A edição original do livro do poeta francês fôra em 1955; sendo a tradução para esta edição portuguesa assegurada por Noémia de Sousa. Composição e impressão na viseense Tipografia Guerra, com tiragem declarada de 3000 exemplares.
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Aimé Césaire ― Discurso sobre o colonialismo
Voznessenski ― Antimundos
Alexandre O'Neill ― Poesias Completas
Al Berto ― O Medo
Dispensará decerto apresentações esta conhecida recolha da produção do poeta de Sines, aqui na terceira das cinco edições dadas a lume até hoje - a primeira na Assírio e a primeira póstuma, publicada no próprio ano da morte do autor; sendo as duas anteriores da Contexto, cuja capa homoerótica, aproveitando um retrato do poeta em pose de «diva» por Paulo Nozolino, era aqui substituída (mas recentemente recuperada) por uma mais sóbria em fundo negro com o corte das folhas tintado, numa solução graficamente discutível, a roxo. Das cinco, há-de ter sido de longe esta a mais lida, consultada e requisitada pelo luso público ledor de poesia, pelo que também ela dispensará minuciosas descrições.
O Dia 24 de Agosto
Já temos uma pátria, que nos havia roubado o despotismo: a timidez, a covardia e a ignorância que o tinham criado, que se prostravam com vil idolatria ante a obra das suas mãos, acabaram. A última hora da tirania soou; o fanatismo, que ocupava a face da terra, desapareceu; o sol da liberdade brilhou no nosso horizonte, e as derradeiras trevas do despotismo foram, dissipadas por seus raios, sepultar-se no inferno.
Carlos de Oliveira ― Poesias (1945-1960)
Colectânea publicada na série «Poetas de Hoje», reunindo toda a produção do poeta até à data (salvo o livro de estreia, «Turismo», que foi excluído): «Mãe Pobre» (1945), «Colheita Perdida» (1948), «Descida aos Infernos» (1949), «Terra de Harmonia» (1950) e «Cantata» (1960). Primeira edição.
Exemplar em muito bom estado, ainda praticamente como novo e sem qualquer defeito significativo.
Carlos de Oliveira ― O Aprendiz de Feiticeiro
Primeira edição de um livro que, entre apontamentos literários e pequenas notas de recorte auto-biográfico (viagens; memórias; diário), resulta na melhor aproximação possível ao próprio trabalho do autor – o curto capítulo dedicado a «Micropaisagem», por exemplo, é, a esse título, bem elucidativo; e que, se não falha a memória, será talvez o mais interessante caderno de notas alguma vez publicado por um escritor português.
Com fotografias «hors-texte» de Augusto Cabrita e capa do pintor Lima de Freitas (que teve, como Carlos de Oliveira, uma passagem inicial mais ou menos demorada pelo neo-realismo).
18€
Carlos de Oliveira ― Uma abelha na chuva (romance)
Mais uma de tantas edições do romance, que como praticamente todos os trabalhos do autor foi sendo sucessivamente remodelado, neste caso de modo muito substancial.
Carlos de Oliveira ― Pequenos Burgueses (romance)
Primeira edição de um dos livros principais do autor e do (nele um caso à parte) neo-realismo português, cujos ressaibos e influências na prosa cá da terra duraram até bem mais tarde do que se possa supor: parece espantoso nunca o termos lido em lado nenhum, mas o início de Nenhum Olhar, primeiro e melhor livro de José Luís Peixoto, é decalcadíssimo – topa-se à evidência – deste terceiro e último romance (propriamente dito) de Carlos de Oliveira.
O exemplar tem o carimbo e a assinatura de José Campeão, que em Coimbra o terá comprado logo em 1948, e que mais tarde o terá vendido (ou um proprietário posterior) à livraria portuense de Manuel Ferreira, cujo ex-libris pequeno ostenta. Com algum amarelecimento da margem lateral exterior da capa.
Carlos de Oliveira, 1º centenário do nascimento
Ricardo Jorge ― De Ceca e Meca (Impressões e Estudos de Viagem)
“Com este volume póstumo de Ricardo Jorge termina a série das suas Impressões e Estudos de Viagem. Ao que ficou dito pelo Autor no começo do Canhenho dum vagamundo e das Passadas de erradio – os dois volumes precedentes da mesma série –, nada há que ajuntar a respeito do teor genérico, que se mantém sem alteração. Como neles, os artigos enfeixados circularam na imprensa periódica, publicados na sua quase totalidade no Diário de Notícias”, juntando-se-lhes alguma prosa que por uma razão ou outra não tivesse chegado a sair. Os ditos artigos foram encaixados pelo editor nas secções «A Caminho do Próximo Oriente», «Terra Santa e Terras de Mafoma», «De Paris» (meia centena de páginas), «Paris-Genebra» (“Lusos além e aquém”: pelos vistos, já na altura havia emigração portuguesa naquelas bandas), «De Berlim», «De Lião», «De Zagreb», «Para o Brasil», «Portugal na Holanda», «De Dresde», «À Volta de Bucareste», «Imagens do Marroco Português» e «Além-Mar em África».
Exemplar globalmente bom no miolo, mas com a capa ligeiramente desgastada e uma ligeira quebra à cabeça das folhas finais provavelmente decorrente de queda. Pertenceu ao médico e bibliófilo coimbrão Júlio Formigal, de quem tem a discreta assinatura.
15€
Abel Salazar ― Um Estio na Alemanha
Abel Salazar ― Uma Primavera em Itália
Volume inaugural de «Contemporânea: Biblioteca de Autores Nacionais e Estrangeiros», com uma longa e panegírica bio-bibliografia do autor até à época (assinada A.L. – provavelmente, Almerindo Lessa), precedida de uma sua caricatura por Luís de Pina. O livro, a meio-termo entre impressões de viagem e abstracções mais genéricas sobre arte, integra os capítulos «A loucura das païsagens», «Turim», «Milão e a sua catedral», «A Primavera do Lago de Como», «Florença», «Roma», «Nápoles», «Pisa – Génova – Turim», «Veneza», «Entêrro em Veneza», «Melancolia do Lido» e «A Morte de Veneza».
Abel Salazar ― Pousão
Reedição do interessante estudo de Abel Salazar acerca da obra do fugaz pintor alentejano e portuense de quem foi entre nós o primeiro defensor acérrimo, acompanhado nesta edição de luxo por 10 reproduções a cores de conhecidos trabalhos seus, estando todo o conjunto acoplado dentro de um belo estojo com abertura lateral; sumptuosidade que contou com o patrocínio do Casino da Póvoa.
O livro propriamente dito é igualmente um 3 em 1: ao texto primitivo somam-se aqui dois inéditos, o da historiadora de arte Laura Castro em comentário e o conto do romancista Mário Cláudio, «A Morte de Tibério», uma ficção de um trecho da última estada do pintor em Capri e dos seus derradeiros dias de vida já moribundo no Alentejo - traçada também ela com mão de mestre.
8 reproduções de trabalhos de Abel Salazar
(Obra editada pela Fundação Abel Salazar, Porto / Capa e direcção gráfica de Alberto Cardoso, fotografias de Álvaro C. Azevedo (Alvão) e de Horácio Novais // Reproduções em heliogravura executadas pela Neogravura, lda.; páginas de texto compostas e impressas pela Casa Portuguesa; capa composta e impressa pela Nova Lisboa Gráfica, lda.; Lisboa – Dezembro de 1955). In-4º gr. de [8] págs. [caderno] + [8] ff. de estampa.
Envoltos juntamente com o estudo de Diogo de Macedo numa espécie de estojo de cartolina que lhes serve de capa, os trabalhos aqui reproduzidos por heliogravura são exclusivamente retratos: além do conhecido auto-retrato de Abel Salazar, os de Camilo, Eça, Junqueiro, Maximiliano Lemos, Marck Athias, Duarte Leite e Einstein.
Ligeiro desgaste da capa, com uma pequena marca a tinta.
Agostinho da Silva ― Parábola da Mulher de Loth
(Composto e impresso nas Grandes Oficinas Gráficas «Minerva» de Gaspar Pinto de Sousa, Suc.es, Ld.a – V. N. de Famalicão, 1944. In-8º peq. de 89, [3] págs. Br.
Tríptico publicado por Agostinho da Silva em edição de autor, estando este exemplar valorizado por uma dedicatória de oferta com que brindou um destinatário (letra intraduzível, como de costume) que nem sequer o chegou a abrir – todos os cadernos se conservam fechados, conforme saíram do prelo.