Afora a literatura propriamente dita, Portugal não tem hoje senão um só escritor realmente superior: é Oliveira Martins, autor da Bibliotheca das Sciencias sociaes. Definir o seu género e classificá-lo numa palavra parece-me coisa quase impossível, pela simples razão de que essa palavra não existe ainda: socialista tem um sentido ao mesmo tempo estreito e vago; sociologista seria um barbarismo.
(...) Oliveira Martins, apesar de ainda jovem, merece, pela profundidade das suas investigações, pela originalidade e pela amplitude das suas vistas e pela firmeza do seu método, ser considerado entre os mestres e promotores destes novos estudos. Além disso, o seu estilo, pelas suas qualidades de vigor, de vida e de elevação, ainda que com demasiada frequência incorrecto e desdourado às vezes pelo mau gosto, faz do autor da Bibliotheca das Sciencias um escritor de primeira ordem.
(...) Oliveira Martins, apesar de ainda jovem, merece, pela profundidade das suas investigações, pela originalidade e pela amplitude das suas vistas e pela firmeza do seu método, ser considerado entre os mestres e promotores destes novos estudos. Além disso, o seu estilo, pelas suas qualidades de vigor, de vida e de elevação, ainda que com demasiada frequência incorrecto e desdourado às vezes pelo mau gosto, faz do autor da Bibliotheca das Sciencias um escritor de primeira ordem.
[Antero de Quental, in Revue Universelle et Internationale, 1884)