Barcelona: Casa Editorial Maucci, 1902. In-8º de 255, [1] págs. Enc.
Plausível primeira edição espanhola.
Exemplar da série com uma bonita encadernação do próprio editor, em percalina, gravada a ouro e a seco.
14€
Livraria / Editora / Alfarrabista } { Porto bibliographias@gmail.com / 934476529
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" (...) O desvio entre Dostoiewski e os marxistas é devido a uma consideração diferente do que é o mal. Para os marxistas o mal é a usurária, ou seja a burguesia. Dostoiewski, tendo primeiramente aceitado esta tese, repudia-a e chega à conclusão cristã de que o mal não é tanto a usurária quanto o meio usado, isto é, a violência. Este mal de Dostoiewski, no romance, não é somente representado pela morte violenta da usurária, mas também e sobretudo pela outra, da inocente e piedosa Lizaveta, irmã da usurária, que Raskolnikov mata, para suprimir uma testemunha do seu crime. Afinal, para os marxistas, na realidade o mal não existe desde que se trate unicamente de um mal social que pode ser liquidado com a revolução. Em vez disso, para Dostoiewski o mal existe como facto individual no coração de cada homem e exprime-se exactamente nos meios violentos dos quais se serve a revolução. Os marxistas lavam com a justificação histórica e social mesmo as consciências mais negras, Dostoiewski nega esta lavagem e afirma a existência inalienável do mal.