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Boletim bibliográfico 2/2025

O segundo deste ano está finalmente pronto, após vários meses de atraso; tem em destaque o Vaticano e os seus papas, aflorando ainda os centenários de Luís Pacheco e Isabel da Nóbrega e os 60 anos da fundação da Dom Quixote pela escandinava Snu. 
Pode ser enfim consultado

Sophia — A Fada Oriana

A Fada Oriana (Ilustrações de Luís Noronha da Costa / 5.ª edição)

Edições Ática, Lisboa. (Composto e impresso nos [sic] oficinas gráficas da Tipografia Macario, Lda. – Lisboa. Acabou de imprimir-se em Maio de 1978). In-8º gr. de 78, [I], [i] págs. Br.

Tardaram duas décadas para que se publicassem cinco edições deste livro originalmente saído dos prelos em 1958 - mas a partir da passagem para a portuense Figueirinhas, logo na década seguinte se foram multiplicando, fazendo deste não só o livro mais vendido da autora como talvez de toda a literatura infanto-juvenil portuguesa.
Antes da passagem para a «vulgata», o que há a salientar é o apuro gráfico das reproduções das ilustrações de Noronha da Costa, mais salientes neste formato (maior) e neste papel. 

Exemplar com ligeiro desgaste exterior.

14€

Garcia Barreto — Literatura para crianças e jovens em Portugal

Campo das Letras (Impressão: Tipografia do Carvalhido – Porto / 1.ª edição: Junho de 1998). In-8º de 234, [ii] págs. Br.

“Uma visão de conjunto da Literatura para Crianças e Jovens em Portugal, desde as origens até à actualidade, necessariamente incompleta, mas dada através de uma abordagem simples, escrita numa linguagem sem carga académica. Referências a autores e obras, fichas biobibliográficas, tanto de autores nacionais como estrangeiros que, de algum modo, contribuíram para o continente maravilhoso da Literatura Infantil”; que embora pudesse estar mais bem escrita é já justamente considerada uma das peças de referência na bibliografia portuguesa sobre o tema, tendo em conta muito justamente a riqueza de colação bibliográfica.

12€

Natércia Rocha — Bibliografia Geral da Literatura Portuguesa para Crianças

Editorial Comunicação (Acabou de se imprimir em Julho de 1987 / Guide – Artes Gráficas, Lda. / Lisboa – Portugal / Tiragem: 2000 ex.). In-8º de 260, [iii], [I] págs. Br.

No seu breve prefácio, precedendo a introdução da própria autora, David Mourão-Ferreira resumia, quase a terminar, assim o livro: “Abrangendo o largo período de 1778 a 1986, alfabeticamente ordenada [sic], este trabalho, realizado com paciência beneditina, oportunamente se propõe, por um lado, reunir todos os dados disponíveis e, por outro, fomentar a indispensável base de apoio a ulteriores estudos que, neste domínio, se mostram cada vez mais urgentes”.
Ao importantíssimo – embora naturalmente muito longe de exaustivo – core desta recensão acrescem no final «Índice de textos para teatro», «Índice de ilustradores», «Prémios nacionais de literatura para crianças» e uma lista de «Obras e autores premiados».

14€ 

Raquel Patriarca — O Livro Infantojuvenil em Portugal entre 1870 e 1940

O Livro Infantojuvenil em Portugal entre 1870 e 1940: Uma Perspetiva Histórica

caleidoscópio [Dezembro 2024]. In-8º gr. de 399, [i], [XXIX], [i] págs. Br.

Tese de doutoramento da autora em História do Livro, apresentada em 2012 mas tendo de esperar que o relógio dos anos desse uma volta completa, até aos 24, para ser finalmente publicada no mercado. O trabalho, bastante minucioso, foi dividido nas partições principais «História e Educação entre 1870 e 1940», «Literatura Infantojuvenil entre 1870 e 1940», «Os Livros para Crianças e Jovens nas últimas décadas do Constitucionalismo Monárquico (1870-1910)», «Livros para Crianças e Jovens durante a I República (1910-1926)», «Livros para Crianças e Jovens na Ditadura Militar e inícios do Estado Novo (1926-1940)». 

25€ (P. V. P.)

Ernest Hemingway — O Velho e o Mar

O Velho e o Mar (tradução e prefácio de Jorge de Sena / ilustrações de Bernardo Marques)

Edição «Livros do Brasil» · Lisboa (Os trabalhos gráficos deste livro foram executados na primeira quinzena do mês de Novembro de mil novecentos e cinquenta e seis). In-8º de 133, [II], [i] págs. Br.

Do prefácio do tradutor: “Ante uma obra como esta — da mais alta qualidade artística e da mais nobre categoria ética — um obra que nos eleva à contemplação da dignidade do homem e do mundo em que é um ser pensante, através da mais avassaladora singeleza: devemos curvar-nos gratamente e fazer votos porque, numa tradução que procurei fosse escrupulosa e fiel, pouco se tenha perdido de tão pura obra-prima, do seu poder encantatório, da sua frescura narrativa”

8€

Ernest Hemingway — For Whom the Bell Tolls

The Sun Dial Press / Garden City, New York. (1940). In-8º gr. de [IV], 410 págs. Enc.

Reimpressão do romance publicada sob licença da Charles Scribner´s Sons, que o dera a lume originalmente também em 1940; nesse ano terão sido impressas, pelo menos, duas tiragens na casa-mãe (a original com 75.000 cópias), esta e uma outra em Filadélfia; não foi possível concluir a esta livraria portuguesa, sem grande conhecimento da bibliografia norte-americana, qual a exacta ordem cronológica de saída.

Boa encadernação pelo editor em tela, ligeiramente desgastada no topo da lombada. A ter havido sobrecapa, ela falta ao exemplar.

30€

Mark Twain — Tom Sawyer Abroad

Tom Sawyer Abroad, by (...) / (Copyright edition.). Leipzig: Bernard Tauchnitz, 1894. [Aliás, na capa, 1921]. In-8º peq. de 202, [2] págs. Enc.

Volume publicado na conhecida e profusa «Collection of British (/and American) Authors», tendo o exemplar sido bem encadernado em percalina gravada a ouro conservando ambas as faces da capa de brochura, a inferior dando a entender que esta reedição será de 1921.

15€

Mark Twain — Um americano na corte do rei Artur

Portugália Editora (1979). In-8º de 384, [VI] págs. Br.

"Mark Twain faz uma sátira magistral ao espírito cavalheiresco da nobreza medieval. Um Americano na Corte do Rei Artur é a história dos cavaleiros da Távola Redonda vista do avesso. Nele manifesta Mark Twain algumas das características mais salientes do seu génio: a imaginação poderosa, sempre fresca e imprevista, o humor, a força satírica, a lucidez crítica, o conhecimento da vida humana (passada e presente) e dos seus ridículos. Ao apresentá-lo agora, em tradução portuguesa, pretendemos servir não apenas o público juvenil, mas todos os leitores em geral. Trata-se de uma obra-prima que merece estar ao lado do Dom Quixote, de Cervantes". 

Capa de Paulo Guilherme.

12€

Mark Twain — aventuras de Huckleberry Finn

aventuras de Huckleberry Finn (Tradução de Ricardo A. Fernandes / 4.ª edição)

Portugália Editora, Lisboa (composto e impresso nas oficinas gráficas da Sociedade Astória, Lda. / Maio de 1970). In-8º de 387, [VII] págs. Br.

"Para Huck, cada dia traz uma nova experiência: encontra-se com o egoísmo, as habilidades dos oportunistas que o fascinam mas não o confundem, a cobiça, a traição. Aprende por si próprio a distinguir o bem e o mal, conhece a alegria e o remorso. Onde a aventura o chama, ele lá vai! São irresistíveis de graça os comentários, as contínuas e coloridas fantasias, os malabarismos de que se serve para atingir os seus fins".

10€

Lewis Carroll — Alice au Pays des Merveilles

Alice au Pays des Merveilles (Traduction d'André Bay / Images de Prassinos)

Éditions Stock (Delamain et Boutelleau), Paris. (1942). In-8º de 185, [5] págs. Cart.

"La Collection Maïa est composée de vrais livres copieux, captivant l'imagination sans la gatêr et d'une véritable valeur littéraire - Illustrée avec gout, présentée avec soin, (...) s'adresse a toute la jeunesse moderne, filles et garçons", eis o programa da colecção - com a capa cartonada e graciosas ilustrações a p/b e uma cor, graficamente recortadas a fazer de cliché.

10€

Jonathan Swift — Viagens de Gulliver: adaptação livre (...) por João de Barros

Viagens de Gulliver: adaptação livre da obra de Jonathan Swift por João de Barros / ilustrações de Sara Sá da Costa

Livraria Sá da Costa, editora. In-8º de 285, [iii], [II] págs. Br.

João de Barros dividiu esta sua versão em quatro partes, cada qual com vários capítulos: «Viagens a Liliputia e a Blefusco», «Viagem a Brobdignac», «Na terra dos Cavalos Civilizados (Honyhnhnms)» e «Acabam as aventuras e aprendo a amar os Portugueses» (!); justificando no seu prefácio esta última patrioteira partição, espécie de maxi-capítulo 11 (já de si dos mais pequenos do livro...), “em que a generosidade e a lhaneza dos Portugueses, simbolizados na figura simpática do comandante do Galeão que salva Gulliver de perigoso acidente, prova e demonstra de incisiva maneira a opinião favorável (e aliás jamais desmentida) dos estrangeiros a nosso respeito, quando mantínhamos ainda supremacia marítima na Europa e no Globo” – o que, convenhamos, já não era há muito o caso. 
[Recorde-se, já agora, que noutro livro contemporâneo «semelhante», o Cândido, de Voltaire, há também um capítulo «português», com a descrição de um auto-de-fé em Lisboa, que por si só complica bastante esta tese da “opinião favorável dos estrangeiros a nosso respeito” – João de Barros também o isolaria aumentado em secção principal?] 
Quanto às boas ilustrações de Sara Costa, além das da capa há mais uma a cores, na anteportada, sendo as restantes a p/b em friso nas páginas capitulares.

10€

Jonathan Swift — As Viagens de Gulliver

As Viagens de Gulliver (Tradução e Prefácio de Luzia Maria Martins)

1964 / Editorial Presença (Composto e impresso na Tipografia Rios & Irmão, L.da / Santa Maria de Lamas). In-8º peq. de 413, [ii], [IX] págs. Br.

“Grande estilista, Swift adoptou, nas «Viagens de Gulliver», um estilo conciso, um estilo que definiremos como «staccato», se nos é permitida a utilização de um termo musical. Perpassam nestas páginas – dominadas por um pessimismo aparente – uma lucidez e uma coerência impressionantes, dirigidas contra alvos eternos”.  

8€

Daniel Defoe — A Vida e as Aventuras de Robinson Crusoe

A Vida e as Aventuras de Robinson Crusoe (traducção de Pinheiro Chagas / com 42 illustrações)

Livrarias Aillaud, Bertrand (Paris, Boulevard Montparnasse / Lisbonne, Rue Garrett). In-8º peq. de 358 págs. Enc.

Volume publicado na «Bibliotheca Rosa Illustrada» - a cor da encadernação em percalina; que apresenta algum desgaste, como por regra sucede, o mesmo se podendo dizer das notas de oxidação típicas do papel utilizado na impressão.
Relativamente invulgar.

20€

Daniel Defoe — A Vida Amorosa de Moll Flanders

Publicações Europa-América (Abril de 1998). In-8º de 312, [IV] págs. Br.

“As aventuras e desventuras da famosa Moll Flanders que nasceu em Newgate e, durante uma vida de sessenta anos, além da infância, foi doze anos cortesã, cinco vezes mulher casada (uma delas com o seu próprio irmão), doze anos ladra, oito anos delinquente deportada na Virgínia e, finalmente, enriqueceu, viveu com honestidade e morreu arrependida. Escrito a partir das suas próprias notas por / Daniel Defoe”

“O que é uma vida, quando vista à distância? Duas datas, um nome e alguns adjectivos. É assim com Moll Flanders: mulher dissoluta, ladra, incestuosa e, por fim, penitente. A sua vida é feita de eternos recomeços que a transformam num exemplo superior de humildade e de vontade férrea: nascida na prisão, educada por caridade e seduzida aos dezasseis anos, Moll Flanders conhece, ao longo da sua vida, três ligações irregulares e cinco maridos, alternando sucessivamente entre a miséria e a fortuna... Mais do que um romance de aventuras, o retrato de uma personalidade única e uma acerba crítica de costumes."

10€

Frank Harris — Bernard Shaw

Bernard Shaw (Traduit de l'anglais par Madeleine Vernon et H. D. Davray) / Sixième édition

Gallimard, Paris — 43, Rue de Beaune. (Achevé d'imprimer en mars 1938 par les Établissements Busson). In-8º de 289, [1], [II] págs. Cart.

Esta biografia da autoria daquele que, na juventude amigo de ambos, dedicara já um trabalho semelhante a Oscar Wilde, mereceu de Shaw escritos autónomos e cartas de desaprovação - por entre mútuos remoques truculentos q.b., à boa maneira irlandesa, no caso de Harris com manifesto exagero, dando quase a impresão de ter escrito isto só para irritar o (ex-) amigo...
Não existe, salvo erro, edição portuguesa.

Exemplar artesanalmente cartonado parecendo aproveitar, colada sobre a pasta superior, a frente da capa primitiva; desvalorizado por marca a esferográfica na folha de rosto.

10€

Samuel Beckett — Últimos trabalhos

Últimos trabalhos (Tradução de Miguel Esteves Cardoso)

O Independente / Assírio & Alvim. (Concepção editorial e produção: Vasco Rosa. Impressão: Inova, Artes Gráficas (Porto). 1996). In-8º de 63, [I] págs. Br.

Edição publicada a pretexto da Feira do Livro de Frankfurt desse ano, que teve a Irlanda como país convidado. Os três escritos aqui reunidos são «Worstward ho / Pioravante marche», «Stirrings still / Sobressaltos» e «What is the word / Que palavra será».

Exemplar usado, com algumas marcas de desgaste.

10€  

Peter Funke — Oscar Wilde

Círculo de Leitores (Impresso e encadernado por Printer Portuguesa, Rio de Mouro em Outubro de 2003). In-8º peq. de 201, [II], [iii] págs. Cart.

“Quem era então este Oscar Wilde, que nas suas cartas se comparava a si próprio [sic] a Apolo, Nero, Dom Quixote e até mesmo Francisco de Assis, este doce pecador de Inglaterra de natureza infantil e simples, este famigerado Santo Oscar de Oxford, rei da vida, mestre da língua e sumo sacerdote do esteticismo, recluso e pederasta, poeta e plagiador, dândi e mártir?”

8€

Oscar Wilde — o retrato de Dorian Gray

o retrato de Dorian Gray (Tradução de Januário Leite)

Portugália Editora, Lisboa (composto e impresso (...) na Empresa Norte Editora, Póvoa de Varzim / Dezembro de 1969). In-8º de 370, [V], [i] págs. Br.

43.º título publicado na colecção «Os Romances Universais: os grandes mestres do romance clássico e contemporâneo», com capa de Câmara Leme, aqui já em quinta edição/reimpressão.

Muito bom exemplar, só com as quase inevitáveis pequenas notas de oxidação na capa e nas margens do papel.

12€ 

Oscar Wilde — O Crime de Lord Artur Savile

O Crime de Lord Artur Savile (Tradução de Vergílio Mendes)

Editorial «Gleba». Lisboa. (1943). In-8º de 158, [2] págs. Br.

Publicado na colecção «Contos e Novelas», o volume inclui os conhecidos «O Crime de Lord Artur Savile» e «O Fantasma de Canterville», a que se seguem «A Esfinge sem Segredo», «O Modêlo Milionário», «A Casca de Laranja», «Poemas em Prosa» e «A Santa Cortesã».

Exemplar com pequenas falhas na capa e vestígios de acidez nas folhas iniciais e finais.

7€

Oscar Wilde — Le Crime de Lord Arthur Saville

Le Crime de Lord Arthur Saville, par (...) / Traduit de l'anglais par Albert Savine

1923 / douzième édition (na capa: quatorzième édition). Librairie P. - V. Stock / Delamain, Boutelleau et Cie, Éditeurs - Paris. In-8º de 259, [III] págs. Br. 

Além da que lhe deu título, o volume recolhe um conjunto de novelas e short-stories como «L'Ami Dévoué», «Le Prince Heureux», «Le Rossignol et la Rose», «Le Géant Égoïste», «Old Bishop's», «La Peau d'orange».

10€

Oscar Wilde — Three Tales by (…)

London: Oxford University Press / Geoffrey Cumberlege. (Published 1937 / Ninth impression 1952). In-8º peq. de 46 págs. Br.

O volume, graciosamente ilustrado, recolhe «The Happy Prince», «The Nightingale and the Rose» e «The Star-Child».

Este exemplar tem na capa o carimbo da Livraria Figueirinhas – primeira que o livreiro frequentou, ainda na tenríssima infância.

7€

Edgar Allan Poe em Portugal

Biblioteca Nacional de Portugal / Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa / Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Setembro 2009). In-8º de 84, [I], [iii] págs. Br.

A edição contou com um extenso e importante texto introdutório da académica, poeta e tradutora Margarida Vale de Gato, que no entanto bem poderia ter evitado não assim tão pequenos lapsos como o de chamar Paul Breton a André Breton e o de omitir na recensão bibliográfica a edição em volume, nos anos 90, de um dos textos a que dá merecido destaque. A essa introdução, abundante de notas úteis, juntou-se a reprodução de trabalhos artísticos de Filipe Abranches e de Júlio Pomar, de capas de livros e de ilustrações variadas – resultando o conjunto mais rico do que os pequenos catálogos do mesmo género que a BN tem (felizmente) editado, aqui talvez apelativo para o público leitor em geral e não só para os bibliófilos e bibliógrafos em particular.

Exemplares novos, com o marcador próprio da edição. 

5€

Edgar Allan Poe — O Mistério de Maria Roget

O Mistério de Maria Roget (Tradução de Jorge de Sena)

Crime imperfeito (Relógio d’Água, 1988). In-8º de 65, [iii] págs. Br.

Salvo erro, esta primeira edição na Relógio d’Água, que muito mais tarde reeditaria o volume com uma nova capa também a partir de um quadro de Füssli, aproveitava uma tradução deste exercício policial que Sena publicara na Portugália.

Exemplar aparentemente por estrear, embora com ligeiríssimas marcas na capa.

9€

Edgar Allan Poe — Nouvelles Histoires Extraordinaires

Nouvelles Histoires Extraordinaires (Préface et Traduction de Charles Baudelaire / introduction et notes de Léon Lemonnier)

Paris: Librairie Garnier Frères (1947). In-8º de [VI], XXIX, [I], 297, [3] págs. Br.

É conhecida esta história do estudo de Baudelaire, que começou por fazer um bastante descarado plágio – no séc.XIX, prática corrente, veja-se o nosso Eça… – para depois, nestas «Notes Nouvelles sur Edgar Poe», meter finalmente não só as mãos mas a própria cabeça à obra. A longa introdução de Lemonnier abunda em considerações sobre Poe e Baudelaire e a actividade tradutora deste, em geral, e do escritor norte-americano em particular.

Pequena rubrica de propriedade, a tinta, na primeira página justamente da introdução. 

15€  

Baudelaire — Os Paraísos Artificiais

Editorial Estampa (2010). In-8º de 167, [1] págs. Br.

Quinta edição destas versões de José Saramago de um conjunto de conhecidos textos do poeta francês sobre o ópio, o haxixe e o vinho.

Exemplar novo.

10€

Saint-John Perse — Pássaros (Tradução de Aníbal Fernandes)

(Hiena Editora / Lisboa, Janeiro de 1986). In-8º de 52 págs. Br.

O primeiro parágrafo do prefácio do [bom] tradutor: “Saint-John Perse não fala de si próprio em nenhum ponto da sua obra; e em nenhum ponto da sua obra a si próprio recorre como auto-afirmação. E também nunca acedeu a publicar qualquer texto em prosa que pudesse, de perto ou longe, ficar ligado a uma poesia que já era, à nascença, independente da biografia. Nenhum rosto, nenhuma data, nenhum ponto de contacto; que bem pode, a obra ideal, ser anónima”.

10€ 

Victor Segalen — Estelas seguido de Terra Amarela

Estelas seguido de Terra Amarela / Tradução de Pedro Tamen

Cotovia / Fundação Oriente. (Acabou de imprimir-se em Maio de 1996 na Tipografia Guerra (Viseu) numa tiragem de 1200 exemplares). In-8º de 154, [II], [iv] págs. Br.

Exemplar novo, embora já «batido» de diversas feiras do livro nas quais ninguém – orientalista algum – lhe pegou.

8€

Anaïs Nin — Uma Espia na Casa do Amor

Editorial vega (Composto e impresso na: Tipografia Lousanense, Lousã). (1979). In-8º de 133, [iii] págs. Br.

Sobre um livro que deu uma canção dos Doors, tendo honras de ser cantado por Jim Morrison, talvez nada mais seja preciso dizer; excepto que terá sido este o primeiro livro da escritora francesa publicado em Portugal, e que para ele Mário Jorge Torres redigiu 2-em-1 textos de apresentação: «Para uma biografia (ou a propósito da escrita?) de Anaïs Nin» e «Algumas notas para uma proposta de leitura de «Uma Espia na Casa do Amor»».

10€

Jean-Jacques Pauvert — A Literatura Erótica

A Literatura Erótica (Tradução de Serafim Ferreira)

teorema (Impressão e acabamento: Rainho & Neves, Lda. / Santa Maria da Feira // Setembro de 2001).In-8º de 109, [III] págs. Br.

"Jean-Jacques Pauvert, nascido em 1926, percorreu, a partir de 1942, todos os caminhos que conduzem ao livro. Excelente escritor e polémico editor, é, sem dúvida, um dos maiores especialistas mundiais em literatura erótica. (...) como escritor publicou, entre outras, as seguintes obras: Sade vivant, Nouveaux et moins nouveaux visages de la censure, Anthologie historique des lectures érotiques". 

Vários exemplares disponíveis.

10€

Boris Vian — O Outono em Pequim (Tradução de Luísa Neto Jorge)

Editora Ulisseia, Lisboa. (1965). In-8º de 320 págs. Enc.

Título publicado na «Série Literatura» da Ulisseia, com uma das (muitas) traduções para o pão nosso de cada dia que a mais interessante – no feminino – poeta portuguesa teve de fazer.
Capa de José Cândido, neste exemplar acusando algum desgaste, sobretudo no encaixe e na face inferior; marcas de ligeiro escurecimento marginal das folhas.

14€

Marguerite Duras — O Amante

O Amante (14.ª Edição / Tradução de Luísa Costa Gomes e Maria da Piedade Ferreira)

Difel / Difusão Editorial, Lda. Lisboa. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu). In-8º de 98, [ii] págs. Br.

Vencedor por unaninimidade do Goncourt, ia já aqui na 14ª de ainda muitas mais edições – num tempo não assim tão distante em que por cá se ligava alguma coisa à literatura, em geral, e ao principal prémio das letras francesas em particular. Vendidos quase 3 milhões de exemplares só em França, viria a ter adaptação cinematográfica, supervisionada pela própria Duras, já na década de 90.

8€

Marguerite Duras — Olhos Azuis Cabelo Preto

Olhos Azuis Cabelo Preto (Tradução de Tereza Coelho)

Difel / Difusão Editorial, Lda. Lisboa. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu). In-8º de 109, [iii] págs. Br.

“É a história de um amor, o maior e mais aterrador que me aconteceu escrever. Sei-o. Sabemo-lo para nós mesmos. Trata-se de um amor jamais nomeado nos romances, inominado até por aqueles que o vivem, de um sentimento que de algum modo não encontrou ainda o seu próprio vocabulário, os seus hábitos, os seus ritos. Um amor perdido. Perdido enquanto perdição.” (Marguerite Duras)
Olhos Azuis Cabelo Preto é um texto nos limites do confessável. O mais irredutivelmente durasiano que Duras publicou. Por isso mesmo o mais notável: simultaneamente misterioso e de uma terrível clareza” (Teresa Coelho)

Primeira edição portuguesa deste título recuperado mais recentemente pela Relógio d’Água. 

10€

Marguerite Yourcenar — Fogos

Fogos (Tradução de Martha Calderaro / 2.ª edição)

Editora Nova Fronteira. (Esta obra foi impressa na editora Vozes (…) em novembro de mil novecentos e oitenta e três). In-8º de 191, [I] págs. Br.

É a própria Yourcenar quem define Fogos como produto de uma crise passional, sendo – por assim dizer – uma série prosas líricas, ou poemas em prosa, interliagadas por uma certa noção de amor”, por vezes prosas aforísticas, curtas, e tomando quase todas como mote temas da Antiguidade Clássica, naquele que será porventura o livro mais interessante da escritora francesa: «Fedra ou o desespero», «Aquiles ou a mentira», «Pátroclo ou o destino», «Antígona ou a escolha», «Lena ou o segredo», «Maria Madalena ou a salvação», «Fédon ou a vertigem», «Clitemnestra ou o crime», «Safo ou o suicídio». 

10€

Marguerite Yourcenar — Fogos

Fogos (Tradução de Maria da Graça Morais Sarmento)

DIFEL / Difusão Editorial, S. A. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu, 1995). In-8º de 155, [v] págs. Br.

“Aqui não há sublimação, como pretende uma fórmula decididamente infeliz e insultuosa para a própria carne, mas sim percepção obscura de que o amor por uma determinada pessoa, por muito dilacerante que pareça, muitas vezes não é mais do que um belo acidente passageiro, menos real em certo sentido do que as predisposições e as escolhas que o antecedem e que lhe sobreviverão” [sem mais considerações, substitua-se é nessa ideia «amor» por «paixão»].

12€

Marguerite Yourcenar — A Obra ao Negro

Editorial Inova sarl (composto e impresso na Emp. Gráfica Feirense, L.da — Março 1973). In-8º gr. de 348, [X] págs. Br.

Começava assim a nota final da própria Yourcenar: "O romance que se acaba de ler tem, como ponto de partida, uma narrativa de cinquenta páginas, D'après Dürer, publicada juntamente com duas outras novelas, também de fundo histórico, no volume intitulado La Mort conduit l'Attelage, ed. Grasset, 1934. Essas três narrativas, unificadas e ao mesmo tempo contrastantes (...), mais não eram, afinal, que fragmentos isolados de um enorme romance concebido e parcialmente escrito entre 1921 e 1925" e só três décadas mais tarde, após a conclusão das Memórias de Adriano, começado a recuperar até esta muitíssimo aumentada forma definitiva.  

Primeira edição portuguesa, com tradução de António Ramos Rosa, revisão tipográfica de João de Almeida Arrepia e composição gráfica de Armando Alves.

15€

Marguerite Yourcenar — de olhos abertos

distri editora (Impressão e acabamento: Edições Asa – Porto). [S/d – DL 1984]. In-8º de 230, [I], [i] págs. Br.

“Pela primeira vez, Yourcenar dá-nos os elementos para compreendermos a profundidade e a clareza do seu pensamento. Sem reticências, com a simplicidade de uma sabedora que se sente vinda de muito longe, interessada por todos os aspectos do mundo”; puxada a conversa por Matthieu Galay, crítico literário, aqui ficava um longo conjunto de impressões acerca da infância, do pai, da génese de alguns dos livros, de planos por concretizar, da literatura em geral, da tradução (ofício que Yourcenar praticou, desde logo com Virginia Woolf), racismo, feminismo e outros assuntos políticos, etc. Para citações e sentenças, é o livro mais óbvio da escritora francesa, não por acaso já mencionado várias vezes por Ana Cristina Leonardo nas suas já algo repetitivas – até nisso – crónicas no Público. Enfim, se há escritoras e escritores chatíssimos sobretudo quando falam, há outros – como Yourcenar, como Borges – cujas entrevistas dão uma leitura abençoada.  
Tradução de Maria Eduarda Correia (uma edição mais recente na Relógio d'Água teve tradução diversa). 

Dois exemplares disponíveis.

10€

Lídia Jorge — Misericordia (Traducción de María Jesús Fernández)

La Umbría y La Solana (abril de 2024). In-8º de 417, [xiii], [II] págs. Br.

"Misericordia se publicó recientemente en Portugal, pero en poco tiempo ha llegado a lectores de todo el mundo seducidos por una narrativa de singular intensidad lírica y dramática. Se trata del diario del último año de la vida de una mujer en el que se narra también la historia de otras vidas en el escenario de una residencia de ancianos y en el contexto del desafío al que se enfrentó la humanidad a lo largo de 2020. La voz de la protagonista, en su lucha por el conocimiento, conduce al lector, desde la primera hasta la última página, a un magnífico testimonio de alguien que busca el sentido de la vida sin renunciar nunca a entenderlo.  Entre lo real y lo onírico, Misericordia es la historia de una vida que sobrevive gracias al espíritu y a la fuerza de la resistencia."

Último exemplar disponível.

23€

Lídia Jorge — Los tiempos del esplendor

Los tiempos del esplendor (Traducción de Martín López-Vega / Ilustraciones de Arturo Revuelta)

La Umbría y La Solana (julio de 2020). In-8º de 203, [iv], [I] págs. Br.

"Los tiempos del esplendor son nueve relatos en los que se mezclan historias de amor y desconcierto, un discurso sobre el rumbo de la humanidad."
O título desta recolha publicada no país vizinho baseia-se num dos contos, que em português foi O Tempo do Esplendor.

Dois exemplares ainda disponíveis.

17€

Lídia Jorge — La costa de los murmullos (Traducción de Felipe Cammaert)

La Umbría y La Solana (septiembre de 2021). In-8º de 324, [I], [i] págs. Br.

“La costa de los murmullos, novela publicada en 1988, ocupa un destacado lugar en la historia de la literatura en lengua portuguesa. Es, en effecto, uno de los primeros que se adentra en el período histórico del fin del imperio colonial portugués desde la perspectiva de las mujeres que estuvieron presentes al lado de sus compañeros soldados en territorio africano”.

Dois exemplares restantes na livraria.

17€

Lídia Jorge — A Costa dos Murmúrios

Publicações Dom Quixote / Lisboa, 1988. In-8º de 259, [1] págs. Br.

Edição original do mais conhecido romance da actual Conselheira de Estado, passado no estertor dos tempos coloniais em Moçambique que ela própria lá viveu, entretanto adaptado para cinema com o casal Beatriz Batarda (interpretação) e o já falecido Bernardo Sassetti (música); sendo o par da actriz o também já falecido Filipe Duarte.
Foi o primeiro livro da romancista na Dom Quixote, para onde foi levada pelo agora igualmente falecido editor Nélson de Matos.

15€

Reis Brasil — O Amor em Camões

O Amor em Camões (Nova interpretação de tipo psicológico) / 3.ª edição

1957. (Composto e impresso em Outubro de 1957 na Tip. do «Jornal do Fundão»). In-8º de 160, [4] págs. Br.
 
Edição com um prefácio próprio e aumentada de um novo capítulo, passando aqui a ter XI: entre eles, «Valor e sentido do platonismo», «Conceito geral do amor camoniano», «Camões e o sentimento do Divino» e «Visão global da personalidade camoniana». Várias composições do vate foram seleccionadas para irem entremeando o volume.

Exemplar desvalorizado por uma nota de compra escrita a tinta, embora engraçada.
 
10€ 

Oliveira Simões — As Armas nos Lusíadas

alfa [s/d]. In-4º de 163, [i] págs. Cart.

“Fazendo a sua resenha, encontramos no poema referencias mais ou menos numerosas a: armas brancas, armas de haste, armas de arremesso, armas defensivas, artilharia neurobalística, armas de fogo, munições e engenhos de fogo, instrumentos e insígnias bélicas. Ocupar-nos-emos, sucessivamente, do que haja a considerar em cada uma destas categorias”.
Cartonado e abundantemente ilustrado, o álbum foi impresso sobre folhas de papel couché.

Exemplar por estrear.

12€

Luís de Camões: Monumentos Literários

Luís de Camões: Monumentos Literários (Colectânea das obras atribuídas ao Épico, organizada e anotada por José Pedro Machado)

Sociedade de Língua Portuguesa / Edição comemorativa do quarto centenário d’Os Lusíadas. [S/d – 1972?]. In-8º gr. de 445, [III] págs. Enc.

De forma um tanto confusa, a edição é exactamente o que não sugerem subtítulo e mote editorial: uma recolha das líricas, seguindo fielmente a original de 1595 (sonetos, canções, sextinas, odes, elegias, éclogas, redondilhas e várias).

Exemplar da biblioteca de Danilo Barreiros, que lhe apôs na guarda o respectivo ex-libris e o mandou encadernar em tecido sintético imitando pele, sem a capa de publicação.

20€ (reservado)

Eleutério Cerdeira — Duas Grandes Fraudes Camonianas

Duas Grandes Fraudes Camonianas (documentadas com ilustrações)

1946 / Companhia Editora do Minho, Barcelos. (Composto e impresso nas oficinas gráficas da (...) Acabou de se imprimir aos 4 de Outubro de 1946). In-8º de 111, [I] págs. Enc.

Na «justificação prévia», os editores explicavam ter a edição resultado de um convite ao autor para rever e ampliar o estudo publicado na também sua edição monumental ilustrada d’Os Lusíadas, publicada no ano dos centenários (1940), e que tivera por título «As duas edições de Os Lusíadas datadas de 1572»; resolvendo ele acrescentar-lhe aqui ainda um outro texto acerca de outra mistificação, a de uma suposta assinatura de Camões.
 
Tiragem declarada de 1572 exemplares numerados, tendo esta casa dois deles, de uma tiragem encadernada sem a capa de brochura. 

14€   

José Gomes Ferreira — O Enigma da Árvore Enamorada

O Enigma da Árvore Enamorada: divertimento em forma de novela quase policial (1980)

Moraes editores (Composição: Gris Impressores, SARL). In-8º de 87, [iv], [I] págs. Br.

Além da principal peça que deu título ao volume, inclui depois «Diálogo de Cosme com o Diabo», um texto de 1923 que o escritor apresenta no intermezzo «Papéis Velhos»: “Não há escritor em que o tempo, sujo de pó e traças, não acumule nas gavetas, nos armários, nas malas e arcas, para confundir o futuro, papéis velhos do tamanho da indisciplina dos pesadelos de cada um”.

Primeira edição.

Exemplar quase impecável.

14€