Livrarias Aillaud e Bertrand (Paris, Lisboa). (1926). In-8º de XV, [I], 329, [3] págs. Br.
Primeira edição de um dos mais apreciados títulos do autor, com capa de João Abel Manta.
Vale a pena transcrever algumas passagens do prefácio no qual Aquilino dedicava o romance ao igualmente republicano e escritor Brito Camacho (de quem escreveria, recorde-se, uma biografia):
“Ao refundir a minha obra, sinto a tenacidade teimosa, um pouco absurda, talvez indefensàvelmente idealista, dos camponeses da Beira, meus avós, que viviam e morriam no sonho de converter chavascais em floridos vergéis. Êsse meu empenho – seja questão de probidade, seja atavismo da rija e obsessa alma beiroa – é superior ao meu raciocínio, aos raciocínios mais robustos dêste mundo”
[Dizendo aqui terminar o seu primeiro ciclo literário] “Vou descer à urbs, depondo a pena que a crítica suficiente qualificou de regionalista. Em verdade, se regionalista é ter descrito outra coisa que não Lisboa, não reclamo melhor diploma (...)
Quero ainda dizer ao pio leitor – só a êsse – que, melhor que romance, êste livro é uma fábula. Fábula em onze jornadas, tragicómica, sorte de rapsódia pagã em bemol. Sinto que passa nela um sôpro da loucura que vai dobrando a canavial secular das ideas e dos bons costumes. Por aí perde, ou por aí ganha.”
O exemplar (do quinto milhar impresso) pertenceu ao tenente Pina Cabral, de quem tem a assinatura carimbada na folha de guarda; em boa condição no miolo, mas exteriormente pouco cuidado, com alguns defeitos.
15€