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25 de Abril, 50 anos, 100 livros: Catálogo

Nos 50 anos do 1.º de Maio de 1974, eis enfim o catálogo de livros seleccionados entre os muitos que sobre o tema esta casa tem sempre em acervo, dedicado aos 50 do 25 de Abril.
Seguiu-se o critério já mais ou menos fixado na bibliografia alusiva - antecedentes, período revolucionário propriamente dito e consequentes, neste caso ainda para lá do habitual limite da nossa abençoada Constituição de 76.
Cem peças à vossa escolha, entre literatura e poesia, trabalhos documentais, ensaios históricos, recriações mais ou menos «livres», etc.
Várias pertenceram à biblioteca do escritor Urbano Tavares Rodrigues, ele mesmo resistente à ditadura, e algumas têm dedicatórias dos respectivos autores mencionando o facto.
De resto, Henrique Galvão, Humberto Delgado, Álvaro Cunhal, Francisco Salgado Zenha, Mário Soares, Manuel Alegre, Francisco Sá-Carneiro, etc. etc.

Na capa, uma das variantes em forma de cartaz pintadas por Maria Helena Vieira da Silva sob o mote «A Poesia está na Rua», verso que faz hoje 50 anos a compagnonne-de-route Sophia dedicava numa composição aos militantes do Partido Socialista.

Pode e deve ser desde já consultado

Boletim bibliográfico 2/2024

Preparado tendo em vista o centenário de nascimento de Fernando Campos (no passado dia 22 de Março) e os 175 anos do nascimento de Alberto Pimentel (que se assinalaram anteontem), o segundo deste ano é principalmente dedicado ao romance histórico, género que o primeiro praticou quase em exclusivo e o segundo também q.b.
Além desses dois senhores, entram romances mais ou menos históricos de outros afamados praticantes como Garrett, Herculano, Camilo, Arnaldo Gama, Pinheiro Chagas, Campos Júnior e Saramago, entre muitos outros.
Mas como a vida não é só romance (a bem dizer, raramente o é...), mistura-se também alguma História, privilegiando a bastante romanceada (muitas vezes praticada por... romancistas). 

Pode consultar-se

Nos 175 anos do nascimento de Alberto Pimentel

Comemoram-se hoje os 175 anos do nascimento do escritor portuense - depois tornado lisboeta,  conforme aconteceu a tantos desde a instituição de Côrtes na Côrte... - Alberto Pimentel, que deu nome ao largo vizinho de uma livraria sempre bem servida de livros dele. (Não por essa razão; já o era antes)
Dotado de uma capacidade de trabalho de que se auto-vangloriava, «herdada» do padrinho literário Camilo e assumidamente desta sua cidade-natal, que nunca deixou de louvar à distância nos seus livros e em dedicatórias, como a do Seara em Flor, dedicado em página inteira à... Torre dos Clérigos; o autor de O Porto por fora e por dentro deixou-nos largas dezenas de títulos, dos quais temos nesta altura duas (dezenas), e já tivemos mais...   

Comemoram-se hoje se houver quem o comemore, claro. Já quase ninguém o lê, salvo a malta da bibliofilia, mas o remédio é simples - basta «clicar» aqui

Gabriel Garcia Márquez — El General en su Labirinto

Mondadori (1989). In-8º de 286, [4] págs. Enc.

Primeira edição espanhola, simultânea da original colombiana, do que foi o último romance do autor - no seu posfácio, explicava ter «roubado» a ideia (a última expedição de Símon Bolívar, já doente, ao longo do rio Madalena) a Álvaro Mutis, que chegara a começar o seu esboço mas depois o interrompera e deixara em pousio durante vários anos; e ter feito questão de a «roubar» dada a sua ligação àquele rio, que lhe vinha desde a infância. Após esse posfácio há ainda uma não tão «Sucinta cronología de Simón Bolívar», elaborada por Romero Martínez, que ocupa o final do volume, rematado por um mapa da expedição.

Encadernação do editor em tela com sobrecapa ilustrada de papel. No exemplar, a tela está já um pouco manchada e a sobrecapa marcada por alguns picos de acidez; acresce uma nota de compra (embora muito engraçada) a discreta tinta de anteriores proprietários, que o terão vendido ao alfarrabista galego que o vendeu depois a esta casa.

14€

Jorge Luis Borges — O Aleph

Editorial Estampa (1976). In-8º de 150, [2] págs. Br.

Publicada numa das melhores colecções de que há memória na edição portuguesa («novas direcções»), a edição aproveita a tradução para o Brasil de Flávio Cardoso, aqui adaptada para português de Portugal pelo nosso bom surrealista Mário-Henrique Leiria (que na mesmíssima colecção publicara os seus «Velhos» e «Novos Contos do Gin-Tonic»). 
Nada distingue esta tiragem da predecessora senão a nova capa de José Luís Tinoco. 
Alguns dos capítulos: «Os Teólogos», «Biografia de Tadeo Isidoro Cruz», «A Busca de Averróis», «O Zahir», «A Escrita do Deus», «Os Dois Reis e os Dois Labirintos», «O Homem no Umbral», «O Aleph».

10€

Jorge Luis Borges — O Livro de Areia

Editorial Estampa (1981). In-8º esguio de 133, [1] págs. Br.

Volume saído na colecção, bastante propensa ao fantástico e agora recentemente recuperada, «Livro B»; com tradução de Antonio Sabler. O livro integra os seguintes contos: «Ulrica», «O Congresso», «There Are More Things», «A Seita dos Trinta», «A Noite das Mercês», «O Espelho e a Máscara», «UNDR», «Utopia de um Homem que Está Cansado», «O Suborno», «Avelino Arredondo», «O Disco» e o titular «O Livro de Areia»; terminando por um epílogo do próprio Borges.

7€

As Doze Figuras do Mundo

As Doze Figuras do Mundo

Crime imperfeito (Relógio d'Água). [S/d]. In-8º de 133, [III] págs. Br.

Conjunto de cinco pequenos textos compostos pelo famoso par de amigos Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges, algures entre o conto e a novela, com aquela extensão a que no mundo anglófono e anglófilo tão caro a Borges se costuma chamar short story: «As Doze Figuras do Mundo», «As Noites de Goliadkin», «O Deus dos Touros», «As Previsões de San Giácomo» e «A Prolongada Busca de Tai An»; os três primeiros traduzidos por Miguel Serras Pereira, o quarto pelo próprio editor Francisco Vale e o quinto por Carlos Pessoa.

Exemplares novos, em fundo de edição (sobram 3).

9€

Adolfo Bioy Casares — O herói das mulheres

O herói das mulheres / Tradução do castelhano (Argentina): David Machado

cavalo de ferro (2008). In-8º de 175, [I] págs. Br.
 
"Um jornalista perseguido por um regime opressivo, um estudante que foge dos exames por um túnel impossível, um jovem aldeão ansioso por conhecer a cidade ou um empregado de sanatório que descobre que a dor dos pacientes pode ser usada para produzir eletricidade: com a sua escrita elegante e hipnótica, (...) Casares apresenta nestas histórias uma galeria de personagens únicas que parecem partilhar um estranho destino, na fronteira entre o sonho e a realidade."
Nota preliminar do próprio autor: "Este volume reúne os contos e os romances curtos que escrevi depois de El gran serafín (1967)"

Último exemplar disponível.

10€

Adolfo Bioy Casares — dormir ao sol

Editorial Estampa (1980). In-8º de 176, [IV] págs. Br.

Com tradução também de António Sabler e capa também de José Luís Tinoco, foi este o 39.º título da colecção «novas direcções»; a edição original argentina  saíra em 1973.

Exemplar igualmente novo, igualmente fundo de edição.

8€

Juan Ramón Jiménez — Platero e Eu

Livros do Brasil, Limitada / Lisboa. [S/d]. In-8º de 139, [5] págs. Br.

Foi a mais conhecida incursão em prosa do poeta modernista - ela mesma constituída por curtos capítulos que em muitos trechos são prosa quase poética.
Tradução do castelhano por José Bento e ilustrações a toda a extensão do volume de Bernardo Marques.

Exemplar por estrear.

8€

Vicente Blasco-Ibáñez — La Barraca (novela)

F. Sempere y Compañía, Editores / Valencia || Madrid. [S/d]. In-8º de 313, [i], [VI] págs. Br.

O final do volume apresenta um catálogo de «Libros Populares da Casa», seis páginas.

Belo exemplar.

15€

Fray Luis de León — Poesías (Edición preparada por Miguel de Santiago)

Ediciones 29, Barcelona (España). (1989). In-8º peq. de 143, [i] págs. Br.

É bastante extensa a introdução a esta sua própria edição destoutro poeta do Siglo de Oro, que entre muitas outras notas nos indica que a mais completa biografia dedicada ao agostinho foi escrita pelo lusófilo – e iberista – Aubrey Bell. Há nestes poemas várias alusões ao nosso país, o que aliás nunca seria de estranhar pois o autor viveu ainda uma década do domínio espanhol em Portugal. 

5€ 

Contos Espanhóis

Contos Espanhóis: Linares Rivas ≈ Pedro Mata ≈ Pio Baroja ≈ Concha Espina ≈ Peres Galdós  Martinez Sierra ≈ Miguel Unamuno  Eugenio Sellés ≈ Emilio Carrere ≈ Blasco Ibañez ≈ Felipe Trigo ≈ J. Dicenta ≈ L. Araguistan ≈ Palacio Valdés / Prefácio de Francisco Carvajal Capella / Selecção e tradução de Isolino Caramalho

Editorial «Gleba», L.da, Lisboa. (Acabou de se imprimir no Centro Tip. Colonial, L. Rafael Bordalo Pinheiro, 27 e 28–Lisboa —— aos 25 de Abril de 1945). In-8º de 339, [V] págs. Br.

É bastante extenso o prefácio de Capella, com apontamentos bio-bibliográficos sobre os autores aqui recenseados, a quem também dedica apresentações individuais nos capítulos respectivos. 

15€  

Três Novelistas Espanhóis: Unamuno, Pio Baroja, Valle-Inclán

Três Novelistas Espanhóis: Unamuno, Pio Baroja, Valle-Inclán (Selecção, Tradução e Notas de Carlos F. Barroso)

Enciclopédia Portuguesa, Limitada / Pôrto / 1945. In-8º de 190, [2] págs. Br.

Uma das «Edições Altura», recolhendo duas novelas de cada um destes três vultos da chamada «Geração de 98»: de Unamuno, «Um pobre homem rico ou O sentimento cómico da vida» e «O marquês de Lumbria»; de Baroja, «Os cinifes» e «Os sacrificados»; e de Valle-Inclán «A condessa de Cela» e «Augusta». A todos dedicou o tradutor competentes notas bio-bibliográficas preliminares. O volume inaugurou a «Antologia do Conto e da Novela».

Exemplar por abrir, que apenas deslustram pequenos picos de acidez na capa.

15€

Fèlix Cucurull (antologia do conto moderno)

Fèlix Cucurull / tradução e prefácio de Manuel de Seabra

atlântida – livraria editora, l.da / coimbra, 1959. In-8º de 195, [V] págs. Enc.

O volume recolhe «Toque de finados», «Clovis Atlant», «Carta de despedida», «Episódio», «14 resultados», «O Sinal», «Ninguém romperá a noite» e «Agora, adeus».
A bela capa de brochura visível na imagem é da quase inconfundível autoria de Victor Palla.

Vários exemplares disponíveis.

12€

Felix Cucurull — Quase uma Fábula

Quase uma Fábula (novela)

(Composto e impresso na Gráfica de Coimbra). [S/d - 1969?]. In-8º q/esguio de 93, [I] págs. Br.

Tradução de Fernando Mendes Madeira revista pelo escritor Carlos Loures, que se encarregou das notas e do prefácio: "Se algumas palavras se justificam no limiar desta novela, elas serão para chamar a atenção de alguns leitores menos avisados (...) quer para a Catalunha, quer para a vitalidade de uma literatura que, excepção feita a Cucurull e a Pere Calders (do qual existe uma antologia de contos traduzidos), ignoramos totalmente".  

12€

Felix Cucurull — O Deserto

O Deserto (contos e novelas) / Prefácio de Fernando Namora

Portugália Editora (1965). In-8º de 161, [VII] págs. Br.

71.º título da profusa colecção «Contemporânea», o volume recolhe «O Deserto», «Companheiro», «O Sangue e o Lodo», «A Paciência» e «Ainda Estamos a Tempo» de ler este "conjunto de contos e novelas de uma severidade de processos que mais acentua o dramatismo dos seus temas", "uma das obras mais representativas da moderna ficção peninsular". É bastante extenso o prefácio em que Namora apresentava este livro e Cucurull a quem ainda não o conhecesse. 

Exemplar com ligeiro desgaste exterior. 

10€

Enrique Vila-Matas — O Mal de Montano

O Mal de Montano (Tradução: Jorge Fallorca)

teorema (Outubro de 2004). In-8º de 313, [III] págs. Br.

"Vila-Matas é alguém que olha sempre o mundo a partir da literatura, dos seus arquétipos, sortilégios e maldições. Nunca porém terá levado a sua ambição tão longe como neste fabuloso «O Mal de Montano», que recebeu em Espanha o Prémio Nacional da Crítica e o Herralde, para além do Femina para o Melhor Romance Estrangeiro publicado em França. O mal de Montano do título não é mais do que a doença da literatura, a incapacidade de viver fora da órbita do que é literário." (José Mário Silva)

Em entrevista recente, e para valorizar o seu último romance, o escritor catalão dizia ser o único que punha ao nível deste em toda a sua carreira.

Vários exemplares ainda disponíveis em fundo.

15€

Rede de Livrarias Independentes - 2 anos de plataforma

A plataforma electrónica de vendas da RELI - Rede de Livrarias Independentes comemorou  o seu 2º aniversário. Tem enfrentado dificuldades de vária ordem, técnicas e não só; ainda está muito longe de ser a maior; mas já é de muito longe a melhor. Algumas das melhores livrarias portuguesas já lá têm centenas e milhares de livros à vossa espera:

livros.reli.pt (catálogo geral)

livros.reli.pt/livrarias/bibliographias/ («loja» da livraria)

Venceslau de Morais — Fala a Lenda Japonesa

Fala a Lenda Japonesa (Colectânea de Histórias e Lendas Japonesas) // Selecção, Introdução e Notas: Maria João Janeiro / Desenhos: Maria de Lurdes Janeiro

Cotovia (1993). (Acabou de imprimir-se em Outubro de 1993 na Printer Portuguesa, Lda. numa tiragem de 2000 exemplares). In-4º quadrado de 158, [IV] págs. Enc.

Volume dividido nos livros «Lendas e histórias com
deuses, demónios e outras criaturas divinas», «Lendas e histórias com bichos e humanos» e «Lendas e histórias com espíritos e humanos». Impresso em bom papel sob orientação gráfica de Rogério Petinga, o álbum foi cartonado e revestido de sobrecapa ilustrada.

Exemplar com falhas de armazenamento, se não na própria impressão; e algum desgaste da capa. 

14€

Venceslau de Morais — Osoroshi

Osoroshi (Prefácio e notas de Álvaro Neves)

Casa Ventura Abrantes, livraria editora (80 – Rua do Alecrim – 82) Lisboa. (1933 ——— Composto e impresso na Tipografia Minerva – Vila Nova de Famalicão). In-8º de 364, [IV] págs. Br.

"A correspondência íntima de Osoroshi — o «Mete-mêdo», como Wenceslau de Morais se cognominou numa destas missivas, — aqui tipogràficamente estampada, tem a importância, como aliás qualquer epistolário não destinado à publicidade, de revelar a psicologia do autor e de denunciar origens de factos e estados anímicos até então incompreensíveis, menos esclarecidos ou erroneamente interpretados ou justificados. Publicar estas cartas é contribuir para outrem estudar como merece o famoso escritor de temperamento estranho e sensibilidade delicada", assim começava o prefácio a este volume dedicado pela editora à memória de Alfredo Ernesto Dias Branco, destinatário destas cartas. 

Exemplar com algum desgaste da capa (ilustrada à frente por António Cândido), que tem uma pequena falha de papel na face inferior.

25€

Antero de Quental — Cartas de Antero de Quental a Francisco Machado de Faria e Maia

Cartas de Antero de Quental a Francisco Machado de Faria e Maia (Com prefácio e notas de Ruy Galvão de Carvalho)

Delfos, 1961. (Rádio Renascença – Rua dos Duques de Bragança, 6 – Lisboa). In-8º de 55, [i] págs. Br.

O prefácio de Galvão de Carvalho esboçava uma breve biografia do destinatário destas cartas, o conhecido amigo dilecto açoriano de infância e mocidade de Antero, que com ele coincidiria ainda na Faculdade de Direito de Coimbra; e de quem, já que de Direito se fala, Cabral de Moncada teria dito ser "o mais original dos nossos filósofos do Direito" e "ao lado do seu amigo Quental, um dos dois mais interessantes espíritos da sua geração no domínio do pensamento abstracto e especulativo".
Após a transcrição das cartas do nosso segundo maior sonetista (ex-aequo com Bocage), há no final do volume um apêndice com outra carta, esta de Faria e Maia a Tommaso Cannizzaro, tradutor dos sonetos para italiano; e a contribuição que deixou no In Memoriam: «Anthero de Quental (Esboço psychologico)».
Dois retratos de Maia (juventude e velhice) e outros dois de Antero (incluindo o único que se lhe conhece de perfil) entremeiam o volume, impressos sobre folhas destacadas de papel couché.   

12€      

Antero de Quental — Cartas a António de Azevedo Castelo Branco

Cartas a António de Azevedo Castelo Branco (prefácio e notas de Adolfo Casais Monteiro)

Edições Signo: Lisboa, 1942. (Nas oficinas da Atlântida, Coimbra). In-8º de 112, [II] págs. Br.

“Quando surge um grande poeta, o comum dos mortais vê-se transfigurado nos versos dêle, encontra nêles algo que nunca saberia dizer, mas que pelo menos até certo ponto também lhe pertence – e logo quere saber mais sôbre esse homem que fala em seu nome, em que se vê a si próprio como num espelho mágico que «deformasse» as coisas – mas para as transfigurar. / No caso de Antero, a êste interêsse normal por todos os poetas se sobrepõe um outro, de raízes porventura mais fundas (…) Antero é também um grande exemplo, uma grande figura moral”, assim ia começando Casais o prefácio sobre aquele que considerava um dos quatro principais portugueses (com Camões, Pascoaes e Pessoa). Além de tantos outros, um aspecto de interesse destas cartas são os comentários do próprio Antero a vários dos seus sonetos quando acabadinhos de fazer, e que transcreve ao amigo. 

Exemplar da tiragem corrente, em bom papel vergé, com um menos conhecido retrato do poeta reproduzido hors-texte em folha preliminar de papel couché

15€

Rocha Martins — A Paixão de Camilo (Ana Placido)

Edição do Auctor. Composto e Impresso nas Oficinas Gráficas do «ABC». Lisboa. [S/d – 1924?]. In-4º de 357, [3] págs. Br.
 
Primeira edição de um dos grandes «clássicos» da bibliografia camiliana, mosaico da sociedade portuguesa e, muito em particular, portuense do séc.XIX. O volume, ilustrado na capa por Stuart Carvalhais, integra em folha preliminar de papel couché um retrato de Ana Plácido por António Carneiro composto originalmente para o efeito, além de vários clichés destacados sobre folhas únicas com o fac-simile de jornais e documentos diversos seus (cartas, diário, etc.) e a reprodução de fotografias e retratos – dela, de Camilo, de familiares e de amigos (como Vieira de Castro, «O Condemnado»).

Exemplar do primeiro milhar impresso, resguardado por uma encadernação que conserva por inteiro a capa de brochura.
 
35€

Gentil Marques — Camilo: O Romance da sua vida e da sua obra

Edição Romano Torres, Lisboa. (1951 — Comp. e imp. na Gráfica Santelmo). In-8º de 310, [II] págs. Br.

Edição original deste mais ou menos ficcionado exercício acerca da vida de Camilo Castelo Branco e da "sua grande aventura, desde os bancos da escola de mestre Inácio até à cadeira balouçante da amaldiçoada Quinta de S. Miguel de Seide, onde disparou o único tiro certeiro de toda a sua vida...", palavras do autor no curto e porém redundante epílogo.

15€

Júlio Denis (Homenagem da Faculdade de Medicina do Pôrto)

Júlio Denis (Homenagem da Faculdade de Medicina do Pôrto / 1 de Dezembro de 1926)

Pôrto – 1927 == Araujo & Sobrinho, Suc.res. In-8º gr. de 115, [1] págs. Br.

O prefácio (assinado H. M. – Henrique Marques?) elenca em breves pinceladas a preparação da homenagem e simultaneamente da fundação da maternidade que ao escritor portuense tomaria o nome; por iniciativa de Alfredo de Magalhães, então director da Faculdade de Medicina do Porto. Segue-se uma breve bibliografia e depois a transcrição dos discursos proferidos na sessão, à qual acorreu gente como Bento Carqueja, Branca de Gonta Colaço, Campos Monteiro, Eugénio de Castro (sobre o Júlio Dinis versejador, que menoriza: “Pela fatalidade do tempo, o poeta Julio Denis, amigo e discipulo do autor do Noivado do Sepulcro, teve a infelicidade de pertencer á legião dos ultra-romanticos, que metamorfosearam os loureiros, cheios de cotovias, em ciprestes cheios de corujas, as Graças em carpideiras, o Parnaso num cemiterio, e o Templo das Musas numa agencia funeraria”) e Fidelino de Figueiredo. Em boas folhas hors-texte estão fotogravuras do conhecido monumento ao homenageado e alguns aspectos da homenagem. Uma hoje curiosa nota final refere que “foi mantida a ortografia dos autores que nele colaboraram” (cheia de ph’s, e y’s, e por aí fora), como também agora estamos habituados a ler.

23€ 

Visconde de Vila-Moura — Antonio Nobre (seu genio e sua obra)

Edição da «Renascença Portuguesa», Porto. (1915). In-8º de 144, [8] págs. Enc.

De aparecimento já escasso no mercado, foi a edição impressa sobre bom papel avergoado e enriquecida pelas ilustrações que a entremeiam, em estampa sobre folhas de papel couché à parte. O estudo divide-se nas partições «Os «Males de Anto»», «A Tragedia nos grandes Artistas», «Os Artistas nos seus conflictos» e «O Poeta»; acrescidas depois em apêndice de uma «Nota biographica», um «Plano das Obras de Antonio Nobre» e um «Fac-símile de um manuscripto de Antonio Nobre».

Exemplar valorizado pela dedicatória de oferta manuscrita por Vila-Moura a Alfredo da Cunha, “Homenagem do seu admirador”, em Ancede logo em 1915; e entretanto bem encadernado com cantos e lombada em pele, preservando por inteiro a capa primitiva, incluída a tira do encaixe conservada em recorte; aparado à cabeça, mantendo ainda as restantes margens por aparar.

40€

Visconde de Vila-Moura — Antonio Nobre (seu genio e sua obra)

Antonio Nobre (seu genio e sua obra) / 2.ª Edição

Alvaro Pinto, Editor ( Annuario do Brasil ) / Rio de Janeiro. (Acabou de se imprimir (...) aos 21 de Dezembro de 1923. In-8º de 144, [VIII] págs. + gravuras em ff. destacadas. Br.

Esta segunda edição manteve as fotogravuras, impressas desta vez com maior nitidez - na que é a sua única vantagem evidente sobre a original de um livro que salvo erro não voltou a ser reeditado, o que parece uma pena; escrito numa prosa sugestiva e simultaneamente escorreita, vale bem a leitura, sobretudo para as gentes do baixo Entre-Douro-e-Tâmega.

Exemplar com ligeiro desgaste exterior.

20€

Albino Forjaz de Sampaio — António Nobre

Lisboa: Guimarães & C.a – Editôres, 1918. In-8º de 108, [4] págs. Br.

Primeiro (e, salvo erro, único) volume de uma apenas projectada série «Os Bárbaros», que o autor pretendia dedicar a vultos destacados das letras portuguesas (Camilo, Eça, Cesário, Fialho, etc.); com ilustrações diversas, incluindo os principais retratos – artísticos e fotográficos – do poeta. O estudo é marcado, de início a fim, por uma intenção clara de menorização de Nobre – não se entende, por isso, o relevo da própria publicação… – que, às vezes, chega a ser primária: “era um exibitivo, e os exibitivos em literatura são sempre cabotinos e criaturas inferiores”, “a sua lamúria é a de um mendigo da estrada”, “a sua doença é em parte filha da madracice” (como quem diz: contraiu tuberculose porque era preguiçoso), etc. 
Primeira edição.

15€

Albino Forjaz de Sampaio — Porque me Orgulho de Ser Português

Porque me Orgulho de Ser Português (19.º milhar)

Livraria Sá da Costa – Editora (Rua Garrett, 100-102) – Lisboa. (1950 / Ottosgráfica, Lda.) In-8º de 119, [VII] págs. Br.

Recentemente reeditado pela Guerra & Paz após um compreensível hiato de algumas décadas, divide-se este livro nas partições «A nossa história», «Os Portugueses e o Mundo», «O nosso domínio colonial», «Portugal – Belezas e riquezas do seu território», «A nossa língua», «O que fizemos no Brasil», «Portugal. Os seus habitantes», «A mulher portuguesa» e «Portugal maior»; terminando por uma recensão de várias críticas elogiosas de Bernardino Machado, Gago Coutinho, Júlio Dantas, Magalhães Lima e Nemo (não se pode dizer que este nacionalismo colonialista e auto-congratulatório tenha sido a melhor das heranças da Primeira República - ainda assim demonizada).

10€

António Quadros — Portugal: Razão e Mistério

Lisboa: Guimarães Editores, Lda., 1986 (e 1987). 2 vols. in-8º de 195, [XXI] e 294, [XXVI] págs.  Br.

O Livro e vol. I teve por subtítulo «Uma Arqueologia da Tradição Portuguesa», dividido nas três partições «Introdução ao Portugal Arquetípico», «A Atlântida Desocultada» e «O País Templário»; e o Livro e vol.II «O Projecto Áureo ou o Império do Espírito Santo», repartido em «O Império segundo Dinis e Isabel», «O Império segundo Avis» e «Os Painéis de Nuno Gonçalves e a «Religião de Avis»».  
Edição original do mais apreciado livro do autor, quer à direita pelos mais nacionalistas, quer também à esquerda por alguns dos adeptos da impropriamente chamada «Filosofia Portuguesa». A estes dois volumes tencionava António Quadros acrescentar outros dois, numa continuação que não teve tempo de completar: o primeiro (terceiro), porém, ficou praticamente pronto, e foi incluído na reedição recentemente dada a lume com o beneplácito da Fundação António Quadros. 

Ligeiro desgaste da capa de ambos os volumes.

28€

António Quadros — Franco-Atirador (ideias, combates e sonhos)

Espiral / Lisboa, 1970. (Composto e impresso na Livraria Editora Pax, Braga). In-8º de  240, [IV] págs. Br.

Conjunto de textos e considerandos variadíssimos, englobados nas secções principais «A Sociedade em Mutação», «Algumas Feridas no Corpo da História», «A Criação do Futuro», «Aspectos Críticos da Cultura Contemporânea», «Para uma Nova Espiritualidade?», «Do Universal para o Particular, do Particular para o Universal» e «Obstáculos à Cultura Portuguesa, Obstáculos ao Dinamismo Português»; entre os da segunda, merece destaque um curioso e interessantíssimo «Uma minoria étnica em Portugal: os ciganos», do qual o mínimo que se pode dizer é que dificilmente algum dos adeptos que Quadros conta na direita nacionalista (talvez por via do pai) o subscreveria...  

Belo exemplar.

20€

António Quadros — anjo branco, anjo negro (contos)

Portugália Editora, Lisboa. [S/d > 1960]. In-8º de 181, [III] págs. Br.

Integra «O Vestido Cor de Terra», «A Alma da Casa», «A Rosa Mística», «A Virgem da Montanha», «O Pesadelo», «O Segredo», «O Labirinto ou o Fim da Saudade» e «As Metamorfoses». 

Capa de Paulo Guilherme.

14€

Oliva Guerra — Roteiro Lírico de Sintra

Lisboa - 1940 (composto e impresso na Escola Tipográfica das Oficinas de S. José de Lisboa). In-4º de 78, [12] págs. Br.

Primeira edição, de reduzida tiragem, com as armas de Sintra reproduzidas na frente da capa. A monografia, largamente ilustrada volume fora por fotogravuras (algumas, de belo efeito), compõe-se de quatro itinerários que compreendem a povoação e os arredores.

Exemplar por estrear, conservando as folhas por abrir e em bom estado geral, salvo algumas marcas de acidez à cabeça.

25€

Sintra e Sintrenses no Ultramar Português

Lisboa (nas Oficinas Gráficas da Casa Portuguesa). MCMXLIX. In-4º de [4], 106, [2] págs. Br.

 
O estudo – necessariamente incompleto, como logo de início o autor sublinhava – procura dar conta de vários sucessos relativos à expansão portuguesa que foram decididos ou conhecidos em Sintra e de várias personagens, ligadas à povoação pelo nascimento ou por residência, que nela intervieram; começando nos primórdios dos Descobrimentos (abre o volume pela narração da recepção de João I, no Paço Real, aos primeiros emissários enviados a Ceuta para estudar as perspectivas de conquista) e acabando nos anos logo subsequentes às invasões francesas. Na parte final são reproduzidos em longo apêndice documentos diversos, quase todos pertencentes ao Cartório da Misericórdia, naquela curiosíssima prosa da época (de que é por inteiro respeitada a ortografia). Primeira edição.

Exemplar da série de 150 numerados e rubricados pelo autor, valorizado ainda por uma dedicatória manuscrita de oferta pelo próprio Silva Marques na folha de guarda, de que foi praticamente apagado o nome do dedicando.
 
35€ 

Nita Lupi ― Música e Alma da Índia Portuguesa

Agência Geral do Ultramar / Divisão de Publicações e Biblioteca, 1956. In-8º de 191, [5] págs. Enc.
 
O estudo é acompanhado por canções (e correspondentes pautas musicais) do folclore de Goa e de Damão. Edição composta pela Ática e ilustrada ao longo do volume.

Exemplar bem encadernado com lombada em pele – acrescida de rótulo – gravada a ouro e as pastas em fantasia, conservando por inteiro a capa; carminado à cabeça e tendo cosido um marcador de cetim.
 
30€

José Saraiva — Os Paineis do Infante Santo

(Acabou-se de imprimir este livro em Lisboa na Vespera do Natal de MCMXXV. Composto e impresso na Tipografia Central, Limitada). In-8º gr. de VIII, 255, [I] págs. Br.

Trabalho publicado em edição de autor (que o dedicou a Oliveira Ramos) de bastante aprumo, impressa a duas cores sobre bom papel e ilustrada no texto e por estampas em folhas à parte de papel couché ; com capa de Alberto Sousa. Recorde-se que José Saraiva defenderia uma tese polémica, que muita (ainda mais) tinta fez correr acerca do assunto: a de que a figura venerada nos painéis centrais seria D. Fernando, o Infante Santo, e de que se estaria perante uma espécie de reprodução dos funerais nacionais dedicados ao príncipe; tese que ainda recentemente foi retomada numa nova monografia, mas que continua a não colher a geral aceitação dos especialistas.

Exemplar por estrear, conservando os cadernos por abrir.
 
35€

Jaime Cortesão — O Infante de Sagres

O Infante de Sagres (drama épico em IV actos, com duas composições musicais de Oscar da Silva / representado pela primeira vez no «República» de Lisboa em Dezembro de 1916)

Edição da «Renascença Portuguesa», Porto. (1916). In-4º de 104, [12] págs. Br.

 
Primeira edição propriamente dita da peça, que na estreia contou, segundo o elenco apresentado, com Ângela Pinto, Augusto Rosa, Chaby e Robles Monteiro, entre outros; e que o próprio Cortesão conta ter tido apoio na composição de, por exemplo, António Vasconcelos, Joaquim Vasconcelos e Pedro Azevedo. 
Capa em papel vegetal com ilustração a cores, na face inferior reproduzindo a Cruz de Aviz.
 
25€

Patrocínio Ribeiro — A Nacionalidade Portuguesa de Cristovam Colombo

A Nacionalidade Portuguesa de Cristovam Colombo (The Portuguese Nationality of Christopher Columbus) / solução do debatidissimo problema da sua verdadeira naturalidade, pela decifração definitiva da firma hieroglífica (the much discussed problem of his actual nationality at last disposed of through the conclusive decifration of his hieroglyphic sign)

Livraria Renascença Joaquim Cardoso (27, Rua dos Poiais de S. Bento, 29) / Lisboa. (Este livro acabou de se imprimir aos 6 dias do mez de Junho, de 1927, na tipografia da Imprensa Beleza, na Rua da Rosa, 99 a 107). In-8º de 187, [V] págs. Enc.

"Os espanhoes, provaram já, não ser Christovam Colombo, genovez; mas não provaram que fosse espanhol. / Consideram segura a afirmativa de ter nascido entre a Galiza e o Algarve, no extremo ocidental da Peninsula, documento que publicamos em apendice, assim como alguns historiadores italianos reconhecem como oriundo de Portugal o irmão do famoso navegador, Bartholomeu Colombo, tambem não se provou até hoje, apesar das persistentes investigações dos mais notaveis historiadores espanhoes, que fosse Colombo natural da Galiza. / Restava então averiguar se era portuguez".
Algo atabalhoada e não só na gramática esta prosa de abertura que ao estudo do autor dedicaram postumamente na edição "os seus amigos"; e ainda atabalhoado q.b. e temerário o estudo em si, pelo menos tanto quanto alguns que criticava por excesso de optimismo; pretendendo logo em parti pris não apenas que Colombo fosse português, mas especificamente alentejano, e mais especificamente ainda da zona de Beja (onde o autor tinha antes estado em trabalho), dadas as semelhanças toponímicas entre algumas povoações fundadas por Colombo na América e outras tantas do Baixo Alentejo... 
Isto dito, há aqui muitos apontamentos de interesse, úteis remissões bibliográficas e no geral um razoável conhecimento do tema que já mais do que justificariam uma nova reedição (houve pelo menos duas). E mesmo a  hipótese principal, descontando-lhe alguns afloramentos escusados, é interessantíssima e não parece nada tola... 
São reproduzidos mapas, documentos, firmas, panoramas da localidade bejense de Cólos e até uma estampa com a casa de Colombo na Madeira, entretanto demolida quando se abriu um novo arruamento. Tudo em dobro - português e inglês (tradução de António Cruz), para maior divulgação de uma tese que até hoje não teve ainda a que merecia.

Exemplar bem encadernado com lombada em pele gravada a ouro; conservando a bonita capa de publicação, ilustrada na frente por Alberto Sousa. 

45€

O Português: Cristóvão Colombo, Agente Secreto do Rei Dom João II

Referendo (1988). In-8º gr. de 613, [6], [v] págs. Br.

Não muito bem escrito nem particularmente criterioso, mas ainda assim com abundantes notas de interesse, o volume, retomando a tese da origem portuguesa e alentejana do navegador, integra «Miscelânea para entendimento do tempo e da gente», «O hermetismo de "Cristóbal Colón"», «A navegação empírica e a científica», «Maquiavelismo biográfico», «"Cristóbal Colón" desvendado», «Xaque [sic] e mate».
Abundantes iconografia e tábua bibliográfica no final.

20€

Jakob Wassermann — Cristóbal Colón: el quijote del Océano

Cristóbal Colón: el quijote del Océano (traducción de Eugenio Asensio)

ediciones ulises (Ayala - Madrid). (Aldus, S.A. de Artes gráficas, Santander). In-8º de 242, [XII] págs. Cart.

Publicada em 1930 (e já várias vezes reeditada até hoje), foi a primeira edição espanhola de um livro saído na Alemanha no anterior. Na Alemanha - em Berlim - estaria também Asensio ao redigir a sua nota de apresentação ao volume, espécie de biografia ficcionada "que sabe recrear con la fantasía una nueva vida y animar la cara cotidiana de los hechos de suerte que el círculo de oyentes retenga el aliento y escuche con el corazón palpitante, llorando y riendo con seres imaginarios. Raya en prodigio la destreza con que este ajedrecista dispone sus criaturas sobre el tablero del mundo".

Exemplar artesanalmente cartonado aproveitando todas as faces da capa original. 

15€