Porto: Livraria Elysio de Joaquim Elysio Gonçalves – Editor. 1890. In-8º de 308 págs. Enc.
Publicada já no ano da morte do romancista, a edição inclui um longo prefácio para ela preparado (logo em 1889) pelo velho amigo Tomás Ribeiro, que, entre a habitual largueza de considerações, opunha ao decadentismo do fim-de-século (“grandes talentos só cultivarem nos seus jardins as flôres do mal”) a arte de Camilo, essa que “deixava o coração dictar os seus livros, e d’ahi o segredo da popularidade que adquiriam. Fazia chorar e rir, indignar ou amar. Cobria as suas lagrimas com um véo de scepticismo que o mostrava mais viril”; e reproduz, de seguida, o conhecido prefácio da segunda (1863), ainda da pena do próprio escritor, em que se queixava ele da saudade dos dias e das noites na Cadeia da Relação, onde compusera este romance (o seu mais querido, como aqui confessava), o «Amor de Perdição» e os «Doze Casamentos Felizes», preferindo – assim dizia – a inspiração do infortúnio, aviventada por “uma grande dôr e uma grande esperança”, ao silêncio e à paz (“quietação de sepulturas”) então em redor do seu espírito.
Exemplar revestido de uma boa encadernação com cantos e lombada em pele, já um quanto puída; sem capa de brochura. Em relativo bom estado no miolo, apesar de marcas de acidez, mais pronunciadas em algumas folhas, e de um pequeno texto manuscrito, datado de 1896, sobre o anterrosto.
23€