Inquérito (acabou de se imprimir, a 17 de Dezembro de 1946, nas oficinas da Imprensa Libânio da Silva). In-8º de 314, [VI] págs. Br.
"Vinha de longe aquele sonho. Deixaria Coimbra. De há muito que se ia sentindo só. Todos os amigos tinham partido, espalhando-se, como poeira ao vento, pelos quatro cantos de Portugal. Novas vagas agitavam o mar inquieto da juventude. Ele perdia o pé. Só via mar em roda. A terra escondia-se no horizonte. Era como se as forças o abandonassem antes mesmo de pensar em salvar-se. Foi então que desejou partir. Lisboa prometia-lhe tudo. E Juvenal não queria outra coisa. Como nada procurava com precisão, aquele prometer incerto deixava-o de bem com a consciência", eis um trecho entre a segunda e a terceira página deste romance, e quem quiser que decida se é o narrador que fala ou se é o próprio autor, natural de e habituadíssimo ao mar da Figueira, retardatário presencista em Coimbra depois da partida de Régio e de Casais Monteiro, e desembocado finalmente em Lisboa...
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