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João Gaspar Simões — A Arte de Escrever Romances
João Gaspar Simões — Crítica
Crítica. I (A Prosa e o Romance Contemporâneo)
Livraria Latina Editora Porto. (1942). In-8º de 499, [3] págs. Enc.
Após uma lamurienta «Explicação prévia» acerca das inimizades a que um crítico fica ipso facto sujeito, foi o livro dividido nas quatro partições «Preâmbulo», «A Prosa e o Romance Contemporâneos» (ocupa a grande maioria do volume, com capítulos dedicados a nacionais como Aquilino, Teixeira Gomes, Carlos Malheiro Dias, Nemésio, Torga, Marmelo e Silva, Almada, Joaquim Paço de Arcos, Namora, Redol, Loureiro Botas, etc.; e a brasileiros como Lins do Rego, Graciliano Ramos, Ciro dos Anjos e Erico Veríssimo) e «O Problema do Romance», terminando por um apêndice «Considerações melancólicas a propósito de uma carta do Sr. Aquilino Ribeiro».
Exemplar forrado de uma boa encadernação com cantos e lombada em couro, esta última gravada a ouro, e as pastas em «pele-de-cobra»; mas que infelizmente o desproveu da capa original.
António Carneiro ― Solilóquios
1936. (Na Tipografia Costa Carregal). In-4º peq. de XXII, [VI], [IV] págs. + 71 ff. nums. Enc.
António Carneiro ― Solilóquios
"Destes sonetos póstumos fizeram os filhos do artista uma primeira edição em 1936, limitada a trezentos e vinte exemplares, numerados e que rubricaram. / Esta segunda edição, de quinhentos exemplares, todos numerados, realiza-se no ano do 1.º cinquentenário da morte do pintor", tendo a este exemplar, ainda por estrear, conservando os cadernos por abrir, sido atribuído o n.º 091; com duas manchas de amarelecimento na frente da capa que se deverão provavelmente a alguma cinta editorial que cobrisse a parte em «reserva», tendo em conta que outros exemplares que já vimos as apresentavam também.
De resto com a mesmíssima composição gráfica da edição original, a diferença desta vai para o magnífico auto-retrato do amarantino impresso sobre delicada folha preliminar em anteportada.
Joaquim Freitas Gonçalves ― O Natal
A festa do Natal: Arranjos Ornamentais de Mesas e Interiores
Edições inapa / Lisboa, 1993. In-4º de 95, [1] págs. Cart.
Natal: Armindo Rodrigues ● Graça Pina de Morais ● Taborda de Vasconcelos
(Maquete de Edmundo Muge / Composto e impresso em Bertrand (irmãos), Lda. Lisboa). In-8º de págs. inums. Br.
Foi o volume relativo a 1969 desta publicação destinada a médicos e constituída por textos originais de médicos escritores. Armindo Rodrigues apresentava o conto «A Única Mulher do Barba-Azul»; a ultimamente recuperada Graça Pina de Morais o conto «Serenidade»; e Taborda Vasconcelos a short-story «O Evangelho».
Exemplar com a capa (em cartolina) algo marcada.
8€
Natal: Orlando de Albuquerque / Pedro Mayer Garção / Teixeira de Sousa
(Maqueta de Edmundo Muge ● Impressão da Tipografia Comelita). In-8º de [2], 32, [2] págs. Br.
Volume relativo a 1970, com a capa em cartolina revestida a dourado, apresentando os textos inéditos, respectivamente, «O Cego», «A Alma Prisioneira» e «Na Corte d'El-Rei D. Pedro».
7€
A. M. Couto Viana — Retábulo para um Íntimo Natal
Edição do autor, com tiragem de 600 exemplares.
A. M. Couto Viana — As (e)vocações literárias (estudos & memórias)
Lisboa, 1980. (Composição e impressão: Oficinas Gráficas da «Livraria Editora Pax, Lda.» - Braga). In-8º de 255, [5] págs. Br.
“O livro que, semelhante a este, publiquei em 1977, intitulado Coração Arquivista, teve a simpatia dos críticos e a de muitos leitores que me agradou o tenham lido e apreciado. Daí que novo conjunto de memórias e novo esboço de estudos literários se reunam [sic] e se dêem à estampa”; precisamente desse livro anterior sendo transcritas nas dobras apreciações elogiosas de Mourão-Ferreira, Pinharanda Gomes, Gaspar Simões, Bigote Chorão e Álvaro Salema. Textos de crónica literária quase sempre interessantes e ricos em apontamentos sobre Lopes Vieira, Alberto de Oliveira, António Correia de Oliveira, António Patrício, Camilo, Eça, João de Deus, Almada, Régio, Júlio Brandão, Pascoaes e Nemésio, entre outros – nomeadamente integralistas, alguns quase irrelevantes mas aqui chamados por afinidade ideológica. No final do volume há ainda alguns acerca de temas vários, mais ou menos peregrinos: «Cancioneiros Galantes», «A Poesia Viaja de Comboio», «Os Poetas e o Comércio», «Poesia Militante», «A Sátira à Política na Poesia Portuguesa» e «Queixas contra a Inglaterra na Poesia Portuguesa».
Tiragem de 1000 exemplares, dos quais temos ainda vários.
Líricas Portuguesas (2.ª série)
Portugália Editora, Lisboa (1957). In-8º de 352, [4] págs. Br.
Esta segunda série contemplou a poesia então contemporânea entre parnasianos, simbolistas, modernistas e presencistas, grosso modo; começando em António Feijó e terminando em Adolfo Casais Monteiro.
Líricas Portuguesas (1.ª série)
Líricas Portuguesas (1.ª série / 3.ª edição, corrigida e aumentada / Selecção, prefácio e notas de José Régio)
Portugália Editora, Lisboa (1959). In-8º de 408, [6] págs. Br.
Reproduz o mais longo prefácio da segunda edição e acrescenta um novo, aquele sobretudo explicando as opções tomadas e este, além disso, respondendo a críticas que Régio dizia ter por elas recebido. Esta primeira série abarcou poemas e poetas desde o rei Dinis até ao imperador Pascoaes.
Exemplar com leve rasgão na face inferior da capa e assinatura de propriedade, conservando-se grande parte dos cadernos ainda por abrir.
José Régio — Fado : versos de José Régio e desenhos de Júlio
Primeira edição, já significativamente rara; impressa em bom papel e ilustrada, a cada uma das 15 canções, com um desenho a tinta de Júlio (dos Reis Pereira, o irmão do autor, a.k.a. Saul Dias nas letras). Inclui, entre outras, «Romance de Vila do Conde», «Fado Português», «Balada de Coimbra», «Toada de Portalegre», «Os Cristos».
Jose Régio — Há Mais Mundos (contos)
Com capa de Câmara Leme, foi esta a edição original de um volume que agrega «Os Três Vingadores ou Nova História de Roberto do Diabo», «O Fundo do Espelho», «Conto do Natal», «Os Paradoxos do Bem», o conhecido «Os Três Reinos», «Os Alicerces da Realidade» e o mais conhecido ainda «As Historietas dum Coleccionador de Antiguidades».
Bom exemplar, sem defeitos significativos.
25€
José Régio — As Encruzilhadas de Deus
Editorial Inquérito Limitada, Lisboa. (1946). In-8º de 206, [VI] págs. Br.
A edição original deste que foi o terceiro título de poesia de Régio saíra dez anos antes na Presença; aparecendo esta indicada como a sua oitava de poesia, entre edições e reedições.
Exemplar com algum
desgaste na capa, que na face inferior tem uma pequena marca de
incisão e na superior também de amarelecimento na margem lateral.
José Régio — Mas Deus é Grande
Editorial Inquérito Limitada, Lisboa. (1945). In-8º de 110, [6] págs. Br.
Edição original do quinto livro em verso de Régio, por ele consagrado à memória de Miguel de Sá e Melo, que lhe dedicara, pouco antes da morte temporã, um estudo crítico, e de quem entretanto se tornara amigo.
35€
José Régio — Mas Deus é Grande (2.ª edição)
Portugália Editora, Lisboa. (1961). In-8º gr. de 83, [9] págs. Br.
Edição impressa em bom papel, com capa de Câmara Leme.
Bom exemplar.
20€
Na Mão de Deus: Antologia da Poesia Religiosa Portuguesa
Portugália Editora (1958). In-8º de 383, [1] págs. Br.
“(...) tendo de procurar, no tesoiro da nossa poesia, os poemas inspirados pela vida religiosa, achámos que a nossa antologia teria de abarcar a distância entre a concepção dum poeta como Antero e a dum anónimo poeta popular”, o que explica que o volume – começando com o século XV e arrolando uma excessiva falange presencista, e todo ele muito ao gosto de Régio – termine pela recolha de meia-dúzia de quadras populares. Dos antologiados, foram os mais representados Camões, Agostinho da Cruz (o mais), Baltazar Estaço e Bocage.
Exemplar em muito boa condição, quase impoluto e inteiramente por aparar.
Poesia de Amor: Antologia Portuguesa
1945, Livraria Tavares Martins – Pôrto. In-8º peq. de 301, [3] págs. Br.
Divide-se a recolha em secções respeitantes aos séculos XII a XVI, XVI, XVII e XVIII, XIX, XIX e XX; começando em Sancho I e terminando com Francisco Bugalho, um mais entre dez exagerados presencistas. O curto prefácio dos antologiadores destaca o móbil amoroso como propriamente definidor do «sentimento» e da «raça» (duvidosa que seja a palavra) portugueses; as ilustrações de Paulo, a pena e tinta, aparecem a página inteira em folhas contadas.
Lopes Rodrigues — Nótulas Florbelianas (I. Florbela na Intimidade)
Carlos Passos — Em Louvor e Memória de Soror Saudade
Transcreve o texto lido pelo autor na sessão de homenagem a Florbela levada a cabo nos Fenianos Portuenses em 1946, a que acresce no final uma útil recolha bibliográfica. Edição cuidada e impressa sobre bom papel, hoje já nada vulgar, reproduzindo nas folhas couché destacadas três retratos da poetisa: dois fotográficos, e o belo óleo pintado por Demóstenes Espanca.
16€
Florbela Espanca — Sonetos Completos
Coimbra MCMXXXVI – Livraria Gonçalves (Rua Sá de Miranda, 60). In-8º de 211, [1] págs. Br.
A edição apresenta em hors-texte preliminar um busto de Flobela da autoria do escultor Diogo de Macedo.
Exemplar bem conservado, apenas com ligeiríssimo desgaste exterior.
10€
Florbela Espanca — Sonetos (Edição Integral)
Edição dada a lume assinalando os “trinta anos após a morte da poetisa”, impressa sobre bom papel encorpado nas oficinas da portuense Imprensa Portuguesa e muito enriquecida pelos «brindes» gráficos que a entremeiam: vários clichés fotográficos recortados sobre algumas das composições, com retratos de Florbela ao longo da curta existência terrena, num deles acompanhada do irmão de ainda mais curta Apeles; um folheto reproduzindo uma análise grafológica publicada num número de 1929 da Civilização; e uma cópia da certidão de baptismo da então recém-nascida FlorBella em folha desdobrável também à parte.
O exemplar tem uma nota de compra na Feira do Livro do Porto de 1960.
Miguel de Unamuno — Soledad
Edição primitiva, de publicação já póstuma, saída na «Colección Austral». O volume recolhe os escritos «!Ramponería!», «Soledad», «Sobre la erudición y la crítica», «Poesía y oratoria», «La crisis actual del patriotismo español», «Sobre el rango y el mérito (Divagaciones)», «La patria y el ejército» e «Qué es verdad?».
Exemplar com manchas de acidez que deverão ser típicas, dada a qualidade do papel; e plausível falta da típica sobrecapa original. Pertenceu a José Eugénio de Castro, de quem tem manuscrita a lápis a assinatura.
12€
Miguel de Unamuno — Do Sentimento Trágico da Vida
Do Sentimento Trágico da Vida (tradução de Cruz Malpique, professor do liceu de Alexandre Herculano, do Porto)
1953, Editora Educação Nacional de Adolfo Machado / Rua do Almda, 125 – Porto. In-8º de 387, [5] págs. Br.
Apresentado na badana pelo editor como “uma extraordinária e apaixonada série de meditações em torno dos problemas fundamentais do espírito e do destino humanos. No conceito unânime da crítica, afirma-se este livro com a obra capital do grande pensador espanhol”; apresentando-o o tradutor com aquela clássica técnica de engodo “O leitor tem, na sua frente, um livro perturbador, pelos angustiosos problemas que nele são debatidos. Não é livro para gente que, no cérebro, tenha vazios interplanetários. Lá isso não! Exige o agudo trinchar do espírito. Ora, se o leitor não possui esse dom, desista. É o conselho que lhe dá / O Tradutor”.
Alguns dos capítulos: «A Fome de Imortalidade», «A Essência do Catolicismo», «Amor, Dor, Compaixão e Personalidade», «Fé, Esperança e Caridade», «Religião, Mitologia de Além-Túmulo e Apocatástase».
10€
Miguel de Unamuno — Por Terras de Portugal e Espanha
assírio & alvim (1989). In-8º gr. de 155, [1] págs. Br.
Logo no início do prefácio, o recém-finado José Bento dava justamente conta do espanto que merece o facto de este livro ter esperado 78 anos até conhecer aqui a sua primeira edição portuguesa – sobretudo se tivermos em conta que, desmentindo q.b. a geografia ibérica, a este rectângulo à beira-mar plantado é muito irmamente dedicada metade do volume: com capítulos como «Eugénio de Castro», «A literatura portuguesa contemporânea», «As Sombras de Teixeira de Pascoaes» (ao Solar de Gatão do nosso génio amarantino, que chegou a hospedar nele o amigo espanhol, foi a capa aproveitar um pormenor da Fonte dos Golfinhos), «As almas do purgatório em Portugal», «A pesca de Espinho» (na praia do livreiro várias vezes passou férias Unamuno com o amigo residente Manuel Laranjeira e veraneantes tão famosos como Amadeo, só por exemplo), «Braga», «O Bom Jesus do Monte», «Guarda», o célebre «Um povo suicida» e «Alcobaça».
Exemplar ainda por estrear.
10€
Manuel Laranjeira — Cartas (com prefácio e cartas de Miguel de Unamuno)
Interiores (Relógio d'Água, 1990). In-8º de 153, [7] págs. Br.
"Foi Laranjeira quem me ensinou a ver a alma trágica de Portugal, não direi de todo o Portugal, mas do mais profundo, do maior. E foi ele quem me ensinou a ver não poucos recantos dos tenebrosos abismos da alma humana. (...) O seu livro «Comigo (Versos de Um Solitário)» dá-nos toda a sua alma. O seu pensamento está aí demasiado concentrado. Era preciso ouvi-lo falar. (...) Iluminou a cabeça, que era poderosíssima a pensar, com a chama do seu próprio coração ardente. Poucos homens conheci que tenham juntado a uma inteligência tão clara e penetrante um sentimento tão profundo. Nele, como em Antero, a cabeça e o coração travaram renhida batalha" (do prefácio de Unamuno, que esta reedição reproduz).
Exemplar novo; de uma plausível tiragem inicial que supomos ter sido replicada.
8€
Manuel Laranjeira — Cartas (com prefácio e cartas de Miguel de Unamuno)
Portugália Editora, Lisboa. (1943). In-8º de 183, [5] págs. Br.
O volume, inaugural da colecção «Documentos Humanos», foi preparado por Ramiro Mourão e Alberto de Serpa e apresenta, nas folhas preliminares, uma curta nota biográfica acerca do autor de Commigo e a reprodução de um conhecido retrato seu executado por António Carneiro. Das cartas, interessarão maiormente, em extensão e conteúdo, as várias aqui transcritas em conjunto que foram enviadas a Pascoaes, Amadeo e ao próprio António Carneiro (contando-se ainda entre os restantes destinatários, por exemplo, o próprio Unamuno, João de Barros e António Patrício). Constou a edição de 2.230 exemplares numerados - a este coube o nº1188, da série corrente - e rubricados pelo filho de Manuel Laranjeira, Flávio.
Primeira edição, replicada pela Relógio d'Água décadas mais tarde.
23€
Manuel Laranjeira — Diário Íntimo
Portugália Editora, Lisboa. (1957). In-8º de 210, [6] págs. Br.
No seu texto inicial, apontava Alberto de Serpa este diário e as cartas como o mais apreciável de tudo o que Laranjeira deixara escrito – um, pelo “abandono confidencial que só se há consigo mesmo”, e outras pela “improvisação transcendente à conversa «dum grande pensador que foi acaso um sentidor maior ainda»”. Publicada na série «Documentos Humanos», a edição reproduz, em folhas couché destacadas, um retrato do espinhense e três caricaturas dele compostas, duas por um então novíssimo Amadeo de Souza Cardoso e uma outra por Diogo de Macedo.
Manuel Laranjeira — Prosas Perdidas
Prosas Perdidas (Selecção, Introdução e Notas de Alberto de Serpa)
Portugália Editora, Lisboa (1958). In-8º de 264, [4] págs. Br.
Terceiro e último dos volumes preparados por Alberto de Serpa a coberto da Portugália, recolhendo alguns dos muitos textos de Laranjeira dispersos pela imprensa da época e ainda não publicados em livro: sobre literatura (Camilo, Junqueiro, João de Deus, etc.), artes plásticas, religião, medicina, etc. etc.
O exemplar apresenta uma dedicatória de oferta daquelas que quase valem mais – ou valem mesmo... – do que a peça; manuscrita e assinada pelo próprio Alberto de Serpa a Cupertino de Miranda, que porém não o chegou a ler, conservando-se ainda com os cadernos por abrir: “Ao belo e largo espírito de Arthur Cupertino de Miranda, com muita estima e admiração, estes papéis que lhe lembrarão saudosos tempos”. Capa e folhas iniciais e finais com ligeiras marcas marginais de escurecimento.
Manuel Laranjeira — Commigo (versos d’um solitario)
Edição póstuma, publicada pela família do escritor; a abrir o volume, integra uma reprodução (em folha destacada de papel couché) de um retrato a sanguínea de Laranjeira pelo amigo António Carneiro desenhado em 1912, retrato de que, salvo lapso de memória, o espinhense falava longamente numa das cartas que se conhece enviadas a Amadeo de Souza-Cardoso.
Exemplar com alguns defeitos exteriores.
12€
Mário Sá Carneiro — Juvenília Dramática
Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda. 1995. In-8º peq. quadrado de 100, [4] págs. Br.
Primeira edição de três peças inéditas do poeta, escritas entre 1907 e 1908 e só em 1992 descobertas num envelope perdido na famosa «arca» de Pessoa. Inclui uma «Introdução» da sobrinha deste último, Manuela Nogueira, que encontrou os manuscritos, e uma «Nota à Juvenília Dramática de Mário de Sá-Carneiro» da autoria de Maria Aliete Galhoz.
Tiragem de 1300 exemplares, encadernados pelos editores em tela com sobrecapa ilustrada.
Mário Sá Carneiro — Poemas Juvenis (1903-1908): inéditos
Primeira edição de um conjunto de inéditos do poeta, a partir de um caderno manuscrito, tardiamente descoberto, com tentativas poéticas da juventude e versões do alemão (Goethe, Schiller, Heine, etc.) e do francês. Preparada pelo investigador François Castex, que na sua longa – estende-se até à pág.40 – introdução, e após contar da descoberta e aquisição do caderno ao alfarrabista lisboeta Óscar Rodrigues, trata do aparato crítico a cada um dos textos que, segundo diz, fornecerão “a todos os que se interessam por Sá-Carneiro elementos novos e inéditos que permitirão melhor apreciar a sua caminhada para o génio.” Inclui, ainda a abrir, uma extensa tábua de bibliografia passiva sobre o «Esfinge-Gorda».
Paul Celan: centenário do nascimento
23 de Novembro: dá-se esta curiosa circunstância de o poeta maior do século XX e o maior poeta português da mesma centúria terem nascido no mesmo dia. Paul Celan faria hoje 100 anos e Herberto Helder 90. A curiosidade aumenta se tivermos em conta que o segundo era leitor devotado do primeiro, e que o conhecimento de Celan em Portugal é em boa medida a Herberto que se deve (podemos falar por nós).
Fernando Pessoa — Obra Poética e em Prosa
Obra Poética e em Prosa (Introduções, organização, biobibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa)
1986 / Lello & Irmão – Editores, Porto. 3 vols. in-8º de 1212; 1352; e 1502 págs. Enc.
Edição monumental, daquelas típicas da Lello em papel-bíblia (a.k.a. papel-da-índia), com encadernação em pele profusamente gravada a ouro na lombada e na pasta superior – complementando, por via da prosa, as que no mesmo género Maria Aliete Galhoz preparara para a brasileira Aguilar na década de 60. A introdução de António Quadros, «Introdução Cronológico-Biográfica», espécie de biografia (demasiado psicologizante mas rica de apontamentos com interesse) do poeta, é extensíssima, espraiando-se pela primeira centena de páginas; seguindo-se a da escritora portuense, «Uma Demanda», com três dezenas. O resto do primeiro volume foi ocupado pela antologia poética, sendo o segundo e o terceiro dedicados à prosaica: «Páginas Íntimas», «Cartas», «Ficção», «Textos de Intervenção na Vida Cultural e Literária Portuguesa» (vol.II); «Estética, Teoria e História da Literatura», «Páginas de Reflexão Filosófica», «A Realidade Transcendente», «Sobre Portugal e o homem português», «Pensamento Político (Páginas Polémicas e Doutrinárias)», «Teoria Económica», «Poemas Traduzidos do Inglês», «Biobibliografia», «Apêndice» (vol.III).
Bom conjunto, globalmente por estrear, apesar de ligeiros vestígios de manuseio no início do vol.I.
Fernando Pessoa — Obra Poética
Círculo de Leitores (1986). 3 vols. in-4º. Enc.
Encadernados pelo editor com gravações a dourado, impressos sobre bom papel canelado e ilustrados por Ilda David e Manuel Rosa, com organização e prefácio, cronologia e bibliografia de João Gaspar Simões no primeiro, os volumes recolhem respectivamente: Mensagem, À Memória do Presidente-Rei Sidónio Pais, Quinto Império e Cancioneiro; Poemas de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis, Poesias de Álvaro de Campos e Para Além Doutro Oceano de Coelho Pacheco; Poemas Dramáticos (O Marinheiro / Primeiro Fausto), Poesias Inéditas, Novas Poesias Inéditas, Poemas Ingleses, Poemas Franceses, Poemas Traduzidos e Quadras ao Gosto Popular.
Cartas de Amor de Ofélia a Fernando Pessoa
Cartas de amor de Fernando Pessoa
Cartas de amor de Fernando Pessoa (Organização, prefácio e notas de David Mourão-Ferreira / Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz)
Edições Ática, Lisboa. (1978). In-8º de 222, [6] págs. Br.
São bastante extensos os textos da própria destinatária Ofélia Queirós e sobretudo o de David Mourão-Ferreira que, respectivamente, abrem e encerram o volume: «O Fernando e Eu» (estruturado pela sobrinha-neta Maria da Graça) e «Estas «Cartas de Amor» de Fernando Pessoa»; um e outro já não reproduzidos na edição posterior dada a lume pela Assírio & Alvim que também apresentamos.
16€
António Quadros — Fernando Pessoa: Vida, Personalidade e Génio
arcádia (1981). In-8º de 316, [IV] págs. Br.
Volume publicado na conhecida colecção de biografias da Arcádia, embora neste caso menos biográfico e mais exegético, como seria de esperar tratando-se do esotérico-compulsivo Quadros – que após uma «Introdução cronológica à vida e à obra» dividiu o seu estudo principal, «Personalidade, génio e destino», em nove secções de capítulos, uma delas «O Poeta visto pelos seus contemporâneos (Um retrato-robot), entre os quais Almada, Ofélia e Carlos Queirós, Pierre Hourcade, etc.). Como de costume, há um conjunto de folhas centrais ilustradas, impressas sobre papel couché.
Em complemento a este primeiro volume, independente por si só, sairia depois um ainda mais exegético Iniciação Global à Obra ; salvo erro, um caso único na série.
Fernando Pessoa — Odes de Ricardo Reis
Primeira edição, impressa em bom papel e incluindo no final uma lista das variantes apostas por Pessoa nos manuscritos, até então inéditos.
Exemplar ainda em muito bom estado, salvo pontuais e pouco pronunciados vestígios de acidez.
30€
O Livro de Cesário Verde
Primeira das várias edições que a Ática publicou, reproduzindo como habitualmente o prefácio de Silva Pinto para a edição original.
Exemplar com alguns defeitos na capa e discreta assinatura sobre o frontispício.
12€
Obra Completa de Cesário Verde
Obra Completa de Cesário Verde (Organizada, prefaciada e anotada por Joel Serrão)
Portugália Editora, Lisboa. (1964). In-8º de 264, [VI] págs. Br.
Além de «O Livro de Cesário Verde», engloba «Poesias não incluídas em «O Livro de Cesário Verde»», «Cartas» e um «Apêndice» com a composição «O Desastre», uma tábua biobiliográfica e bibliografia propriamente dita. É importante o texto preliminar de Serrão, «Fundamentos e critérios da edição da Obra Completa de Cesário Verde», perorando sobre o velho problema da efectiva intervenção de Silva Pinto na preparação do livro original.