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Ricardo Jorge ― Demographia e Hygiene da cidade do Porto

Demographia e Hygiene da cidade do Porto ― I: Clima-População-Mortalidade (illustrado com quadros estatisticos, tabellares e graphicos, referentes ao Porto, Lisboa e Reino, e confrontos internacionaes / por / Ricardo Jorge (Medico municipal, lente de hygiene e medicina legal na Escola Medico-Cirurgica do Porto, socio correspondente da Academia Real das Sciencias, do Instituto de Coimbra, e da Sociedade das Sciencias Medicas.))

Editado pela Repartição de Saude e Hygiene da Camara do Porto, 1899. In-4º de 444, [4] págs. Cart.
 
 
Tomo inaugural de um projectado «Annuario do Serviço Municipal de Saude e Hygiene da Cidade do Porto» que, salvo erro, não teria continuação, foi este um dos primeiros livros do higienista e é hoje raro – e bastante desconhecido mesmo entre os coleccionadores de bibliografia portuense, à qual interessa e não pouco.

“Quando em fins de 1892 se installou a Repartição municipal de Saude e hygiene, um dos serviços que a ex.ma camara nos auctorisou logo a crear, foi o da estatistica demographica da cidade. Era litteralmente uma vergonha que uma grande cidade como o Porto não tivesse um registro seu do movimento da sua gente. (...) O Porto vive no esquecimento d’essas cifras; se a semana foi boa ou ruim no mercado dos generos ou nas operações bancarias, ha muito quem escrupulise em sabe-lo; mas se os cemiterios enguliram mais cadaveres, se a tisica ou a febre typhoide diminuem o rebanho, a quem se lhe dá isso?! (...) Tentou-nos, como preliminar, a historia populacional do Porto, as causas e a marcha do seu desenvolvimento, rastreadas principalmente atravez dos documentos archivados no cartorio municipal. E’ um ensaio de demogenia local e estatistica historica, e ao mesmo tempo um esboceto da evolução social d’esta cidade que a historia tam ingratamente tem despercebido, esta cidade do Porto tam digna de rememoração como «velha burgueza, mãe do Portugal, que ella criou, vestiu de ferro, e fez nação, robusta e destemida, entre os seus braços e sobre a amurada das suas naus (Camillo)”, assim apresentava o autor num longo prefácio este seu trabalho, que dizia pioneiro na estatística e no qual destacava “a construcção dumas taboas de vida, mortalidade e sobrevivencia, raro tentada lá fóra em grupo urbano, e pela primeira vez ensaiada para um grupo social portuguez”.

Antes do tratado propriamente dito, também a longa exposição inicial acerca da história da cidade merece atenção, apesar de padecer um tanto dos mesmos defeitos e insuficiências que R.J. criticava a outros – v.g. a confusão entre Cale e Gaia, porém desculpável numa altura em que ainda se começava a desfazer esse e outros equívocos sobre a origem do burgo que ainda hoje confundem tanta gente...

Compõe-se das secções «Meteorologia – Clima», «Demographia – População» (com os capítulos «Origens e Desenvolvimento», «Composição censuaria» e «Movimento da população») e «Mortalidade» («Mortalidade geral», «Mortalidade especial», «Taboas de mortalidade e sobrevivencia» e «Mortalidade local»); apresentando, no texto e em folhas destacadas, toda uma profusão de gráficos, mapas, quadros e tabelas com diversíssimos dados geográficos e higiénico-sanitários relativos, sobretudo, ao último quartel do séc.XIX.

50€