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Feira do Livro de Portalegre

Por simpático convite da Livraria Nun'Álvares, que a organiza com o apoio do município, a bibliographias marca presença a título de visitante na Feira do Livro de Portalegre - decorre até domingo, nos belos claustros do convento de Santa Clara onde mora a biblioteca.
Na(s) banca(s) teremos muito do costume: uma selecção de editoras independentes, incluindo algumas novidades publicadas nos últimos meses; fundos variados; e aqui também um friso de livros mais antigos (com primeiras edições) do vila-condense José Régio, «padroeiro» literário desta cidade onde deu aulas durante décadas e onde ficaria quase até morrer.
Na memória, já que de morrer se fala, teremos o Paulo Vidal Nazaré, amigo desta casa e um dos mais habituais comentadores desta página - que viajou para muito mais longe e nos deixa saudade.

Se estiverem por perto (leia-se: menos de 100 kms), passem por cá. 

Artaud — O Teatro e o seu Duplo

O Teatro e o seu Duplo / Prefácio de Urbano Tavares Rodrigues / Tradução de Fiama Hasse Pais Brandão

Ensaio ――――― Editorial Minotauro, Lda. (Composto e impresso na Sociedade Industrial Gráfica – Lisboa). In-8º de 207, [II], [iii] págs. Br.

“Na sua repulsa veemente do teatro psicológico ocidental, que assenta na palavra – instrumento da razão, Artaud condena com raiva tudo o que seja brilharete intelectual, conversa de personagens sentadas, por mais subtil e mais lúcida. A acção do teatro não decorre, aos seus olhos, no plano social, moral ou psicológico. O teatro, para este visionário, filho do delírio e da paixão, é metafísico.” (Do prefácio de Urbano)

Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir.

20€

Nos 100 anos do «Manifeste du Surréalisme»

Comemora-se hoje precisamente um século sobre a publicação do primeiro Manifesto do Surrealismo, de 
André Breton, saído dos prelos em Paris a 15 de Outubro de 1924. "Para sempre" é muito tempo, mas o mínimo que se pode dizer é que mudou a História da Literatura («malgré lui») pelo menos para mais outro século... Desde o Romantismo progenitor, e até hoje, não apareceu nada que se lhe possa sequer equiparar. Além disso, que é objectivo (mas não acaso), mudou também a relação de muitos de nós com a leitura e a literatura, com a arte, e até com a vida, o que não parece pouco. De resto, e sem especular demasiado, serão bastantes os livreiros que, se o surrealismo não tivesse existido, provavelmente não o seriam (livreiros) - e por conseguinte muitas livrarias, em Portugal e no estrangeiro, nunca teriam chegado a abrir portas. "O ser que desejas, existe": interpretando por extenso, assim nasceram editoras, assim nasceram livrarias. 

André Breton — Manifestos do Surrealismo

Livraria Letra Livre, 2016. In-8º de 358 págs. Br.

A edição, mais recente entre nós publicada deste(s) livro(s) fundamental(is), aproveita a tradução de Pedro Tamen já utilizada em edições anteriores noutras casas; agregando os dois manifestos, os prolegómenos a um terceiro manifesto, textos variados e Poisson Soluble, que justifica a capa de Luís Henriques.

16€

Rimbaud — Iluminações / Uma Cerveja no Inferno

Iluminações / Uma Cerveja no Inferno (tradução, prefácio e notas de Mário Cesariny / com sete traduções plásticas das «Iluminações»)

Estúdios Cor (1972). In-8º esguio de 154, [8] págs. Enc.

Num país até hoje com tantas e tão gritantes lacunas editoriais, não espantará demasiado que fosse apenas esta a primeira edição portuguesa das Illuminations – “A poesia escrita deve às «Iluminações» um terreno limite que muita gente explora mas para além do qual ainda ninguém atravessou”, como referia no prefácio o poeta tradutor, sendo o outro terreno limite conhecido, aliás anterior, os últimos hinos e fragmentos de Hölderlin; quanto a Uma Cerveja no Inferno, com o mais canónico título Uma Época no Inferno, fôra já publicada nesta versão do mesmo Cesariny pela Portugália em 1960. Além disso, o interesse desta edição é o de reproduzir os trabalhos aquados do próprio Cesariny, inspirados (ou a fingir) em excertos do poema, que salvo erro já não apareceriam em nenhuma das edições seguintes, incluindo as actuais na Assírio & Alvim.  

20€

Rimbaud — Oeuvres (Texte Établi et Présenté par René Char)

C. 1957 (CET OUVRAGE, composé d’après les maquettes de Jacques Daniel en caractère French Round Face corps 12 et tiré sur papier boufflant, a été achevé d’imprimer le 15 mars mil neuf cent cinquante-sept sur les presses des imprimeries Paul Dupont à Paris et relié par Engel à Malakoff. / CETTE ÉDITION, en tirage limité HORS COMMERCE, est réservée exclusivement aux membres du club français du livre. Elle comprend huit mille exemplaires numérotés de 12.001 à 20.000). In-8º q/quadrado de XIX, [i], 338, [II], [ii] págs. Enc.

Não podendo reproduzir aqui a dezena de páginas do prefácio de Char, ele mesmo interessantíssimo poeta, dos melhores que deu a árvore surrealista, fiquem estas passagens: “Aller à Rimbaud en poète est une folie puisqu’il personnifie à nos yeux ce que l’or était pour lui: l’intrados poétique”; “Rimbaud va du doux traversin d’herbe où la tête oublieuse des fatigues du corps devient une eau de source, à quelque chasse entre possédés au sommet d’une falaise qui crache le déluge et la tempête”; “Rimbaud est le premier poète d’une civilisation non encore apparue, civilisation dont les horizons et les parois ne sont que des pailles furieuses”. Entretanto, eram citados os predecessores Heraclito, Georges de la Tour (ideia um tanto forçada...), Baudelaire e Hölderlin, com óbvia vantagem nisso e em quase tudo para os dois H’s... E a seguir, num mais breve «Avertissement», esta ideia justa que também o nosso Cesariny seguiria: é de crer que as Illuminations, ou pelo menos uma grande parte delas, tenham sido compostas após Une Saison en Enfer.
A encadernação, revestida de uma sobrecapa de papel, foi em veludo com o nome Rimbaud gravado a ouro na pasta cimeira e na lombada. 

30€

La Vie Passionée d'Arthur Rimbaud

Editions Seghers - L'Inter (acheve [sic] d'imprimer le 20 Septembre 1961 sur les presses de Gerard & Cº, a Verviers (Belgique), pour le compte des Editions Seghers, Paris). In-8º de 377, [III] págs. Cart.

O volume foi ilustrado nas folhas preliminares por desenhos do próprio Rimbaud e dos amigos Verlaine e Delahaye. 
Com capa em percalina, parece faltar ao exemplar a sobrecapa de papel que primitivamente o revestiria; de resto, sem defeitos a assinalar. 

15€

Baudelaire — Les Fleurs du Mal

Les Fleurs du Mal / Les Épaves - Bribes - Poèmes divers - Amoenitates Belgicae

Éditions Garnier Frères / 6, Rue des Saints-Pères, Paris. (Achevé d'imprimer par l'Imprimerie André Tardy a Bourges le 31 Janvier 1968). In-8º de 490, [1], [III] págs. Br.

É extenso o aparato crítico preliminar, com um texto introdutório de Antoine Adam, bibliografia (incluindo a usada para a fixação do texto) e tábua cronológica; ilustradas por uma série de fotogravuras em sequência.

12€