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Eça de Queirós ― Crónicas de Londres

Crónicas de Londres por Eça de Queirós. Prefácio de Eduardo Pinto da Cunha

Lisboa: Editorial Aviz, 1944. In-8º de XXXVIII, [II], 266, 6 págs. Br.

Primeira edição em volume, coligindo as crónicas escritas por Eça a partir de Inglaterra – mais de Newcastle, propriamente, do que de Londres – entre 1877 e 1878 para o jornal «Actualidade». Publicada no âmbito das comemorações do 1º Centenário do nascimento do escritor, inclui uma nota dos editores a explicar a sua oportunidade e o longo (e algo entediante) prefácio de Pinto da Cunha. O conjunto das crónicas é um panorâmico mosaico da vida inglesa do último quarto de oitocentos – na linha dos que já Garrett e, mais tarde e de passagem, Oliveira Martins escreveram também – mas, além disso, dá conta dos principais acontecimentos que à época se sucediam no mundo inteiro, pelo que constitui ainda um documento de interesse histórico (decerto até sobre o literário).

Exemplar em muito bom estado, sem qualquer defeito de importância; só vincos ligeiros no encaixe e algum leve escurecimento marginal das folhas, natural dado o tipo de papel usado na impressão.
 
20€ 

Eça de Queirós ― Cartas

Cartas de Eça de Queiroz

1945. Editorial Aviz. In-8º gr. de XV, [I], 374, [2] págs. Br.

Primeira edição, dada a lume por ocasião das comemorações do centenário do nascimento do escritor. Com uma nota introdutória dos editores em que se defende a continuação da Correspondencia – repetida e erradamente assinalada com a data de 1928 (o livro é de 1925) – pela publicação deste conjunto de mais de 100 cartas “que encerra grande parte da sua correspondência dispersa em livros, publicações periódicas e arquivos particulares”. Entre os muitos destinatários salientam-se, em número e como seria de esperar, Ramalho e Oliveira Martins, além de outros habituais correspondentes como Luís de Magalhães, Alberto de Oliveira, João Penha, Mariano Pina, Silva Gaio e os condes de Sabugosa, Arnoso e Ficalho; incluindo-se ainda epístolas a Columbano, Rodrigues de Freitas, Teófilo Braga, Silva Pinto, etc.

Exemplar em muito bom estado, apenas com leve desgaste da capa (vestígios de acidez e, na lombada, ligeiros vincos).
 
20€

Eça de Queirós ― Cartas a Genelioux e Lugan

Cartas de Eça de Queiroz aos seus editores Genelioux e Lugan (1887 a 1894)//apresentadas por Marcello Caetano

Edições Panorama. Lisboa. 1961. In-8º gr. de 81, [3] págs. Br.

A edição, impressa em bom papel couché, foi inteiramente preparada e organizada por Marcelo Caetano, que, além das considerações iniciais e da conclusão, fez acompanhar de notas e comentários seus cada uma das cartas reproduzidas – de uma série de 24 enviadas por Eça, incluídas num conjunto de missivas a Genelioux e a Lugan (os sucessores de Chardron) escritas por autores vários que fora oferecido, em França, a Jorge Felner da Costa. São ainda reproduzidos excertos de alguma correspondência do romancista com sua mulher Emília, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Silva Gaio, etc.; de sugestões e interpretações críticas de autores diversos (Lopes de Oliveira e Gaspar Simões à cabeça); e o fac-simile de várias cartas e do frontispício de certas edições dos seus livros nelas referidas.

Exemplar em muito bom estado, tirando um ligeiro vinco na capa (e nas folhas iniciais e finais) e uma mínima assinatura de propriedade na primeira página de texto.
 
17€

Eça de Queirós ― A Emigração como Força Civilizadora

A Emigração como Força Civilizadora (Prefácio de Raul Rego)

p&r, perspectivas & realidades (1979). In-8º de 149, [3] págs. Br.

Este Relatório sobre a Emigração que hoje publicamos constitui obra inteiramente desconhecida até dos queirozianistas mais informados. (...) Porque não se publicaram até agora os relatórios de Eça de Queiroz como cônsul, tanto na Havana como em New Castle, em Bristol ou em Paris? Embora o que deles conhecemos nos dê o interesse profundo que Eça de Queiroz tomou na defesa dos emigrantes e o conhecimento que conseguiu do fenómeno social e económico da emigração, parece-nos que bom seria desenterrar dos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros quanto se lá contém para que não seja apenas o romancista grande a ser apreciado mas também o homem que não fica indiferente à sorte dos seus semelhantes. (...) O relatório que hoje publicamos tem a sua história, simples aliás. Talvez só tenha estado horas no Ministério dos Negócios Estrangeiros e de lá passaria a casa do ministro que, para o estudar, o teria levado consigo. O facto é que na família de Andrade Corvo, segundo cremos, se conservou até há pouco tempo. Adquirimo-lo num leilão do livreiro-antiquário e nosso amigo Arnaldo Henriques de Oliveira.” (Do prefácio).

Exemplar da série corrente, em brochura; por estrear, sem qualquer defeito significativo.
 
12€    

Eça de Queirós ― A Emigração como Força Civilizadora

A Emigração como Força Civilizadora (Prefácio de Raul Rego)

p&r, perspectivas & realidades (1979). In-8º de 149, [3] págs. Enc.

Exemplar n.º 185 da série especial de 200 em papel moulin creme encadernada pelo editor em tela e rubricada pelo próprio Raul Rego; por estrear - condição irrepreensível.

24€ 

Eça de Queirós ― A Tragédia da Rua das Flores

Lisboa, Moraes-Editores, 1980. In-4º de 468, IV págs. Br.

Primeira edição do romance de Eça que mais tempo permaneceu inédito, com um amplo trabalho de fixação do texto a cargo de João Medina e de Campos Matos. João Medina assina também o longo prefácio – estende-se até à pág.41 – em que, para além da sinopse do livro, da sua «história» e da exegese crítica, se explicam precisamente as opções tomadas na reprodução do texto manuscrito.

Exemplar da série especial encadernada em tela e numerada (tendo-lhe cabido o nº405) pelo editor.
 
35€

Eça de Queirós ― Cartas Inéditas

Cartas Inéditas (Introdução, comentários e notas de Beatriz Berrini)

Lisboa, Edições «O Jornal». 1987. In-4º de 71, [1] págs. Br.

Primeira edição de um conjunto epistolar integrado no espólio de Jaime Batalha Reis que a Biblioteca Nacional adquirira pouco antes. Inclui vinte cartas enviadas pelo escritor ao próprio Batalha Reis desde a mocidade (no que estará porventura o principal interesse da edição, não sendo muitas as missivas conhecidas dessa época) até perto da sua morte (a última é de Setembro de 1899); e, em apêndice, outras de Ramalho ao mesmo Batalha Reis e, sobretudo, deste a Eça. Capa ilustrada na frente pelo retrato do romancista com a mulher, Emília, e atrás pela reprodução aumentada da sua caligrafia.

Exemplar por estrear, em condição praticamente impecável – descontando uma pequeníssima marca de esboroamento na capa.
 
7€

Episódios da Vida Romântica

Antes que me esqueça: annuncia, peço-te, a apparição dos Maias, que se devem pôr á venda a 15 ou 20. Lugan & Genelioux nem habilidade têm, na lançagem d'um livro, para fazer imprimir annuncios! É necessario que esses annuncios eu proprio os pedinche! Estes industriaes portuguezes!... Eu vou-lhes escrever para que te remettam um dos primeiros exemplares brochados. E se fôr a tempo, podes transcrever um pedaço no Reporter. Os Maias sahiram uma coisa extensa e sobrecarregada, em dois grossos volumes!  Mas ha episodios bastante toleraveis. Folheia-os por que os dois tomos são volumosos de mais para lêr. Recommendo-te as cem primeiras paginas; certa ida a Cintra; as corridas; o desafio; a scena no jornal A Tarde; e, sobretudo, o sarau litterario. Basta lêr isso, e já não é pouco. Indico-te, para não andares a procurar através d'aquelle immenso maço de prosa.
 
[Eça de Queirós, carta a Oliveira Martins - Bristol, 12 de Junho de 1888]  

Oliveira Martins ― Os Filhos de D. João I

Lisboa: Imprensa Nacional, M DCCC XCI. In-4º de VII, [I], 471, [3] págs. Enc.

“É minha idéa que a arte de escrever historia está atravessando um periodo de transformação. Reagindo contra as theorias abstractas dos racionalistas antigos, os escriptores do nosso tempo, absorvidos pelo cuidado indispensavel da veracidade crítica, esqueceram os modelos eternamente classicos. A historia ha de sempre ser uma resurreição; e o processo artistico ou synthetico ser-lhe-ha sempre o adequado. As analyses eruditas e as controversias críticas, bem como as theses doutrinarias dos systematicos, serão tambem sempre materiaes indispensaveis do artista; mas nunca poderão crear obras que tanto agradem ao sabio como ao ignorante, deliciando e educando quem quer que tenha ouvidos para ouvir, olhos para ver e coração para sentir”, palavras preliminares e proclamatórias do autor a este trabalho, que dividiu nos seguintes capítulos: «A côrte e o conselho»; «Ceuta»; «A villa do Infante»; «As viagens do Infante D. Pedro»; «Um estadista do XV seculo»; «O «Leal Conselheiro»»; «As Ordenações e os judeus»; «Tanger»; «Os tratos da Guiné»; «O regente»; «Alfarrobeira»; «A descendencia do condemnado». O final do volume apresenta ainda em apêndice a reprodução de uma série de documentos de época.

Primeira e formosíssima edição, impressa a duas cores, ela sim altamente artística, com capitais e belas vinhetas desenhadas decorando o livro.

Exemplar da tiragem encadernada pela Parceria A. M. Pereira com largos cantos e lombada em pele e pastas em percalina, ornamentalmente gravada a ouro no encaixe e na frente, tendo também sido dourado à cabeça o corte das folhas; e conservando por inteiro a capa de brochura.

80€

Oliveira Martins ― A Vida de Nun'Alvares

A Vida de Nun’Alvares (Historia do estabelecimento da dynastia de Aviz / Desenhos de Casanova)

Lisboa: Livraria de Antonio Maria Pereira – editor (50, 52 – Rua Augusta – 52, 54). MDCCCXCIII. In-4º de 469, [3] págs. Enc.

Edição original deste segundo trabalho de fôlego consagrado aos primórdios da dinastia de Avis, que consta dos capítulos «O prior do Hospital», «O fim da dynastia», «O Messias de Lisboa», «A guerra», «O throno de Aviz», «Aljubarrota», «Valverde», «Os inglezes», «A sociedade nova», «O Santo Condestavel», «Fr. Nuno de Santa-Maria»; aos quais se seguem, em apêndice, «Chronologia», »Bibliographia» e «A canonisação do Condestavel».

Exemplar da série encadernada pelo editor: encadernação em estilo amador, com larga lombada e cantos em pele e pastas revestidas a tela, tudo gravado a ouro. A pele dos cantos inferiores está porém corroída (no de trás, demasiado), e a da face inferior em geral apresenta pequenas marcas de sujidade - o que o desvaloriza um quanto.

50€

Oliveira Martins ― A Vida de Nun'Alvares

A Vida de Nun’Alvares (Historia do estabelecimento da dynastia de Aviz / Desenhos de Casanova / 2.ª edição)
Lisboa: Parceria Antonio Maria Pereira – livraria-editora (Rua Augusta, 50, 52 e 54) ― MDCCCCII. In-4º de 469, [5] págs. Enc.

Exemplar da mesma série encadernada pelo editor (que, neste caso, fez conservar por inteiro a capa de brochura); padecendo da mesma (mas aqui mais grave) marca de corrosão da pele nos cantos, a aconselhar pequeno restauro.

25€

Oliveira Martins ― O principe perfeito

O principe perfeito (Precedido De uma introducção ácerca do complemento e plano geral da obra por Henrique de Barros Gomes) / 3.ª edição

1923 – Parceria Antonio Maria Pereira, livraria editora (Rua Augusta – 44 a 54), Lisboa. In-4º de 297, [3] págs. Enc.
 
 Exemplar da série encadernada pelo editor com largos cantos e lombada em pele e as pastas em tela, tendo ornamentais gravações a ouro na frente e sobre o encaixe; sendo o corte das folhas carminado à cabeça e conservando por inteiro a capa de brochura. Em bom estado global, apresenta porém dois defeitos significativos: ligeiras marcas de corrosão na pele e um pequeno furo de traça ao longo de todo o volume, encadernação incluída. 

20€

Oliveira Martins ― O principe perfeito

O principe perfeito (Precedido De uma introducção ácerca do complemento e plano geral da obra por Henrique de Barros Gomes)

Lisboa: Livraria de Antonio Maria Pereira - editor (50, 52 - Rua Augusta - 52, 54) / 1896. In-4º de VI, 268, XXV, [I] págs. Br.

Seria este o primeiro de uma série de três estudos históricos consagrados a D. João II, Afonso de Albuquerque e D. Sebastião – mas a morte por doença de Oliveira Martins apenas lhe permitiu terminar o primeiro capítulo, «Toro», sendo as outras duas centenas de páginas ocupadas pela tentativa de exegese do amigo Barros Gomes a partir do plano geral que o autor já esboçara e das impressões que com ele trocara em Setúbal e em Lisboa; começando logo por louvar “O pensador pujante, que possuia faculdades de abstracção tão raras em homens da nossa raça, que, primeiro entre nós, avistára, rasgando-os mais tarde para a nação inteira, horisontes novos, os quaes n’ella deviam modificar as concepções philosophicas, os principios do direito publico e da economia nacional em que assentára a sua historia durante mais de meio seculo; o historiador que, recorrendo a processos menos severamente scientificos, é certo, com faculdades fundamentalmente diversas das de Herculano, veio talvez em mais alto grau do que este, popularisar entre nós a historia patria, engrandecendo-a de facto (...)”.  
 
Exemplar da série em brochura, conforme saiu dos prelos.

40€ (indisponível)

Oliveira Martins ― História de Portugal

História de Portugal, por (...) / 12.ª edição / Com a publicação de algumas cartas recebidas pelo autor quando do aparecimento da obra

1942 / Parceria António Maria Pereira, Livraria Editora (Rua Augusta, 44 a 54) – Lisboa. 2 tomos in-8º de 332 e 348 págs. Enc.

São sete as cartas referidas, apresentadas em apêndice final: quatro de Camilo Castelo Branco (como sempre, interessantes, e com reparos quanto a matérias propriamente históricas e bibliográficas), uma de Bulhão Pato (elogiando de modo encomiástico este livro, mas censurando o trato desrespeitador que nele via ao adorado Herculano – a cuja memória, de “Mestre e Amigo”, foi porém dedicado), outra de Sousa Monteiro e outra de Lobo de Moura. Transcreva-se o início da primeira de Camilo: “Conclui a leitura da História de Portugal, e venho agradecer-lhe estas 20 horas boas que me deu. O seu livro há-de causar estranhesa pela novidade do processo; tem um destaque de escola que V. Ex.ª inicia entre nós, um modo de ver para o interior das coisas que violentará os míopes a aumentarem o grau dos vidros. Uns hão-de aprender, outros beliscados nas suas convicções históricas adquiridas com o Doria e o Mota Veiga, dirão que V. Exª é um visionário”.
Ambos os tomos revestidos de encadernação relativamente modesta com lombada (gravada a dourado) e cantos em percalina; que conserva por inteiro as capas originais.

20€

Oliveira Martins ― Historia da Republica Romana

Lisboa: Livraria de Antonio Maria Pereira, Editor. [S/d]. 2 tomos in-8º de XXXVII, [I], 454, [2] e [4], 472, [2], 11, [3] págs. Enc.

Por estranho que pareça, é até hoje a única história de Roma minimamente monumental ensaiada por historiador português, e o mais que temos – apesar da tipicamente deficiente cientificidade, também tipicamente compensada pelo fantasioso, ambicioso e largo de vistas poder de síntese do autor – para responder aos empreendimentos de um Mommsen, por exemplo (que O.M. leu e cita). O estudo foi com bom critério dividido nas grandes secções «A cidade romana», «Unificação da Italia», «As guerras punicas», «Conquista do mundo», «Socialismo e capitalismo» (postas assim as coisas, soam um tanto forçadas, mas reportam-se obviamente ao período das reformas sociais) , «Os tyrannos» e «O Cesarismo».
Primeira edição.

Exemplares da série em brochura que se crê mais rara e propriamente a  princeps, depois bem encadernados com cantos e lombadas em pele, estas últimas copiosamente gravadas a ouro; mantendo ambas as faces da capa original.

55€

Oliveira Martins ― Historia da Republica Romana

Lisboa: Livraria de Antonio Maria Pereira – Editor. (1897). 2 tomos in-8º de XXXVII, [I], 454, [2] e [4], 472, [2], 11, [3] págs. Enc.

Exemplares da série encadernada pelo editor em percalina gravada a ouro e a seco, com a efígie do autor na pasta frontal, para integrar a conhecida colecção «Obras de Oliveira Martins»; e que apenas diverge da anterior pelas folha de anterrosto e rosto, com o tipo ligeiramente diferente, um travessão no lugar da vírgula na linha de descrição da editora e referência à data de publicação. A percalina apresenta-se já um tanto corroída nas lombadas.
 
30€

Oliveira Martins ― Correspondencia

Correspondencia de J. P. Oliveira Martins ― prefaciada e anotada por Francisco d’Assis Oliveira Martins (Acompanhada dum autógrafo inédito de El-Rei D. Carlos)

1926 – Parceria Antonio Maria Pereira, Livraria (Rua Augusta, 44 a 54) Lisboa. In-8º de 290 págs. Enc.

Destacam-se em quantidade neste útil repositório as missivas enviadas a Eça e a Luís de Magalhães; havendo várias também a Bulhão Pato, Juan de Valera, António Cândido, Henrique Barros Gomes, Magalhães Lima, Ramalho, Anselmo Braancamp, José Luciano de Castro, Menendez Pelayo e Martins Sarmento; e esparsas a Camilo, a Carolina Michaelis, a Emídio Navarro, ao editor António Maria Pereira, ao rei D. Carlos, etc. Lacunas principais, reconhecia-as o próprio organizador, as que Oliveira Martins expedira ao dilecto amigo Antero e ao mestre Herculano.
Edição primitiva. 

Exemplar da série com encadernação editorial em percalina gravada a dourado na lombada e em ambas as pastas, apresentando a da frente um retrato colado em cliché do ministro no seu gabinete; que conserva ambas as faces da semelhante capa de brochura. Quer a pasta inferior, quer o referido cliché têm já discretas manchas e escoriações. De resto, sem defeitos significativos a assinalar.
 
20€

«Portugal Contemporaneo - Oliveira Martins»


Afora a literatura propriamente dita, Portugal não tem hoje senão um só escritor realmente superior: é Oliveira Martins, autor da Bibliotheca das Sciencias sociaes. Definir o seu género e classificá-lo numa palavra parece-me coisa quase impossível, pela simples razão de que essa palavra não existe ainda: socialista tem um sentido ao mesmo tempo estreito e vago; sociologista seria um barbarismo.
(...) Oliveira Martins, apesar de ainda jovem, merece, pela profundidade das suas investigações, pela originalidade e pela amplitude das suas vistas e pela firmeza do seu método, ser considerado entre os mestres e promotores destes novos estudos. Além disso, o seu estilo, pelas suas qualidades de vigor, de vida e de elevação, ainda que com demasiada frequência incorrecto e desdourado às vezes pelo mau gosto, faz do autor da
Bibliotheca das Sciencias um escritor de primeira ordem.
 
[Antero de Quental, in Revue Universelle et Internationale, 1884)

Neto de peixe

Não sei se já terão ouvido falar de André do Quental - o avô de Antero. Dado às musas, foi amigo de Bocage, e com ele preso pelo Intendente Pina Manique, que, não sabendo a qual dos dois atribuir a autoria de uns versos anti-clericais q.b., não esteve com meias medidas e mandou encarcerar ambos; mesmo assim, nenhum abriu a boca. Oficial do exército liberal, viveu em grande prostração durante a contra-revolução miguelista, só arrebitando depois de outorgada a Carta. Nunca aceitou publicar os próprios poemas, e terá até mandado um dos filhos queimá-los - só nisso se distinguindo significativamente do neto, de quem parece precursor na sensibilidade, nos nervos e no próprio estro.
Está (quase) tudo nos genes.