Primeira edição de um dos livros iniciais do autor, um ensaio curto e incisivo sobre o tipo do português de um triplo ponto de vista: política, religião e arte. O primeiro, principal em qualidade e quantidade, determinou algumas passagens que poderiam parecer escritas um século depois – “politicamente somos o povo mais imbecilmente conduzido que há. A nossa incapacidade de gerir, que nos vem já de antepassados, está sufficientemente comprovada nos desastres a toda a hora sucedidos na administração publica. A divida interna e externa dia a dia vem augmentando. E, sendo o nosso maior mal, é ella sempre o nosso recurso, o expediente banal dos arruinados” – e, entre críticas a monárquicos, republicanos e socialistas, faz advogar, de forma lúcida (i.e. sabendo que a sua propaganda limitada a intelectuais e operariado dificilmente se imporia, como não se impôs), o anarquismo, de que constitui uma das principais peças na bibliografia portuguesa.
Exemplar com algum desgaste exterior, parcialmente desconjuntado e por isso já frágil. Miolo em bom estado.
14€
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