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Boletim bibliográfico 7/2021
Reinaldo dos Santos — Alvaro Pires d’Evora (pintor quatrocentista em Italia)
“Na cronologia dos primitivos portugueses, Nuno Gonçalves era, até hoje, o primeiro pintor cujo nome se encontrava ligado a uma obra conhecida, desde que a identificação historica de José de Figueiredo e o milagre de Luciano Freire, o ressuscitaram para a Arte portuguesa.
À relativa raridade do livro acresce o facto de este exemplar dever ter pertencido a Vergílio Correia, de quem são os curiosos – e cáusticos, e às vezes cómicos... – comentários a lápis de cor à margem do texto; e dos quais se depreende a autoria, a partir de uma citação na qual ele critica não lhe ter sido citado o nome. Peça de colecção, em suma, apesar dos ligeiros defeitos da capa – que sofreu já um pequeno restauro ao alto do encaixe.
40€
Reinaldo dos Santos — Nuno Gonçalves
London MCMLV. (Printed in Great Britain 1955 / colour blocks made by Oficinas Gráficas de Bertrand (Irmãos), Lda., Lisbon). In-4º gr. de 13, [III] págs + 18 ff. de estampa + [1] desd. Enc.
Encadernação do editor em tela revestida de sobrecapa de papel; ambas apresentando, no exemplar, considerável desgaste, a que o miolo não ficou totalmente incólume - e que por qualquer razão é bastante habitual, sendo menos frequentes os exemplares que aparecem em boas condições.
30€
Reinaldo dos Santos — A Tomada de Lisboa nas Iluminuras Manuelinas
Reinaldo dos Santos — Conferências de Arte [3.ª série]
Lisboa — 1949. In-4º de 57, [VII] págs. Br.
Saída aparentemente em edição do próprio autor, apresenta também um conjunto de estampas em folhas destacadas. A primeira conferência foi proferida em 1945 no Teatro D. Maria II, num conjunto de palestras da iniciativa de Amélia Rei Colaço e Robles Monteiro; a segunda em 1947 no Salão Nobre do município lisboeta; e a terceira, também em 1947, em Santander.
14€
Reinaldo dos Santos — Conferências de Arte (2.ª Série)
Reinaldo dos Santos — L’Art Portugais: Architecture, Sculpture et Peinture
José Queirós — Da Minha Terra: Figuras Gradas (impressões de arte)
Lisboa: Imprensa Libanio da Silva, 1909. (Aliás: Cultarte, 2003). In-8º gr. de VIII, 186, [VI] págs. Br.
Edição em fac-simile da original.
Exemplar por estrear.
José Queirós — Da Minha Terra: Figuras Gradas (impressões de arte)
Lisboa: Imprensa Libanio da Silva, 1909. In-8º gr. de 186, [IV] págs. Br.
Edição impressa em bom papel e enriquecida pelas ilustrações aludidas: ornamentais, alegóricas e propriamente figurativas.
Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir; mas desdourado por algum desgaste exterior, faltando já papel à face inferior da capa e ao encaixe.
25€
Vergílio Correia — Vasco Fernandes, Mestre do Retábulo da Sé de Lamego
Coimbra: Imprensa da Universidade, 1924. In-8º gr. de XII, 154, [2] págs. Br.
O prefácio do autor é uma breve panorâmica sobre a História da Arte portuguesa até então. Quanto ao estudo, apresenta os capítulos «História Antiga do Retábulo», «O que resta do Retábulo», «O problema da Autoria» e «Os colaboradores da obra do Retábulo», aos quais se segue a extensa transcrição de documentos que foram base de trabalho.
20€
Vergílio Correia — Pintores Portugueses dos Sécs. XV e XVI
Coimbra: Imprensa da Universidade, 1928. In-8º gr. de XXXIII, [I], 101, [3] págs. Br.
“No campo da Pintura, quinhentos foi para Portugal, pelas mesmas razões que favoreceram o desenvolvimento da Arquitectura e da Escultura, um grande século. / Os antecedentes dessa eflorescência são ainda mal conhecidos. Os documentos não abundam (...)”, assim começava o autor um Prefácio que desde logo serve de panorâmica à época e aos pintores tratados.
Dedicado a Teixeira de Carvalho, então director da Imprensa da Universidade, o volume foi publicado na sua pioneira colecção «Subsídios para a História da Arte Portuguesa», apresentando em folha destacada uma gravura com o quadro A Criação dos Animais, do Grão-Vasco Fernandes.
20€
Joaquim de Vasconcelos — A Pintura Portuguesa nos séculos XV e XVI
Segunda edição, revista e inaugural da colectânea «História da Arte em Portugal». O trabalho de Joaquim de Vasconcelos é basicamente uma crítica de «The early Portuguese School of Painting», de Robinson, composto a pedido do rei D.Fernando; e, sobretudo, da tradução para português pelo Marquês de Sousa-Holstein, que é violentamente desancada (recorrendo a várias passagens no final transcritas). A terminar o volume são ainda reproduzidas, entre outras coisas, uma carta de Cristino da Silva e algumas passagens de Raczynski relativas à questão Vasco Fernandes.
15€
Marin Berenguer Alonso — Arte Romanico en Asturias
Oviedo 1966 (Imprenta "La Cruz"). In-8º gr. de XIX, [I], 150, [II] págs. Br.
Exemplar desdourado por algum desgaste da capa e das folhas preliminares, ainda que todo o resto do volume se encontre praticamente impoluto.
15€
August Mayer — El Estilo Románico en España
30€
Joaquim de Vasconcelos — Arte Romanica em Portugal
Edições Illustradas Marques Abreu (Avenida Rodrigues de Freitas, 310), Porto – 1918. In-4º gr. de IV, 76, 192, XXVIII, II págs. Enc.
“Teve logar a Exposição de Photographias da Arte Romanica em Portugal e a apreciação do Conferente no salão de festas do Atheneu, no dia 4 de Janeiro de 1914, assistindo á Conferencia os corpos docentes das Escholas superiores e Institutos Secundarios do Porto, os escriptores e jornalistas mais considerados do Norte, incluindo n’este numero archeologos distinctissimos de todo o paiz, que acudiram ao Atheneo a admirar a exposição da Arte romanica, fruto de quinze anos de trabalho assiduo e desinteressado. / O presente estudo abrange os monumentos mais preciosos, que assim ficarão archivados á disposição de todos, especialistas e amadores, n’uma publicação amplamente illustrada (...)”, começava por anunciar a nota introdutória “Ao leitor”.
Estudo ainda hoje de referência, e valorizado por uma edição do maior apuro gráfico, como era hábito na casa Marques Abreu; tendo o monumental álbum sido impresso sobre bom papel couché e de facto abundantemente ilustrado com fotogravuras dos exemplos tidos como mais importantes no país.
Encadernação do editor, toda em pele – gravada a ouro na lombada, na pasta superior e nas seixas; com algumas marcas de desgaste no exemplar.
65€
Joaquim de Vasconcelos — Cartas
“Alguns anos depois da morte de António Augusto Gonçalves e do leilão do seu espólio, o Dr. António Gomes da Rocha Madahil, então 1.º Conservador do Arquivo e Museu de Arte da Universidade de Coimbra, adquiriu, salvando de perda irremediável, o remanescente dos papéis, desenhos e jornais, que tinham pertencido ao Mestre coimbrão (...) Nessa ainda preciosa documentação, encontrou o Dr. Rocha Madahil grande número de cartas de Joaquim de Vasconcelos que este eminente crítico e historiador de arte escrevera, durante mais de meio século (1879-1930), ao seu colega de Coimbra. Não é necessário encarecer o interesse máximo desse epistolário, dada a alta craveira mental de quem as subscrevia e daquele a quem eram dirigidas”.
Edição impressa sobre bom papel, com o apuro gráfico habitual das publicações da casa de Marques Abreu.
18€
Carolina Michaëlis — Algumas palavras a respeito de Púcaros de Portugal
Coimbra: Imprensa da Universidade, 1921. In-8º de 90, [2] págs. Enc.
“Desprezado pelos especialistas que com erudição e amor se ocuparam da Cerâmica Portuguesa, de faianças e porcelanas, o meu Ensaio agradou ainda assim a alguns amadores tanto daquela arte como da etnografia e lingüística nacional, e inspirou mesmo um alegre e espirituoso Diálogo, na maneira clássica de Francisco de Moraes: Os Púcaros, de Matos Sequeira, na Atlantida, Ano IV, n.os 42 e 43, p. 700-707. Desejoso de o possuir, mais de um coleccionador instou comigo reiteradas vezes para que o publicasse em edição independente” – assim rezava a «Explicação Prévia» da autora a esta bonita edição impressa a duas cores e ilustrada em folhas à parte de papel mais fino.
O exemplar, entretanto revestido de uma boa e minimal encadernação recente que lhe conserva a frente da capa primitiva, foi valorizadíssimo por uma dedicatória manuscrita – na sua bela letra – pela lusitanista “Ao benemerito hispanófilo Aubrey F. G. Bell”, datada de 6-XII-21; tendo-o o inglês muito cuidado, sem qualquer defeito significativo a assinalar.
40€
Carolina Michaëlis de Vasconcelos — Notas Vicentinas
Coimbra: Imprensa da Universidade. 1912 – 1922. 4 vols. in-4º. Enc.
Colecção completa desta série de três livrinhos e um livrão (o quarto e último, com mais de quatrocentas páginas), a saber: I – Gil Vicente em Bruxelas ou o Jubileu de Amor; II - A Raínha Velha e O Monólogo do Vaqueiro; III – Romance à Morte del Rei Dom Manuel e à Aclamação de Dom João Terceiro; IV – Cultura Intelectual e Nobreza Literária. Os segundo e terceiro volumes foram publicados ambos em 1918.
Boa e bonita encadernação conjunta dos quatro volumes, com cantos e lombada em pele gravada a ouro, que na lombada foi ainda sobre-revestida de rótulo e duas tiras de alto a baixo em pele azul; tendo sido também a ouro carminado o corte das folhas à cabeça (restantes margens por aparar); estando as pastas forradas a «pele-de-cobra»; e conservando-se quase na totalidade ambas as faces das capas primitivas (falta apenas a inferior de uma delas). Excepção feita às folhas iniciais do primeiro, todos conservam ainda além disso as folhas por abrir.
75€
Dostoievski: 200 anos
Livro Prohibido ――― Profecias, farças e sandices
Lisboa 1904. (Centro Typographico Colonial). In-8º gr. de 141, [3] págs. Br.
“Vae o leitor assistir a um espectaculosinho em tres actos, complexo – tragedia, comedia de salão e uma reista política e de costumes – onde tres escriptores trataram de lhe rezumir, em tres figurações diferentes, o quantum d’anotação filosofica, optimismo ou agrura dos seus espiritos fasciados. / Espectaculo que o leitor não terá de pagar por um quartinho, como no D. Maria e D. Amelia, obrigado de dois em dois minutos a erguer-se para deixar passar um senhor retardatario, e que a seu talante pode aplaudir ou patear, sem que maiormente isso lhe traga as hostilidades de ninguem”.
26€
Pedro Batalha Reis — Da origem da música trovadoresca em Portugal
Tipografia de José Fernandes Júnior / Lisboa – 1951. In-8º gr. de 50, [6] págs. Br.
Publicado em edição de autor e hoje raro, foi dele o primeiro livro publicado, concebido sob a orientação de Rodrigues Lapa e constando dos capítulos «Da existência em Portugal da Música trovadoresca», «As cantigas de Martin Codax e a sua música», «A música na poesia trovadoresca», «O canto e a música na Idade-Média», «Apreciação da tese que trata da origem litúrgica da música trovadoresca» e «Apreciação da tese que trata da origem árabe da música trovadoresca», seguindo-se uma conclusão e em apêndice as sete mencionadas canções do famoso trovador galego. De alguma incipiência, natural num aluno de licenciatura, é mesmo assim um estudo já bastante elaborado e informado sobre a época em questão.
Exemplar valorizadíssimo por afectuosa dedicatória de oferta manuscrita por Batalha Reis “Ao Dr. Ivo Cruz”; não o tendo o maestro chegado a ler por inteiro, já que grande parte dos cadernos permanecem por abrir.
22€
Prosa Doutrinal de Autores Portugueses
Portugália Editora, Lisboa (este livro foi impresso para a Portugália Editora na Tipografia Labor). [S/d]. In-8º de 472, [IV] págs. Cart.
É extenso de duas dezenas de páginas o exórdio preliminar de Sérgio, começando depois a recolha de textos de Duarte I, Fernão Lopes, Francisco de Morais, Francisco de Holanda, Amador Arrais, António Vieira, Luís António Verney, Ribeiro Sanches, Francisco Xavier de Oliveira, José Agostinho de Macedo, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antero de Quental, Oliveira Martins, Eça de Queirós, Moniz Barreto e Sampaio Bruno.
Primeira edição, primeira série.
Exemplar artesanalmente cartonado, mas aproveitando todas as faces da capa primitiva.
15€
Prosadores Portugueses do Século XVII (Vieira / Francisco Manuel de Melo)
1943 / Editôra Educação Nacional, L.da (125, Rua do Almada, 125) – Pôrto. (Tip. Mendonça / R. Picaria, 30). In-8º peq. de 195, [V] págs. Br.
Exemplar em bom estado, embora com pequenas marcas de uso.
VIEIRA (1697-1997)
22€
Padre António Vieira — Cartas
O extensíssimo ensaio preliminar, «Biografia Psicológica», de Gonçalves Viana espraia-se por metade do volume, sendo depois transcritas as 31 cartas seleccionadas (destacando-se em número as enviadas a Rodrigo de Meneses e ao Marquês de Gouveia, entre outras a destinatários vários – por exemplo, D.João IV, D.Teodósio e o Conde da Ericeira). Edição inserida na «Colecção Portugal», de que foi o vigésimo título publicado.
14€
Padre António Vieira — Sermões
1959 / Lello & Irmão – Editores (144, Rua das Carmelitas) – Porto. 5 vols. in-8º. Enc.
"Cremos honrar a nossa casa editora e honrar a nossa bela literatura clássica fazendo publicar, em nítidos volumes, a série de todos os sermões pregados pelo ilustre Padre António Vieira, o maior de todos os oradores da nossa pátria, sem rival nos púlpitos portugueses", assinalava-se no primeiro dos dois prefácios que antecedem a síntese biográfica «Sua Vida», à qual se seguem os textos aqui reunidos: num total de XV tomos distribuídos por V volumes. O formato é o habitual neste tipo de recolhas dadas a lume pela Lello, com impressão em papel Bíblia / da Índia, sendo a encadernação em pele maleável gravada a ouro nas respectivas lombadas.
Padre António Vieira — Sermam da Rainha Santa Isabel
In-8º gr. de 30, [2] págs. Br.
Edição independente do sermão (peça de retórica ao melhor estilo de Vieira), revista por César Pegado, impressa em bom papel sob a direcção gráfica de Abrantes Machado. Com a reprodução gravada, na capa, do escudo de armas – conjunto pelo casamento de Isabel com o rei Dinis – de Portugal e Aragão.
Exemplar valorizado por dedicatória manuscrita de Braga da Cruz na folha de guarda (como homenagem da Confraria, de que era presidente), e pelo escudo da Confraria sobre o qual foi traçada, a Octaviano de Sá – cujo ex-libris lhe foi também aposto, tal como o de Moreira da Silva, a quem terá pertencido de seguida. Com algum desgaste na capa, entre marcas e dois pequenos rasgões; miolo em bom estado, conservando as folhas praticamente limpas.
15€
Padre António Vieira — Sermam das Obras de Misericordia
Lisboa, Com todas as licenças necessarias. Anno 1753. (Aliás: "Edição fac-similada // Comissão para as Comemorações dos 500 Anos da Santa Casa da Misericórdia do Porto // Execução Gráfica: Centro de Formação Profissional, Sector de Artes Gráficas // Tiragem: 1.000 exemplares / Porto – Outubro – 1999). In-8º de 31, [I] + [24] págs. Br.
Elegante edição comemorativa, com dois opúsculos acoplados e cobertos por um estojo de cartolina: o primeiro é o fac-simile e o segundo o estudo, da autoria de José Vale de Figueiredo, «As Portas da Graça: Discurso breve sobre a obra de Vieira».Apesar da tiragem ainda ampla, são por qualquer razão (talvez por não/mal ter entrado no mercado) escassos os exemplares que dela vão aparecendo. Praticamente perfeito, pertenceu este à biblioteca de Moreira da Silva, de quem ostenta o ex-libris e o selo com o respectivo número.
15€
José Cardoso Pires — Cartilha do Marialva
Moraes Editores. (Composição e impressão: Tipografia Guerra, Viseu. 6.ª edição, Dezembro de 1976). In-8º de 207, [1] págs. Enc.
Bom exemplar, com ligeiro desgaste da capa mas aparentemente por estrear; selo da cooperativa livreira portuense Unicepe.
10€
José Cardoso Pires — Cartilha do Marialva
Ulisseia (1966). In-8º de 191, [3] págs. Enc.
“Marialva é o antilibertino português, privilegiado em nome da razão de Casa e Sangue, cuja configuração social e intelectual se define, nas suas tonalidades mais vincadas, no decorrer do século XVIII”, assim apresentava o autor em resumo preliminar a sua interessante tese – porém insuficientemente explorada e desenvolvida, e padecendo entretanto de superficialidades e deficiências (na melhor das hipóteses; na pior, desonestidades) de leitura flagrantes, como o trecho em que se trataria depois a peça A Traição, de Camilo (exactamente o contrário do que se lhe argui, para o bem e para o mal); ou a ligeireza de apreciação do «caso amoroso» de Pascoaes, cuja filiação aqui pretendida no conservadorismo rural lusitano até mete dó, de tão disparatada.
22€
Francisco Manuel de Melo — carta de guia de casados
Francisco Manuel de Melo – Carta de Guia de Casados
1949 —— Livraria Simões Lopes de Manuel Barreira, Editor (Rua do Almada, 119) – Porto. In-8º de 163, [V] págs. Enc.
Exemplar modestamente encadernado com a lombada em percalina gravada a dourado; conservando a face superior da capa de publicação.
Francisco Manuel de Melo — Cartas Familiares
Livraria Sá da Costa — editora (24, L. do Poço Novo) Lisboa. (1937 — Composto e impresso na secção de «Lynotipes» de O Jornal do Comércio e das Colónias). In-8º de XXVII, [I], 289, [III] págs. Br.