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Boletim bibliográfico 2/2025

O segundo deste ano está finalmente pronto, após vários meses de atraso; tem em destaque o Vaticano e os seus papas, aflorando ainda os centenários de Luís Pacheco e Isabel da Nóbrega e os 60 anos da fundação da Dom Quixote pela escandinava Snu. 
Pode ser enfim consultado

Frank Harris — Bernard Shaw

Bernard Shaw (Traduit de l'anglais par Madeleine Vernon et H. D. Davray) / Sixième édition

Gallimard, Paris — 43, Rue de Beaune. (Achevé d'imprimer en mars 1938 par les Établissements Busson). In-8º de 289, [1], [II] págs. Cart.

Esta biografia da autoria daquele que, na juventude amigo de ambos, dedicara já um trabalho semelhante a Oscar Wilde, mereceu de Shaw escritos autónomos e cartas de desaprovação - por entre mútuos remoques truculentos q.b., à boa maneira irlandesa, no caso de Harris com manifesto exagero, dando quase a impresão de ter escrito isto só para irritar o (ex-) amigo...
Não existe, salvo erro, edição portuguesa.

Exemplar artesanalmente cartonado parecendo aproveitar, colada sobre a pasta superior, a frente da capa primitiva; desvalorizado por marca a esferográfica na folha de rosto.

10€

Samuel Beckett — Últimos trabalhos

Últimos trabalhos (Tradução de Miguel Esteves Cardoso)

O Independente / Assírio & Alvim. (Concepção editorial e produção: Vasco Rosa. Impressão: Inova, Artes Gráficas (Porto). 1996). In-8º de 63, [I] págs. Br.

Edição publicada a pretexto da Feira do Livro de Frankfurt desse ano, que teve a Irlanda como país convidado. Os três escritos aqui reunidos são «Worstward ho / Pioravante marche», «Stirrings still / Sobressaltos» e «What is the word / Que palavra será».

Exemplar usado, com algumas marcas de desgaste.

10€  

Oscar Wilde — o retrato de Dorian Gray

o retrato de Dorian Gray (Tradução de Januário Leite)

Portugália Editora, Lisboa (composto e impresso (...) na Empresa Norte Editora, Póvoa de Varzim / Dezembro de 1969). In-8º de 370, [V], [i] págs. Br.

43.º título publicado na colecção «Os Romances Universais: os grandes mestres do romance clássico e contemporâneo», com capa de Câmara Leme, aqui já em quinta edição/reimpressão.

Muito bom exemplar, só com as quase inevitáveis pequenas notas de oxidação na capa e nas margens do papel.

12€ 

Edgar Allan Poe em Portugal

Biblioteca Nacional de Portugal / Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa / Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Setembro 2009). In-8º de 84, [I], [iii] págs. Br.

A edição contou com um extenso e importante texto introdutório da académica, poeta e tradutora Margarida Vale de Gato, que no entanto bem poderia ter evitado não assim tão pequenos lapsos como o de chamar Paul Breton a André Breton e o de omitir na recensão bibliográfica a edição em volume, nos anos 90, de um dos textos a que dá merecido destaque. A essa introdução, abundante de notas úteis, juntou-se a reprodução de trabalhos artísticos de Filipe Abranches e de Júlio Pomar, de capas de livros e de ilustrações variadas – resultando o conjunto mais rico do que os pequenos catálogos do mesmo género que a BN tem (felizmente) editado, aqui talvez apelativo para o público leitor em geral e não só para os bibliófilos e bibliógrafos em particular.

Exemplares novos, com o marcador próprio da edição. 

5€

Edgar Allan Poe — O Mistério de Maria Roget

O Mistério de Maria Roget (Tradução de Jorge de Sena)

Crime imperfeito (Relógio d’Água, 1988). In-8º de 65, [iii] págs. Br.

Salvo erro, esta primeira edição na Relógio d’Água, que muito mais tarde reeditaria o volume com uma nova capa também a partir de um quadro de Füssli, aproveitava uma tradução deste exercício policial que Sena publicara na Portugália.

Exemplar aparentemente por estrear, embora com ligeiríssimas marcas na capa.

9€

Edgar Allan Poe — Nouvelles Histoires Extraordinaires

Nouvelles Histoires Extraordinaires (Préface et Traduction de Charles Baudelaire / introduction et notes de Léon Lemonnier)

Paris: Librairie Garnier Frères (1947). In-8º de [VI], XXIX, [I], 297, [3] págs. Br.

É conhecida esta história do estudo de Baudelaire, que começou por fazer um bastante descarado plágio – no séc.XIX, prática corrente, veja-se o nosso Eça… – para depois, nestas «Notes Nouvelles sur Edgar Poe», meter finalmente não só as mãos mas a própria cabeça à obra. A longa introdução de Lemonnier abunda em considerações sobre Poe e Baudelaire e a actividade tradutora deste, em geral, e do escritor norte-americano em particular.

Pequena rubrica de propriedade, a tinta, na primeira página justamente da introdução. 

15€  

Baudelaire — Os Paraísos Artificiais

Editorial Estampa (2010). In-8º de 167, [1] págs. Br.

Quinta edição destas versões de José Saramago de um conjunto de conhecidos textos do poeta francês sobre o ópio, o haxixe e o vinho.

Exemplar novo.

10€

Anaïs Nin — Fome de Amor

Fome de Amor (Tradução: Marli Berg)

editôra artenova ltda. (1981). In-8º de 140, [IV] págs. Br. 

“Em Fome de Amor Anaïs Nin reafirma suas qualidades de escritora imaginativa, refinada e profunda, embora sempre alegre e bem-humorada. Ela percorre aqui todos os caminhos de sexualidade humana, mas sempre analisando a experiência sexual de um ângulo feminino. E é, sempre, sua visão de mulher, sem medo ou limites, que predomina.” [Nota do editor Álvaro Pacheco]
Esta Ladders to Fire, no título original, foi a novela que inaugurou um ciclo de cinco que constituiu a colectânea Cities of the Interior.

Exemplar com nota de oferta manuscrita na folha de guarda.

8€

Anaïs Nin — Uma Espia na Casa do Amor

Editorial vega (Composto e impresso na: Tipografia Lousanense, Lousã). (1979). In-8º de 133, [iii] págs. Br.

Sobre um livro que deu uma canção dos Doors, tendo honras de ser cantado por Jim Morrison, talvez nada mais seja preciso dizer; excepto que terá sido este o primeiro livro da escritora francesa publicado em Portugal, e que para ele Mário Jorge Torres redigiu 2-em-1 textos de apresentação: «Para uma biografia (ou a propósito da escrita?) de Anaïs Nin» e «Algumas notas para uma proposta de leitura de «Uma Espia na Casa do Amor»».

10€

Jean-Jacques Pauvert — A Literatura Erótica

A Literatura Erótica (Tradução de Serafim Ferreira)

teorema (Impressão e acabamento: Rainho & Neves, Lda. / Santa Maria da Feira // Setembro de 2001).In-8º de 109, [III] págs. Br.

"Jean-Jacques Pauvert, nascido em 1926, percorreu, a partir de 1942, todos os caminhos que conduzem ao livro. Excelente escritor e polémico editor, é, sem dúvida, um dos maiores especialistas mundiais em literatura erótica. (...) como escritor publicou, entre outras, as seguintes obras: Sade vivant, Nouveaux et moins nouveaux visages de la censure, Anthologie historique des lectures érotiques". 

Vários exemplares disponíveis.

10€

Boris Vian — O Outono em Pequim (Tradução de Luísa Neto Jorge)

Editora Ulisseia, Lisboa. (1965). In-8º de 320 págs. Enc.

Título publicado na «Série Literatura» da Ulisseia, com uma das (muitas) traduções para o pão nosso de cada dia que a mais interessante – no feminino – poeta portuguesa teve de fazer.
Capa de José Cândido, neste exemplar acusando algum desgaste, sobretudo no encaixe e na face inferior; marcas de ligeiro escurecimento marginal das folhas.

14€

Marguerite Duras — O Amante

O Amante (14.ª Edição / Tradução de Luísa Costa Gomes e Maria da Piedade Ferreira)

Difel / Difusão Editorial, Lda. Lisboa. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu). In-8º de 98, [ii] págs. Br.

Vencedor por unaninimidade do Goncourt, ia já aqui na 14ª de ainda muitas mais edições – num tempo não assim tão distante em que por cá se ligava alguma coisa à literatura, em geral, e ao principal prémio das letras francesas em particular. Vendidos quase 3 milhões de exemplares só em França, viria a ter adaptação cinematográfica, supervisionada pela própria Duras, já na década de 90.

8€

Marguerite Duras — Olhos Azuis Cabelo Preto

Olhos Azuis Cabelo Preto (Tradução de Tereza Coelho)

Difel / Difusão Editorial, Lda. Lisboa. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu). In-8º de 109, [iii] págs. Br.

“É a história de um amor, o maior e mais aterrador que me aconteceu escrever. Sei-o. Sabemo-lo para nós mesmos. Trata-se de um amor jamais nomeado nos romances, inominado até por aqueles que o vivem, de um sentimento que de algum modo não encontrou ainda o seu próprio vocabulário, os seus hábitos, os seus ritos. Um amor perdido. Perdido enquanto perdição.” (Marguerite Duras)
Olhos Azuis Cabelo Preto é um texto nos limites do confessável. O mais irredutivelmente durasiano que Duras publicou. Por isso mesmo o mais notável: simultaneamente misterioso e de uma terrível clareza” (Teresa Coelho)

Primeira edição portuguesa deste título recuperado mais recentemente pela Relógio d’Água. 

10€

Marguerite Yourcenar — Fogos

Fogos (Tradução de Martha Calderaro / 2.ª edição)

Editora Nova Fronteira. (Esta obra foi impressa na editora Vozes (…) em novembro de mil novecentos e oitenta e três). In-8º de 191, [I] págs. Br.

É a própria Yourcenar quem define Fogos como produto de uma crise passional, sendo – por assim dizer – uma série prosas líricas, ou poemas em prosa, interliagadas por uma certa noção de amor”, por vezes prosas aforísticas, curtas, e tomando quase todas como mote temas da Antiguidade Clássica, naquele que será porventura o livro mais interessante da escritora francesa: «Fedra ou o desespero», «Aquiles ou a mentira», «Pátroclo ou o destino», «Antígona ou a escolha», «Lena ou o segredo», «Maria Madalena ou a salvação», «Fédon ou a vertigem», «Clitemnestra ou o crime», «Safo ou o suicídio». 

10€

Marguerite Yourcenar — Fogos

Fogos (Tradução de Maria da Graça Morais Sarmento)

DIFEL / Difusão Editorial, S. A. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu, 1995). In-8º de 155, [v] págs. Br.

“Aqui não há sublimação, como pretende uma fórmula decididamente infeliz e insultuosa para a própria carne, mas sim percepção obscura de que o amor por uma determinada pessoa, por muito dilacerante que pareça, muitas vezes não é mais do que um belo acidente passageiro, menos real em certo sentido do que as predisposições e as escolhas que o antecedem e que lhe sobreviverão” [sem mais considerações, substitua-se é nessa ideia «amor» por «paixão»].

12€

Marguerite Yourcenar — A Obra ao Negro

Editorial Inova sarl (composto e impresso na Emp. Gráfica Feirense, L.da — Março 1973). In-8º gr. de 348, [X] págs. Br.

Começava assim a nota final da própria Yourcenar: "O romance que se acaba de ler tem, como ponto de partida, uma narrativa de cinquenta páginas, D'après Dürer, publicada juntamente com duas outras novelas, também de fundo histórico, no volume intitulado La Mort conduit l'Attelage, ed. Grasset, 1934. Essas três narrativas, unificadas e ao mesmo tempo contrastantes (...), mais não eram, afinal, que fragmentos isolados de um enorme romance concebido e parcialmente escrito entre 1921 e 1925" e só três décadas mais tarde, após a conclusão das Memórias de Adriano, começado a recuperar até esta muitíssimo aumentada forma definitiva.  

Primeira edição portuguesa, com tradução de António Ramos Rosa, revisão tipográfica de João de Almeida Arrepia e composição gráfica de Armando Alves.

15€

Marguerite Yourcenar — O Quê? A Eternidade

(O Labirinto do Mundo III) O Quê? A Eternidade / Tradução de Helena Vaz da Silva e Alberto Vaz da Silva

DIFEL / Difusão Editorial, Lda. Lisboa. (Impressão e acabamento: Tipografia Guerra, Viseu, 1990). In-8º de 236, [I], [iii] págs. Br.

"Depois de Memórias e Arquivos do Norte, eis O Quê? A Eternidade, o terceiro volume da história familiar que Marguerite Yourcenar intitula «O Labirinto do Mundo». O primeiro dedicado à sua família materna e a sua mãe, o segundo à sua família paterna e a seu pai. Neste último volume, a própria Marguerite, criança e adolescente, começa a aparecer, mas o eixo da narrativa é ainda novamente a personagem do seu pai"

12€ (reservado)

Marguerite Yourcenar — de olhos abertos

distri editora (Impressão e acabamento: Edições Asa – Porto). [S/d – DL 1984]. In-8º de 230, [I], [i] págs. Br.

“Pela primeira vez, Yourcenar dá-nos os elementos para compreendermos a profundidade e a clareza do seu pensamento. Sem reticências, com a simplicidade de uma sabedora que se sente vinda de muito longe, interessada por todos os aspectos do mundo”; puxada a conversa por Matthieu Galay, crítico literário, aqui ficava um longo conjunto de impressões acerca da infância, do pai, da génese de alguns dos livros, de planos por concretizar, da literatura em geral, da tradução (ofício que Yourcenar praticou, desde logo com Virginia Woolf), racismo, feminismo e outros assuntos políticos, etc. Para citações e sentenças, é o livro mais óbvio da escritora francesa, não por acaso já mencionado várias vezes por Ana Cristina Leonardo nas suas já algo repetitivas – até nisso – crónicas no Público. Enfim, se há escritoras e escritores chatíssimos sobretudo quando falam, há outros – como Yourcenar, como Borges – cujas entrevistas dão uma leitura abençoada.  
Tradução de Maria Eduarda Correia (uma edição mais recente na Relógio d'Água teve tradução diversa). 

Dois exemplares disponíveis.

10€

Lídia Jorge — Misericordia (Traducción de María Jesús Fernández)

La Umbría y La Solana (abril de 2024). In-8º de 417, [xiii], [II] págs. Br.

"Misericordia se publicó recientemente en Portugal, pero en poco tiempo ha llegado a lectores de todo el mundo seducidos por una narrativa de singular intensidad lírica y dramática. Se trata del diario del último año de la vida de una mujer en el que se narra también la historia de otras vidas en el escenario de una residencia de ancianos y en el contexto del desafío al que se enfrentó la humanidad a lo largo de 2020. La voz de la protagonista, en su lucha por el conocimiento, conduce al lector, desde la primera hasta la última página, a un magnífico testimonio de alguien que busca el sentido de la vida sin renunciar nunca a entenderlo.  Entre lo real y lo onírico, Misericordia es la historia de una vida que sobrevive gracias al espíritu y a la fuerza de la resistencia."

Último exemplar disponível.

23€

Lídia Jorge — Los tiempos del esplendor

Los tiempos del esplendor (Traducción de Martín López-Vega / Ilustraciones de Arturo Revuelta)

La Umbría y La Solana (julio de 2020). In-8º de 203, [iv], [I] págs. Br.

"Los tiempos del esplendor son nueve relatos en los que se mezclan historias de amor y desconcierto, un discurso sobre el rumbo de la humanidad."
O título desta recolha publicada no país vizinho baseia-se num dos contos, que em português foi O Tempo do Esplendor.

Dois exemplares ainda disponíveis.

17€

Lídia Jorge — La costa de los murmullos (Traducción de Felipe Cammaert)

La Umbría y La Solana (septiembre de 2021). In-8º de 324, [I], [i] págs. Br.

“La costa de los murmullos, novela publicada en 1988, ocupa un destacado lugar en la historia de la literatura en lengua portuguesa. Es, en effecto, uno de los primeros que se adentra en el período histórico del fin del imperio colonial portugués desde la perspectiva de las mujeres que estuvieron presentes al lado de sus compañeros soldados en territorio africano”.

Dois exemplares restantes na livraria.

17€

Lídia Jorge — A Costa dos Murmúrios

Publicações Dom Quixote / Lisboa, 1988. In-8º de 259, [1] págs. Br.

Edição original do mais conhecido romance da actual Conselheira de Estado, passado no estertor dos tempos coloniais em Moçambique que ela própria lá viveu, entretanto adaptado para cinema com o casal Beatriz Batarda (interpretação) e o já falecido Bernardo Sassetti (música); sendo o par da actriz o também já falecido Filipe Duarte.
Foi o primeiro livro da romancista na Dom Quixote, para onde foi levada pelo agora igualmente falecido editor Nélson de Matos.

15€

Bernardo Xavier Trindade — Camões, Arte e História Portuense

Ensaios III: Camões, Arte e História Portuense

1975 / Livraria Fernando Machado, Porto. In-8º de 791, [XII], [i] págs. Br.

O autor, Bernardo Xavier Coutinho, dividiu os estudos aqui publicados em volume (quase todos já antes na imprensa: n’O Tripeiro, que dizia prestes a falecer, no que felizmente se enganou, e no Boletim Cultural da CMP, que parece a destinatária da «bicada» preliminar criticando a falta de apoio à edição) nas secções aparentemente inconciliáveis* «Estudos Camonianos e Outros Estudos» e «Subsídios para a História do Porto»; contando-se entre os primeiros, por exemplo, «Os mais antigos retratos de Camões e a sua cegueira», «Para a história da palavra «Lusíadas»», «O Infante D. Henrique impulsionador da vocação marítima e ecuménica de Portugal». 
* [Mas não foi o Infante que motivou o advérbio “aparentemente”, e sim o próprio Camões. Apesar de um investigador das coisas do Porto – Germano Silva – asseverar peremptório que ele nunca terá estado na cidade, há boas razões para supor o contrário, além da já por si significativa de parte da família do poeta, quando desceu da Galiza, ter (naturalmente) ficado cá pela galaica capital. Razões que levaram até um insuspeito alemão camonianista conimbricense, não portuense, a defender a tese bastante arriscada de que teria cá nascido. A verdade, tal a virtude, veritas/virtus, como habitualmente nestas coisas, deverá andar algures a meio-termo – e editar um repositório disso é um dos (demasiados) projectos cá da casa]

20€ (reservado)

Reis Brasil — O Amor em Camões

O Amor em Camões (Nova interpretação de tipo psicológico) / 3.ª edição

1957. (Composto e impresso em Outubro de 1957 na Tip. do «Jornal do Fundão»). In-8º de 160, [4] págs. Br.
 
Edição com um prefácio próprio e aumentada de um novo capítulo, passando aqui a ter XI: entre eles, «Valor e sentido do platonismo», «Conceito geral do amor camoniano», «Camões e o sentimento do Divino» e «Visão global da personalidade camoniana». Várias composições do vate foram seleccionadas para irem entremeando o volume.

Exemplar desvalorizado por uma nota de compra escrita a tinta, embora engraçada.
 
10€ 

Oliveira Simões — As Armas nos Lusíadas

alfa [s/d]. In-4º de 163, [i] págs. Cart.

“Fazendo a sua resenha, encontramos no poema referencias mais ou menos numerosas a: armas brancas, armas de haste, armas de arremesso, armas defensivas, artilharia neurobalística, armas de fogo, munições e engenhos de fogo, instrumentos e insígnias bélicas. Ocupar-nos-emos, sucessivamente, do que haja a considerar em cada uma destas categorias”.
Cartonado e abundantemente ilustrado, o álbum foi impresso sobre folhas de papel couché.

Exemplar por estrear.

12€

Luís de Camões: Monumentos Literários

Luís de Camões: Monumentos Literários (Colectânea das obras atribuídas ao Épico, organizada e anotada por José Pedro Machado)

Sociedade de Língua Portuguesa / Edição comemorativa do quarto centenário d’Os Lusíadas. [S/d – 1972?]. In-8º gr. de 445, [III] págs. Enc.

De forma um tanto confusa, a edição é exactamente o que não sugerem subtítulo e mote editorial: uma recolha das líricas, seguindo fielmente a original de 1595 (sonetos, canções, sextinas, odes, elegias, éclogas, redondilhas e várias).

Exemplar da biblioteca de Danilo Barreiros, que lhe apôs na guarda o respectivo ex-libris e o mandou encadernar em tecido sintético imitando pele, sem a capa de publicação.

20€ (reservado)

Eleutério Cerdeira — Duas Grandes Fraudes Camonianas

Duas Grandes Fraudes Camonianas (documentadas com ilustrações)

1946 / Companhia Editora do Minho, Barcelos. (Composto e impresso nas oficinas gráficas da (...) Acabou de se imprimir aos 4 de Outubro de 1946). In-8º de 111, [I] págs. Enc.

Na «justificação prévia», os editores explicavam ter a edição resultado de um convite ao autor para rever e ampliar o estudo publicado na também sua edição monumental ilustrada d’Os Lusíadas, publicada no ano dos centenários (1940), e que tivera por título «As duas edições de Os Lusíadas datadas de 1572»; resolvendo ele acrescentar-lhe aqui ainda um outro texto acerca de outra mistificação, a de uma suposta assinatura de Camões.
 
Tiragem declarada de 1572 exemplares numerados, tendo esta casa dois deles, de uma tiragem encadernada sem a capa de brochura. 

14€   

José Gomes Ferreira — O Enigma da Árvore Enamorada

O Enigma da Árvore Enamorada: divertimento em forma de novela quase policial (1980)

Moraes editores (Composição: Gris Impressores, SARL). In-8º de 87, [iv], [I] págs. Br.

Além da principal peça que deu título ao volume, inclui depois «Diálogo de Cosme com o Diabo», um texto de 1923 que o escritor apresenta no intermezzo «Papéis Velhos»: “Não há escritor em que o tempo, sujo de pó e traças, não acumule nas gavetas, nos armários, nas malas e arcas, para confundir o futuro, papéis velhos do tamanho da indisciplina dos pesadelos de cada um”.

Primeira edição.

Exemplar quase impecável.

14€

José Gomes Ferreira — Revolução Necessária

Diabril (1975). In-8º de 243, [9] págs. Br.

Extensa recolha de peças antes publicadas na imprensa («O Primeiro de Janeiro», «Vida Mundial», «Diário de Notícias», «Diário Popular» e «Seara Nova»), infelizmente sem data assinalada, aqui agrupadas nas secções «Construção do Presente» (25 de Abril), «Intervalo, para recordar alguns amigos mortos», «O Passado, Memórias da 1.ª República», «Outro Intervalo, para meditações jornalísticas», «Tirania Ilúcida» e «Regresso à Luta Presente». Algumas das crónicas: «O meu 25 de Abril», «Reportagem do Rossio em 1974», «Memórias do M.U.D.», «O M.U.D. Juvenil», «A minha proposta de Constituição», etc.

Primeira edição.

15€

José Gomes Ferreira — Imitação dos Dias

Diabril (Este livro foi composto e impresso na Sociedade Industrial Gráfica Telles da Silva, Lda. (...) e acabou de se imprimir em Maio de 1977). In-8º de 190, [II] págs. Br.

Terceira edição desta heterodoxa espécie de diário, que o autor poderia ter dedicado a um futuro livreiro nascido no início do mês – este vosso. Não dedicou a edição, mas dedicou o livro aos netos Sílvia e Pedro José, acompanhando a dedictória de dois desejos, um bastante realizável e outro bastante irrealizável: que ele (o livro) ainda fosse legível no tempo deles, e que nesse tempo não houvesse já tiranos no mundo (temo-lo notado...).

Exemplar com ligeiro desgaste da capa; miolo em bom estado.  

10€ 

José Gomes Ferreira — Poesia (- I e – II)

Portugália Editora. (1972). 2 vols. in-8º de 170, [14] e 206, [6] págs. Br.

O primeiro volume teve aqui a 5.ª edição e o segundo a 4ª, ambas com a mesma capa de João da Câmara Leme. Vale a pena transcrever a dedicatória que abre o primeiro (sairiam seis, no total): “À memória de meu Pai, Alexandre Ferreira, mestre de virtudes republicanas, com quem aprendi tudo o que sei da Vida, da Morte, da Liberdade e do Amor. Foi para ele que reuni estes versos, depois de 27 anos de silêncio, quando o senti perto da Morte – que encarou com coragem exemplar”.

Exemplares com marcas de uso, o segundo sobretudo. 

20€

José Gomes Ferreira — O Mundo dos Outros

Publicações Europa-América, Lisboa (Este livro foi composto e impresso na Sociedade Industrial Gráfica (...) e concluiu-se em Junho de 1961). In-8º peq. de 173, [i], [II] págs. Br.

Foi salvo erro a segunda edição, publicada na colecção «os livros das três abelhas» com capa do pintor António Domingues, de uma recolha de textos originalmente publicada em 1950 pelo Centro Bibliográfico – nome hoje bastante implausível. Algumas das peças soarão familiares, até porque pelo menos duas tiveram edição autónoma: «A Boca-Enorme» e «O barbeiro de má-morte».

17€

Hélia Correia — Montedemo

Ficção Portuguesa (Relógio d’Água, 1987). In-8º de 56, [ii] págs. Br.

“Para meu espanto e maravilhamento, eis que o Montedemo e a sua gente me aparecem agora, passados alguns anos – e armados de um esplendor, de uma frescura, de tão bela e dramática energia que confesso – me enchi de desumano orgulho com que Pigmaleão viu mexer-se a sua estátua”, dizia a autora no seu prefácio a esta 3.ª edição do livro, aproveitado do catálogo da representação da peça pelo teatro «O Bando» que lhe servira de mote; as duas primitivas saídas na Ulmeiro em 1983 e 1984.
Ilustram a frente da capa precisamente uma fotografia dessa encenação e atrás uma outra, «retrato da escritora quando jovem». 

10€

Natália Correia — O Encoberto

Galeria Panorama. [1969?]. (Composto e impresso na Soc. Ind. Gráfica Telles da Silva, Lda.). In-8º de 122, [4], [II] págs. Br.

Proibindo a encenação, a censura marcelista proibiu também a circulação do livro, de nada servindo a carta de reclamação que a autora enviou (como outras) directamente a Marcelo Caetano já quase um ano decorrido nem o tom bastante (demasiado) respeitoso que nela usou; a peça apenas viria a ser reeditada pela Afrodite de Ribeiro de Melo em 1977. O parecer do  sempre doutíssimo censor: “É uma peça sobre o “mito” do regresso de D Sebastião, o “Encoberto”. / Trata-se do desenvolvimento em estilo de “paródia” de assunto histórico, com não poucas pinceladas pornográficas, à maneira de “Natália Correia”, com alusões ao povo português ou a figuras históricas com expressões de chacota e uma clara intenção de ridicularizar. / Conclusão: Julgo ser de proibir, por inconveniência política e ser pornográfica”. 
Este livro integrou precisamente a colecção de «obras visadas pela Censura» que saiu há tempos (em fac-simile) com o jornal Público

Exemplar com pequenas marcas na face superior da capa e ainda algo amolgado no topo ao longo de grande parte do volume; conservando-se todavia as folhas limpas.

17€

Natália Correia — Antologia da Poesia do Período Barroco

Círculo de Poesia ——————— Moraes Editores, Lisboa / 1982. In-8º de 342, [II] págs. Br.

A introdução de Natália Correia espraia-se por mais de três dezenas de páginas, constituindo nas palavras da própria “uma proposta de reabilitação da nossa poesia barroca que terá de ser lograda por críticos que se especializem não em denegrir o Seiscentismo mas em compreendê-lo e estimá-lo”, estimando ela e recenseando aqui, entre outros, Tomás de Noronha, Violante do Céu, Francisco Manuel de Melo, Frei António das Chagas, Gregório de Matos, Soror Maria do Céu, Ribeiro da Costa.

20€

Como Exilados de um Céu Distante: Antero de Quental e Giacomo Leopardi

Arranha Céus [S/d – DL 2019]. In-8º de 195, [I] págs. Br.

Interessante, trabalhado e documentado (embora com lacunas) estudo de Andrea Ragusa, dado a público nesta edição – da mão do saudoso João Paulo Cotrim – com o apoio do Centro de Estudos Anterianos e da tutelar Câmara Municipal da Vila do Conde onde Antero passou os derradeiros anos de atormentada existência; resumida na frase de Eça que deu título ao volume.

Exemplar novo.

14€  

A Ideia de Justiça em Antero de Quental

A Ideia de Justiça em Antero de Quental (Prefácio de Fernando Catroga) // Publicação patrocinada pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas

íman edições [S/d – DL 2002]. In-8º de 238, [ii] págs. Br.

Cada um deles dividido em numerosos sub-capítulos, a autora (Maria João Cabrita) dividiu o seu estudo nos capítulos principais «A ideia de Justiça que subjaz ao percurso de Antero de Quental», «A ideia de Justiça ao longo da evolução intelectual de Antero de Quental» e «A proposta social e política para a reposição da Justiça». (A título de exemplo, algumas das partições e alguns dos sub-capítulos: «O justo da geração de setenta», «A influência proudhoniana», «O krausismo na Universidade de Coimbra», «O Cenáculo», «Da influência de Hegel à crítica ao hegelianismo», «A lei moral e o progresso – a santidade», «A proposta socialista de Antero de Quental», «A última fantasia revolucionária – a Liga Patriótica do Norte».

Exemplar novo, mas com ligeiros defeitos de deficiente armazenamento.

8€

Rebelo Bettencourt — O verdadeiro "Antero"

O verdadeiro "Antero" / no 1.º centenário do nascimento de Antero de Quental (18 de Abril de 1842 - 18 de Abril de 1942)

Emprêsa Literária Universal (15, Rua da Hora, 17), Lisboa. (Composto na Tipografia de «O Carlitos»). In-8º de 72, [i], [1] págs. Br.

"Figura excepcional e complexa, e aparentemente contraditória por essa extraordinária complexidade, Antero, que foi uma das mais nobras figuras do seu tempo, projecta-se ainda no presente, não como uma sombra, muito menos como uma curiosidade erudita, mas assumindo, talvez mais do que nunca, uma actualidade das mais vivas, pois nada, absolutamente nada, diminuiu ou morreu nas suas páginas,  antes, pelo contrário, nelas vamos encontrar, a-par-dos nossos problemas, a resposta às nossas inquietações espirituais"; assim começava o conterrâneo açoriano as suas palavras de «Pórtico».

Exemplar ainda por estrear, conservando os cadernos por abrir.

15€

José Bruno Carreiro — Antero de Quental (subsídios para a sua biografia)

Edição do Instituto Cultural de Ponta-Delgada / Depositária: Livraria Morais – Rua da Assunção, 51 / Lisboa, 1948. (Composto e impresso na Sociedade Astória, Lda. – Regueirão dos Anjos, 58 – Lisboa). 2 vols. in-8º gr. de XXXVI, 465, [I] e 434, [II] págs. Enc.

Trabalho de referência até hoje não ultrapassado (nem porventura igualado) na amplitude de elementos que investiga, recolhe e apresenta, desde a bastante exaustiva bibliografia – com que começa logo o primeiro volume e termina o segundo – à reprodução de variados documentos, boa parte deles desconhecidos do público. A dimensão e a profundidade deste trabalho do fundador do Correio dos Açores que convidou Raul Brandão terá merecido ao também açoriano Onésimo Teotónio de Almeida o título d’”a melhor biografia portuguesa”; reeditada décadas mais tarde pela INCM. 
Boa encadernação conjunta dos dois volumes com cantos e lombada em pele, embora esta já ligeiramente desgastada; conservando ambas as faces da capa original de ambos; o corte das folhas carminado à cabeça; e o primeiro volume valorizado por dedicatória de oferta do autor.

60€

Antero de Quental — Sonetos Escogidos

Publicaciones del Instituto de Estudios Portugueses / Santiago, 1933. (Imprenta, Librería y Enc. del Seminario C. Central). In-8º peq. de 30, [II] págs. Br.

Cá naturalmente raros, mesmo no país vizinho não são já nada vulgares os exemplares desta pequena brochura, conjunto de sonetos seleccionados e prefaciados por A. S. [decerto António Sérgio, até pelo tom e pelo teor do texto] no período - como se sabe bastante rico em actividade cultural em geral e editorial em particular - republicano.

20€

Antero de Quental — Sonetos

Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1979. In-8º de LXXXVIII, 287, [III] págs. Br.

Edição organizada, prefaciada e anotada por António Sérgio e integrada na colecção de clássicos da Sá da Costa, com a gravação de um retrato do poeta. Para além do extenso estudo de Sérgio, reproduz também o prefácio de Oliveira Martins dado a lume na edição original.

14€

Antero de Quental — Sonetos

Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1979. In-8º de LXXXVIII, 287, [III] págs. Enc.

“Há mais de 20 anos que faço Sonetos, e todavia nunca escolhi esse género nem estudei nos mestres os segredos especiais daquela forma; levou-me para ali uma predilecção impensada e singular (pois, quando comecei, ninguém entre nós os fazia já, sepultados como estavam, com todas as outras formas clássicas, debaixo da reprovação dos românticos) e talvez a influência dos nossos poetas do século 16, que foram dos primeiros que conheci. O fundo de idealismo que há naqueles poetas apossou-se então de mim e os seus Sonetos, especialmente os de Camões, tornaram-se para mim como um Evangelho do sentimento. Tais são as minhas raízes, se assim posso dizer” [Antero, em carta a Carolina Michaëlis]

Exemplar da série encadernada pela editora com gravações a dourado, cuja tiragem terá sido bastante mais restrita do que a corrente.

20€

Antero de Quental — Prosas Escolhidas (Selecção e prefácio de Fidelino de Figueiredo)

Livros de Portugal, ltda. Rio de Janeiro, 1942. In-8º gr. de 309, [9] págs. Br.

É  bastante extenso (ultrapassa as duas dezenas de páginas) o prefácio do professor então já exilado no Brasil, que aqui recolheu «Bom-senso e Bom-gosto», «A Dignidade das letras e as Literaturas Oficiais», «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos últimos três séculos», «Considerações sôbre a Filosofia da História Literária Portuguesa», «Teoria do Socialismo. Evolução política e econômica das sociedades da Europa, por J. P. de Oliveira Martins», «A Poesia na Actualidade», «A "Philosophia da Natureza" dos naturalistas» e «Tendências gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX». 

20€