Durante a tirania de Dionísio em Siracusa, correria a certa altura que uma velha orava e ofertava diariamente pela saúde do odiado soberano e pela prosperidade do seu governo – que lhe fossem longos os anos. Intrigado, mandou-a ele chamar. Ao recebê-la, perguntou-lhe o porquê do estranho hábito, pois não soubera nunca de semelhante coisa. Respondeu-lhe a velha que era já o terceiro governante que por aquelas bandas conhecia; como cada um que se seguia conseguia ser ainda pior do que o antecessor, rezava para não ter de conhecer um quarto.
[A história é contada por Tomás de Aquino, baseado decerto em Diodoro. Respirando fundo, evitaremos piadas e comparações fáceis com a situação política, «democrática», portuguesa destes últimos anos. Só por serem fáceis...]