“Woyzeck é o mais (in)acabado exemplo de “drama aberto” da dramaturgia pós-moderna. Não se saberá nunca o que seria esta peça que não chegou a sê-lo, se Georg Büchner não tivesse morrido prematuramente [sic], de tifo, aos vinte e três anos, no exílio suíço. (...) Os fragmentos dos quatro manuscritos de que dispomos poderiam ter evoluído para uma tragicomédia absurda da qual saltasse a imagem ampliada da grande opacidade, impenetrável, da natureza humana (como na farsa trágica Leôncio e Lena). Ou também numa monumental sátira, escrita da perspectiva tomista-materialista, céptica e cínica, do médico e do pensador anti-idealista Georg Büchner. (...) Assim, fragmentária e redundante como nos chegou, é matéria movediça e fulgurante, como a dos sonhos”
Assim começava Barrento o seu longo prefácio, a que chamou “a majestade do absurdo”.
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