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Poetas Novos de Portugal (selecção e prefácio de Cecília Meireles)

Edições Dois Mundos Editora Ltda. Rio de Janeiro. (1944). In-8º de 315, [5] págs. Enc.

Do longo – estende-se por quase cinquenta páginas – texto introdutório da escritora brasileira, como de costume, nestas circunstâncias, proclamador de intenções e explicador de critérios, poder-se-ia, entre outras coisas, reportar: a indicação habitual de Cesário, Nobre e Antero como as raízes desta «nova» poesia portuguesa, atribuindo-lhes depois como «caules» Pessanha e, até certo ponto, Afonso Duarte, o que hoje parecerá quase uma extravagância (salvo o caso de alguns nomes do Novo Cancioneiro, Carlos de Oliveira – que aqui nem aparece –, confessado tributário do poeta da Ereira, à cabeça), para não dizer um contra-senso, mesmo cronológico (Sá-Carneiro, por exemplo, era mais velho, pelo que ainda aí não se entende que influência haveria o Orpheu de lhe ir beber...); a inclusão, aliás com algum destaque, de Irene Lisboa (João Falco) e Fernanda de Castro neste contexto, talvez explicável por simpatia feminina, ou nem isso (se por aí fôssemos, antes a lamurienta Florbela); a colação larguíssima de um Fernando Pessoa então quase inédito, mas já credor do maior – de longe – destaque e assinalado “o caso mais extraordinário das letras portuguesas”, o que as amizades portuguesas de Cecília explicariam; e a atribuição à Presença de mais méritos dos que comummente, e com bom juízo, por estes dias se lhe reconhecerá. Cronologia, gostos, tendências, compadrios e presumível «mão» lusa (de Casais Monteiro, de Cortes-Rodrigues, ou ambas; não a de Cortesão, director desta «Coleção Clássicos e Contemporâneos» e também a viver no Brasil, que decerto ditaria outras escolhas) a esmo: tudo certamente cheio de boas intenções, mas demasiado confuso, atabalhoado, desequilibrado e falho de critério.
São os principais representados Pessanha, Sá-Carneiro, Pessoa, João Falco, Régio, Nemésio, Botto, Alberto de Serpa, Carlos Queirós, Casais Monteiro, Saul Dias e J. J. Cochofel.

Primeira edição; rara em Portugal (e mesmo no Brasil pouco frequente). Este exemplar, da série encadernada pelo editor, pertenceu também a Laureano Barros, que nos típicos apontamentos a lápis sobre a guarda indicou isso mesmo - a série e a raridade. A encadernação apresenta-se porém um tanto manchada e escurecida junto às margens.
 
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