(Sobre ombros, por ordem decrescente de cronologia e de altura)
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher. É uma onda
Seus ombros beijarei, a pedra pequena que quer estender-se
do sorriso de um momento. sobre a página
Mulher quase incriada, mas com a gravidade e quer durar
de dois seios, com o peso lúbrico e triste como um ombro
da boca. Seus ombros beijarei. amante
(Herberto Helder) que descalço
vai abrindo a sombra
e as pupilas
que atónitas se esquecem
ao ver a folha ou face em que o centro se demora (António Ramos Rosa)
Gosto daquela mulher alta e esbelta que passa vestida com um fato de verão que lhe mostra a quase nudez de uns ombros que apetece beijar lentamente, até a pele dos nossos lábios não nos pertencer e ser a pele dos ombros da mulher
(Armando Ventura Ferreira)
(Sobre e tão antes de isto destacado, muito evidentemente, Camões: Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar. E sobre isto, por sua e outra vez, Herberto, Transforma-se o amador na coisa amada com seu feroz sorriso, os dentes, as mãos que relampejam no escuro etc.)
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