e Oitenta e Quatro

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (Prefácio de José Pacheco Pereira)

Moraes editores (1984). In-8º de 301, [III] págs. Br.

No seu relativamente longo prefácio, um já desencantado do marxismo Pacheco Pereira chamava a atenção para aquela que entendia (decerto com razão) ser a leitura correcta do contexto que inspirou esta «distopia» hoje já muito pouco distópica – o totalitarismo comunista, não o capitalismo, apesar do Big Brother que nos anos 90 pauperrimamente se basearia na coisa – e terminava apelando “Leiam pois o Mil Novecentos e Oitenta e Quatro por outras razões que não 1984, porque é muito possível que seja necessário lembrarem-se dele lá para o fim do milénio”. Aproveitando a data e a procura, várias tiragens se sucederam logo em Janeiro e Fevereiro e depois ao longo do ano.

10€

George Orwell — Homenagem à Catalunha

Homenagem à Catalunha (tradução de Fernanda Pinto Rodrigues)

Edição «Livros do Brasil» Lisboa. [S/d]. In-8º de 266, [6] págs. Br.

“Impedida de circular em língua portuguesa ao longo de quarenta anos, embora nos ofereça uma visão muito parcial de acontecimentos já longínquos mas de tanta repercussão nos destinos da Península Ibérica, Homenagem à Catalunha não deixa de contribuir para a elucidação de tantos aspectos polémicos de uma das revoluções mais trágicas do nosso tempo”, a republicana espanhola, que Orwell defendeu durante a Guerra Civil pegando em armas como voluntário sobretudo em território catalão, e deixando aqui dessa defesa o relato – com «For Whom the Bell Tolls», de Hemingway, e os de Malraux e Bernanos, um dos principais testemunhos literários do conflito.

10€

Franz Kafka — O Processo (tradução de Gervásio Álvaro)

Edição «Livros do Brasil» Lisboa (Rua dos Caetanos, 22). In-8º de 285, [III] págs. Br.

Dispensará apresentações este 70.º e um dos mais importantes títulos da recentemente recuperada «Colecção Dois Mundos».

Exemplar por estrear.

12€

Franz Kafka — Diarios (1910-1923)

Fabula, Editorial Lumen /Tusquets editores. (1995). In-8º de 448 págs. Br.

"Dentro de la obra genial y atormentada de Franz Kafka, los trece cuadernos que componen sus Diarios constituyen un documento excepcional para el conocimiento de la enigmática personalidad del gran escritor checo. Iniciados en 1910 y continuados ininterrumpidamente hasta un año antes de su muerte, estos Diarios, no destinados a la publicación, y en los que Kafka volcó sus más íntimos secretos, frustraciones y deseos, contienen una de las confesiones más hirientes que ha producido la literatura europea del siglo XX."

A capa reproduz um desenho do próprio escritor, sendo alguns outros também reproduzidos no miolo.


12€

Klaus Wagenbach — Kafka (...) / traduction alain huriot

écrivains de toujours / seuil (1984). In-8º de 189, [III] págs. Br.

Originalmente publicado em alemão, o texto, rico em apontamentos sobre o escritor, é aqui complentado pela interessantíssima riqueza gráfica típica desta colecção - de que foi este o 81.º título publicado.

9€ (reservado)

Victor-L. Tapié — Chateaubriand

écrivains de toujours / seuil (1976). In-8º de 188, [IV] págs. Br.

71.º título de uma colecção iconograficamente riquíssima, com ilustrações abundantes e variadas: os escritores, as suas famílias, os lugares das suas vidas, o contexto da respectiva época, quadros artísticos correspondentes a motivos tratados nos seus livros, etc.

5€ (reservado)

Gérard de Nerval — As Noites de Outubro / Contos Realistas e Fantásticos

vega (Lisboa). [S/d]. In-8º de 167, [III] págs. Br.

Tradução de António Gonçalves (assina também a introdução) para As Noites de Outubro e de Isabel Vieira para os contos «A Ceia dos Enforcados», «Noite de 31 de Dezembro», «A Sonata do Diabo», «O Barbeiro de Göettingue» e «A Metempsicose»; havendo ainda um longo posfácio («Gérard de Nerval: A Razão Crespuscular») de Duarte Faria esboçando um bosquejo bio-bibliográfico do poeta romântico francês.

Exemplar por estrear.


8€

Théophile Gautier — Le Capitaine Fracasse (Illustré par Gustave Doré)

marabout geant illustré (Des Presses de Gerard & Ce (...) Imprimé en Belgique). In-8º de 534, [IV] págs. Br.

O reverso das faces da capa apresenta breves notas biográficas acerca de autor e ilustrador - este, precursor do surrealismo (isto é bastante forçado...); e aquele na poesia de Baudelaire, Banville, Flaubert, Lisle e parnasianos em geral. As ilustrações de Doré são como de costume a plena página.


12€

Maurice Allem — Alfred de Musset (38 Portraits et Gravures)

Alfred de Musset (38 Portraits et Gravures)

Société des Éditions Louis-Michaud, Paris. [S/d]. In-8º de 192 págs. Enc.

Volume publicado na conhecida colecção ilustrada «La Vie anecdotique et pittoresque des Grands Écrivains», bastante rica em gravuras e fotogravuras da época.

Exemplar bem encadernado com cantos e lombada em percalina, mas desprovido da capa de publicação; selo da portuense Livraria Académica; mancha de humidade e assinatura repetida nas folhas preliminares (de resto, em muito boa condição).

10€

Guy de Maupassant — Contos

Contos de Guy de Maupassant: O pão maldito – O dote – Um retrato – Adeus!

1934. Tipografia Gonçalves, Lisboa. In-8º de 58, [6] págs. Br.

Publicada na «Colecção Gonçalves», em que pontuavam maioritariamente escritores franceses (e que era, em grande parte, constituída por pequenos volumes de contos como este), a edição integra uma nota preliminar sobre Maupassant, destacando alguma da sua bibliografia principal nos vários géneros – romance, conto e teatro.


6€

Guy de Maupassant — L'Héritage

Paris: Ernest Flammarion, Éditeur. [S/d]. In-8º peq. de 251, [I] págs. Cart.

Na sinopse a uma das mais recentes edições deste livro (que chegou a dar um filme), eis o «argumento»: um viúvo dá a mão da sua filha única em casamento, deixando-lhe a sua herança só-e-apenas no caso de o casal gerar um filho no prazo de três anos após o casamento; não conseguindo, a riqueza será distribuída por obras de caridade.

Exemplar artesanalmente cartonado com aproveitamento da frente da capa de brochura.

10€

Guy de Maupassant — Sur l’Eau

Sur l’Eau (Illustrations de Lanos/Gravées sur bois par G. Lemoine)

Paris: Société d’Éditions Littéraires et Artistiques/Librairie Ollendorff. [S/d – 1904?]. In-8º de [VIII], 240, [II] págs. Enc.

Edição artística (da série «Édition Originale des Oeuvres Illustrées de Guy de Maupassant»), enriquecida pelas belas gravuras sobre madeira, em página inteira ou entremeando o texto, do conhecido gravador francês G Lemoine, a partir de bonitos trabalhos originais de Lanos. O livro recolhe apontamentos de viagem tomados pelo autor numa travessia de barco pelas costas do Mediterrâneo.

Exemplar revestido de uma encadernação em estilo meio-amador, com a lombada em tela (gravada a ouro) e as pastas em marmoreado delimitadas por uma estreita faixa também dourada; conservando por completo a capa de brochura e em bom estado, tendo o miolo apenas pontuado por algumas manchas de acidez.


22€