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Garrett, na passagem de ano 1823/1824

Anda muita gente a queixar-se de 2022 e a desejar que no próximo ano, por esta altura, o balanço seja melhor.
Sem entrarmos nessa discussão, gostaríamos só de recordar aos mais supersticiosos aquilo que o nosso Garrett escrevia no seu diário dois séculos antes, no último dia de 1823.
(Última semana com "chuva e ventania desde que amanhece até à noite"... soa-vos a alguma coisa?)

Enfim, desejamos que no final de 2023 os leitores desta página estejam mais satisfeitos do que o João Baptista - o autor das Viagens na Minha Terra, bem entendido - no final de 1823, já no primeiro de vários exílios britânicos.

Heiner Müller — Poemas

Um dos poemas mais dessorantes e deprimentes que imaginar se possa acerca da passagem de ano - e da ideia de passagem de ano - é de Heiner Müller, poeta e um dos principais dramaturgos europeus da segunda metade do século passado. E pode agora ler-se nesta bonita edição que a Officina Noctua, de Amarante, acaba de trazer a público: uma recolha das traduções compostas por Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta, para o espectáculo «Müller no Hotel Hessischer Hof» (1997) - é espantoso [mas estamos em Portugal] que só duas décadas e meia depois alguém se tenha enfim lembrado de concretizar esta ideia óbvia...
Já estão na livraria 3 exemplares de uma edição de apenas 300 - é 1%.
E ainda estão 2 da única edição portuguesa anterior dos poemas do senhor alemão, da mão de João Barrento, na Relógio d'Água.

15€ e 10€, respectivamente.

O Natal segundo Ruy Belo: ler Alexandre Herculano

Conhecem o «Poema de Natal» de Ruy Belo?

Começa assim: 
"É dia de natal a festa da família um deus nasceu
não me sinto sozinho mas estou sozinho
toda a minha família sou só eu
Levo nas algibeiras alguns versos e caminho
quando sinto de súbito o desejo de reler o herculano
a única pessoa que nos livros e na vida hoje me faz falta
única companhia para o meu natal
Entro nas poucas livrarias de Peniche
e gasto em livros de herculano o dinheiro que tenho"

Substitua-se as livrarias de Peniche, que por(des)ventura já nem existirão, por uma só livraria do Porto, que acaba de renovar o seu catálogo herculaneano - o qual inclui primeiras e raras edições em tempo de vida do próprio «Lobo do Vale», entre curiosidades várias.

Pode consultar-se

Com renovados votos de Boas-Festas para todos os clientes e amigos desta casa