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Anda(va)m Faunos pelos Jardins

Se o leitor está no Porto, e vai apaixonado ao Jardim de S. Lázaro, e conhece a família da menina casadoira, por quem anda em brasa, faz a sua primeira cortesia, e foge de encontrá-la segunda vez, porque repetir a cortesia é, além de provincianismo puro minhoto, cousa que cheira a inconveniência, e pode ser até escândalo. Resta-lhe o expediente comum, e salva assim a honra das famílias: é amoutar-se como fauno por entre as murtas e bosques de acácias, lobrigando aqui, e além, a caça estranha.
No Jardim de S. Lázaro os dois sexos dão ao passeio o que as sovinas municipalidades não têm querido dar-lhe; isto é, uma luxuosa superabundância de estátuas, as quais, tirante a alma, nem sempre se avantajam às do mármore nacional. 

(Camilo Castelo Branco)