Cresceu na região da Gândara (Cantanhede), fez os estudos em Coimbra, onde começou a ingressar nas fileiras neo-realistas, e foi depois para Lisboa, passando à beira-Tejo o resto dos seus dias até 1981.
Desde cedo, quer em verso quer em prosa, o seu trabalho revelaria uma preocupação e uma qualidade formal nada comuns no neo-realismo, avançando progressivamente a poética para um apuro e uma contenção que já só muito ao longe deixariam ver a toada social mais nítida desses primeiros tempos. Cantata (1960), um dos mais belos livros da poesia portuguesa, marcaria uma espécie de fronteira entre essas duas fases tão diversas - após 10 anos de «silêncio», que Alexandre O'Neill «censurava», ainda sem saber o que aí vinha, na dedicatória de oferta aqui reproduzida.